Questões Militares Sobre interpretação de textos em português

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Q726260 Português

Um rio do Éden

29 de agosto de 2013 | 2h 19. Luiz Fernando Veríssimo - O Estado de S. Paulo.

 O meu relógio biológico é um Rolex. Não, brincadeira. Nós todos temos um relógio dentro de nós que sempre "sabe" exatamente que horas são, embora nem todo mundo saiba que ele sabe, ou confie nele. O relógio biológico funciona mais ou menos como uma portaria de hotel, à qual você pede para ser acordado a certa hora. Ou como um despertador, que você marca para acordá-lo. O relógio interior pode falhar - as portarias de hotel e os despertadores também falham -, mas sempre que não acreditei no meu me arrependi. O que aconteceu mais de uma vez foi que o relógio biológico me acordou e fiquei na cama, aflito para saber se a portaria iria se lembrar ou o despertador funcionar, e acabei me atrasando. E minha tese é que quando o relógio biológico não nos acorda é porque, no fundo, não queremos acordar. Algum outro instrumento instintivo que carregamos sem saber prevaleceu e neutralizou o relógio.

 É fascinante essa ideia de que trazemos nos genes recursos, impulsos, fobias e encargos dos quais não nos damos conta, como relógios embutidos ligados a alguma fonte inimaginavelmente precisa de tempo certo. Somos portadores de mensagens cifradas que não conhecemos, e não entenderíamos se conhecêssemos. Há uma teoria segundo a qual o pavor universal de cobras vem de um resquício do passado reptiliano que ficou num dos cantos primitivos do nosso cérebro. E a mais nobre e misteriosa missão que nossos genes realizam à nossa revelia é a de trazer nosso DNA desde as origens da espécie humana até agora. Ninguém nos contratou, mas nossa função no mundo é transportar DNA.

 O famoso biólogo darwinista Richard Dawkins deu um título poético a um dos seus livros: River Out of Eden. Tirado de Gênese 2:10 "E saía um rio do Éden para regar o jardim, e dali se dividia". O rio do Éden de Dawkins e de DNA, e passa por todos nós.

Disponível em http://www.estadao.com.br/noticias/impresso,um-rio-do-eden-,1069085,0.htm. Acesso em 6/9/2013. 

Na crônica de Veríssimo, predominam as sequências dissertativo-argumentativas, pois o autor:
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Q726259 Português

Um rio do Éden

29 de agosto de 2013 | 2h 19. Luiz Fernando Veríssimo - O Estado de S. Paulo.

 O meu relógio biológico é um Rolex. Não, brincadeira. Nós todos temos um relógio dentro de nós que sempre "sabe" exatamente que horas são, embora nem todo mundo saiba que ele sabe, ou confie nele. O relógio biológico funciona mais ou menos como uma portaria de hotel, à qual você pede para ser acordado a certa hora. Ou como um despertador, que você marca para acordá-lo. O relógio interior pode falhar - as portarias de hotel e os despertadores também falham -, mas sempre que não acreditei no meu me arrependi. O que aconteceu mais de uma vez foi que o relógio biológico me acordou e fiquei na cama, aflito para saber se a portaria iria se lembrar ou o despertador funcionar, e acabei me atrasando. E minha tese é que quando o relógio biológico não nos acorda é porque, no fundo, não queremos acordar. Algum outro instrumento instintivo que carregamos sem saber prevaleceu e neutralizou o relógio.

 É fascinante essa ideia de que trazemos nos genes recursos, impulsos, fobias e encargos dos quais não nos damos conta, como relógios embutidos ligados a alguma fonte inimaginavelmente precisa de tempo certo. Somos portadores de mensagens cifradas que não conhecemos, e não entenderíamos se conhecêssemos. Há uma teoria segundo a qual o pavor universal de cobras vem de um resquício do passado reptiliano que ficou num dos cantos primitivos do nosso cérebro. E a mais nobre e misteriosa missão que nossos genes realizam à nossa revelia é a de trazer nosso DNA desde as origens da espécie humana até agora. Ninguém nos contratou, mas nossa função no mundo é transportar DNA.

 O famoso biólogo darwinista Richard Dawkins deu um título poético a um dos seus livros: River Out of Eden. Tirado de Gênese 2:10 "E saía um rio do Éden para regar o jardim, e dali se dividia". O rio do Éden de Dawkins e de DNA, e passa por todos nós.

Disponível em http://www.estadao.com.br/noticias/impresso,um-rio-do-eden-,1069085,0.htm. Acesso em 6/9/2013. 

Ao justificar por que “a mais nobre e misteriosa missão que nossos genes realizam à nossa revelia é a de trazer nosso DNA desde as origens da espécie humana até agora” (§2), Veríssimo:
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Q726258 Português

Um rio do Éden

29 de agosto de 2013 | 2h 19. Luiz Fernando Veríssimo - O Estado de S. Paulo.

 O meu relógio biológico é um Rolex. Não, brincadeira. Nós todos temos um relógio dentro de nós que sempre "sabe" exatamente que horas são, embora nem todo mundo saiba que ele sabe, ou confie nele. O relógio biológico funciona mais ou menos como uma portaria de hotel, à qual você pede para ser acordado a certa hora. Ou como um despertador, que você marca para acordá-lo. O relógio interior pode falhar - as portarias de hotel e os despertadores também falham -, mas sempre que não acreditei no meu me arrependi. O que aconteceu mais de uma vez foi que o relógio biológico me acordou e fiquei na cama, aflito para saber se a portaria iria se lembrar ou o despertador funcionar, e acabei me atrasando. E minha tese é que quando o relógio biológico não nos acorda é porque, no fundo, não queremos acordar. Algum outro instrumento instintivo que carregamos sem saber prevaleceu e neutralizou o relógio.

 É fascinante essa ideia de que trazemos nos genes recursos, impulsos, fobias e encargos dos quais não nos damos conta, como relógios embutidos ligados a alguma fonte inimaginavelmente precisa de tempo certo. Somos portadores de mensagens cifradas que não conhecemos, e não entenderíamos se conhecêssemos. Há uma teoria segundo a qual o pavor universal de cobras vem de um resquício do passado reptiliano que ficou num dos cantos primitivos do nosso cérebro. E a mais nobre e misteriosa missão que nossos genes realizam à nossa revelia é a de trazer nosso DNA desde as origens da espécie humana até agora. Ninguém nos contratou, mas nossa função no mundo é transportar DNA.

 O famoso biólogo darwinista Richard Dawkins deu um título poético a um dos seus livros: River Out of Eden. Tirado de Gênese 2:10 "E saía um rio do Éden para regar o jardim, e dali se dividia". O rio do Éden de Dawkins e de DNA, e passa por todos nós.

Disponível em http://www.estadao.com.br/noticias/impresso,um-rio-do-eden-,1069085,0.htm. Acesso em 6/9/2013. 

No início do segundo parágrafo, Veríssimo afirma: “É fascinante essa ideia de que trazemos nos genes recursos, impulsos, fobias e encargos dos quais não nos damos conta, como relógios embutidos ligados a alguma fonte inimaginavelmente precisa de tempo certo”. Nessa afirmação, a expressão destacada “essa ideia" foi utilizada para:

I - retomar algo já mencionado no primeiro parágrafo.

II - detalhar melhor os aspectos apresentados no primeiro parágrafo.

III - manter o tema e, ao mesmo tempo, acrescentar informações novas.

IV - fazer o texto progredir sequencialmente.

V - introduzir apenas informações completamente novas.

Estão corretas apenas :

Alternativas
Q726257 Português

Um rio do Éden

29 de agosto de 2013 | 2h 19. Luiz Fernando Veríssimo - O Estado de S. Paulo.

 O meu relógio biológico é um Rolex. Não, brincadeira. Nós todos temos um relógio dentro de nós que sempre "sabe" exatamente que horas são, embora nem todo mundo saiba que ele sabe, ou confie nele. O relógio biológico funciona mais ou menos como uma portaria de hotel, à qual você pede para ser acordado a certa hora. Ou como um despertador, que você marca para acordá-lo. O relógio interior pode falhar - as portarias de hotel e os despertadores também falham -, mas sempre que não acreditei no meu me arrependi. O que aconteceu mais de uma vez foi que o relógio biológico me acordou e fiquei na cama, aflito para saber se a portaria iria se lembrar ou o despertador funcionar, e acabei me atrasando. E minha tese é que quando o relógio biológico não nos acorda é porque, no fundo, não queremos acordar. Algum outro instrumento instintivo que carregamos sem saber prevaleceu e neutralizou o relógio.

 É fascinante essa ideia de que trazemos nos genes recursos, impulsos, fobias e encargos dos quais não nos damos conta, como relógios embutidos ligados a alguma fonte inimaginavelmente precisa de tempo certo. Somos portadores de mensagens cifradas que não conhecemos, e não entenderíamos se conhecêssemos. Há uma teoria segundo a qual o pavor universal de cobras vem de um resquício do passado reptiliano que ficou num dos cantos primitivos do nosso cérebro. E a mais nobre e misteriosa missão que nossos genes realizam à nossa revelia é a de trazer nosso DNA desde as origens da espécie humana até agora. Ninguém nos contratou, mas nossa função no mundo é transportar DNA.

 O famoso biólogo darwinista Richard Dawkins deu um título poético a um dos seus livros: River Out of Eden. Tirado de Gênese 2:10 "E saía um rio do Éden para regar o jardim, e dali se dividia". O rio do Éden de Dawkins e de DNA, e passa por todos nós.

Disponível em http://www.estadao.com.br/noticias/impresso,um-rio-do-eden-,1069085,0.htm. Acesso em 6/9/2013. 

Considerando o uso das palavras no texto, numere a segunda coluna de acordo com a primeira.

(1) Rolex

(2)gene

(3) DNA

(4) darwinista

(5) Gênese

(6) Éden

(...) sigla que abrevia o termo ácido desoxirribonucleico (ADN, em portuquês).

(...) que está de acordo com a teoria evolucionista do naturalista inglês Charles Robert Darwin (1809-1882).

(...) marca de relógio suíço de luxo, considerado, por muitos, um símbolo de status.

(...) menos usado que Gênesis: é o primeiro livro tanto da Bíblia Hebraica como da Bíblia Cristã

(...) jardim em que Adão e Eva viveram; paraíso.

(...) unidade fundamental, física e funcional da hereditariedade.

A sequência numérica correta é:

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Q726142 Português

Rainforest police target illegal logging

Brazil’s environment ministry has taken steps to save the rainforest by disrupting the illegal logging industry.

About $2.7 million dollars worth of illegally logged wood from indigenous lands were seized by environmental police during a surprise raid in Nova Esperança do Piria. According to Reuters, some 13 logging companies and sawmills were shut down while tractors, guns, and ammunitions were seized in the remote area […]

The government aims to reduce deforestation to a record low in the year to July. It hopes to ensure that deforestation, the cutting down or burning of the rainforest, does not exceed 3,700 square miles. Recent research has shown that the rainforest is a valuable global resource as not only does it harbour a variety of animal and plant species, but it also absorbs a significant amount of greenhouse gas carbon dioxide.

(adapted from http://www.coolearth.org/345/news-32/rainforestnews-155/rainforest-police-target-illegal-logging-632.html)

De acordo com o texto, a ação da polícia em Nova Esperança do Piria foi:
Alternativas
Q726141 Português

Rainforest police target illegal logging

Brazil’s environment ministry has taken steps to save the rainforest by disrupting the illegal logging industry.

About $2.7 million dollars worth of illegally logged wood from indigenous lands were seized by environmental police during a surprise raid in Nova Esperança do Piria. According to Reuters, some 13 logging companies and sawmills were shut down while tractors, guns, and ammunitions were seized in the remote area […]

The government aims to reduce deforestation to a record low in the year to July. It hopes to ensure that deforestation, the cutting down or burning of the rainforest, does not exceed 3,700 square miles. Recent research has shown that the rainforest is a valuable global resource as not only does it harbour a variety of animal and plant species, but it also absorbs a significant amount of greenhouse gas carbon dioxide.

(adapted from http://www.coolearth.org/345/news-32/rainforestnews-155/rainforest-police-target-illegal-logging-632.html)

O texto informa que o objetivo do governo é:
Alternativas
Q726130 Português
Na pele do outro (adaptação)
Eliane Brum
O cotidiano parece se repetir conforme o previsto até que você é empalado por uma cena. Eu saía da loja de um shopping de São Paulo, na tarde de sábado, quando ele passou por mim. Não sei se era a forma como o ar se deslocava de outro jeito ao redor dele, mas eu ainda não o tinha visto e minhas mãos já se estendiam no ar para ampará- lo. Ou talvez fosse só impressão minha, uma vontade estancada antes do movimento. Era um homem velho. Mas mais do que velho, era um homem doente. Cada um dos seus passos se dava por uma coragem tão grande, porque até o pé aterrissar no chão me parecia que ele podia retroceder ou cair. Mas ele avançava. E porque ele avançava na minha frente eu pude ver aquilo que outras partes de mim já haviam percebido antes. Sobre a sua cabeça havia uma peruca tão falsa que servia apenas para revelar aquilo que ele pretendia esconder. E de uma cor tão diferente do seu cabelo branco que parecia descuido de quem o amava ou não amava. Aquilo doía porque havia uma vaidade nele, a preocupação de ocultar a nudez da cabeça. E a peruca mal feita a expunha como um fracasso. A cada um de seus passos de epopeia sua camisa subia revelando um largo pedaço da fralda geriátrica. E assim ele avançava como uma denúncia claudicante da fragilidade de todos nós. Atravessando o corredor do shopping, lugar onde fingimos poder comprar tudo o que nos falta, consumidos pelo medo dessa vida que já começa nos garantindo apenas o fim.
Eu o seguia nesse balé sem coreografia quando ouvi os risinhos. Olhei ao redor e vi as pessoas se cutucando. Olha lá. Olha lá que engraçado. Ele tinha virado piada. Aquele homem desconhecido deixara a sua casa e atravessava o shopping. Para isso empreendera seus melhores esforços. Tinha vestido a peruca para que não percebessem sua calvície. Tinha colocado a fralda para não se urinar no meio do corredor. E caminhava podendo cair a cada passo. E as pessoas ao seu redor riam. E por um momento temi uma cena de filme, quando de repente todos começam a gargalhar e há apenas o homem em silêncio. O homem que não compreende. Até enxergar seu reflexo no olhar que o outro lhe devolve e ser aniquilado porque tudo o que veem nele não é um homem tentando viver, mas uma chance de garantir sua superioridade e sua diferença.
Quando entrevisto algum escritor costumo perguntar: por que você escreve? Alguns me respondem que escrevem para não matar. Eu também escrevo para não matar. Acho que na maior parte das vezes a gente escreve, pinta, cozinha, compõe, costura, cria, enfim, porque não sabe o que fazer com as pessoas que riem enquanto alguém tenta atravessar o corredor do shopping sem ter forças para atravessar o corredor do shopping.
O que me horroriza, mais do que os grandes massacres estampados no noticiário, são essas pequenas maldades do cotidiano. E só consigo compreender os grandes massacres a partir dos pequenos massacres de todo dia. Os risinhos e dedos que apontam, os cotovelos que se cutucam.
Quem pratica os massacres miúdos do dia a dia é gente que se acha do bem, que não cometeu nenhum delito, que vai trabalhar de manhã e dá presente de Natal. Gente com quem você pode conversar sobre o tempo enquanto espera o ônibus, que trabalha ao seu lado ou bem perto de você, e às vezes até lhe empresta o creme dental no banheiro. É destes que eu tenho mais medo, é com estes que eu não sei lidar.
Entrevistei muitos assassinos sem sobressalto, porque estava tudo ali, explícito. Era uma quebra. O que me parece mais difícil é lidar com o mal rotineiro e persistente, difícil de combater porque camuflado. O mal praticado com afinco pelos pequenos assassinos do cotidiano que nenhuma lei enquadra. E quando você os confronta, esboçam uma cara de espanto.
O pequeno mal está por toda parte. Possivelmente sempre esteve. Apenas que cada época tem suas peculiaridades. E na nossa somos cegados o tempo inteiro por imagens que nos chegam por telas de todos os tamanhos. E cada vez mais escolhemos as cenas que veremos, com quais nosso cérebro decidirá se comover. E as dividimos com os amigos no twitter, enviamos por email e parece até que há uma competição sobre quem consegue enviar mais rápido as imagens mais impactantes. Mas não sei se isso é ver. Não sei se isso nos coloca em contato de verdade.
Penso nisso porque acho que o mundo seria melhor — e a vida doeria um pouco menos — se cada um se esforçasse para vestir a pele do outro antes de rir, apontar e cutucar o colega para que não perca a chance de desprezar um outro, em geral mais vulnerável. Antes de julgar e de condenar. Antes de se achar melhor, mais esperto e mais inteligente. Vestir a pele do outro no minuto anterior ao salto na jugular. (...)
Quais são as razões delas, então? Por que ao testemunhar o homem que atravessa o shopping em passos trôpegos elas riem, se cutucam e apontam? Fiquei pensando se estas pessoas estão tão cegas pela avalanche de cenas em tempo real que para elas é apenas uma imagem da qual podem se descolar. É só mais uma cena que, como tantas a que assistimos todos os dias, não sabemos mais se é realidade ou ficção. Não é que não sabemos, apenas que parece que não importa, agora que os limites estão distendidos. Por que apenas assistimos às cenas — não as vemos nem entramos em contato. (...)
Será que era por isso que podiam rir? Por que não tinham nenhuma conexão com aquele outro ser humano? É curioso que agora o verbo conectar é mais usado para nos ligarmos a uma máquina que nos leva instantaneamente para a vida dos outros. Pela primeira vez somos capazes de nos conectar ao mundo inteiro. O que é mais fácil do que se conectar a uma só pessoa — ao homem doente que atravessa o corredor do shopping diante de nós. É curioso como agora podemos nos conectar — para nos desconectarmos.
E se, ao contrário, riam porque se sentiam tão conectadas a ele que precisavam rir para suportar? Pensei então que talvez pudesse ser esta a razão. Aquelas pessoas realmente enxergavam aquele homem — e por enxergar é que precisavam rir, se cutucar e apontar. Porque a fragilidade dele também é a delas, a de cada um de nós.
(...)
Talvez seja esta a razão, pensei. Essas pessoas precisaram rir, cutucar e apontar para ter a certeza — momentânea e ilusória — de que ele não era elas. Não seria nunca. Só apontamos para o outro, para o diferente, para aquele que não somos nós. E quando apontamos para alguém é justamente para denunciar que ela não é como nós.
Neste caso, teria sido para se certificar. Elas diziam: Olha que peruca ridícula. Ou: Você viu que ele está de fralda? Mas na verdade estavam dizendo: O que acontece com ele nunca acontecerá comigo. Ou: Ele não tem nada a ver comigo. Por que deixam gente assim entrar num shopping?
Riam, cutucavam e apontavam por medo do que viam nele — de si mesmas.
São hipóteses, apenas. Uma tentativa de entender — de pensar e escrever em vez de responder com violência à violência que presenciei. E que me aniquila tanto quanto um massacre reconhecido no noticiário como massacre.
Talvez não seja nada disso. No Natal minha filha me deu de presente uma camiseta em que a Mafalda, a personagem do cartunista argentino Quino, dizia: “E não é que neste mundo tem cada vez mais gente e cada vez menos pessoas?”. Talvez ali, no corredor do shopping, não fossem pessoas — só gente. Porque nascemos gente — mas só nos tornamos pessoas se fizermos o movimento.
(http://revistaepoca.globo.com/Revista/Epoca/0,,EMI202868- 15230,00.html – 02/03/2011)
“Penso nisso porque acho que o mundo seria melhor — e a vida doeria um pouco menos — se cada um se esforçasse para vestir a pele do outro antes de rir, apontar e cutucar o colega para que não perca a chance de desprezar um outro, em geral mais vulnerável.”
É possível substituir corretamente os travessões do período acima sem qualquer prejuízo sintático-semântico na seguinte alternativa:
Alternativas
Q726128 Português
Na pele do outro (adaptação)
Eliane Brum
O cotidiano parece se repetir conforme o previsto até que você é empalado por uma cena. Eu saía da loja de um shopping de São Paulo, na tarde de sábado, quando ele passou por mim. Não sei se era a forma como o ar se deslocava de outro jeito ao redor dele, mas eu ainda não o tinha visto e minhas mãos já se estendiam no ar para ampará- lo. Ou talvez fosse só impressão minha, uma vontade estancada antes do movimento. Era um homem velho. Mas mais do que velho, era um homem doente. Cada um dos seus passos se dava por uma coragem tão grande, porque até o pé aterrissar no chão me parecia que ele podia retroceder ou cair. Mas ele avançava. E porque ele avançava na minha frente eu pude ver aquilo que outras partes de mim já haviam percebido antes. Sobre a sua cabeça havia uma peruca tão falsa que servia apenas para revelar aquilo que ele pretendia esconder. E de uma cor tão diferente do seu cabelo branco que parecia descuido de quem o amava ou não amava. Aquilo doía porque havia uma vaidade nele, a preocupação de ocultar a nudez da cabeça. E a peruca mal feita a expunha como um fracasso. A cada um de seus passos de epopeia sua camisa subia revelando um largo pedaço da fralda geriátrica. E assim ele avançava como uma denúncia claudicante da fragilidade de todos nós. Atravessando o corredor do shopping, lugar onde fingimos poder comprar tudo o que nos falta, consumidos pelo medo dessa vida que já começa nos garantindo apenas o fim.
Eu o seguia nesse balé sem coreografia quando ouvi os risinhos. Olhei ao redor e vi as pessoas se cutucando. Olha lá. Olha lá que engraçado. Ele tinha virado piada. Aquele homem desconhecido deixara a sua casa e atravessava o shopping. Para isso empreendera seus melhores esforços. Tinha vestido a peruca para que não percebessem sua calvície. Tinha colocado a fralda para não se urinar no meio do corredor. E caminhava podendo cair a cada passo. E as pessoas ao seu redor riam. E por um momento temi uma cena de filme, quando de repente todos começam a gargalhar e há apenas o homem em silêncio. O homem que não compreende. Até enxergar seu reflexo no olhar que o outro lhe devolve e ser aniquilado porque tudo o que veem nele não é um homem tentando viver, mas uma chance de garantir sua superioridade e sua diferença.
Quando entrevisto algum escritor costumo perguntar: por que você escreve? Alguns me respondem que escrevem para não matar. Eu também escrevo para não matar. Acho que na maior parte das vezes a gente escreve, pinta, cozinha, compõe, costura, cria, enfim, porque não sabe o que fazer com as pessoas que riem enquanto alguém tenta atravessar o corredor do shopping sem ter forças para atravessar o corredor do shopping.
O que me horroriza, mais do que os grandes massacres estampados no noticiário, são essas pequenas maldades do cotidiano. E só consigo compreender os grandes massacres a partir dos pequenos massacres de todo dia. Os risinhos e dedos que apontam, os cotovelos que se cutucam.
Quem pratica os massacres miúdos do dia a dia é gente que se acha do bem, que não cometeu nenhum delito, que vai trabalhar de manhã e dá presente de Natal. Gente com quem você pode conversar sobre o tempo enquanto espera o ônibus, que trabalha ao seu lado ou bem perto de você, e às vezes até lhe empresta o creme dental no banheiro. É destes que eu tenho mais medo, é com estes que eu não sei lidar.
Entrevistei muitos assassinos sem sobressalto, porque estava tudo ali, explícito. Era uma quebra. O que me parece mais difícil é lidar com o mal rotineiro e persistente, difícil de combater porque camuflado. O mal praticado com afinco pelos pequenos assassinos do cotidiano que nenhuma lei enquadra. E quando você os confronta, esboçam uma cara de espanto.
O pequeno mal está por toda parte. Possivelmente sempre esteve. Apenas que cada época tem suas peculiaridades. E na nossa somos cegados o tempo inteiro por imagens que nos chegam por telas de todos os tamanhos. E cada vez mais escolhemos as cenas que veremos, com quais nosso cérebro decidirá se comover. E as dividimos com os amigos no twitter, enviamos por email e parece até que há uma competição sobre quem consegue enviar mais rápido as imagens mais impactantes. Mas não sei se isso é ver. Não sei se isso nos coloca em contato de verdade.
Penso nisso porque acho que o mundo seria melhor — e a vida doeria um pouco menos — se cada um se esforçasse para vestir a pele do outro antes de rir, apontar e cutucar o colega para que não perca a chance de desprezar um outro, em geral mais vulnerável. Antes de julgar e de condenar. Antes de se achar melhor, mais esperto e mais inteligente. Vestir a pele do outro no minuto anterior ao salto na jugular. (...)
Quais são as razões delas, então? Por que ao testemunhar o homem que atravessa o shopping em passos trôpegos elas riem, se cutucam e apontam? Fiquei pensando se estas pessoas estão tão cegas pela avalanche de cenas em tempo real que para elas é apenas uma imagem da qual podem se descolar. É só mais uma cena que, como tantas a que assistimos todos os dias, não sabemos mais se é realidade ou ficção. Não é que não sabemos, apenas que parece que não importa, agora que os limites estão distendidos. Por que apenas assistimos às cenas — não as vemos nem entramos em contato. (...)
Será que era por isso que podiam rir? Por que não tinham nenhuma conexão com aquele outro ser humano? É curioso que agora o verbo conectar é mais usado para nos ligarmos a uma máquina que nos leva instantaneamente para a vida dos outros. Pela primeira vez somos capazes de nos conectar ao mundo inteiro. O que é mais fácil do que se conectar a uma só pessoa — ao homem doente que atravessa o corredor do shopping diante de nós. É curioso como agora podemos nos conectar — para nos desconectarmos.
E se, ao contrário, riam porque se sentiam tão conectadas a ele que precisavam rir para suportar? Pensei então que talvez pudesse ser esta a razão. Aquelas pessoas realmente enxergavam aquele homem — e por enxergar é que precisavam rir, se cutucar e apontar. Porque a fragilidade dele também é a delas, a de cada um de nós.
(...)
Talvez seja esta a razão, pensei. Essas pessoas precisaram rir, cutucar e apontar para ter a certeza — momentânea e ilusória — de que ele não era elas. Não seria nunca. Só apontamos para o outro, para o diferente, para aquele que não somos nós. E quando apontamos para alguém é justamente para denunciar que ela não é como nós.
Neste caso, teria sido para se certificar. Elas diziam: Olha que peruca ridícula. Ou: Você viu que ele está de fralda? Mas na verdade estavam dizendo: O que acontece com ele nunca acontecerá comigo. Ou: Ele não tem nada a ver comigo. Por que deixam gente assim entrar num shopping?
Riam, cutucavam e apontavam por medo do que viam nele — de si mesmas.
São hipóteses, apenas. Uma tentativa de entender — de pensar e escrever em vez de responder com violência à violência que presenciei. E que me aniquila tanto quanto um massacre reconhecido no noticiário como massacre.
Talvez não seja nada disso. No Natal minha filha me deu de presente uma camiseta em que a Mafalda, a personagem do cartunista argentino Quino, dizia: “E não é que neste mundo tem cada vez mais gente e cada vez menos pessoas?”. Talvez ali, no corredor do shopping, não fossem pessoas — só gente. Porque nascemos gente — mas só nos tornamos pessoas se fizermos o movimento.
(http://revistaepoca.globo.com/Revista/Epoca/0,,EMI202868- 15230,00.html – 02/03/2011)
Ao final da leitura do texto, é possível afirmar que o que move o interesse da cronista é tentar compreender:
Alternativas
Q726127 Português
Na pele do outro (adaptação)
Eliane Brum
O cotidiano parece se repetir conforme o previsto até que você é empalado por uma cena. Eu saía da loja de um shopping de São Paulo, na tarde de sábado, quando ele passou por mim. Não sei se era a forma como o ar se deslocava de outro jeito ao redor dele, mas eu ainda não o tinha visto e minhas mãos já se estendiam no ar para ampará- lo. Ou talvez fosse só impressão minha, uma vontade estancada antes do movimento. Era um homem velho. Mas mais do que velho, era um homem doente. Cada um dos seus passos se dava por uma coragem tão grande, porque até o pé aterrissar no chão me parecia que ele podia retroceder ou cair. Mas ele avançava. E porque ele avançava na minha frente eu pude ver aquilo que outras partes de mim já haviam percebido antes. Sobre a sua cabeça havia uma peruca tão falsa que servia apenas para revelar aquilo que ele pretendia esconder. E de uma cor tão diferente do seu cabelo branco que parecia descuido de quem o amava ou não amava. Aquilo doía porque havia uma vaidade nele, a preocupação de ocultar a nudez da cabeça. E a peruca mal feita a expunha como um fracasso. A cada um de seus passos de epopeia sua camisa subia revelando um largo pedaço da fralda geriátrica. E assim ele avançava como uma denúncia claudicante da fragilidade de todos nós. Atravessando o corredor do shopping, lugar onde fingimos poder comprar tudo o que nos falta, consumidos pelo medo dessa vida que já começa nos garantindo apenas o fim.
Eu o seguia nesse balé sem coreografia quando ouvi os risinhos. Olhei ao redor e vi as pessoas se cutucando. Olha lá. Olha lá que engraçado. Ele tinha virado piada. Aquele homem desconhecido deixara a sua casa e atravessava o shopping. Para isso empreendera seus melhores esforços. Tinha vestido a peruca para que não percebessem sua calvície. Tinha colocado a fralda para não se urinar no meio do corredor. E caminhava podendo cair a cada passo. E as pessoas ao seu redor riam. E por um momento temi uma cena de filme, quando de repente todos começam a gargalhar e há apenas o homem em silêncio. O homem que não compreende. Até enxergar seu reflexo no olhar que o outro lhe devolve e ser aniquilado porque tudo o que veem nele não é um homem tentando viver, mas uma chance de garantir sua superioridade e sua diferença.
Quando entrevisto algum escritor costumo perguntar: por que você escreve? Alguns me respondem que escrevem para não matar. Eu também escrevo para não matar. Acho que na maior parte das vezes a gente escreve, pinta, cozinha, compõe, costura, cria, enfim, porque não sabe o que fazer com as pessoas que riem enquanto alguém tenta atravessar o corredor do shopping sem ter forças para atravessar o corredor do shopping.
O que me horroriza, mais do que os grandes massacres estampados no noticiário, são essas pequenas maldades do cotidiano. E só consigo compreender os grandes massacres a partir dos pequenos massacres de todo dia. Os risinhos e dedos que apontam, os cotovelos que se cutucam.
Quem pratica os massacres miúdos do dia a dia é gente que se acha do bem, que não cometeu nenhum delito, que vai trabalhar de manhã e dá presente de Natal. Gente com quem você pode conversar sobre o tempo enquanto espera o ônibus, que trabalha ao seu lado ou bem perto de você, e às vezes até lhe empresta o creme dental no banheiro. É destes que eu tenho mais medo, é com estes que eu não sei lidar.
Entrevistei muitos assassinos sem sobressalto, porque estava tudo ali, explícito. Era uma quebra. O que me parece mais difícil é lidar com o mal rotineiro e persistente, difícil de combater porque camuflado. O mal praticado com afinco pelos pequenos assassinos do cotidiano que nenhuma lei enquadra. E quando você os confronta, esboçam uma cara de espanto.
O pequeno mal está por toda parte. Possivelmente sempre esteve. Apenas que cada época tem suas peculiaridades. E na nossa somos cegados o tempo inteiro por imagens que nos chegam por telas de todos os tamanhos. E cada vez mais escolhemos as cenas que veremos, com quais nosso cérebro decidirá se comover. E as dividimos com os amigos no twitter, enviamos por email e parece até que há uma competição sobre quem consegue enviar mais rápido as imagens mais impactantes. Mas não sei se isso é ver. Não sei se isso nos coloca em contato de verdade.
Penso nisso porque acho que o mundo seria melhor — e a vida doeria um pouco menos — se cada um se esforçasse para vestir a pele do outro antes de rir, apontar e cutucar o colega para que não perca a chance de desprezar um outro, em geral mais vulnerável. Antes de julgar e de condenar. Antes de se achar melhor, mais esperto e mais inteligente. Vestir a pele do outro no minuto anterior ao salto na jugular. (...)
Quais são as razões delas, então? Por que ao testemunhar o homem que atravessa o shopping em passos trôpegos elas riem, se cutucam e apontam? Fiquei pensando se estas pessoas estão tão cegas pela avalanche de cenas em tempo real que para elas é apenas uma imagem da qual podem se descolar. É só mais uma cena que, como tantas a que assistimos todos os dias, não sabemos mais se é realidade ou ficção. Não é que não sabemos, apenas que parece que não importa, agora que os limites estão distendidos. Por que apenas assistimos às cenas — não as vemos nem entramos em contato. (...)
Será que era por isso que podiam rir? Por que não tinham nenhuma conexão com aquele outro ser humano? É curioso que agora o verbo conectar é mais usado para nos ligarmos a uma máquina que nos leva instantaneamente para a vida dos outros. Pela primeira vez somos capazes de nos conectar ao mundo inteiro. O que é mais fácil do que se conectar a uma só pessoa — ao homem doente que atravessa o corredor do shopping diante de nós. É curioso como agora podemos nos conectar — para nos desconectarmos.
E se, ao contrário, riam porque se sentiam tão conectadas a ele que precisavam rir para suportar? Pensei então que talvez pudesse ser esta a razão. Aquelas pessoas realmente enxergavam aquele homem — e por enxergar é que precisavam rir, se cutucar e apontar. Porque a fragilidade dele também é a delas, a de cada um de nós.
(...)
Talvez seja esta a razão, pensei. Essas pessoas precisaram rir, cutucar e apontar para ter a certeza — momentânea e ilusória — de que ele não era elas. Não seria nunca. Só apontamos para o outro, para o diferente, para aquele que não somos nós. E quando apontamos para alguém é justamente para denunciar que ela não é como nós.
Neste caso, teria sido para se certificar. Elas diziam: Olha que peruca ridícula. Ou: Você viu que ele está de fralda? Mas na verdade estavam dizendo: O que acontece com ele nunca acontecerá comigo. Ou: Ele não tem nada a ver comigo. Por que deixam gente assim entrar num shopping?
Riam, cutucavam e apontavam por medo do que viam nele — de si mesmas.
São hipóteses, apenas. Uma tentativa de entender — de pensar e escrever em vez de responder com violência à violência que presenciei. E que me aniquila tanto quanto um massacre reconhecido no noticiário como massacre.
Talvez não seja nada disso. No Natal minha filha me deu de presente uma camiseta em que a Mafalda, a personagem do cartunista argentino Quino, dizia: “E não é que neste mundo tem cada vez mais gente e cada vez menos pessoas?”. Talvez ali, no corredor do shopping, não fossem pessoas — só gente. Porque nascemos gente — mas só nos tornamos pessoas se fizermos o movimento.
(http://revistaepoca.globo.com/Revista/Epoca/0,,EMI202868- 15230,00.html – 02/03/2011)
Em “Ou talvez fosse só impressão minha, uma vontade estancada antes do movimento.”, o vocábulo estancada pode ser substituído sem prejuízo de seu sentido original expresso no texto pela seguinte palavra:
Alternativas
Q726099 Português
 Leia o texto a seguir: A desigualdade racial brasileira, já bastante dissecada a partir de indicadores de renda e escolaridade, pode também ser constatada pelo padrão de mortalidade de cada grupo. Entre os homens negros, a principal causa de mortalidade foram as externas (homicídios, acidentes e outras razões não naturais). Entre os brancos, essas causas são o terceiro item mais comum, atrás das doenças do aparelho circulatório e das neoplasias (tumores). Além de negros e brancos apresentarem padrão de mortalidade diferente, em 2005, um estudo dos pesquisadores Marcelo Paixão e Luiz Carvano, da UFRJ, mostra que, desde 1999, cresce a desigualdade entre os dois grupos quando se comparam as taxas de mortalidade por homicídios, HIV, tuberculose e problemas no parto. Em alguns casos, essa desigualdade cresceu porque houve melhoria dos índices entre brancos e piora entre os negros. Foi o que ocorreu, por exemplo, com os homicídios. De 1999 a 2005, a taxa de assassinatos por 100 mil homens brancos caiu de 36 para 34 mortes. No mesmo período, a mesma taxa entre os homens negros aumentou de 52 para 61 por 100 mil.[...] A dificuldade nesse tipo de pesquisa, comparando as causas de morte entre negros e brancos no Brasil, é identificar o quanto desse diferencial é causado pela discriminação racial e o quanto é explicada por razões econômicas ou sociais. Segundo Paixão, no caso dos homicídios, não há dúvida de que há um componente racial. (Adaptado de: GOIS, Antonio. Violência é a maior causa de mortes entre homens negros. Folha de São Paulo, SP, 20 nov. 2007, Cotidiano. Disponível em Acesso em: 2 nov. 2009). Com base no texto, assinale a alternativa correta.
Alternativas
Q726088 Português
Nas frases, I. Mas há quem use esses sites para aprender a construir bombas e violar mercadorias, para disseminar intolerância e violência (linhas 3 e 4). II. Essas pessoas construíram, socialmente, uma paranoia (linhas 13 e 14). III. Pessoas que se comportam dessa maneira e chegam a incitar a morte de outro grupo estão à margem do código social e da ética (linhas 17 e 18). Sem alterar o sentido de cada frase, as palavras grifadas podem ser substituídas, respectivamente, por
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Q726087 Português

Em relação ao texto, considere as afirmativas a seguir:

I. Segundo Bezerra Júnior, da UERJ, a intolerância e o preconceito podem ocorrer em quaisquer formas de interação social, mesmo que não mediadas pela tecnologia.

II. O genocídio da raça humana é causado por pessoas que se mantêm à margem do código social e da ética, incitando a morte de outro grupo.

III. Para a antropóloga Adriana Dias, muitos participantes de comunidades como o Orkut escondem-se no anonimato, alegando defender a liberdade de expressão.

IV. Por ignorar a existência de sites como Orkut, Myspace e Facebook, as leis da Constituição brasileira impossibilitam responsabilizar os que abusam da liberdade de expressão.

Assinale a alternativa correta.

Alternativas
Q726086 Português
Nas frases, I. Dá ao tal pelotão um brilho que poucos regimentos conhecem (linha 4). II. A única polícia montada em búfalos de que se tem notícia no planeta (linha 13). III. São os soldados do batalhão [...] que lavam, escovam, engraxam e passam óleo de peroba nos chifres dos búfalos (linhas 13 e 14). os termos antecedentes do pronome relativo que são, respectivamente,
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Q726085 Português
Considere as afirmativas a seguir: I. A expansão do rebanho bufalino marajoara tornou-se um estorvo desde que superou o número de moradores da ilha. II. Os búfalos são admirados pela população local quando desfilam montados pelos soldados pelas ruas de Soure. III. Além de Soure, mais seis municípios da ilha de Marajó estão sob o comando do tenente-coronel Dourado. IV. Chifres de búfalos apresentam formato variado, podendo ser retos, curvos, curtos ou longos e ainda voltados para cima ou para baixo. Assinale a alternativa correta. 
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Q726084 Português
É correto afirmar que o principal segredo do destacamento de segurança pública de Marajó depende 
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Q726082 Português
Com base no texto, considere as afirmativas. I. Assim como os juízes isolam-se no universo das leis e processos, a atuação dos promotores está desentrosada das polícias Civil e Militar. II. O excesso de sigilo nos processos e a falta de clareza do Código Penal prejudica a continuidade do funcionamento da Justiça criminal. III. Deve-se evitar que a definição do que se quer oferecer à sociedade em segurança pública restrinja-se a interesses corporativos de certos grupos. IV. Desde há muito tempo, Poder Judiciário, sistema prisional e a infraestrutura legislativa funcionam de modo perfeitamente integrado em países como os Estados Unidos. Assinale a alternativa correta.
Alternativas
Q726081 Português
O principal problema quanto à reestruturação da Justiça criminal brasileira, segundo o autor do texto, é 
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Q726080 Português
A palavra cuja pronúncia imita o som natural do que é significado, para representar o ruído do telhado desa' bando (no 2° quadrinho), chama-se 
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Q726079 Português

Leia o texto a seguir: 

Imagem associada para resolução da questão

A expressão “lamento”, no 1° e 3° quadrinhos do texto, transmite o efeito de sentido de

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Q725981 Português
O novo e intratável HIV
FOLGAS DOS PACIENTES NOS TRATAMENTOS DÃO ORIGEM A UM VÍRUS SUPER­-RESISTENTE QUE  COQUETEL NENHUM CONSEGUE ABATER.
Cometeu excessos no carnaval e acabou se esquecendo da camisinha? A má noticia é que a Aids continua por  ai, vitimando cerca de 2 milhões de pessoas por ano ­ héteros e homossexuais,  viu? A péssima noticia é que ainda passando de uma pessoa pra outra uma variante do HIV que é resistente a todas as drogas conhecidas até hoje. 
Os cientistas deram a esse monstro microscópico o nome super HIV ou XDR ­ do inglês, extreme drug resistant,  ou extremamente resistente a drogas. Essa variante do vírus tem aparecido sobretudo nos países desenvolvidos. 
É neles que os pacientes têm acesso aos três grandes tipos de drogas já descobertos pela ciência: nucleosideos da protease. Como o HIV é extremamente mutante, na maioria dos casos os remédios são tomados de uma só vez. E esses novos vírus são resistentes aos três. 
Segundo o pesquisador Robert Smith?­ sim, o nome dele tem um ponto de interrogação ­, da Universidade de Ottawa, no Canadá,  se o tratamento é feito adequadamente, é muito difícil que o super HIV apareça. Mas os portadores esquecem­se de tomar  as drogas,  os níveis de remédios no organismo diminuem,  e os “filhos”  mutantes do HIV têm mais chances de prosperar gerando novas variantes. 
Voltando a falar com os foliões desprevenidos, quando um portador do vírus resistente infecta alguém, ele não transmite o HIV normal, mas o super, contra o qual ainda não existe tratamento. Os cientistas trabalham nisso,  mas resultados definitivos devem demorar muito tempo.
Galileu. 10 março de 2010. p.18 
Releia: “ Essa variante do vírus tem aparecido sobretudo nos países desenvolvidos. É neles que os pacientes têm acesso aos três grandes tipos de drogas já descobertos (...)” A respeito dos termos destacados, está correto afirmar que:
Alternativas
Respostas
4281: B
4282: D
4283: D
4284: E
4285: C
4286: D
4287: C
4288: A
4289: C
4290: B
4291: A
4292: B
4293: D
4294: E
4295: B
4296: B
4297: C
4298: D
4299: A
4300: C