Questões Militares de Português - Morfologia
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Palavra
Peguei meu filho no colo (naquele tempo ainda dava), apertei-o com força e disse que só o soltaria se ele dissesse a palavra mágica.
E ele disse: - Mágica.
Foi solto em seguida.
Um adulto teria procurado outra palavra, uma encantação que o libertasse.
Ele não teve dúvida. Me entendeu mal, mas acertou. Disse o que eu pedi. (Não, não hoje ele não se dedica às ciências exatas. É cantor e compositor)
Nenhuma palavra era mais mágica do que a palavra “mágica”.
Quem tem o chamado dom da palavra cedo ou tarde se descobre um impostor. Ou se regenera, e passa a usar a palavra com economia e precisão, ou se refestela na impostura: Nabokov e seus borboleteios, Borges e seus labirintos.
Impostura no bom sentido, claro - nada mais fascinante do que ver um bom mágico em ação. Você está ali pelos truques, não pelo seu desmascaramento.
Mas quem quer usar a palavra não para fascinar, mas para transmitir um pensamento ou apenas contar uma história, tem um desafio maior, o de fazer mágica sem truques. Não transformar o lenço em pomba, mas usar o lenço para dar o recado, um “ lençocorreio”. Cuidando o tempo todo, para que as palavras não se tornem mais importante do que o recado e o artifício - a impostura - não apareça e não atrapalhe.
(...)
Noblat.oglobo.globo.com/crônicas/notícia/2017/02/palavra.
html - adaptado.
– Marque a alternativa que contenha a seleção de palavras para o preenchimento CORRETO dos espaços nas frases abaixo, na sequência em que aparecem:
1. Este teatro _________ vamos é mantido pela universidade.
2. O policial esteve no local ________ ocorrera o crime.
3. Domingo, _________ fomos ao clube, fez sol.
4. A cidade de _________ ele vem fica no norte do estado.
5. Já era noite, _________ a lua apareceu.
O lema da tropa
O destemido tenente, no seu primeiro dia como comandante de uma fração de tropa, vendo que alguns de seus combatentes apresentavam medo e angústia diante da barbárie da guerra, gritou, com firmeza, para inspirar seus homens a enfrentarem o grupamento inimigo que se aproximava:
— Ou mato ou morro!
Ditas essas palavras, metade de seus homens fugiu para o mato e outra metade fugiu para o morro.
Considere o seguinte trecho do texto:
“— Ou mato ou morro! Ditas essas palavras, metade de seus homens fugiu para o mato e outra metade fugiu para o morro.”
No fragmento acima, para que houvesse redução de possibilidades interpretativas, do ponto de vista morfológico, e manutenção do sentido original desejado pelo tenente, bastaria que ele, ao encorajar seus combatentes
Considere o trecho abaixo para responder a questão:
“tão modesta, tão lavada, tão risonha, que parece papaguear com o céu e com os anjos...” (3º§)
A conjunção destacada na passagem relaciona ideias
e possui valor semântico de:
Considere o trecho abaixo para responder a questão:
“tão modesta, tão lavada, tão risonha, que parece papaguear com o céu e com os anjos...” (3º§)
Texto 2
Considere o termo “bastantes” na estrutura frasal e informe se é verdadeiro (V) ou falso (F) o que se afirma abaixo.
( ) Foi empregado na frase com valor de adjetivo. ( ) Seu referente é o substantivo masculino “instantes”. ( ) Concorda em número com pronome indefinido “alguns”. ( ) Por se tratar de um advérbio, deveria ser grafado no singular. ( ) Ao ser grafado no plural, caracteriza um erro de concordância nominal.
A sequência correta é
(Disponível em: <https://www.pensador.com/frase/MTMzODQ5Nw/>. Acesso em 08 fev. 2018).
Considere o termo “bastantes” na estrutura frasal e informe se é verdadeiro (V) ou falso (F) o que se afirma abaixo.
( ) Foi empregado na frase com valor de adjetivo. ( ) Seu referente é o substantivo masculino “instantes”. ( ) Concorda em número com pronome indefinido “alguns”. ( ) Por se tratar de um advérbio, deveria ser grafado no singular. ( ) Ao ser grafado no plural, caracteriza um erro de concordância nominal.
A sequência correta é
Texto
Santinho
(Luiz Fernando Veríssimo)
Me lembro com clareza de todas as minhas professoras, mas me lembro de uma em particular. Ela se chamava Dona Ilka. Curioso: por que escrevi “Dona Ilka” e não Ilka? Talvez por medo de que ela se materializasse aqui ao meu lado e exigisse o “Dona”, onde se viu tratar professora pelo primeiro nome, menino? No meu tempo ainda não se usava o “tia”. Elas podiam ser boas e até maternais, mas decididamente não eram nossas tias. A Dona Ilka não era maternal. Era uma mulher pequena com um perfil de passarinho. Um pequeno passarinho loiro. E uma fera.
Eu era aluno “bem-comportado”. Era um vagabundo, não aprendia nada, vivia distraído. Mas comportamento, 10. Por isto até hoje faço verdadeiras faxinas na memória, procurando embaixo de tudo e em todos os nichos a razão de ter sido, um dia, castigado pela Dona Ilka. Alguma eu devo ter feito, mas não consigo lembrar o quê. O fato é que fui posto de castigo. Que consistia em fcar de pé num canto da sala de aula, com a cara virada para a parede. (Isto tudo, já dá pra ver, foi mais ou menos lá pela Idade Média.) Mas o que eu nunca esqueci foi a Dona Ilka ter me chamado de “santinho do pau oco”.
Ser bem-comportado em aula não era uma decisão minha nem era nada de que me orgulhasse. Era só o meu temperamento. Mas a frase terrível da Dona Ilka sugeria que a minha boa conduta era uma simulação. Eu era um falso. Um santo falsificado! Depois disso, pelo resto da vida, não foram poucas as vezes em que um passarinho imaginário com perfil de professora pousou no meu ombro e me chamou de fingido. Os santinhos do pau oco passam a vida se questionando.
Já outra professora quase destruiu para sempre qualquer pretensão minha à originalidade literária. Era para fazer uma redação em aula sobre a ociosidade, e eu não tinha a menor ideia do que era ociosidade. Se a palavra fora mencionada em aula tinha certamente sido num dos meus períodos de devaneio, em que o corpo ficava ali, mas a mente ia passear. E então, me achando formidável, fiz uma redação inteira sobre um aluno que precisa fazer uma redação sobre a ociosidade sem saber o que é isso, sua agonia e finalmente sua decisão de fazer uma redação sobre um aluno que precisa fazer uma redação sobre a ociosidade, etc. a professora chamou a atenção de toda a classe para a minha redação. Eu era um exemplo de quem acha que com esperteza pode-se deixar de estudar e por isto estava ganhando um zero exemplar. Só faltou me chamar de original do pau oco.
Enfim, sobrevivi. No ginásio, todos os professores eram
homens, mas não me lembro de nenhuma marca que algum
deles tenha deixado. As relações com as nossas pseudomães,
no primário, eram mais profundas. As duas histórias que eu
contei não têm nenhuma importância. Mas olha as cicatrizes.
Leia atentamente as afirmativas abaixo.
I – No vocábulo “alistar”, observa-se a derivação parassintética.
II – Os vocábulos “riacho”, “quietude” e “amanhecer” são formados por sufixos nominais.
III – “Automóvel” é formado por hibridismo.
Está(ão) correta(s) apenas a(s) afirmativa(s)
Leia:
A menina ficou só, ao pé de amora carregada. Tão só que escutou as batidas de seu coração. Somente a solidão a acompanhava.
As palavras sublinhadas são classificadas, respectivamente, em:
Texto IV
Disponível em: https://donnablu.files.wordpress.com/2013/05/mafalda.jpg Acesso em: 20/01/2018.
( ) No primeiro quadro, o uso do pronome demonstrativo “nesse” está adequado à norma-padrão da língua, pois o jornal a que Mafalda se refere está nas mãos de Manolito. ( ) No último quadro, o pronome indefinido “alguma” não poderia ser posposto ao substantivo que acompanha, pois adquiriria valor negativo, alterando o sentido que se pretende construir na tira. ( ) No terceiro quadro, os adjuntos adnominais “[...] morais? Espirituais? Artísticos? Humanos?”, que especificam “valores” e estão expostos nos questionamentos de Mafalda, ajudam a construir a crítica subjacente à tirinha, pois revelam a esperança da garota em encontrar esse tipo de informação em jornais. ( ) No último quadro, ocorre uma figura de linguagem denominada elipse.