D'SALETE, M. Cumbe. São Paulo: Veneta, 2018, p. 10-11 (adapt...

Amigos, nitidamente o primeiro quadro tem o diálogo entre 2 pessoas, sendo que uma delas está deitada com traços de cansaço. Podemos ver isso pelo indício dos pés recruzados. A resistência do povo está no APEGO à cultura africana, como no momento em que se menciona o CALUNGA, que é uma entidade. A violência está NÍTIDA quando o personagem deitado se levanda e mostra as costas marcadas pelo chicote. Inclusive, a cena da carroça cheia de bambus dá indícios dos trabalhos forçados a que aquele povo é submetido.

Logo, vou refutar cada alternativa

a) sugerir a impossibilidade de manutenção dos afetos [errada] Na primeira cena, aparece o casal abraçado, então existe manutenção de afetos mesmo na violência]

b) revelar os corpos marcados pela brutalidade colonial. [parcialmente certa] Existe sim a revelação de corpos marcados pela brutalidade da colônia (vide as marcas de chicote nas costas e ferida nos rostos), mas o enunciado pede que a alternativa CONJUGUE lirismo e violência. Na lebra B, só se fala da violência.

c) representar o abatimento diante da desumanidade vivida. [parcialmente certa] Existe sim um desalento ante a desumanidade, mas isso toca apenas na questão da violência. Não há lirismo (entenda-se lirismo como aquilo que é subjetivo, romância, abstrato, divino, típico da esperança).

d) acentuar a resistência identitária dos povos escravizados. [correta] Resistência identitária está na fé no divino [lirismo], conjugada à referência clara à escravidão [violência]

e) expor os sujeitos alijados de sua ancestralidade pelo exílio.[errada] Os sujeitos não foram ALIJADOS (separados) da sua ancestralidade justamente porque eles têm MEMÓRIA da sua identidade. Justamente aí está a resitência.

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Se me permitem um comentário pessoal, sou professor de linguagens há ANOS e há muito tempo não vejo uma questão tão INCRÍVEL como essa.

Se precisarem, estou à disposição.

Professor Vinícius Oliveira (Profinho)