Questões do Enem Sobre português

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Q2546412 Português

Terça-feira, 30 de maio de 1893.


    Eu gosto muito de todas as festas de Diamantina; mas quando são na igreja do Rosário, que é quase pegada à chácara de vovó, eu gosto ainda mais. Até parece que a festa é nossa. E este ano foi mesmo. Foi sorteada para rainha do Rosário uma ex-escrava de vovó chamada Júlia e para rei um negro muito entusiasmado que eu não conhecia. Coitada de Júlia! Ela vinha há muito tempo ajuntando dinheiro para comprar um rancho. Gastou tudo na festa e ainda ficou devendo. Agora é que eu vi como fica caro para os pobres dos negros serem reis por um dia. Júlia com o vestido e a coroa já gastou muito. Além disso, teve de dar um jantar para a corte toda. A rainha tem uma caudatária que vai atrás segurando na capa que tem uma grande cauda. Esta também é negra da chácara e ajudou no jantar. Eu acho graça é no entusiasmo dos pretos neste reinado tão curto. Ninguém rejeita o cargo, mesmo sabendo a despesa que dá!


MORLEY, H. Minha vida de menina. São Paulo: Cia. das Letras, 1998.



O trecho apresenta marcas textuais que justificam o emprego da linguagem coloquial. O tom informal do discurso se deve ao fato de que se trata de um(a)

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Q2546411 Português
Proclamação do amor antigramática

“Dá-me um beijo”, ela me disse, E eu nunca mais voltei lá. Quem fala “dá-me” não ama, Quem ama fala “me dá” “Dá-me um beijo” é que é correto, É linguagem de doutor, Mas “me dá” tem mais afeto, Beijo me-dado é melhor. A gramática foi feita Por um velho professor, Por isso é tão má receita Pra dizer coisas de amor. O mestre pune com zero Quem não diz “amo-te”. Aposto Que em casa ele é mais sincero E diz pra mulher: “te gosto” Delírio dos olhos meus, Estás ficando antipática. Pelo diabo ou por deus Manda às favas a gramática. Fala, meu cheiro de rosa, Do jeito que estou pedindo: “Hoje estou menas formosa, Com licença, vou se indo”. Comete miles de erros, Mistura tu com você, E eu proclamarei aos berros: “Vós és o meu bem querer”.

LAGO, M. Disponível em: www.mariolago.com.br. Acesso em: 30 out. 2021.


Nesse poema, o eu lírico defende o uso de algumas estruturas consideradas inadequadas na norma-padrão da língua. Esse uso, exemplificado por “me dá” e “te gosto”, é legitimado
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Q2546410 Português
Plantas superpoderosas

       A bióloga Joanne Chory já tinha 60 anos e um diagnóstico de Parkinson quando decidiu se dedicar a um projeto que capturasse gás carbônico da atmosfera — coisa que as plantas fazem regularmente há 2,8 bilhões de anos. Para isso, a pesquisadora começou a estudar algumas espécies e alterá-las por meio de técnicas de horticultura e manipulação genética. A ideia é que capturem mais carbono e o armazenem em suas raízes. Uma dessas plantas, um tipo de mostarda, já cresce no delta do rio Mississipi. Caso funcione, a pesquisa tem potencial para diminuir em 46% o excesso de CO2 jogado anualmente na atmosfera. “Provavelmente não estarei aqui para ver os resultados. Mas prefiro ser parte da solução a me sentar e reclamar”, diz Joanne. Que as superplantas criadas pela bióloga vinguem e vicejem!

CARNEIRO, F. Disponível em: https://veja.abril.com.br. Acesso em: 23 out. 2021 (adaptado).


Esse texto descreve a pesquisa inovadora realizada por uma bióloga de 60 anos com diagnóstico de Parkinson. O trecho que permite uma referência indireta a essa condição física é
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Q2546409 Português
      Basquiat representa uma das classes da sociedade americana às quais as barreiras sociais impedem, geralmente, o acesso à arte. Os seus quadros, objetos pictóricos e desenhos apresentam-se cheios de sinais, transcrições de textos e elementos figurativos, encadeados em ritmos pictóricos de uma precisão empolgante — um misto de pintura gráfica, símbolos populares americanos, gírias de rua e alusões a obras de arte famosas.

HONNEF, K. Arte contemporânea. São Paulo: 1994 (adaptado).


As características pictóricas das obras de Basquiat apresentadas no texto aproximam-se das que encontramos no Brasil no
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Q2546408 Português

TEXTO I 




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VIK MUNIZ. Segundo Warhol: dupla Mona Lisa. Fotografia da

composição, realizada com geleia e pasta de amendoim.

MAC Lima, Peru, 1999.



Disponível em: www.artnet.com. Acesso em: 1 nov. 2022.



TEXTO II


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ARCIMBOLDO, G. Vertumnus (Imperador Rodolfo II).

Óleo sobre painel de madeira, 70 x 57 cm.

Castelo Skokloster, Suécia, circa 1590.



Disponível em: www.aventurasnahistoria.uol.com.br. Acesso em: 16 fev. 2023.



Produzidas com mais de 400 anos de diferença, as obras de Vik Muniz e Giuseppe Arcimboldo têm em comum a referência a alimentos. Contudo, enquanto na obra de Arcimboldo os alimentos fazem parte de um jogo de representação, em Muniz, são empregados como matéria-prima, sinalizando uma


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Q2546407 Português
Imagem associada para resolução da questão




PAULINO, R. Bastidores (detalhe). Gravura sobre tecido em suporte de madeira para bordado, 1997.

Disponível em: www.galeriavirgilio.com.br. Acesso em: 29 out. 2010.



Sob a perspectiva em que o artista deve trabalhar com as coisas que o tocam profundamente, a singularidade da obra Bastidores, produzida com objetos do cotidiano e de pouco valor material, mostra a boca, que expressa uma
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Q2546406 Português
       Para começar, ele nos olha na cara. Não é como a máquina de escrever, que a gente olha de cima, com superioridade. Com ele é olho no olho ou tela no olho. Ele nos desafia. Parece estar dizendo: vamos lá, seu desprezível pré-eletrônico, mostre o que você sabe fazer. A máquina de escrever faz tudo que você manda, mesmo que seja a tapa. Com o computador é diferente. Você faz tudo que ele manda. Ou precisa fazer tudo ao modo dele, senão ele não aceita. Às vezes, quando a gente erra, ele faz “bip”. Assim, para todo mundo ouvir. Comecei a usar o computador na redação do jornal e volta e meia errava. E lá vinha ele: “Bip!” “Olha aqui, pessoal: ele errou.” “O burro errou!”.
      Outra coisa: ele é mais inteligente que você. Esse negócio de que qualquer máquina só é tão inteligente quanto quem a usa não vale com ele. Está subentendido, nas suas relações com o computador, que você jamais aproveitará metade das coisas que ele tem para oferecer. A máquina de escrever podia ter recursos que você nunca usaria, mas não tinha o mesmo ar de quem só aguentava os humanos por falta de coisa melhor, no momento. E a máquina, mesmo nos seus instantes de maior impaciência conosco, jamais faria “bip” em público.

VERISSIMO, L. F. Pai não entende nada. Porto Alegre: L&PM, 1990.


Ao descrever sua relação com a máquina de escrever e o computador, o cronista adota uma perspectiva que
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Q2546405 Português
        O grande hall do hotel estava repleto. [...] Os criados passavam apressados, erguendo numa azáfama os pratos de metal. Ao alto, os ventiladores faziam um rumor de colmeias. Senhoras e cavalheiros, perfeitamente felizes, as senhoras quase todas com largos boás de plumas brancas, chalravam e sorriam. Estávamos bem na bizarra sociedade de entalhe que é o escol dos hotéis. Alta, longa, comprida, com uma cintura de esmaltes translúcidos e o ar empoado de uma íntima do general Lafayette, a escritora americana cuja admiração por Gonçalves Dias chegara a fazê-la estudar e propagar o Brasil, mastigava gravemente. Logo ao lado, um grupo de engenheiros, também americanos, bebia, com gargalhadas brutais e decerto inconvenientes, champanhe Mumm. [...] De vez em quando parava à porta um novo hóspede, hesitava, percorria com o olhar a extensa fila de mesas onde o debinage se acalorava. A um canto, Mlles. Peres, filhas de um rico argentino, yatch-recorderman nas horas vagas e vendedor de gado nas outras, perlavam risadinhas de flerte para o solitário e divino Alberto Guerra, seguro dos seus bíceps, dos seus brilhantes e quiçá dos seus versos.

JOÃO DO RIO. Dentro da noite. São Paulo: Antiqua, 2002 (fragmento).


Nessa descrição, o narrador traça um panorama sociocultural das primeiras décadas do século XX. Sua perspectiva revela uma
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Q2546404 Português

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Disponível em: https://twitter.com/emicida. Acesso em: 23 out. 2021.



Nessa postagem dirigida aos seus seguidores de rede social, o autor utiliza uma linguagem

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Q2546403 Português
        Até agora não pudemos saber se há ouro ou prata nela, ou outra coisa de metal, ou ferro; nem lha vimos.
       Contudo a terra em si é de muito bons ares frescos e temperados como os de Entre-Douro-e-Minho, porque neste tempo d’agora assim os achávamos como os de lá. Águas são muitas; infinitas. Em tal maneira é graciosa que, querendo-a aproveitar, dar-se-á nela tudo; por causa das águas que tem! Contudo, o melhor fruto que dela se pode tirar parece-me que será salvar esta gente. E esta deve ser a principal semente que Vossa Alteza em ela deve lançar. E que não houvesse mais do que ter Vossa Alteza aqui esta pousada para essa navegação de Calicute bastava. Quanto mais, disposição para se nela cumprir e fazer o que Vossa Alteza tanto deseja, a saber, acrescentamento da nossa fé!


CAMINHA, P. V. A carta. Disponível em: www.dominiopublico.gov.br. Acesso em: 31 out. 2021.


Esse texto é um fragmento da carta de Pero Vaz de Caminha para o rei de Portugal, cuja importância documental reside no fato de
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Q2546402 Português
TEXTO I

Você vai ficar obsoleto  
      Vivemos numa época em que as coisas ficam obsoletas cada vez mais rápido. Produtos e serviços desaparecem substituídos por outros, como também indústrias inteiras, devoradas por formas mais eficientes de trabalho. O comportamento das pessoas também está mudando; hoje aceitamos a inovação muito mais rápido.
         Você sabia que a eletricidade demorou 46 anos para ser adotada por pelos menos 25% da população norte-americana? Para o telefone foram necessários 35 anos, 31 para o rádio, 26 para a televisão, 16 para o computador, 13 para o celular e apenas 7 para a internet.
         Dessa forma, tecnologia e empreendedorismo formam uma combinação explosiva que afeta os tradicionais setores econômicos, transformando modelos de negócios inteiros e acelerando o envelhecimento das coisas. Portanto, a chave para lidar com isso nos exige sair constantemente da zona de conforto. Deixar para trás o velho e abrir-se ao novo é despir-se do medo do desconhecido. É deixar-se dominar pelo entusiasmo, pela curiosidade e pela vontade de viver e fazer diferente.


SENGER, A. Disponível em: www.cloudcoaching.com.br. Acesso em: 20 nov. 2021 (adaptado).


TEXTO II

A rotina obsoleta

        Ser do tempo da máquina de escrever não me assusta mais. Já é objeto de museu. De colecionador. Até seu sucessor, o computador de mesa, está com os dias contados. Tão mais prático o laptop! Mas também existe o tablet, e quem sabe o que logo mais.
     É surpreendente a velocidade com que meu cotidiano se transforma. Objetos essenciais até um tempinho atrás desapareceram.
       Inventa-se um dispositivo, todo mundo tem, e, dali a pouco, ele é trocado por outro, mais avançado. A velocidade da mudança supera as eras anteriores.
     O próprio papel está perdendo a razão de ser. Documentos on-line são aceitos. Posso assinar um contrato por e-mail. Houve um tempo em que ter xerox de RG com firma reconhecida era um avanço. Hoje…
      Quem faz xerox? Imagine, eu sou do tempo em que na escola se faziam apostilas em xerox! Hoje, a gente recebe on-line.
     Parece estável? Vai sumir. A vida se torna obsoleta a cada segundo. Mas o novo vai surgir. Isso torna a vida fascinante. A realidade é deliciosamente instável.


CARRASCO, W. Disponível em: https://veja.abril.com.br. Acesso em: 20 nov. 2021.



Os textos I e II abordam a temática da obsolescência e têm em comum a
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Q2546401 Português
Construindo uma irmandade da língua

       A ideia de que a língua portuguesa é pertença de todos os seus falantes é hoje quase pacífica. Só meia dúzia de ultranacionalistas portugueses insiste ainda no disparate de se julgar proprietário exclusivo do idioma. Aliás, ao contrário da Commonwealth e da francofonia, a irmandade da língua portuguesa não tem um único centro ou voz dominante, e essa é precisamente uma das suas maiores virtudes.

AGUALUSA, J. E. O Globo, 8 maio 2021 (adaptado).


Nesse texto, o termo “Aliás” articula dois enunciados envolvidos numa mesma relação argumentativa, construindo, para o segundo, uma ideia de
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Q2546400 Português
Leão do Norte


Sou o coração do folclore nordestino Eu sou Mateus e Bastião do boi-bumbá Sou o boneco do Mestre Vitalino Dançando uma ciranda em Itamaracá Eu sou um verso de Carlos Pena Filho Num frevo de Capiba Ao som da Orquestra Armorial Sou Capibaribe Num livro de João Cabral Sou mamulengo de São Bento do Una Vindo no baque solto de maracatu Eu sou um auto de Ariano Suassuna
No meio da Feira de Caruaru Sou Frei Caneca do Pastoril do Faceta Levando a Flor da Lira Pra Nova Jerusalém Sou Luiz Gonzaga E eu sou mangue também

Eu sou mameluco, sou de Casa Forte Sou de Pernambuco, sou o Leão do Norte

LENINE; PINHEIRO, P. C. Leão do Norte. In: LENINE. Olho de peixe. São Paulo, 1993 (fragmento).


A letra da canção expressa a diversidade de danças, sendo uma delas demonstrada no trecho:


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Q2546399 Português
    O Esporte Adaptado ou Paradesporto é compreendido como prática que oportuniza às pessoas com deficiência (PcD) o alcance de novos horizontes e perspectivas de vida por meio de vivências motoras, psicológicas e sociais diversificadas. Esse tipo de atividade consiste na possibilidade de prática esportiva para PcD com modificações relacionadas às regras da modalidade ou à maneira como a modalidade se desenvolve. Adicionalmente, o esporte para PcD é geralmente dividido por grupos de deficiência específicos nos quais cada grupo tem história distinta, organização, programa de competição e abordagem diferentes. Registram-se atualmente movimentos esportivos específicos para pessoas surdas, para deficientes físicos, deficientes visuais e para pessoas com deficiência intelectual. Uma grande variedade de modalidades esportivas foram adaptadas para serem praticadas por pessoas com diferentes deficiências, assim como outras modalidades foram criadas exclusivamente para PcD.

SIMIM, M. A. M. et al. O estado da arte das pesquisas em esportes coletivos para pessoas com deficiência: uma revisão sistemática. Arquivos de Ciências do Esporte, n. 1, 2018 (adaptado).


De acordo com esse texto, as práticas esportivas para PcD são caracterizadas por

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Q2546398 Português
      A solidão nas cidades grandes é muito mais um sinal da precariedade do sentido da comunidade e da convivência, é mais um problema sociocultural do que de escolha individual.
     Certamente ela reflete a impossibilidade de retornar às florestas, como um dia fez Henry Thoreau. As florestas estão em extinção, assim como, curiosamente, a ideia de humanidade. Resta fugir para a moderna caverna na selva de pedra — sem querer reeditar lugares-comuns — que é a casa de cada um.
       A solidão é, assim, a categoria política que expressa a nostalgia de uma vivência de si mesmo. Ela é, por isso, a tentativa de preservar a subjetividade e a intimidade consigo mesmo que não tem lugar no contexto de relações sociais transformadas em mercadorias baratas.
     A sociedade da antipolítica precisa tratar a solidão como uma pena e um mal-estar quando não consegue olhar para a miséria da vez: o fetiche da hiperconectividade, que ilude que não somos sozinhos.

TIBURI, M. Disponível em: http://revistacult.uol.com.br. Acesso em: 7 out. 2011.


Marcia Tiburi trata de um tema relevante para a sociedade moderna: a convivência interpessoal e a hiperconectividade vivenciada no ciberespaço. O texto classifica-se, quanto ao gênero textual, como artigo de opinião, porque
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Q2546397 Português
       Que Stendhal confessasse haver escrito um de seus livros para cem leitores, coisa é que admira e consterna. O que não admira, nem provavelmente consternará, é se este outro livro não tiver os cem leitores de Stendhal, nem cinquenta, nem vinte, e quando muito, dez. Dez? Talvez cinco. Trata-se, na verdade, de uma obra difusa, na qual eu, Brás Cubas, se adotei a forma livre de um Sterne, ou de um Xavier de Maistre, não sei se lhe meti algumas rabugens de pessimismo. Pode ser. Obra de finado. Escrevia-a com a pena da galhofa e a tinta da melancolia, e não é difícil antever o que poderá sair desse conúbio. Acresce que a gente grave achará no livro umas aparências de puro romance, ao passo que a gente frívola não achará nele o seu romance usual; ei-lo aí fica privado da estima dos graves e do amor dos frívolos, que são as duas colunas máximas da opinião.

ASSIS, M. Memórias póstumas de Brás Cubas. Disponível em: www.dominiopublico.gov.br. Acesso em: 8 ago. 2015.


No fragmento transcrito da dedicatória “Ao leitor”, em Memórias póstumas de Brás Cubas, o autor serve-se da figura do narrador-defunto para
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Q2546396 Português
     É vantajoso que as crianças possam entender o funcionamento por trás da tecnologia que está presente em diversos aspectos da vida cotidiana, aproveitando a curiosidade infantil como impulso inicial. A computação ajuda a desenvolver o raciocínio, a melhorar a comunicação e a trabalhar a capacidade de resolver problemas. Os computadores executam tarefas por meio de comandos dados em uma programação. Essa, por sua vez, é feita com linguagens próprias, que funcionam como uma espécie de “idioma”, por meio do qual o programador se comunica com as máquinas.

        Porém, mais do que dominar essas linguagens, o programador precisa empregar a lógica computacional. O programador precisa expressar em seu código as condições e seus efeitos, como “se acontecer A, faça B, a não ser que haja X, então faça C”. A escrita de um algoritmo é repleta de condições interconectadas, do tipo “se”, “então”, “senão”, “ou”, “até que”, “enquanto” etc. Por isso, para programar, é necessário compreender esse tipo de raciocínio. Para as crianças, isso é tarefa fácil; afinal elas têm uma capacidade incrível de assimilar informações novas.

Disponível em: https://catracalivre.com.br. Acesso em: 25 nov. 2021.


Esse texto promove uma reflexão sobre o ensino de programação na infância. A defesa da proposta está ancorada na caracterização da programação com base na sua
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Q2546395 Português

      A verdade é que não me preocupo muito com o outro mundo. Admito Deus, pagador celeste dos meus trabalhadores, mal remunerados cá na terra, e admito o diabo, futuro carrasco do ladrão que me furtou uma vaca de raça. Tenho, portanto, um pouco de religião, embora julgue que, em parte, ela é dispensável a um homem. Mas mulher sem religião é horrível.


       Comunista, materialista. Bonito casamento! Amizade com o Padilha, aquele imbecil. “Palestras amenas e variadas”. Que haveria nas palestras? Reformas sociais, ou coisa pior. Sei lá! Mulher sem religião é capaz de tudo.

RAMOS, G. São Bernardo. Rio de Janeiro: Record, 1981.

     Uma das características da prosa de Graciliano Ramos é ser bastante direta e enxuta. No romance São Bernardo, o autor faz a análise psicológica de personagens e expõe desigualdades sociais com base na relação entre patrão e empregado, além da relação conjugal. Nesse sentido, o texto revela um(a)
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Q2546394 Português
       Jon Lord, fundador do Deep Purple, era um caso raro na música. Depois de uma carreira bem-sucedida como tecladista de duas das maiores bandas de rock do planeta, aposentou-se em 2002 para compor peças eruditas. Para ele, clássico e popular eram apenas aspectos de uma mesma entidade, a boa música. O caminho era quase natural. Tendo aprendido a tocar os clássicos no piano, Lord apaixonou-se pelo rock ao ouvir Buddy Holly e começou a tocar em combos de jazz, rhythm’n’blues e depois rock. Em 1969, aos 27 anos, ele compôs, com a ajuda do maestro Malcolm Arnold, um Concerto para grupo e orquestra, temperando a estrutura de uma peça erudita com a eletricidade agressiva da fase mais criativa do Deep Purple, a mesma equipe que comporia Smoke on the Water em 1972.

SOARES, M. Jon Lord foi um pioneiro na fusão entre rock e erudito. Disponível em: www1.folha.uol.com.br. Acesso em: 16 nov. 2021 (adaptado).


A circulação do tecladista Jon Lord (1941-2012) entre gêneros aparentemente distantes como o rock e a música erudita foi possível porque ele
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Q2546393 Português
O fim da história


Não creio que o tempo Venha comprovar Nem negar que a História Possa se acabar Basta ver que um povo Derruba um czar Derruba de novo Quem pôs no lugar É como se o livro dos tempos pudesse Ser lido trás pra frente, frente pra trás Vem a História, escreve um capítulo Cujo título pode ser “Nunca Mais” Vem o tempo e elege outra história, que escreve Outra parte, que se chama “Nunca É Demais” “Nunca Mais”, “Nunca É Demais”, “Nunca Mais” “Nunca É Demais”, e assim por diante, tanto faz Indiferente se o livro é lido De trás pra frente ou lido de frente pra trás.


GILBERTO GIL. In: Parabolicamará. Rio de Janeiro: WEA, 1991.


Considerando-se o jogo de oposições presente nessa letra de canção, infere-se que a narrativa histórica
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Respostas
21: C
22: A
23: D
24: C
25: D
26: D
27: A
28: A
29: D
30: E
31: E
32: C
33: E
34: B
35: D
36: E
37: D
38: D
39: B
40: C