No tempo em que assistíamostelevisão no meio da praça O...
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Ano: 2023
Banca:
INEP
Órgão:
ENEM
Prova:
INEP - 2023 - ENEM - Exame Nacional do Ensino Médio - Primeiro e Segundo - PPL |
Q2546419
Português
No tempo em que assistíamos televisão no meio da praça
O que eu vou contar nestas próximas linhas não fará sentido para os leitores mais jovens, mas houve um tempo em que assistíamos televisão no meio da praça. Nessa fase, a propriedade de aparelhos ainda era restrita às camadas mais abastadas.
Seja no meio de uma praça pública, seja na sala de casa, a televisão cumpriu um importante papel de sociabilização, mesmo que de forma mitigada. Isso porque, ao contrário do que acontecia na antiguidade, as praças não eram (como ainda não são) espaços de convivência pública ativa, no máximo um lugar para gastar o tempo, bater um papo. Naqueles tempos, os aparelhos de TV nas praças reverteram um pouco dessa lógica.
Ao que parece, está se inaugurando no Brasil um novo tempo no campo da pesquisa sobre a televisão e sua inserção sociocultural nas camadas populares.
Essas pesquisas não podem e não devem ignorar, especialmente, a intensa concentração desses veículos nas mãos de poucas famílias e grupos econômicos, sob o risco de a televisão no Brasil continuar centrada num modelo antidemocrático, antimediador, intransitivo, tendo como consequência direta a limitação crescente da participação da população nas instâncias públicas de decisão (a televisão é uma concessionária de serviço público), só que agora com o agravante da falsa sensação de que a comunicação se tornou mais democrática com a internet.
Que a televisão permaneça por muitos e muitos anos, mas que o seu atual modelo tenha seus dias contados! Quem sabe com isso um dia voltemos para o meio da praça, não mais para assistir TV, mas para fazermos valer uma cultura de participação política realmente ativa e instruída, como uma democracia de fato merece.
ARAÚJO, F. P. Disponível em: www.observatoriodaimprensa.com.br. Acesso em: 30 out. 2021 (adaptado)
Embora reconheça o impacto social da televisão e seu importante papel de sociabilização ao longo do tempo, o texto defende que essa tecnologia passe por mudanças que contribuam para
O que eu vou contar nestas próximas linhas não fará sentido para os leitores mais jovens, mas houve um tempo em que assistíamos televisão no meio da praça. Nessa fase, a propriedade de aparelhos ainda era restrita às camadas mais abastadas.
Seja no meio de uma praça pública, seja na sala de casa, a televisão cumpriu um importante papel de sociabilização, mesmo que de forma mitigada. Isso porque, ao contrário do que acontecia na antiguidade, as praças não eram (como ainda não são) espaços de convivência pública ativa, no máximo um lugar para gastar o tempo, bater um papo. Naqueles tempos, os aparelhos de TV nas praças reverteram um pouco dessa lógica.
Ao que parece, está se inaugurando no Brasil um novo tempo no campo da pesquisa sobre a televisão e sua inserção sociocultural nas camadas populares.
Essas pesquisas não podem e não devem ignorar, especialmente, a intensa concentração desses veículos nas mãos de poucas famílias e grupos econômicos, sob o risco de a televisão no Brasil continuar centrada num modelo antidemocrático, antimediador, intransitivo, tendo como consequência direta a limitação crescente da participação da população nas instâncias públicas de decisão (a televisão é uma concessionária de serviço público), só que agora com o agravante da falsa sensação de que a comunicação se tornou mais democrática com a internet.
Que a televisão permaneça por muitos e muitos anos, mas que o seu atual modelo tenha seus dias contados! Quem sabe com isso um dia voltemos para o meio da praça, não mais para assistir TV, mas para fazermos valer uma cultura de participação política realmente ativa e instruída, como uma democracia de fato merece.
ARAÚJO, F. P. Disponível em: www.observatoriodaimprensa.com.br. Acesso em: 30 out. 2021 (adaptado)
Embora reconheça o impacto social da televisão e seu importante papel de sociabilização ao longo do tempo, o texto defende que essa tecnologia passe por mudanças que contribuam para