Questões Militares de Literatura - Escolas Literárias
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O Amor é finalmente
um embaraço de pernas,
uma união de barrigas,
um breve tremor de artérias.
Uma confusão de bocas,
uma batalha de veias,
um reboliço de ancas,
quem diz outra coisa é besta.
(Fragmento do poema “Definição do Amor", de Gregório de Matos)
Fonte: MATOS, Gregório de. Poemas escolhidos. Sel., introdução e notas de José Miguel Wisnik. São Paulo: Editora Cultrix, 1981, p. 25.
Sobre o poeta citado em fragmento, verifique as proposições abaixo e, em seguida, assinale a alternativa que apresenta a sequência correta
I. O poema pertence à poesia erótica ou érotico-irônica de Gregório de Matos.
II. Há, no poema, desprezo pela concepção amorosa cristã e idealizada do amor, ao optar por uma definição do amor ligada ao corpo e à sua experiência direta.
III. O poema possui um teor lírico e amoroso, quase religioso, na exaltação que faz à mulher.
IV. Pertence à poesia religiosa de Gregório de Matos, sendo um dos poemas mais significativos por sua definição do Amor, com letra maiúscula.
As cortinas da janela cerraram-se; Cecília tinha-se deitado. Junto da inocente menina, adormecida na isenção de sua alma pura de virgem, velavam três sentimentos profundos, palpitavam três corações bem diferentes.
Em Loredano, o aventureiro de baixa extração, esse sentimento era desejo ardente, uma sede de gozo, uma febre que lhe requeimava o sangue: o instinto brutal desta natureza vigorosa era ainda aumentado pela impossibilidade moral que sua condição criava, pela barreira que se elevava entre ele, pobre colono, e a filha de D. Antônio de Mariz, rico fidalgo de solar e brasão.
(...)
Em Álvaro, cavalheiro delicado e cortês, o sentimento era uma afeição nobre e pura, cheia de graciosa timidez que perfuma as primeiras flores do coração, e do entusiasmo cavalheiresco que tanta poesia dava aos amores daquele tempo de crença e de lealdade.
(...)
Em Peri, o sentimento era um culto, espécie de idolatria fanática, na qual não entrava um só pensamento de egoísmo; amava Cecília não para sentir um prazer ou ter uma satisfação, mas para dedicar-se inteiramente a ela, para cumprir o menor de seus desejos, para evitar que a moça tivesse um pensamento que não fosse imediatamente uma realidade.
(...)
Assim o amor se transformava tão completamente nessas organizações que apresentava três sentimentos bem distintos: um era uma loucura, o outro uma paixão, o último uma religião.
O poema abaixo traz a seguinte característica da escola literária em que se insere:
Cruz e Sousa
Ah! plangentes violões dormentes, mornos,
soluços ao luar, choros ao vento...
Tristes perfis, os mais vagos contornos,
bocas murmurejantes de lamento.
Noites de além, remotas, que eu recordo,
noites de solidão, noites remotas
que nos azuis da Fantasia bordo,
vou constelando de visões ignotas.
Sutis palpitações à luz da lua,
anseio dos momentos mais saudosos,
quando lá choram na deserta rua
as cordas vivas dos violões chorosos.
[...]
Leia o trecho de Macunaíma, de Mário de Andrade, para responder às questões de números 75 e 76.
Muitos casos sucederam nessa viagem por caatingas rios corredeiras, gerais, corgos, corredores de tabatinga matos-virgens e milagres do sertão. Macunaíma vinha com os dois manos pra São Paulo. Foi o Araguaia que facilitou-lhes a viagem. Por tantas conquistas e tantos feitos passados o herói não ajuntara um vintém só mas os tesouros herdados da icamiaba estrela estavam escondidos nas grunhas do Roraima lá. Desses tesouros Macunaíma apartou pra viagem nada menos de quarenta vezes quarenta milhões de bagos de cacau, a moeda tradicional. Calculou com eles um dilúvio de embarcações. E ficou lindo trepando pelo Araguaia aquele poder de igaras, duma em uma duzentas em ajojo que nem flecha na pele do rio. Na frente Macunaíma vinha de pé, carrancudo, procurando no longe a cidade. Matutava matutava roendo os dedos agora cobertos de berrugas de tanto apontarem Ci estrela. Os manos remavam espantando os mosquitos e cada arranco dos remos repercutindo nas duzentas igaras ligadas, despejava uma batelada de bagos na pele do rio, deixando uma esteira de chocolate onde os camuatás pirapitingas dourados piracanjubas uarus-uarás e bacus se regalavam.
(1988, p. 36-37)
Um traço do estilo modernista presente no trecho é a
Leia o capítulo de Memórias Póstumas de Brás Cubas, de Machado de Assis, para responder às questões de números 71 a 74.
O cimo da montanha