Questões Militares de Literatura - Escolas Literárias

Foram encontradas 238 questões

Ano: 2014 Banca: Exército Órgão: EsFCEx Prova: Exército - 2014 - EsFCEx - Oficial - v |
Q587254 Literatura
(...)

O Amor é finalmente

um embaraço de pernas,

uma união de barrigas,

um breve tremor de artérias.

Uma confusão de bocas,

uma batalha de veias,

um reboliço de ancas,

quem diz outra coisa é besta.

(Fragmento do poema “Definição do Amor", de Gregório de Matos)

Fonte: MATOS, Gregório de. Poemas escolhidos. Sel., introdução e notas de José Miguel Wisnik. São Paulo: Editora Cultrix, 1981, p. 25. 

Sobre o poeta citado em fragmento, verifique as proposições abaixo e, em seguida, assinale a alternativa que apresenta a sequência correta

I. O poema pertence à poesia erótica ou érotico-irônica de Gregório de Matos.

II. Há, no poema, desprezo pela concepção amorosa cristã e idealizada do amor, ao optar por uma definição do amor ligada ao corpo e à sua experiência direta.

III. O poema possui um teor lírico e amoroso, quase religioso, na exaltação que faz à mulher.

IV. Pertence à poesia religiosa de Gregório de Matos, sendo um dos poemas mais significativos por sua definição do Amor, com letra maiúscula.
Alternativas
Q562816 Literatura
Leia o trecho de O Guarani, de José de Alencar, para responder à questão. 

      As cortinas da janela cerraram-se; Cecília tinha-se deitado. Junto da inocente menina, adormecida na isenção de sua alma pura de virgem, velavam três sentimentos profundos, palpitavam três corações bem diferentes.
      Em Loredano, o aventureiro de baixa extração, esse sentimento era desejo ardente, uma sede de gozo, uma febre que lhe requeimava o sangue: o instinto brutal desta natureza vigorosa era ainda aumentado pela impossibilidade moral que sua condição criava, pela barreira que se elevava entre ele, pobre colono, e a filha de D. Antônio de Mariz, rico fidalgo de solar e brasão.
      (...)
      Em Álvaro, cavalheiro delicado e cortês, o sentimento era uma afeição nobre e pura, cheia de graciosa timidez que perfuma as primeiras flores do coração, e do entusiasmo cavalheiresco que tanta poesia dava aos amores daquele tempo de crença e de lealdade.
      (...)
      Em Peri, o sentimento era um culto, espécie de idolatria fanática, na qual não entrava um só pensamento de egoísmo; amava Cecília não para sentir um prazer ou ter uma satisfação, mas para dedicar-se inteiramente a ela, para cumprir o menor de seus desejos, para evitar que a moça tivesse um pensamento que não fosse imediatamente uma realidade.  
      (...)
      Assim o amor se transformava tão completamente nessas organizações que apresentava três sentimentos bem distintos: um era uma loucura, o outro uma paixão, o último uma religião.
Observando-se a descrição da personagem Cecília, no primeiro parágrafo, vê-se que ela corresponde ao modelo
Alternativas
Q545388 Literatura

O poema abaixo traz a seguinte característica da escola literária em que se insere:



Violões que Choram...

Cruz e Sousa


Ah! plangentes violões dormentes, mornos,

soluços ao luar, choros ao vento...

Tristes perfis, os mais vagos contornos,

bocas murmurejantes de lamento.


Noites de além, remotas, que eu recordo,

noites de solidão, noites remotas

que nos azuis da Fantasia bordo,

vou constelando de visões ignotas.


Sutis palpitações à luz da lua,

anseio dos momentos mais saudosos,

quando lá choram na deserta rua

as cordas vivas dos violões chorosos.

[...]

Alternativas
Q539773 Literatura

Leia o trecho de Macunaíma, de Mário de Andrade, para responder às questões de números 75 e 76.

Muitos casos sucederam nessa viagem por caatingas rios corredeiras, gerais, corgos, corredores de tabatinga matos-virgens e milagres do sertão. Macunaíma vinha com os dois manos pra São Paulo. Foi o Araguaia que facilitou-lhes a viagem. Por tantas conquistas e tantos feitos passados o herói não ajuntara um vintém só mas os tesouros herdados da icamiaba estrela estavam escondidos nas grunhas do Roraima lá. Desses tesouros Macunaíma apartou pra viagem nada menos de quarenta vezes quarenta milhões de bagos de cacau, a moeda tradicional. Calculou com eles um dilúvio de embarcações. E ficou lindo trepando pelo Araguaia aquele poder de igaras, duma em uma duzentas em ajojo que nem flecha na pele do rio. Na frente Macunaíma vinha de pé, carrancudo, procurando no longe a cidade. Matutava matutava roendo os dedos agora cobertos de berrugas de tanto apontarem Ci estrela. Os manos remavam espantando os mosquitos e cada arranco dos remos repercutindo nas duzentas igaras ligadas, despejava uma batelada de bagos na pele do rio, deixando uma esteira de chocolate onde os camuatás pirapitingas dourados piracanjubas uarus-uarás e bacus se regalavam.

(1988, p. 36-37)

Um traço do estilo modernista presente no trecho é a

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Q539769 Literatura

Leia o capítulo de Memórias Póstumas de Brás Cubas, de Machado de Assis, para responder às questões de números 71 a 74.

O cimo da montanha


Quem escapa a um perigo ama a vida com outra intensidade. Entrei a amar Virgília com muito mais ardor, depois que estive a pique de a perder, e a mesma coisa lhe aconteceu a ela. Assim, a presidência não fez mais do que avivar a afeição primitiva; foi a droga com que tornamos mais saboroso o nosso amor, e mais prezado também. Nos primeiros dias, depois daquele incidente, folgávamos de imaginar a dor da separação, se houvesse separação, a tristeza de um e de outro, à proporção que o mar, como uma toalha elástica, se fosse dilatando entre nós; e, semelhantes às crianças, que se achegam ao regaço das mães, para fugir a uma simples careta, fugíamos do suposto perigo, apertando-nos com abraços.

— Minha boa Virgília!
— Meu amor!
— Tu és minha, não?
— Tua, tua...

    E assim reatamos o fio da aventura, como a sultana Scheherazade* o dos seus contos. Esse foi, cuido eu, o ponto máximo do nosso amor, o cimo da montanha, donde por algum tempo divisamos os vales de leste e de oeste, e por cima de nós o céu tranquilo e azul. Repousado esse tempo, começamos a descer a encosta, com as mãos presas ou soltas, mas a descer, a descer...

*personagem principal das Mil e uma noites, em que é a narradora que conta ao sultão as histórias que vão adiando a sentença de morte dela.

(1998, p. 128-129)

Nesse capítulo, destaca-se uma característica marcante do romance realista de Machado de Assis, que é
Alternativas
Respostas
181: C
182: C
183: E
184: A
185: D