Questões Militares de Português - Significação Contextual de Palavras e Expressões. Sinônimos e Antônimos.

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Q1834871 Português

O verbo haver apresenta os sentidos de existir, ocorrer, decorrer, fazer (tempo).


Assinale a alternativa em que esse verbo está corretamente empregado. 

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Q1834868 Português

TEXTO I

Beleza é fundamental?


Homens e mulheres sempre foram obcecados pela aparência, sempre desejaram se sentir mais jovens, bonitos e atraentes. A história conta que, em tempos passados, a maquiagem foi usada para reverenciar deuses. No Egito Antigo, estão os primeiros testemunhos do uso de cosméticos: os faraós consideravam a maquiagem dos olhos imprescindível para se evitar olhar diretamente para Rá, o deus-sol. Em tempos passados, os nobres usavam perucas coloridas como um modo de distinção social e maquiavam-se para proteger a pele castigada pelo clima. Os cosméticos também escondiam os sinais da idade avançada. Dizem que a Rainha Vitória, da Inglaterra, irada com seu envelhecimento, mandou quebrar todos os espelhos de seus palácios. Além disso, a forma física também era uma preocupação da humanidade. Mas, isso não é coisa do passado...


O percentual de pessoas obesas em idade adulta no país mais do que dobrou em 17 anos, indo de 12,2%, entre 2002 e 2003, para 26,8%, em 2019. No mesmo período, a proporção da população adulta com excesso de peso passou de 43,3% para 61,7%, representando quase dois terços dos brasileiros. Os dados são do segundo volume da Pesquisa Nacional de Saúde (PNS) 2019, divulgada pelo IBGE em 21 de outubro de 2020. Um estudo da Universidade Federal de Minas Gerais, realizado com adolescentes de Belo Horizonte, concluiu que 63% dos entrevistados estão insatisfeitos com o corpo, sendo que 80% tinham índice de massa corporal normal para a idade e a altura.


A tecnologia e os avanços da indústria química fazem mágica com a aparência de qualquer pessoa. De um dia para outro, é possível mudar completamente a aparência. As clínicas de tratamento de beleza têm agendas concorridas; os cirurgiões plásticos nunca ganharam tanto dinheiro com clientes dispostos a pagar fortunas para “perder” aquela indesejável barriguinha ou fazer qualquer tipo de intervenção em busca de um ideal de perfeição. No mundo da vaidade, o que não falta é produto e técnica prometendo às pessoas olharem-se no espelho e sentirem-se belas e atraentes.


A psicóloga Maria das Graças Silva Martin adverte que, antes de pensar em retocar o próprio corpo, é necessária uma mudança de dentro para fora. “Muitas vezes, a pessoa faz uma cirurgia para se sentir melhor consigo mesma; entretanto, como não houve mudança de hábitos nem de pensamentos, com o passar do tempo ela voltará a uma linha de conduta que provavelmente irá levá-la ao mesmo processo que a fez querer alterar a própria imagem”. A mudança não é só de conduta, é de pensamentos, de sentimentos e de emoções.


Cuidar da saúde, buscar qualidade de vida, sentir-se melhor e mais bem disposto só traz benefícios; porém, quando são ultrapassados os limites, a vida humana pode correr perigo. Daqui a alguns anos, os livros registrarão os exageros da bilionária indústria da beleza do século XXI.


DELL’ISOLA, Benedita. Beleza não põe mesa, nem abre o apetite. [Fragmento]

Leia este trecho do texto:


“Muitas vezes, a pessoa faz uma cirurgia para se sentir melhor consigo mesma, entretanto, como não houve mudança de hábitos nem de pensamentos, com o passar do tempo ela voltará a uma linha de conduta que provavelmente irá levá-la ao mesmo processo que a fez querer alterar a própria imagem.”


Sem haver alteração de sentido do trecho acima, os termos sublinhados podem ser substituídos, respectivamente, por

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Q1833612 Português
Para responder a questão, leia o trecho do romance de Érico Veríssimo – Olhai os lírios do campo.

Olhai os lírios do campo
   [...] Estive pensando muito na fúria cega com que os homens se atiram à caça do dinheiro. É essa a causa principal dos dramas, das injustiças, da incompreensão da nossa época. Eles esquecem o que têm de mais humano e sacrificam o que a vida lhes oferece de melhor: as relações de criatura para criatura. De que serve construir arranha-céus se não há mais almas humanas para morar neles? [...]
   [...] É indispensável trabalhar, pois um mundo de criaturas passivas seria também triste e sem beleza. Precisamos, entretanto, dar um sentido humano às nossas construções. E quando o amor ao dinheiro, ao sucesso, nos estiver deixando cegos, saibamos fazer pausas para olhar os lírios do campo e as aves do céu. [...]
   [...] Há, na terra, um grande trabalho a realizar. É tarefa para seres fortes, para corações corajosos. Não podemos cruzar os braços. [...]
    [...] É indispensável que conquistemos este mundo, não com as armas do ódio e da violência e sim com as do amor e da persuasão. [...]
   [...] Quando falo em conquistas, quero dizer a conquista duma situação decente para todas as criaturas humanas, a conquista da paz digna, através do espírito de cooperação. [...]
Érico Veríssimo
Na frase “É indispensável que conquistemos este mundo, não com as armas do ódio e da violência e sim com as do amor e da persuasão”, os termos em destaque estabelecem uma relação de: 
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Q1828533 Português
Leia o texto abaixo para responder à questão.

Torre de Babel – história baseada em fatos reais (só que ao contrário)
   O mito da Torre de Babel conta por que existem tantas línguas no mundo. Nele, uma população unida e monolíngue decide construir uma torre que alcance o céu. Deus, irritado com a prepotência das pessoas, confunde a língua delas para que não se entendam mais e espalha as línguas pelo mundo.
   Mito linguístico por trás dessa história: falar uma língua é o ideal. Falar muitas línguas é ruim, pois confunde e separa.
   A narrativa de Babel talvez seja uma alegoria do que realmente pode ter ocorrido com as línguas humanas, só que os autores entenderam errado: não foram as muitas línguas que causaram a separação das pessoas, mas a separação é que deu origem a muitas línguas. 
   Quanto mais falantes uma língua houver e mais espalhados geograficamente estiverem, mais distantes se tornarão seus jeitos de se comunicar. Grupos separados e em contextos diferentes acabam adaptando a língua às suas realidades particulares e, com o tempo, a diferença entre seus dialetos se torna tão grande que um grupo já não compreende mais o outro. Temos, então, duas novas línguas. Foi mais ou menos assim que o latim se tornou português, espanhol, francês, italiano e outras vinte e poucas línguas. O processo é acelerado quando falantes de línguas diferentes entram em contato, pois elas incorporam elementos umas das outras, e daí às vezes nascem novas línguas. A língua crioula haitiana surgiu mais ou menos assim.
   De volta ao mito, é importante esclarecer que, ainda que todas as línguas do mundo venham de uma só língua (não a de Babel, claro), isso ocorreu muito antes do surgimento de qualquer sociedade organizada. E é muito provável que tenham sido diversas “línguas-originais”, já que por mais de 2 milhões de anos (95,5% da existência dos humanos), fomos apenas vários bandos pequenos de caçadores-coletores nômades e desencontrados. A escrita só surgiu há 5 mil anos. Se a história da humanidade fosse uma pessoa completando 70 anos hoje, é como se ela só tivesse aprendido a ler e escrever um mês e meio antes desse aniversário.
   A crença por trás de “uma língua = ordem; mais de uma língua = desordem” tem a ver com poder e dominação. É mais fácil controlar os subjugados se todos falam uma só língua – melhor ainda se for a do dominador. Essa crença alimenta outro mito: o de uma nação, uma língua. Embora a maior parte do mundo seja bilíngue e praticamente todos os países tenham mais de uma língua, a ideia que querem que compremos é a de que cada país fala uma língua: no Reino Unido é o inglês, na Itália é o italiano e no Brasil é o português. Deixemos essas fake news de lado e prestemos atenção aos fatos: no Reino Unido se fala inglês e outras 15 línguas, na Itália se fala italiano e outras 34 línguas e no Brasil se fala português, pomerano, talian, kaingang e outras 214 línguas. Sim, mais de duzentas!
[...]
   Ah! Só mais uma coisinha: no mito de Babel, Deus não amaldiçoou as pessoas ao lhes dar muitas línguas. Ele as salvou do tirano monolíngue que queria que construíssem uma torre para chegar a lugar nenhum.
Autor: Renan Castro Ferreira. Graduado em Letras – Licenciatura em Língua Inglesa e Literatura (2010) e Mestre em Letras – Estudos da Linguagem (2018) pela Universidade Federal de Pelotas (UFPel).
Disponível em: https://wp.ufpel.edu.br/tesouro-linguistico/2021/06/. 
Assinale a opção CORRETA: os vocábulos destacados nos segmentos do texto “Torre de Babel – história baseada em fatos reais (só que ao contrário)” abaixo, na ordem em que aparecem, equivalem semanticamente a: “[...] Deus não amaldiçoou as pessoas ao lhes dar muitas línguas. Ele as salvou do tirano monolíngue [...].” “É mais fácil controlar os subjugados se todos falam uma só língua [...].” “A narrativa de Babel talvez seja uma alegoria do que realmente pode ter ocorrido [...].”
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Q1820761 Português

Leia o texto para responder à questão.


Mesa farta


    A alimentação, além de necessidade biológica, é um complexo sistema simbólico de significados sociais. Em “A Divina Comédia”, Dante* definiu a fome como o pior desastre. Ele sabia do que falava, pois viu a Europa ser varrida pela Peste Negra no século 14. O desespero levava pessoas a comer de tudo, muitas morrendo com a boca cheia de capim. Outro crucial evento histórico, a Revolução Francesa, teria sido detonado pela falta de comida.
    Nos séculos 16 e 17, os livros trazem justificativas médicas para o consumo de certos alimentos. É o caso das frutas. Antes servidas como “entradas” para acalmar o estômago, quando misturadas ao açúcar passam a sobremesas. É o momento em que o açúcar, anteriormente consumido como remédio, invade a Europa por força das exportações portuguesas. De especiaria, ele passa a aditivo de três bebidas que vão estourar na Europa: o chocolate, o café e o chá.
    O café, por exemplo, era recomendado pelo médico de dom João V, rei de Portugal, por sua capacidade de “confortar a memória e alegrar o ânimo”. Os cafés se multiplicaram e se tornaram lugares onde se bebia numa verdadeira liturgia: em silêncio, entre pessoas cultas, jogando damas ou cartas.
    A Europa dos séculos 16 ao 19 consumiu café, chá e chocolate acompanhados de bolos e outros doces, o que impulsionou o consumo de açúcar. Nascia, assim, a noção de gosto na culinária. Um saber sobre a cozinha se formalizava e livros especializados batiam os 300 mil exemplares.
    O comer tornou-se menos encher o estômago e mais escolher segundo o gosto. Certos alimentos passaram de um nível a outro: a batata, primeiramente servida aos porcos, depois de alimentar massas de camponeses, ganhou status de alimento fino, graças às receitas do chef francês Parmentier.
    Antigamente, o comer acontecia em momentos regrados e reunia pessoas em torno da mesa, com grande carga simbólica. Hoje, comemos abundante e individualmente. Nessa dinâmica, o lugar da televisão (ou celular) exerce fundamental importância. Em muitas casas e restaurantes, as pessoas comem na frente da TV, ou seja, ingerindo comida sem investimento simbólico, sem prazer de estar junto na descoberta da refeição.
    Em todas as esferas da vida, encontramos metáforas alimentares: em relação ao sexo, falamos na doçura do amor, em lua de mel e, em relação aos textos e aos livros, dizemos que podem ser saboreados, digeridos. Vale lembrar que saber e sabor são palavras derivadas do mesmo radical: sapere, ter gosto.

(Mary Del Priore. Aventuras na História. Julho de 2014. Adaptado)

* Dante Alighieri, escritor italiano.

Os trechos “muitas morrendo com a boca cheia de capim” (1° parágrafo) e “o que impulsionou o consumo de açúcar” (4° parágrafo) podem ser substituídos, respectivamente e sem alteração de sentido, por:
Alternativas
Respostas
136: A
137: A
138: B
139: B
140: A