Questões Militares de Português - Morfologia - Pronomes

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Q473085 Português
Leia o capítulo XX de Memórias Póstumas de Brás Cubas, de Machado de Assis, para responder à questão.

                                    Bacharelo-me

      Um grande futuro! Enquanto esta palavra me batia no ouvido, devolvia eu os olhos, ao longe, no horizonte misterioso e vago. Uma ideia expelia outra, a ambição desmontava Marcela. Grande futuro? Talvez naturalista, literato, arqueólogo, banqueiro, político ou até bispo, – bispo que fosse, – uma vez que fosse um cargo, uma preeminência, uma grande reputação, uma posição superior. A ambição, dado que fosse águia, quebrou nessa ocasião o ovo, e desvendou a pupila fulva e penetrante. Adeus, amores! adeus, Marcela! dias de delírio, joias sem preço, vida sem regime, adeus! Cá me vou às fadigas e à glória; deixo-­vos com as calcinhas da primeira idade.
      E foi assim que desembarquei em Lisboa e segui para Coimbra. A Universidade esperava­me com as suas matérias árduas; estudei-­as muito mediocremente, e nem por isso perdi o grau de bacharel; deram­-mo com a solenidade do estilo, após os anos da lei; uma bela festa que me encheu de orgulho e de saudades, – principalmente de saudades. Tinha eu conquistado em Coimbra uma grande nomeada de folião; era um acadêmico estroina, superficial, tumultuário e petulante, dado às aventuras, fazendo romantismo prático e liberalismo teórico, vivendo na pura fé dos olhos pretos e das constituições escritas. No dia em que a Universidade me atestou, em pergaminho, uma ciência que eu estava longe de trazer arraigada no cérebro, confesso que me achei de algum modo logrado, ainda que orgulhoso. Explico-­me: o diploma era uma carta de alforria; se me dava a liberdade, dava-­me a responsabilidade. Guardei-­o, deixei as margens do Mondego, e vim por ali fora assaz desconsolado, mas sentindo já uns ímpetos, uma curiosidade, um desejo de acotovelar os outros, de influir, de gozar, de viver, – de prolongar a Universidade pela vida adiante…

                                                            (Machado de Assis. Memórias Póstumas de Brás Cubas. São Paulo: Ática, 1997)

A norma-­padrão determina que, havendo partícula atrativa, o pronome deve vir antes do verbo, isto é, deve-­se utilizar a próclise.

Sabendo-­se que as conjunções subordinativas são partículas atrativas, assinale o trecho do texto que exemplifica essa norma gramatical.
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Q468800 Português
“Conheço excelentes profissionais que, apesar de possuírem muitos anos de serviço prestado à instituição e de terem idade superior àquela tida como imprescindível para o exercício da atividade policial em determinadas Unidades, se mantêm permanentemente empenhados e vibrantes nas ocorrências que se envolvem durante a execução do serviço, além de cônscios da importância da função que desempenham para a preservação da ordem pública.” (l. 1-9)

Quanto aos aspectos linguísticos que estruturam o fragmento retirado do texto, é correto o que se analisa em
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Q464636 Português
Observe as frases abaixo:

I. “Pouco olho o céu, quase nunca a lua, mas sempre o mar." [L. Barreto, GS, 38 in Kury 2000]

II. “É impossível não saibas que o pássaro / caído em teu quarto por um vão da janela / era um recado do meu pensamento." [Cassiano Ricardo, PC, 250 in Kury 2000]

III. “Chamo-me Inácio; ele, Benedito." [M. de Assis, EV, 79 in Kury 2000]

IV. “Afeiar as suas graças, parecia-lhe um crime; tirar orgulho delas, frivolidade." [M.de Assis, ap. Gotardelo, EV, 79 in Kury 2000)

V. “Outros querem apanhar os que, no entender deles, manejaram o criminoso, assim como este o punhal." [C. de Laet, Microcosmo, O País, 6-0-1995 in Kury 2000]

Denomina-se ELIPSE a omissão, numa frase, de termo facilmente subentendível. Pode o termo elíptico subentender- se numa flexão diferente: é o que se denomina ZEUGMA. Das frases acima em qual(ais) ocorre ZEUGMA?
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Q464635 Português
Assinale a frase em que o termo destacado é objeto direto pleonástico.
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Q457543 Português
Apenas um tiroteio na madrugada

São 2:30 da madrugada e eu deveria estar dormindo, mas acordei com uma rajada de metralhadora na escuridão. É mais um tiroteio na favela ao lado.

Além dos tiros de metralhadora, outros tiros se seguem, mais finos, igualmente penetrantes, continuando a fuzilaria. Diria que armas de diversos calibres estão medindo seu poder de fogo a uns quinhentos metros da minha casa.

No entanto, estou na cama, tecnicamente dormindo. Talvez esteja sonhando, talvez esteja ouvindo o tiroteio de algum filme policial. Tento em princípio descartar a ideia de que há uma cena de guerrilha ao lado. Aliás, é fim de ano, e quem sabe não estão soltando foguetes por aí em alguma festa de rico?

Não. É tiroteio mesmo. Não posso nem pensar que são bombas de São João, como fiz de outras vezes, procurando ajeitar o corpo insone no travesseiro.

Estou tentando ignorar, mas não há como: é mais um tiroteio na favela ao lado. [...]

O tiroteio continua e estamos fingindo que nada acontece.

Sinto-me mal com isso. Me envergonho com o fato de que nos acostumamos covardemente a tudo. Me escandalizo que esse tiroteio não mais me escandalize. Me escandaliza que minha mulher durma e nem ouça que há uma guerra ao lado, exatamente como ela já se escandalizou quando em outras noites ouvia a mesma fuzilaria e eu dormia escandalosamente e ela ficava desamparada com seus ouvidos em meio à guerra.

Sei que vai amanhecer daqui a pouco. E vai se repetir uma cena ilustrativa de nossa espantosa capacidade de negar a realidade, ou de diminuir seu efeito sobre nós por não termos como administrá-la. Vou passar pela portaria do meu edifício e indagar ao porteiro e aos homens da garagem se também ouviram o tiroteio. Um ou outro dirá que sim. Mas falará disso como de algo que acontecesse inexplicavelmente no meio da noite.

No elevador, um outro morador talvez comente a fuzilaria com o mesmo ar de rotina com que se comenta um Fia - Flu. E vamos todos trabalhar. As crianças para as escolas. As donas de casa aos mercados. Os executivos nos seus carros.

Enquanto isso, as metralhadoras e as armas de todos os calibres se lubrificam. Há um ou outro disparo durante o dia. Mas é à noite que se manifestam mais escancaradamente. Ouvirei de novo a fuzilaria. Rotineiramente. É de madrugada e na favela ao lado recomeça o tiroteio. Não é nada.

Ouvirei os ecos dos tiros sem saber se é sonho ou realidade e acabarei por dormir. Não é nada. É apenas mais um tiroteio de madrugada numa favela ao lado.

Affonso Romano de Sant'Anna. Porta de colégio. São Paulo. Ática, 1995, p. 69-71.
Em uma das frases abaixo a colocação pronominal foge à norma padrão culta. Aponte-a.
Alternativas
Respostas
636: E
637: A
638: D
639: A
640: B