Questões Militares
Sobre coesão e coerência em português
Foram encontradas 687 questões
Texto II
Texto II
É importante notarmos o cuidado que esses pesquisadores tiveram em diferenciar o uso nocivo dos anabolizantes de outras substâncias de abuso. (linhas 51 e 52)
A respeito do trecho acima, analise as afirmativas a seguir:
I. Há tanto adjuntos adnominais quanto complementos
nominais vinculados à palavra cuidado.
II. Há ocorrência de erro de paralelismo ou erro de comparação.
III. Há somente uma ocorrência de termo com papel anafórico.
Assinale
Apesar de aparentemente não ser grave, é uma queixa que, muitas vezes, leva o usuário à automedicação ou ao uso abusivo de álcool e sedativos para dormir. (linhas 35 e 36)
Realizando-se as adaptações necessárias, o termo sublinhado NÃO poderia ser substituído por um dos listados nas alternativas a seguir, sob pena de alteração de sentido. Assinale-o.
Muitos autores consideram que os anabolizantes se tornaram um importante elemento de toda a cultura ocidental, influenciando a percepção de como um corpo masculino saudável deveria parecer. A mudança pode ser constatada na mídia, na publicidade e até mesmo nos brinquedos a partir da década de 1980, quando surgiram filmes estrelados por atores extremamente musculosos, e quando ocorreu a disseminação do consumo das chamadas “bombas” pela população em geral, muito além das fronteiras do esporte de elite. (linhas 26 a 30)
A respeito do trecho acima, analise as afirmativas a seguir:
I. Em toda a cultura, o artigo A pode ser suprimido sem provocar mudança de sentido.
II. Em até mesmo, pode-se suprimir o vocábulo mesmo, sem provocar mudança de sentido.
III. A vírgula após musculosos pode ser suprimida, sem prejuízo gramatical para o texto.
Assinale
“Tinha um busto enorme, enquanto nós todas ainda éramos achatadas.” (1°§)
Assinale a opção em que o conectivo apresentado substitui a conjunção sublinhada na frase acima, mantendo o mesmo valor semântico e a mesma relação sintática.
Texto para a questão.
Quando o cérebro começa a falhar
Texto para a questão.
Quando o cérebro começa a falhar
Supondo que se possa representar o trecho sublinhado acima por
yXy = yX → yXy →X (X + Xy + Xy),
o trecho sublinhado em vários resultados também sugerem que estamos progredindo em entender e tratar melhor as doenças neurodegenerativas (linhas 50 e 51) está corretamente representado em
Mas não há motivo de preocupação se você é jovem ainda: o aparecimento da DA só é comum a partir dos 65 anos, e o esquecimento ocasional de algo pode ser apenas circunstancial. (linhas 20 e 21)
No excerto acima, o trecho após os dois-pontos tem papel de
Isso transformou senhores de engenho no Brasil em benfeitores, uma vez que eles seriam responsáveis por “humanizarem” os escravos e as escravas, ao levá-los para as águas do batismo. (linhas 39 e 40)
A respeito do período acima, analise as afirmativas a seguir:
I. O termo benfeitores exerce função de predicativo do objeto.
II. A palavra “humanizarem” se colocou entre aspas por referir a expressão que os senhores de engenho empregavam, o que a coloca no âmbito de citação.
III. O pronome Isso apresenta função anafórica.
Assinale
Mas há uma outra bondade que não se refere à competitividade e nem pode gerar qualquer perspectiva individualista. (linhas 64 e 65)
Assinale a alternativa que indique a correta passagem para o plural do período acima.
Os antigos
Os antigos invocavam as Musas.
Nós invocamo-nos a nós mesmos.
Não sei se as Musas apareciam –
Seria sem dúvida conforme o invocado e a invocação. –
Mas sei que nós não aparecemos.
Quantas vezes me tenho debruçado
Sobre o poço que me suponho
E balido “Ah!” para ouvir um eco,
E não tenho ouvido mais que o visto –
O vago alvor escuro com que a água resplandece
Lá na inutilidade do fundo…
Nenhum eco para mim…
Só vagamente uma cara,
Que deve ser a minha, por não poder ser de outro.
E uma coisa quase invisível,
Exceto como luminosamente vejo
Lá no fundo…
No silêncio e na luz falsa do fundo…
(Fernando Pessoa. Poemas de Álvaro de Campos. São Paulo, Saraiva, 2013, p. 156)
Leia o trecho inicial da crônica de Machado de Assis para responder à questão.
[19 maio de 1888]
Bons dias! Eu pertenço a uma família de profetas après coup1 , post factum2 , depois do gato morto, ou como melhor nome tenha em holandês. Por isso digo, juro se necessário for, que toda a história desta lei de 13 de maio estava por mim prevista, tanto que na segunda-feira, antes mesmo dos debates, tratei de alforriar um molecote que tinha, pessoa de seus dezoito anos, mais ou menos. Alforriá-lo era nada; entendi que, perdido por mil, perdido por mil e quinhentos, e dei um jantar.
Levantei-me eu com a taça de champanha e declarei que, acompanhando as ideias pregadas por Cristo, há dezoito séculos, restituía a liberdade ao meu escravo Pancrácio; que entendia que a nação inteira devia acompanhar as mesmas ideias e imitar o meu exemplo; finalmente, que a liberdade era um dom de Deus que os homens não podiam roubar sem pecado.
Pancrácio, que estava à espreita, entrou na sala, como um furacão, e veio abraçar-me os pés. Todos os lenços comovidos apanharam as lágrimas de admiração. Caí na cadeira e não vi mais nada. De noite, recebi muitos cartões. Creio que estão pintando o meu retrato, e suponho que a óleo.
No dia seguinte, chamei o Pancrácio e disse-lhe com rara franqueza:
– Tu és livre, podes ir para onde quiseres. Aqui tens casa amiga, já conhecida e tens mais um ordenado, um ordenado que...
– Oh! meu senhô! fico...
– Um ordenado pequeno, mas que há de crescer. Tudo cresce neste mundo: tu cresceste imensamente. Quando nasceste eras um pirralho deste tamanho; hoje estás mais alto que eu. Deixa ver; olha, és mais alto quatro dedos...
– Artura não qué dizê nada, não, senhô...
– Pequeno ordenado, repito, uns seis mil-réis: mas é de grão em grão que a galinha enche o seu papo. Tu vales muito mais que uma galinha.
– Justamente. Pois seis mil-réis. No fim de um ano, se andares bem, conta com oito. Oito ou sete. Pancrácio aceitou tudo: aceitou até um peteleco que lhe dei no dia seguinte, por me não escovar bem as botas; efeitos da liberdade. Mas eu expliquei-lhe que o peteleco, sendo um impulso natural, não podia anular o direito civil adquirido por um título que lhe dei. Ele continuava livre, eu de mau humor; eram dois estados naturais, quase divinos.
Tudo compreendeu o meu bom Pancrácio: daí para cá, tenho-lhe despedido alguns pontapés, um ou outro puxão de orelhas. E chamo-lhe besta quando lhe não chamo filho do diabo; coisas todas que ele recebe humildemente, e (Deus me perdoe!) creio que até alegre.
(Machado de Assis. Bons dias. www.dominiopublico.gov.br. Adaptado)
1 après coup: [francês] pós-golpe.
2 post factum: [latim] depois do fato.
Leia o trecho inicial da crônica de Machado de Assis para responder à questão.
[19 maio de 1888]
Bons dias! Eu pertenço a uma família de profetas après coup1 , post factum2 , depois do gato morto, ou como melhor nome tenha em holandês. Por isso digo, juro se necessário for, que toda a história desta lei de 13 de maio estava por mim prevista, tanto que na segunda-feira, antes mesmo dos debates, tratei de alforriar um molecote que tinha, pessoa de seus dezoito anos, mais ou menos. Alforriá-lo era nada; entendi que, perdido por mil, perdido por mil e quinhentos, e dei um jantar.
Levantei-me eu com a taça de champanha e declarei que, acompanhando as ideias pregadas por Cristo, há dezoito séculos, restituía a liberdade ao meu escravo Pancrácio; que entendia que a nação inteira devia acompanhar as mesmas ideias e imitar o meu exemplo; finalmente, que a liberdade era um dom de Deus que os homens não podiam roubar sem pecado.
Pancrácio, que estava à espreita, entrou na sala, como um furacão, e veio abraçar-me os pés. Todos os lenços comovidos apanharam as lágrimas de admiração. Caí na cadeira e não vi mais nada. De noite, recebi muitos cartões. Creio que estão pintando o meu retrato, e suponho que a óleo.
No dia seguinte, chamei o Pancrácio e disse-lhe com rara franqueza:
– Tu és livre, podes ir para onde quiseres. Aqui tens casa amiga, já conhecida e tens mais um ordenado, um ordenado que...
– Oh! meu senhô! fico...
– Um ordenado pequeno, mas que há de crescer. Tudo cresce neste mundo: tu cresceste imensamente. Quando nasceste eras um pirralho deste tamanho; hoje estás mais alto que eu. Deixa ver; olha, és mais alto quatro dedos...
– Artura não qué dizê nada, não, senhô...
– Pequeno ordenado, repito, uns seis mil-réis: mas é de grão em grão que a galinha enche o seu papo. Tu vales muito mais que uma galinha.
– Justamente. Pois seis mil-réis. No fim de um ano, se andares bem, conta com oito. Oito ou sete. Pancrácio aceitou tudo: aceitou até um peteleco que lhe dei no dia seguinte, por me não escovar bem as botas; efeitos da liberdade. Mas eu expliquei-lhe que o peteleco, sendo um impulso natural, não podia anular o direito civil adquirido por um título que lhe dei. Ele continuava livre, eu de mau humor; eram dois estados naturais, quase divinos.
Tudo compreendeu o meu bom Pancrácio: daí para cá, tenho-lhe despedido alguns pontapés, um ou outro puxão de orelhas. E chamo-lhe besta quando lhe não chamo filho do diabo; coisas todas que ele recebe humildemente, e (Deus me perdoe!) creio que até alegre.
(Machado de Assis. Bons dias. www.dominiopublico.gov.br. Adaptado)
1 après coup: [francês] pós-golpe.
2 post factum: [latim] depois do fato.
Considere os vocábulos destacados e enumerados na seguinte passagem do texto:
Levantei-me eu com a taça de champanha e declarei que (1), acompanhando as ideias pregadas por Cristo, há dezoito séculos, restituía a liberdade ao meu escravo Pancrácio; que (2) entendia que (3) a nação inteira devia acompanhar as mesmas ideias e imitar o meu exemplo; finalmente, que (4) a liberdade era um dom de Deus que (5) os homens não podiam roubar sem pecado.
O vocábulo que tem função pronominal, ou seja, que retoma e substitui uma expressão substantiva no texto, é o identificado pelo número
Considere a tira para responder a questão.
Com relação à fala do primeiro quadrinho, a fala do segundo expressa uma _________ . Essa relação coesiva se tornaria explícita pelo emprego de __________ ao início da segunda fala.
As lacunas desse comentário se preenchem, correta e respectivamente, por
A solidão é a grande ameaça
Quando eu era jovem, eu nunca tive o conceito de “redes”. Eu tinha o conceito de laços humanos, de comunidades, esse tipo de coisa, mas não redes. Qual é a diferença entre comunidade e rede? A comunidade precede você. Você nasce numa comunidade. Por outro lado, temos a rede.
O que é uma rede? Ao contrário da comunidade, a rede é a que é feita e mantida viva por duas atividades diferentes. Uma é conectar e a outra é desconectar. E eu acho que a atratividade do novo tipo de amizade, o tipo de amizade do Facebook, como eu a chamo, está exatamente aí. Que é tão fácil de desconectar.
É fácil conectar, fazer amigos. Mas o maior atrativo é a facilidade de se desconectar. Imagine que estamos falando não de amigos on-line, conexões on-line, compartilhamento on-line, mas sim de conexões off-line, conexões de verdade, frente a frente, corpo a corpo, olho no olho. Neste caso, romper relações é sempre um evento muito traumático. Você tem que encontrar desculpas, você tem que se explicar, você tem que mentir com frequência e, mesmo assim, você não se sente seguro, porque seu parceiro diz que você não tem direitos, que você é um porco etc. É difícil. Na internet, é tão fácil, você só pressiona delete e pronto. Em vez de 500 amigos, você terá 499, mas isso será apenas temporário, porque amanhã você terá outros 500, e isso corrói muito os laços humanos.
Os laços humanos são uma mistura de bênção e maldição.
Bênção porque é realmente muito prazeroso, é muito satisfatório ter outro parceiro em quem confiar e fazer algo por ele ou ela. É um tipo de experiência indisponível para a amizade no Facebook; então, é uma bênção... E eu acho que muito jovem não tem nem mesmo consciência do que eles realmente perderam, porque eles nunca vivenciaram esse tipo de situação.
Por outro lado, há a maldição, pois quando você entra no laço, você espera ficar lá para sempre. Você jura, você faz um juramento: até que a morte nos separe, para sempre. O que isso significa? Significa que você empenha o seu futuro. Talvez amanhã, ou no mês que vem, ou no ano que vem, haja novas oportunidades. Agora você não consegue prevê-las, porque você ficará preso aos seus antigos compromissos, às suas antigas obrigações.
Então, trata-se de uma situação muito ambivalente e, consequentemente, de um fenômeno curioso dessa pessoa solitária numa multidão de solitários. Estamos todos numa solidão e numa multidão ao mesmo tempo.
ZIGMUNT BAUMAN. Fronteiras.com/artigos/zygmunt-bauman-la-solidao-e-a-grande-ameaça. (Adaptado)