Ana Maria [entrevistadora]: Vida de empreguete é tã...

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Q2546471 Sociologia
         Ana Maria [entrevistadora]: Vida de empreguete é tão dura assim como vocês retratam no clipe?
         Penha [empregada]: Olha, Ana, difícil mesmo é aturar cara de patroa ignorante que não sabe pedir as coisas com educação.
      Sonia [patroa]: Ana, eu acho que nós estamos vivendo uma inversão total de valores, entende? Não somos nós que precisamos das empregadas. Elas é que precisam do emprego, precisam do dinheiro que nós pagamos.
       Cida [empregada]: Até parece, dona Sonia, a senhora precisa de mim até pra pegar água!
        Sonia: Eu sou de um tempo em que os serviçais sabiam o seu lugar!
      Cida: Eu esqueci que a senhora pegou a época da escravidão! Ana Maria: Gente, eu só quis promover aqui uma confraternização...
       Chayenne [patroa]: Ana, pare tudo, porque agora eu quero falar! Eu sou uma patroa que dou de tudo: eu dou comida, eu dou quartinho, eu dou sabão de coco pra elas se lavarem, eu dou papel higiênico, eu dou copo, prato, talher, tudo separado, sem descontar o salário!
      Penha: Agora, pra tirar férias, como manda a lei, é um sacrifício! E ela viaja e quer que eu fique carregando a mala dela. Eu não sou carregadora de mala, não!


MACEDO, R. M. Espelho mágico: produção e recepção de imagens de empregadas domésticas em uma telenovela brasileira. Cadernos Pagu, n. 48, 2016.


O diálogo, extraído de uma telenovela brasileira exibida em 2012, traduz o pensamento de uma sociedade caracterizada pela presença de
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