Questões Militares Comentadas sobre preposições em português

Foram encontradas 141 questões

Ano: 2021 Banca: VUNESP Órgão: PM-SP Prova: VUNESP - 2021 - PM-SP - Cabo PM |
Q2566935 Português
Beijos, nunca mais



1     Ouço dizer que, por causa da Covid, os beijos foram banidos do cinema. Por mais longa a quarentena antes das filmagens, não se pode arriscar a saúde dos atores – a não ser que eles se beijem de máscara. Mas talvez nem tudo esteja perdido. Muitos filmes do passado souberam transmitir intenso romantismo ou sensualidade sem recorrer ao beijo. Duvida? Eis alguns.


2    Em “A Estranha Passageira”, de Irving Rapper, Bette Davis pede um cigarro a Paul Henreid. Ele tira dois cigarros, coloca-os na boca, acende ambos e passa um deles a Bette. Um beijo seria mais explícito? Em “Férias de Amor”, de Joshua Logan, William Holden e Kim Novak fazem uma das maiores danças da história sem se tocarem. Poucas vezes o cinema foi tão romântico – a coreografia dizia tudo.


3     Em “A Dama e o Vagabundo”, desenho de Walt Disney, os dois cães comem no mesmo prato na cantina italiana e, sem querer, seus focinhos se unem por um fio de macarrão.


4     E eu poderia citar três das histórias mais românticas de todos os tempos, em que o herói não chega nem perto de beijar a heroína. “O Corcunda de Notre Dame”, filmado em 1923, em 1939, e em 1956, em todos havia atores famosos no papel do Corcunda apaixonado por Esmeralda – sem beijo. “O Fantasma da Ópera” em que, com ou sem máscara, aquele monstro sem nariz era imbeijável.


5     E, claro, King Kong, em que, em suas inúmeras versões, o galã tragicamente apaixonado nunca pôde sequer aproximar seus grandes lábios dos lábios da mocinha.



(https://www1.folha.uol.com.br/colunas/ruycastro/2020/09/
beijos-nunca-mais.shtml Adaptado)
As preposições destacadas indicam posse, pertencimento na alternativa:
Alternativas
Ano: 2024 Banca: FGV Órgão: PM-SP Prova: FGV - 2024 - PM-SP - Soldado PM de 2ª Classe |
Q2553696 Português
A preposição DE mostra inúmeros valores semânticos, ou seja, muitos sentidos. Assinale a frase em que essa preposição tem seu valor corretamente indicado.
Alternativas
Ano: 2024 Banca: FGV Órgão: CBM-RJ Prova: FGV - 2024 - CBM-RJ - Cadete do Corpo de Bombeiro |
Q2463473 Português
Assinale a frase em que a preposição A, sozinha ou combinada, tem seu valor semântico corretamente indicado.
Alternativas
Q2197121 Português
Em “Fiz-lhe sinal que se calasse”, A palavra que é:
Alternativas
Q2195626 Português
Texto I


Sonho de Ícaro

Alcançar o espaço e as estrelas é um sonho antigo da humanidade. Praticamente todas as culturas destacam o céu como um lugar especial. Esse local era normalmente designado como a morada dos deuses. Muitos povos consideravam que as constelações eram representações dos seus mitos e lendas. Dessa forma, o céu era um lugar divino e os homens somente o alcançavam quando eram convidados ou homenageados pelos deuses.

Entretanto, o espírito humano de vencer limites e barreiras nos impulsionou a superar as nossas limitações e buscou meios para atingirmos o céu. Um exemplo desse desejo é a interessante história sobre Dédalo, relatada na mitologia grega.

Ícaro era filho de Dédalo, o construtor do labirinto em que o rei Minos aprisionava o Minotauro, um ser com corpo de homem e cabeça de touro. A lenda grega conta que Dédalo ensinou Teseu, que seria devorado juntamente com outros jovens pelo monstro, como sair do labirinto. Dédalo sugeriu que ele deveria utilizar um novelo que deveria ser desenrolado na medida em que fosse penetrando no labirinto. Dessa forma, após ter matado o monstro, ele conseguiu fugir do labirinto. O rei Minos ficou furioso e prendeu Dédalo e o seu filho Ícaro no labirinto. Como o rei tinha deixado guardas vigiando as saídas, Dédalo construiu asas com penas dos pássaros colando-as com cera. Antes de levantar voo, o pai recomendou a Ícaro que, quando ambos estivessem voando, não deveriam voar nem muito alto (perto do Sol, cujo calor derreteria a cera) e nem muito baixo (perto do mar, pois a umidade tornaria as asas pesadas). Entretanto, a sensação de voar foi tão estonteante para Ícaro que ele esqueceu a recomendação e elevou-se tanto nos ares a ponto de a previsão de Dédalo ocorrer. A cera derreteu e Ícaro perdeu as asas, precipitando-se no mar e morrendo afogado.

Nos dias de hoje sabemos que é impossível voarmos com asas como imaginou Dédalo. Na realidade, o fato de Ícaro ter voado mais alto não derreteria a cera das asas, mas ocorreriam outros problemas. As aves que voam em grande altitude não sofrem com o calor, mas sim com o frio, o ar rarefeito e a falta de oxigênio. O ser humano não consegue voar batendo asas porque ele não tem força física suficiente para levantar o seu peso. Há outras maneiras muito mais eficientes para voarmos.

Desde o voo histórico de Santos Dumont, em Paris, em 1906, até o pouso dos astronautas da Apollo 11, na Lua, em 1969, o homem tem tentado alcançar as estrelas. Dezenas de missões não tripuladas já foram enviadas para praticamente todos os planetas do sistema solar (com exceção de Plutão). No momento, cogita-se a volta do homem à Lua e uma viagem tripulada para o planeta Marte ainda no século XXI. Entretanto, alcançar outras estrelas e seus sistemas planetários ainda é um sonho muito distante de se realizar. Talvez essa meta seja impossível como o voo de Dédalo e Ícaro.

A atual tecnologia utilizada nos foguetes e nas espaçonaves é baseada no princípio da ação e reação, que foi proposto por Isaac Newton há quase 300 anos. A ideia é simples. Para toda ação de uma força há uma força de reação de igual intensidade e de sentido contrário. Os atuais motores de foguetes utilizam enormes quantidades de combustíveis (oxigênio e hidrogênio líquidos). Quando os componentes do combustível reagem na câmara de combustão, o gás resultante é expelido para trás em alta pressão. De acordo com o princípio da ação e reação, o foguete é impelido para frente. Na medida em que ele vai esgotando o combustível, os módulos vazios são ejetados, o que ajuda também a propulsão do foguete. Independentemente do tipo de combustível utilizado, o princípio é sempre o mesmo.

Para viajar pelo sistema solar, as sondas não tripuladas já lançadas utilizam a atração gravitacional dos planetas para dar um impulso adicional. O planeta, ao “puxar” a espaçonave, acelera o seu movimento. Entretanto, com as trajetórias devidamente calculadas a partir das Leis da Mecânica e da Teoria da Gravitação, desenvolvida por Newton, o seu movimento consegue ser controlado para que ela não se choque com os planetas.

Dessa forma, essas espaçonaves podem atingir as impressionantes marcas de 100.000km/h. Contudo, mesmo com essa velocidade, seriam necessários aproximadamente 40.000 anos para que uma espaçonave alcançasse a estrela mais próxima do sistema solar, Alfa Centauri, que está a quatro anos-luz (aproximadamente 30 trilhões de quilômetros). Estamos ainda muito distantes para conseguir realizar tal viagem.

Na conquista do espaço não podemos nos esquecer da prudência que Dédalo pediu para Ícaro, mas também não podemos nunca perder a esperança de alcançar as estrelas. 

RECANTO DAS LETRAS. Textos. Contos. Fantasia. Sonho de Ícaro. Recanto das Letras, 21 maio 2008. Disponível em: https://www.recantodasletras.com.br/contosdefantasia/998894. Acesso em: 10 jan. 2023. (Adaptado).

Marque a opção em que o termo sublinhado foi classificado incorretamente
Alternativas
Q2181378 Português
A importância da música para a família Ramirez
(Este texto foi desenvolvido especialmente para esse concurso)

    Rafael Ramirez não sonhava em ser médico, engenheiro ou astronauta. Diferente das demais crianças, Rafael tinha adoração por música, sentia que seu caminho era o de ser musicista.
    A dedicação de seus pais era intensa e imensa. Tornou-se maestro aos 30 anos e esse triunfo ______ (01 - obtido – obitido) também teve como alicerce a esposa, Bia, e os dois filhos, Yasmin e Petrônio.
    Há uns meses, eles se mudaram de São Paulo para Natal, dentre os embrulhos e arrumação de caixas, Rafael encontrou uma coleção antiga de discos (LPs). Decidiu voltar a estudar, agora em um nível superior, o de doutorado. Então, o que era uma curiosidade que marcava uma época de músicas antigas, passou a ser uma base de pesquisa.
    Durante a primeira semana na capital potiguar, logo se inscreveu no programa de pós-graduação e, para sua completa alegria, percebeu que seus filhos também queriam aprender música, a menina para compreender a vida pelas cordas de um violino, para ela esse instrumento ______ (02 - conecta – conécta) pessoas do mundo todo com um som que alcança e acalma a alma. Já o rapazote pensou na música para cantar e encantar a ______ (03 - plateia – platéia) de sua banda de rock.
    A esposa, Bia, era mais prática, via que a música unia as expressões e queria saber se comunicar mais e melhor, uniu o som da percussão com as danças árabes, que resgatavam sua cultura ancestral.
    Com esses exemplos, evidencia-se que, desde sempre, a música é vista como um diferencial por causa das motivações de quem a conhece e hoje ela se tornou uma forma de expressão que se justifica por abarcar diversas áreas da sociedade, variadas idades e famílias inteiras. 
Leia o fragmento, “Rafael Ramirez foi à Casa de Repouso Cantinho do Paraíso para tocar gratuitamente para os idosos”. Complete a afirmação com uma das alternativas apresentadas: Usa-se a crase na junção da preposição ‘a’ + o artigo definido ‘a’ utilizado ___________. 
Alternativas
Q2172975 Português
Leia, atentamente, o texto abaixo e, em seguida, responda a questão proposta.

O HOMEM TROCADO

Luís Fernando Veríssimo

O homem acorda da anestesia e olha em volta. Ainda está na sala de recuperação. Há uma enfermeira do seu lado. Ele pergunta se foi tudo bem.

– Tudo perfeito – diz a enfermeira, sorrindo.

– Eu estava com medo desta operação…

– Por quê? Não havia risco nenhum.

– Comigo, sempre há risco. Minha vida tem sido uma série de enganos…

E conta que os enganos começaram com seu nascimento. Houve uma troca de bebês no berçário e ele foi criado até os dez anos por um casal de orientais, que nunca entenderam o fato de terem um filho claro com olhos redondos. Descoberto o erro, ele fora viver com seus verdadeiros pais. Ou com sua verdadeira mãe, pois o pai abandonara a mulher depois que esta não soubera explicar o nascimento de um bebê chinês.

– E o meu nome? Outro engano.

– Seu nome não é Lírio?

– Era para ser Lauro. Se enganaram no cartório e…

Os enganos se sucediam. Na escola, vivia recebendo castigo pelo que não fazia. Fizera o vestibular com sucesso, mas não conseguira entrar na universidade. O computador se enganara, seu nome não apareceu na lista.

– Há anos que a minha conta do telefone vem com cifras incríveis. No mês passado tive que pagar mais de R$ 3 mil.

– O senhor não faz chamadas interurbanas?

– Eu não tenho telefone!

Conhecera sua mulher por engano. Ela o confundira com outro. Não foram felizes.

– Por quê?

– Ela me enganava.

Fora preso por engano. Várias vezes. Recebia intimações para pagar dívidas que não fazia. Até tivera uma breve, louca alegria, quando ouvira o médico dizer:

– O senhor está desenganado. 

Mas também fora um engano do médico. Não era tão grave assim. Uma simples apendicite.

– Se você diz que a operação foi bem…

A enfermeira parou de sorrir.

– Apendicite? – perguntou, hesitante.

– É. A operação era para tirar o apêndice.

– Não era para trocar de sexo?

Fonte: https://contobrasileiro.com.br/o-homem-trocado-cronica-de-luis-fernando-verissimo/ Acesso em 23 de março de 2023
Assinale a opção em que todos os adjetivos devem ser seguidos pela mesma preposição:
Alternativas
Ano: 2023 Banca: PM-MG Órgão: PM-MG Prova: PM-MG - 2023 - PM-MG - Soldado |
Q2156475 Português

Leia atentamente o texto abaixo e responda a questão proposta.


MEU MELHOR CONTO

 

 

                                                                                                                                       Moacyr Scliar

Você me pergunta qual foi o melhor conto que escrevi. Indagação típica de jovens jornalistas; vocês vêm aqui, com esses pequenos gravadores, que sempre dão problema, e uma lista de perguntas - e aí querem saber qual foi o melhor ponto que a gente fez, qual provocou maior controvérsia, essas coisas. Mas tudo bem: não vou me furtar a responder essa questão. Dá mais trabalho explicar por que a gente não responde do que simplesmente responder.

               

    Meu melhor conto... Não está em nenhum dos meus livros, em nenhuma antologia, em nenhuma publicação. Ele está aqui, na minha memória; posso acessá-lo a qualquer momento. Posso inclusive lembrar as circunstâncias em que o escrevi. Não esqueci, não. Não esqueci nada. Mesmo que quisesse esquecer, não o conseguiria.   

    Eu era então um jovem escritor - faz muito tempo, portanto, que isso aconteceu. Estava concluindo o curso de Letras e acabara de publicar meu primeiro livro, recebido com muito entusiasmo pelos críticos. É uma revelação, diziam todos, e eu, que à época nada tinha de modesto, concordava inteiramente: considerava-me um gênio. Um génio contestador. Minhas histórias estavam impregnadas de indignação; eram verdadeiros panfletos de protesto contra a injustiça social. O que me salvava do lugar-comum era a imaginação - a imaginação sem limites que é a marca registrada da juventude literária e que, como os cabelos, desaparecem com os anos.

         Mas eu não era só escritor. Era militante político. Fazia parte de um minúsculo, obscuro, mas extremado grupo de universitários. Veio o golpe de 1964, participei em manifestações de protesto, cheguei a pensar em juntar-me à guerrilha - o que certamente seria um-desastre, porque eu era um garoto de classe média, mimado pelos pais, acostumado ao conforto, enfim, uma antípoda do guerrilheiro. De qualquer modo, fui preso.

       Uma tragédia. Meus pais quase enlouqueceram. Fizeram o possível para me soltar, falaram com Deus e todo mundo, com políticos, jornalistas e até generais. Inútil. O momento era de linha dura, linha duríssima, e eu estava em mais de uma lista de suspeitos. Não me soltariam de jeito nenhum.

    Fui levado para um lugar conhecido como Usina Pequena. Havia duas razões para essa denominação. Primeiro, o centro de detenção ficava, de fato, perto de uma termelétrica. Em segundo lugar, o método preferido para a tortura era, ali, o choque elétrico.

      O chefe da Usina Pequena era o Tenente Jaguar. Esse não era o seu verdadeiro nome, mas o apelido era mais que o apropriado: ele tinha mesmo cara de felino, e de felino muito feroz. Ao sorrir, mostrava os caninos enormes - e isso era suficiente para dar calafrios nos prisioneiros.

    Fiquei pouco tempo na Usina Pequena, quinze dias. Mas foi o suficiente. Da cela que eu ocupava, um cubículo escuro, úmido, fétido, eu ouvia os gritos dos prisioneiros sendo torturados e entrava em pânico, perguntando-me quando chegaria a minha vez. E aí uma manhã eles vieram me buscar e levaram-me para a chamada Sala do Gerador, o lugar das torturas, e ali estava o Tenente Jaguar, à minha espera, fumando uma cigarrilha e exibindo aquele sorriso sinistro. Leu meu prontuário e começou o interrogatório. Queria saber o paradeiro de um dos meus professores, suspeito de ser um líder importante na guerrilha.

      Tão apavorado eu estava que teria falado - se soubesse, mesmo, onde estava o homem. Mas eu não sabia e foi o que respondi, numa voz trémula, que não sabia. Ele me olhou e estava claramente decidindo se eu falava a verdade ou se era bom ator. Mas ali a regra era: na dúvida, a tortura. E eu fui torturado. Choques nos genitais, o método clássico. No quarto choque, desmaiei, e me levaram de volta para a cela.

     Durante dois dias ali fiquei, deitado no chão, encolhido, apavorado. No terceiro dia o carcereiro entrou na sala: o Tenente queria me ver. Implorei para que não me levasse: eu não aguento isso, vou morrer, e vocês vão se meter em confusão. Ignorando minhas súplicas, arrastou-me pelo corredor, mas não me levou para o lugar das torturas, e sim para a sala do Tenente. O que foi uma surpresa. Uma surpresa que aumentou quando o homem me recebeu gentilmente, pediu que sentasse, ofereceu-me um chá. Perguntou se eu tinha me recuperado dos choques; e aí - eu cada vez mais atônito - pediu desculpas: eu tinha de compreender que torturar era a função dele, e que precisava cumprir ordens.

    Ficou um instante olhando pela janela - era uma bela manhã de primavera - e depois voltou-se para mim, anunciando que tinha um pedido a me fazer.

   Àquela altura eu não entendia mais nada. Ele tinha um pedido a me fazer? O todo-poderoso chefe daquele lugar? O cara que podia me liquidar sem qualquer explicação tinha um pedido? Estou às suas ordens, eu disse, numa voz sumida, e ele foi adiante. Eu sei que você é escritor, e um escritor muito elogiado.

        Está na sua ficha - acrescentou, sorridente. - Nós aqui temos todas as informações sobre sua vida.

        Olhou-me de novo e acrescentou:

        - Tem uma coisa que eu queria lhe mostrar.

      Abriu uma gaveta e tirou de lá um recorte de jornal. Era uma notícia sobre um concurso de contos. Cada vez mais surpreso, li aquilo e mirei-o sem entender. Ele explicou.

       Eu escrevo. Contos, como você. Mas tenho de admitir: não tenho um décimo do seu talento. Nova pausa, e continuou:

       Quero ganhar esse concurso literário. Melhor, preciso ganhar esse concurso literário. Não me pergunte a razão, mas é muito importante para mim. E você vai me ajudar. Vai escrever um conto para mim. Posso contar com você, não é?

      E então aconteceu a coisa mais surpreendente. Eu disse que não, que não escreveria merda nenhuma para ele.

      Tão logo falei, dei-me conta do que tinha feito - e fiquei a um tempo aterrorizado e orgulhoso. Sim, eu tinha ousado resistir. Sim, eu tinha mostrado a minha fibra de revolucionário. Mas, e agora? E os choques?

     Para meu espanto, o homem começou a chorar. Chorava desabaladamente, como uma criança. E então me explicou: quem tinha mandado aquele recorte fora o seu filho, um rapaz de catorze anos que adorava o pai, e adorava as histórias que o pai escrevia

      - Ele quer que eu ganhe o concurso, o meu filho o Tenente, soluçando. E eu quero ganhar o concurso. Para ele. É um rapaz muito doente, talvez não viva muito. Eu preciso lhe dar essa alegria. E só você pode me ajudar.

        Olhava-me, as lágrimas escorrendo pela face.

      O que podia eu dizer? Pedi que me arranjasse uma máquina de escrever e umas folhas de papel.

      Naquela tarde mesmo escrevi o conto. Nem precisei pensar muito; simplesmente sentei e fui escrevendo. A história brotava de dentro de mim, fluía fácil. E era um belo conto, diferente de tudo o que eu tinha escrito até então. Não falava em revolta, não satirizava opressores. Contava a história de um pai e de seu filho moribundo.

       Entreguei o conto ao Tenente, que o recebeu sem dizer palavra, sem sequer me olhar. E no dia seguinte fui solto.

     Nunca fiquei sabendo o que aconteceu depois, o resultado do concurso, nada disso. Não estava interessado; ao contrário, queria esquecer a história toda, e inclusive o conto que eu tinha escrito. O que foi inútil. A narrativa continuava dentro de mim, como continua até hoje. Se eu quisesse, poderia escrevê-la de uma sentada.

       Mas não o farei. Esse conto não me pertence. É, acho, a melhor coisa que escrevi, mas não me pertence. Pertence ao Tenente, que esses dias, aliás, vi na rua: um ancião alquebrado, que anda apoiado numa bengala.

     Ele me olhou e sorriu. Talvez tivesse, com gratidão, lembrado aquele episódio. Ou talvez estivesse debochando de mim. Com esses velhos torturadores, a gente nunca sabe.

 

                                                                                                                           (Porto Alegre, 2003.)

 

                                                        Conto de Moacyr Scliar publicado no livro "Do conto à crônica".

 

Marque a alternativa CORRETA. Na frase “Contava a história de um pai e um filho moribundo.”, o vocábulo destacado exerce a função de:
Alternativas
Q2121258 Português
O que somos para os outros diz sobre a nossa identidade. O sentido da vida está no outro. Podemos construir um mundo melhor ou viver em nosso mundinho individualista cheio de espelhos que refletem somente a solidão de alguém sem sentido para viver.

Dê sentido a sua vida.

https://www.correntebrasilia.com.br/2021/11/de-sentido-a-sua-vida2/?gclid=CjwKCAiAxP2eBhBiEiwA5puhNfGpWM0Nn6QHdK0e59e. Acesso em 07.02.2023
Em qual alternativa a classificação (em parênteses) do termo destacado em maiúscula está INCORRETA?
Alternativas
Q2098440 Português
Leia o texto a seguir para responder a questão.

Asas que absorvem o som

Revista Pesquisa FAPESP

Estruturas microscópicas na escama das asas de duas espécies de mariposa – a chinesa Antheraea pernyi e a africana Dactyloceras lucina – são capazes de absorver grande parte das ondas de ultrassom emitidas por seus principais predadores, os morcegos, constataram pesquisadores da Universidade de Bristol, no Reino Unido (PNAS, 8 de dezembro). Em suas caçadas noturnas, os morcegos emitem silvos e guinchos ultrassônicos. Essas ondas batem no corpo das presas e retornam ao ouvido desses mamíferos alados, permitindo-lhes localizar o jantar. A equipe liderada pelo biólogo acústico Marc Holderied, de Bristol, observou que as escamas das asas das mariposas vibram e abafam as ondas ultrassônicas – cada escama tem 1 milímetro de comprimento e 200 micrômetros de espessura. Combinadas, as dezenas de milhares de escamas absorvem mais ultrassom que a soma de suas partes, abafando uma faixa de frequências entre 20 quilohertz (kHz) e 160 kHz e criando uma camuflagem sonora que dificulta a localização das mariposas. A nanoestrutura descoberta pode inspirar o desenvolvimento de novos materiais redutores de ruídos.

Disponível em: https://revistapesquisa.fapesp.br/wpcontent/uploads/2021/01/012-017_notas_299.pdf. Acesso em: 09 jun. 2022. 
Considerando o uso das classes de palavras, analise o excerto retirado do texto: “Combinadas, as dezenas de milhares de escamas absorvem mais ultrassom que a soma de suas partes, abafando uma faixa de frequências entre 20 quilohertz (kHz) e 160 kHz e criando uma camuflagem sonora que dificulta a localização das mariposas. A nanoestrutura descoberta pode inspirar o desenvolvimento de novos materiais redutores de ruídos.” e assinale a alternativa correta.
Alternativas
Q2098428 Português
Leia a tirinha a seguir para responder a questão.



Disponível em: https://www.instagram.com/p/CeMpjlyrwZd/. Acesso em: 09 jun.2022.
Assinale a alternativa correta em relação ao uso das classes de palavras na tirinha e aos sentidos produzidos por elas.
Alternativas
Ano: 2023 Banca: IDECAN Órgão: PM-CE Prova: IDECAN - 2023 - PM-CE - Soldado |
Q2073694 Português
Metano pode ser a chave para detectar vida alienígena em um planeta distante

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(Will Dunham. https://www1.folha.uol.com.br/ciencia/2022/03/metano-pode-ser-a-chave-para-detectar-vida-alienigena-em-um-planeta-distante.shtml. 31.mar.2022)
Mesmo que a bioquímica da vida alienígena seja radicalmente diferente da que existe na biosfera da Terra, a metanogênese é uma estratégia metabólica óbvia e fácil para qualquer vida baseada em carbono, dadas as fontes de energia provavelmente presentes em exoplanetas rochosos... (linhas 26 a 29)
É correto afirmar que, no período acima, há 
Alternativas
Ano: 2022 Banca: IBFC Órgão: CBM-AC Prova: IBFC - 2022 - CBM-AC - Aluno Soldado Combatente |
Q2068986 Português
A Lição da Borboleta

    Um dia, uma pequena abertura apareceu num casulo; um homem sentou e observou a borboleta por várias horas, enquanto ela se esforçava para fazer com que seu corpo passasse através daquele pequeno buraco. Então, pareceu que ela havia parado de fazer qualquer progresso. Parecia que ela tinha ido o mais longe que podia e não conseguia ir além.
    O homem decidiu ajudar a borboleta: ele pegou uma tesoura e cortou o restante do casulo. A borboleta então saiu facilmente. Mas seu pequeno corpo estava murcho e tinha as asas amassadas. O homem continuou a observar a borboleta porque ele esperava que, a qualquer momento, as asas dela se abrissem e se esticassem para serem capazes de suportar o corpo, que iria se afirmar a tempo. Nada aconteceu!
    Na verdade, a borboleta passou o resto de sua vida rastejando com um corpo murcho e asas encolhidas. Ela nunca foi capaz de voar. O que o homem, em sua gentileza e vontade de ajudar, não compreendia, era que o casulo apertado e o esforço da borboleta para passar através da pequena abertura eram necessários para que o fluido do corpo da borboleta fosse para as asas, de modo que ela estaria pronta para voar, uma vez que estivesse livre do casulo.
   Algumas vezes, o esforço é justamente o que precisamos em nossa vida. Se vivêssemos sem quaisquer obstáculos, não seriamos tão fortes e nunca poderiamos voar... Que a vida seja um eterno desafio, pois só assim voar será realmente possível.

Adaptado de “A Lição da Borboleta” – Autor desconhecido.

Utilize o texto acima para responder a questão.
Pode-se afirmar que as palavras são categorizadas em classes (classes de palavras ou classes gramaticais). Essa categorização depende da sua natureza e da sua função gramatical. Existem dez classes de palavras em português: substantivos, adjetivos, artigos, numerais, pronomes e etc. Considerando-se o trecho: “ele pegou uma tesoura e cortou o (...) casulo”. Leia atentamente as assercões abaixo e assinale a única aternativa em que todas as classificações estão corretas.  
I. A palavra “ele” é um pronome, mais especificamente, corresponde a terceira pessoa do singular. II. “pegou” é um verbo e está conjugado no pretérito imperfeito. III. Pode-se classificar “uma” como um artigo indefinido. IV. A palavra “tesoura” é um substantivo abstrato. V. Pode-se afirmar que “e” é uma conjunção. VI. “cortou’ também é um verbo e também está conjugado no pretérito imperfeito. VII. Pode-se afirmar que “o” é um artigo definido masculino. VIII. A palavra “casulo” é um advérbio de modo.
Alternativas
Q2046363 Português
CLÍNICA VIRTUAL

Empresas brasileiras criam serviços para melhorar o
trabalho dos médicos

Thiago Tanji – 18 SET 2015

  Um consultório médico de porte médio, com até dez profissionais, conta com aproximadamente 20 mil cadastros de pacientes, que geram pilhas de prontuários acumuladas em caixas de papelão. Para resolver essa questão física e transformar toda essa quantidade de dados em informações úteis para o diagnóstico, o publicitário Tiago Delgado criou em 2012 o Medicina Direta, plataforma para criação de sites médicos, prontuários eletrônicos e prescrições digitais de receitas. “Com um banco de dados digital e melhor qualidade de processamento, o corpo clínico consegue transformar dados em informações que podem ajudar no tratamento e beneficiar os pacientes”, afirma Delgado. Com mais de 500 clientes, a empresa também desenvolveu um aplicativo para iOS e pretende lançar um serviço para que o médico analise os exames dos pacientes diretamente na plataforma.
    Outro serviço voltado para a comunidade médica foi desenvolvido em 2012 por três colegas que se formaram em medicina na Universidade Federal Fluminense (UFF). Batizada de PEBmed, a startup já criou 20 aplicativos que têm conteúdo direcionado a diferentes práticas de medicina, como guias de anatomia humana e de medicamentos. Até agora, mais de 325 mil downloads foram realizados para iOS e Android. “Os médicos vão para os plantões com um caderno de anotações, mas queremos que eles tenham informações precisas”, diz Bruno Lagoeiro, um dos sócios da empresa. “O profissional terá segurança na hora de checar uma dose de medicamento ou verificar um tratamento novo”.

Disponível em:
https://revistagalileu.globo.com/Revista/noticia/2015/09/como-odoutor-google-esta-criando-uma-legiao-de-cibercondriacos.html.
Acesso em: 10 jun. 2022.
Assinale a alternativa em que a preposição destacada tem o mesmo sentido que em “O jarro de vidro quebrou”.
Alternativas
Q2034731 Português
Analise as afirmativas abaixo, em relação à classificação das palavras.
1- A palavra "rebanho" é um exemplo de susbstantivo coletivo. li- A palavra "neve" é um exemplo de adjetivo. Ili- A palavra "contudo" é um exemplo de preposição. IV- A palavra "porque" é um exemplo de advérbio. V- A palavra "persuadir" é um exemplo de verbo.
Assinale a opção correta. 
Alternativas
Ano: 2014 Banca: PM-SC Órgão: PM-SC Prova: PM-SC - 2014 - PM-SC - Cabo da Polícia Militar |
Q2025810 Português
O Procedimento Operacional Padrão nº 103 – Análise e Resolução de Problemas em Segurança Pública – estabelece, em seu item 2, b, I, o seguinte:.
“b. Realizar reunião no CONSEG para a identificação de problemas:
I. Mobilizar o maior número possível de pessoas diferentes para participar do processo de identificação de problemas, congregando, preferencialmente, os seis grandes da polícia comunitária”
Quanto à classe gramatical, as palavras destacadas no texto acima são, respectivamente:
Alternativas
Ano: 2016 Banca: UFPR Órgão: PM-PR Prova: UFPR - 2016 - PM-PR - Aspirante |
Q2015229 Português
As duas estrofes a seguir iniciam o poema Y-Juca-Pyrama de Gonçalves Dias, publicado em 1851.
No meio das tabas de amenos verdores Cercadas de troncos – cobertos de flores, Alteião-se os tectos d’altiva nação; São muitos seus filhos, nos animos fortes, Temiveis na guerra, que em densas cohortes Assombrão das matas a imensa extensão São rudes, severos, sedentos de gloria, Já prelios incitão, já cantão victoria, Já meigos attendem a voz do cantor: São todos tymbiras, guerreiros valentes! Seu nome la vôa na bocca das gentes, Condão de prodigios, de gloria e terror!
Últimos Cantos, Gonçalves Dias
Nesse trecho, o poeta apresenta a tribo dos timbiras. Constatamos, sem dificuldades, que a ortografia da época era, em muitos aspectos, diferente da que usamos atualmente. Tendo isso em vista, considere as seguintes afirmativas:
1. As palavras paroxítonas terminadas em ditongo não eram acentuadas naquela época, diferentemente de hoje.
2. As formas verbais se alternam entre presente e futuro do presente do indicativo, com a mesma terminação.
3. A 3ª pessoa do plural dos verbos do presente do indicativo se diferencia graficamente da forma atual.
4. Os monossílabos tônicos perderam o acento na ortografia contemporânea.

Assinale a alternativa correta.

Alternativas
Ano: 2016 Banca: UFPR Órgão: PM-PR Prova: UFPR - 2016 - PM-PR - Aspirante |
Q2015228 Português
A épica narrativa de nosso caminho até aqui

       Quando viajamos para o exterior, muitas vezes passamos pela experiência de aprender mais sobre o nosso país. Ao nos depararmos com uma realidade diferente daquela em que estamos imersos cotidianamente, o estranhamento serve de alerta: deve haver uma razão, um motivo, para que as coisas funcionem em cada lugar de um jeito. Presentes diferentes só podem resultar de passados diferentes. Essa constatação pode ser um poderoso impulso para conhecer melhor a nossa história.

     Algo assim vem ocorrendo no campo de estudos sobre o Sistema Solar. O florescimento da busca de planetas extrassolares – aqueles que orbitam em torno de outras estrelas – equivaleu a dar uma espiadinha no país vizinho, para ver como vivem “seus habitantes”. Os resultados são surpreendentes. Em certos sistemas, os planetas estão tão perto de suas estrelas que completam uma órbita em poucos dias. Muitos são gigantes feitos de gás, e alguns chegam a possuir mais de seis vezes a massa e quase sete vezes o raio de Júpiter, o grandalhão do nosso sistema. Já os nossos planetas rochosos, classe em que se enquadram Terra, Mercúrio, Vênus e Marte, parecem ser mais bem raros do que imaginávamos a princípio.

      A constatação de que somos quase um ponto fora da curva (pelo menos no que tange ao nosso atual estágio de conhecimento de sistemas planetários) provocou os astrônomos a formular novas teorias para explicar como o Sistema Solar adquiriu sua atual configuração. Isso implica responder perguntas tais como quando se formaram os planetas gasosos, por que estão nas órbitas em que estão hoje, de que forma os planetas rochosos surgiram etc.

        Nosso artigo de capa traz algumas das respostas que foram formuladas nos últimos 15 a 20 anos. Embora não sejam consensuais, teorias como o Grand Tack, o Grande Ataque e o Modelo de Nice têm desfrutado de grande prestígio na comunidade astronômica e oferecem uma fascinante narrativa da cadeia de eventos que pode ter permitido o surgimento da Terra e, em última instância, da vida por aqui. [...]


(Paulo Nogueira, editorial de Scientific American – Brasil – n o 168, junho 2016.)
Considere a estrutura “daquela em que estamos imersos” (linha 2 do 1º parágrafo) e compare-a com as seguintes:
1. o espaço ___ que moramos ... 2. a organização ____ que confiamos ... 3. a cidade ___ que almejamos ... 4. os problemas ____ que constatamos nos relatórios...
Tendo em vista as normas da língua culta, a preposição “em” deveria preencher a lacuna em:
Alternativas
Ano: 2022 Banca: FGV Órgão: CBM-RJ Prova: FGV - 2022 - CBM-RJ - Cadete do Corpo de Bombeiro |
Q1992520 Português
Assinale a frase em que ocorreu a troca indevida entre sob e sobre
Alternativas
Ano: 2022 Banca: FGV Órgão: PM-SP Prova: FGV - 2022 - PM-SP - Soldado da Polícia Militar |
Q1963662 Português
Atenção: a questão deve ser respondida a partir do Texto III.


Texto III

Má educação dos turistas em templos e bares irrita japoneses

  “Os japoneses estão irritados com o comportamento de turistas que visitam templos, fontes sagradas e até mesmo lojas em Tóquio. A falta de educação dos visitantes, que sobem em telhados, levam sua própria comida para locais que vendem alimentos e usam qualquer coisa como cinzeiro tira do sério quem vive no local.

    O templo de Nanzoin em Sasaguri, Fukuoka, deixou claro, em cartazes feitos em nada menos que 12 idiomas, para nãojaponeses ficarem longe, após uma série de advertências verbais aos turistas. Alguns dos visitantes tocaram música alta, mergulharam em uma cachoeira sagrada e um subiu no telhado para tirar melhores fotos.

    No Izakaya Bar, em Kyoto, o dono perdeu a paciência ao ver os turistas trazendo comida para consumir em suas mesas, usando os pratos como cinzeiros e sacudindo suas cinzas de cigarro no chão. A solução foi fingir que está lotado quando vê grupos com mais de cinco turistas se aproximando.

    Em 2016, uma mulher invadiu uma área proibida no Parque Ueno, em Tóquio, enquanto outras foram vistas no Parque do Castelo de Osaka, arrancando flores para colocar nos cabelos. Em 2018, o Japão recebeu 31,2 milhões de visitantes estrangeiros.”

(https://casavogue.globo.com/LazerCultura/Viagem/noticia/2019/03/ma-educacaodos-turistas-em-templos-e-bares-irrita-japoneses.html. Acesso em 03/08/2022.) 
Analise o segmento de texto a seguir.
“Os japoneses estão irritados com o comportamento de turistas que visitam templos, fontes sagradas e até mesmo lojas em Tóquio. A falta de educação dos visitantes, que sobem em telhados, levam sua própria comida para locais que vendem alimentos e usam qualquer coisa como cinzeiro tira do sério quem vive no local.”
Assinale a opção em que a preposição destacada é uma exigência de um termo anterior.
Alternativas
Respostas
1: B
2: A
3: B
4: C
5: A
6: D
7: A
8: A
9: E
10: E
11: C
12: D
13: A
14: A
15: C
16: C
17: B
18: B
19: C
20: A