Por que o Brasil continuou um só enquanto aAmérica espanhola...

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Q1853209 História
Por que o Brasil continuou um só enquanto a América espanhola se dividiu em vários países?
    Para o historiador brasileiro José Murilo de Carvalho, no Brasil, parte da sociedade era muito mais coesa ideologicamente do que a espanhola. Carvalho argumenta que isso se deveu à tradição burocrática portuguesa. “Portugal nunca permitiu a criação de universidades em sua colônia”. Por outro lado, na América espanhola, entre 1772 e 1872, 150 mil estudantes se formaram em universidades locais. Para o historiador mexicano Alfredo Ávila Rueda, as universidades na América espanhola eram, em sua maioria, reacionárias. Nesse sentido, o historiador mexicano diz acreditar que a livre circulação de impressos (jornais, livros e panfletos) na América espanhola, que não era permitida na América portuguesa (a proibição só foi revertida em 1808), teve função muito mais importante na construção de regionalismos do que propriamente as universidades.
BARRUCHO, L. Disponível em: www.bbc.com. Acesso em: 8 set. 2019 (adaptado).

Os pontos de vista dos historiadores referidos no texto são divergentes em relação ao
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A diferença entre os processos de emancipação política da América espanhola e portuguesa é maior que o fato de as colônias espanholas terem se tornado repúblicas e a colônia portuguesa, uma monarquia. Partindo dessa premissa, podemos notar que essa diferença nos apresenta condições peculiares para que seus processos emancipatórios tenham ocorrido. O Brasil tinha a sua administração centralizada e altamente burocratizada, o que fazia com que Portugal tivesse maior controle sobre administração de suas áreas coloniais.

No Caso das colônias espanholas, a vastidão da sua extensão territorial não permitiu grande comunicação entre seus vice-reinos e capitanias, corroborando para que as lideranças locais tomassem a dianteira de seus movimentos políticos. A centralização portuguesa controlava sua colônia ao ponto de sua independência ter sido capitaneada pelo príncipe herdeiro do trono português, D. Pedro. No caso espanhol, as lideranças criollas se uniram na luta pela emancipação mas buscaram o movimento republicano pregando autonomia política e econômica,

Essa questão tem como tema as independências das colônias americanas. O estudante para responder essa questão deve saber se atentar especificamente aos casos emancipatórios espanhol e português e compará-los em suas principais características. Há vários livros paradidáticos que permitem o estudo deste processo histórico. Um exemplo é Independências da América Latina, de León Pomer, da coleção Tudo é História. 

No entanto, a pergunta é mais de tudo de interpretação de texto que mostram as visões de dois autores diferentes acerca de um aspecto da independência. Este aspecto é apontado em uma das opções. 

A) CORRETA – A administração portuguesa impôs ao Brasil uma série de restrições que impediam que a colônia desenvolvesse alguma autonomia, fosse econômica ou intelectual. Nesse sentido, o desenvolvimento de universidades em colônias espanholas fortaleceu o pensamento crítico sobre sua administração metropolitana, ganhando corpo entre a classe criolla que liderou o processo de independência. 

B) INCORRETA – Não há divergência entre os autores sobre ter havido maior circulação panfletária dentro das colônias espanholas. Ocorreu também nas regiões do Brasil, mesmo que de forma clandestina, fomentando a organização de revoltas coloniais. 

C) INCORRETA – Havia uma comunidade docente em ambas as regiões coloniais. Principalmente se levarmos em consideração que a instituição que cuidava do letramento e catequização da população era a Igreja Católica, em ambos os casos.

D) INCORRETA – Se levarmos em consideração a origem social e econômica dos estudantes universitários nas colônias espanholas, veremos que é predominantemente criolla. Os criollos eram membros de uma elite colonial, assim como os membros da elite colonial portuguesa, que rumavam à Portugal para estudar nas universidades como a de Coimbra. 

E) INCORRETA – Os meios de comunicação usufruíam diferentes" liberdades" para difundir informação através do território colonial. No caso brasileiro, por exemplo, isso se dava de forma praticamente clandestina à medida que a imprensa não era livre. 

Gabarito do Professor: Letra A.

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A diferença entre os processos de emancipação política da América espanhola e portuguesa é maior que o fato de as colônias espanholas terem se tornado repúblicas e a colônia portuguesa, uma monarquia. Partindo dessa premissa, podemos notar que essa diferença nos apresenta condições peculiares para que seus processos emancipatórios tenham ocorrido. O Brasil tinha a sua administração centralizada e altamente burocratizada, o que fazia com que Portugal tivesse maior controle sobre administração de suas áreas coloniais.

No Caso das colônias espanholas, a vastidão da sua extensão territorial não permitiu grande comunicação entre seus vice-reinos e capitanias, corroborando para que as lideranças locais tomassem a dianteira de seus movimentos políticos. A centralização portuguesa controlava sua colônia ao ponto de sua independência ter sido capitaneada pelo príncipe herdeiro do trono português, D. Pedro. No caso espanhol, as lideranças criollas se uniram na luta pela emancipação mas buscaram o movimento republicano pregando autonomia política e econômica,

Essa questão tem como tema as independências das colônias americanas. O estudante para responder essa questão deve saber se atentar especificamente aos casos emancipatórios espanhol e português e compará-los em suas principais características. Há vários livros paradidáticos que permitem o estudo deste processo histórico. Um exemplo é Independências da América Latina, de León Pomer, da coleção Tudo é História. 

No entanto, a pergunta é mais de tudo de interpretação de texto que mostram as visões de dois autores diferentes acerca de um aspecto da independência. Este aspecto é apontado em uma das opções. 

A) CORRETA – A administração portuguesa impôs ao Brasil uma série de restrições que impediam que a colônia desenvolvesse alguma autonomia, fosse econômica ou intelectual. Nesse sentido, o desenvolvimento de universidades em colônias espanholas fortaleceu o pensamento crítico sobre sua administração metropolitana, ganhando corpo entre a classe criolla que liderou o processo de independência. 

Os pontos de vista dos historiadores referidos no texto são divergentes em relação ao **papel desempenhado pelas instituições de ensino na criação das múltiplas identidades** (alternativa **A**). José Murilo de Carvalho atribui a coesão ideológica do Brasil à falta de universidades locais, controlada pela burocracia portuguesa, enquanto Alfredo Ávila Rueda destaca o impacto da livre circulação de impressos na América espanhola na formação de regionalismos, sugerindo que esses fatores tiveram papéis diferentes na construção de identidades na América Latina.

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