Questões Militares Sobre sintaxe em português

Foram encontradas 3.052 questões

Q3074709 Português
Contra o monopólio da IA, uma parceria global para aquisição de chips

Em 1999 um grupo de 34 pesquisadores internacionais se reuniu na Itália, na vila de Bellagio, para discutir o acesso à vacinação. Vacinas eram caras e inacessíveis. O grupo teve então uma ideia revolucionária: criar um consórcio de vários países para agregar poder de compra ("procurement") e com isso conseguir preços mais baixos, grandes quantidades e velocidade de entrega. Surgia então o Gavi (Aliança Global para Vacinas e Imunização), que logo teve adesão da ONU e de doadores privados. Hoje, 50% das crianças do planeta são vacinadas por causa da iniciativa. Na Covid, essa aliança teve também um papel crucial.

Corte para 2024. Um grupo de pesquisadores internacionais se reuniu em Bellagio na semana passada para discutir outro problema: tecnodiversidade. Assegurar que o desenvolvimento da tecnologia e da inteligência artificial seja plural e não excludente. Estamos atravessando um intenso processo de concentração. Por causa da IA, a demanda por computação explodiu. Uma IA atual usa 10 bilhões de vezes mais computação do que em 2010. A cada 6 meses esse uso computacional dobra.

O problema é que o poder computacional usado para a inteligência artificial é hoje controlado por um pequeno grupo de países e empresas. Em outras palavras, toda a "inteligência" do planeta pode ficar nas mãos de um clube exclusivo. Isso pode ser a receita para um desastre epistêmico, colocando em risco linguagens, cosmologias e modos de existir presentes e futuros. Tanta concentração limita a existência de modelos de IA diversos, construídos localmente.

Em outras palavras, a infraestrutura necessária para a inteligência artificial precisa estar melhor distribuída. Quanto mais países, setores da sociedade e comunidades tiverem a possibilidade de participar do desenvolvimento da IA, inclusive sem fins lucrativos, melhor. Um exemplo: há 10 anos, 60% da pesquisa sobre inteligência artificial era feita pelo setor acadêmico. Hoje esse percentual é próximo de 0%.

Esse curso precisa mudar. A solução proposta no encontro em Bellagio foi a criação de uma aliança similar ao GAVI, só que para a aquisição dos GPUs (chips) usados para treinar inteligência artificial. Os três pilares para treinar IA são: dados, capital humano e chips. O maior gargalo, de longe, está no acesso aos chips. Para resolver isso, os países podem se reunir para agregar seu poder de compra, integrando-se novamente a organizações internacionais e doadores interessados na causa. Tal como nas vacinas, seria possível derrubar os preços dos chips, assegurar sua quantidade e velocidade de entrega.

 Isso permitiria a criação de polos nacionais, regionais e multinacionais para o treinamento de IA, capazes de cultivar diversidades. Por exemplo, uma IA da língua portuguesa, da América Latina e além. Permitiria a construção de infraestruturas acessíveis para a comunidade acadêmica e para outros atores no desenvolvimento da tecnologia. Essa proposta, vocalizada por Nathaniel Heller e refinada pelo grupo de Bellagio, pode ter um impacto profundo no futuro do desenvolvimento tecnológico.

O Brasil pode ser crucial na formulação dessa aliança. Seja atuando dentro do G20, seja incluindo o tema como parte do excelente Plano Brasileiro de Inteligência Artificial, publicado na semana passada, que prevê 23 bilhões de investimentos em 4 anos. Pode ser a chance de o país se tornar mais uma vez protagonista na articulação do futuro do desenvolvimento tecnológico.

Disponível em: https://www1.folha.uol.com.br/colunas/ronaldolemos/
Assegurar que o desenvolvimento da tecnologia e da inteligência artificial seja plural e não excludente.
Assinale a alternativa correta em relação ao período acima.
Alternativas
Q3074707 Português
Contra o monopólio da IA, uma parceria global para aquisição de chips

Em 1999 um grupo de 34 pesquisadores internacionais se reuniu na Itália, na vila de Bellagio, para discutir o acesso à vacinação. Vacinas eram caras e inacessíveis. O grupo teve então uma ideia revolucionária: criar um consórcio de vários países para agregar poder de compra ("procurement") e com isso conseguir preços mais baixos, grandes quantidades e velocidade de entrega. Surgia então o Gavi (Aliança Global para Vacinas e Imunização), que logo teve adesão da ONU e de doadores privados. Hoje, 50% das crianças do planeta são vacinadas por causa da iniciativa. Na Covid, essa aliança teve também um papel crucial.

Corte para 2024. Um grupo de pesquisadores internacionais se reuniu em Bellagio na semana passada para discutir outro problema: tecnodiversidade. Assegurar que o desenvolvimento da tecnologia e da inteligência artificial seja plural e não excludente. Estamos atravessando um intenso processo de concentração. Por causa da IA, a demanda por computação explodiu. Uma IA atual usa 10 bilhões de vezes mais computação do que em 2010. A cada 6 meses esse uso computacional dobra.

O problema é que o poder computacional usado para a inteligência artificial é hoje controlado por um pequeno grupo de países e empresas. Em outras palavras, toda a "inteligência" do planeta pode ficar nas mãos de um clube exclusivo. Isso pode ser a receita para um desastre epistêmico, colocando em risco linguagens, cosmologias e modos de existir presentes e futuros. Tanta concentração limita a existência de modelos de IA diversos, construídos localmente.

Em outras palavras, a infraestrutura necessária para a inteligência artificial precisa estar melhor distribuída. Quanto mais países, setores da sociedade e comunidades tiverem a possibilidade de participar do desenvolvimento da IA, inclusive sem fins lucrativos, melhor. Um exemplo: há 10 anos, 60% da pesquisa sobre inteligência artificial era feita pelo setor acadêmico. Hoje esse percentual é próximo de 0%.

Esse curso precisa mudar. A solução proposta no encontro em Bellagio foi a criação de uma aliança similar ao GAVI, só que para a aquisição dos GPUs (chips) usados para treinar inteligência artificial. Os três pilares para treinar IA são: dados, capital humano e chips. O maior gargalo, de longe, está no acesso aos chips. Para resolver isso, os países podem se reunir para agregar seu poder de compra, integrando-se novamente a organizações internacionais e doadores interessados na causa. Tal como nas vacinas, seria possível derrubar os preços dos chips, assegurar sua quantidade e velocidade de entrega.

 Isso permitiria a criação de polos nacionais, regionais e multinacionais para o treinamento de IA, capazes de cultivar diversidades. Por exemplo, uma IA da língua portuguesa, da América Latina e além. Permitiria a construção de infraestruturas acessíveis para a comunidade acadêmica e para outros atores no desenvolvimento da tecnologia. Essa proposta, vocalizada por Nathaniel Heller e refinada pelo grupo de Bellagio, pode ter um impacto profundo no futuro do desenvolvimento tecnológico.

O Brasil pode ser crucial na formulação dessa aliança. Seja atuando dentro do G20, seja incluindo o tema como parte do excelente Plano Brasileiro de Inteligência Artificial, publicado na semana passada, que prevê 23 bilhões de investimentos em 4 anos. Pode ser a chance de o país se tornar mais uma vez protagonista na articulação do futuro do desenvolvimento tecnológico.

Disponível em: https://www1.folha.uol.com.br/colunas/ronaldolemos/
O Brasil pode ser crucial na formulação (1) dessa aliança (2).
Os termos (1) e (2) desempenham função sintática, respectivamente,         
Alternativas
Ano: 2024 Banca: PM-MG Órgão: PM-MG Prova: PM-MG - 2024 - PM-MG - Soldado |
Q3055944 Português
Assinale o item em que há oração subordinada adverbial condicional reduzida de particípio: 
Alternativas
Ano: 2024 Banca: PM-MG Órgão: PM-MG Prova: PM-MG - 2024 - PM-MG - Soldado |
Q3055943 Português
Quando a oração não tem sujeito, o verbo fica na terceira pessoa do singular. Esta afirmação pode ser comprovada em:
Alternativas
Ano: 2024 Banca: PM-MG Órgão: PM-MG Prova: PM-MG - 2024 - PM-MG - Soldado |
Q3055942 Português
Marque a frase cuja concordância nominal está INCORRETA
Alternativas
Ano: 2024 Banca: PM-MG Órgão: PM-MG Prova: PM-MG - 2024 - PM-MG - Soldado |
Q3055940 Português
Em relação ao conceito de períodos, frases e orações, analise as assertivas abaixo:
I. A frase não necessita de um verbo para fazer sentido. II. A oração não necessita de um verbo para fazer sentido. III. O período é toda frase constituída por uma ou mais orações. IV. Toda frase é uma oração, mas nem toda oração é uma frase.
Está CORRETO o que se afirma em:
Alternativas
Ano: 2024 Banca: PM-MG Órgão: PM-MG Prova: PM-MG - 2024 - PM-MG - Soldado |
Q3055932 Português
TEXTO I


Rafael Mateus Machado



- Ô, de casa!



Lá de dentro, um homem de cabelos cinzas e botas bem engraxadas apareceu na janela, acenou com as mãos mandando que ele entrasse. Dentro do destacamento, o amistoso policial disse ao rapaz para que tomasse assento. Pedro se sentou em um tamborete junto a uma espécie de balcão e ficou a observar por uma porta aberta o homem terminar de passar um café em um coador de pano. Derramou um pouco, atrapalhou-se com a garrafa, quase se queimou com o vapor e, por fim, o cheiro da bebida se espalhou pelos cômodos. Depois, já com dois copos nas mãos, voltou-se para o rapaz, entregou-lhe um e perguntou:


- E então? Em que posso te ajudar?


Pedro estranhou o tratamento daquele homem, com aquelas três divisas no braço. Como podia um policial ter aquela cara de homem feliz saindo do cabaré?! Pedro ignorava o fato de que, junto com o prefeito, o sargento mandava na cidade. Tinha um salário digno e conhecia todo o povo daquelas paragens. Pedro não sabia que normalmente quem procurava a polícia por aquelas bandas era um conhecido para dar um bom dia, trocar um dedo de prosa, beber um café ou deixar uma dúzia de ovos de presente. E era esse mar calmo que fazia do sargento um calmo capitão. Raramente tirava seu revólver do cinturão e, quando acionado, quando alguém brigava no bar, batia na mulher ou brigava com o vizinho por causa de divisa de terras, normalmente ele decidia as demandas com uma boa conversa.


Bastava o sargento chegar que os arrelientos amenizavam os ânimos para a contenda. Assim, como ninguém era bruto com o sargento, o sargento não era, a priori, bruto com ninguém. Pedro desconhecia o fato de que era bom ser da polícia. Como todo o mundo, havia construído um entendimento de que a Força Pública era formada por homens rudes, avessos aos bons modos e pouco afeitos aos sorrisos e às conversas. Como as demais pessoas, Pedro rotulava os homens da lei com base nos momentos em que eles estavam a lidar com homens rudes, desaparelhados de bons modos e por vezes violentos. O olhar incompleto e míope de toda a gente fazia com que pensassem que os policiais seriam uma coisa que não eram.


O sargento não era um sujeito religioso, mas entendia o caráter divino da autoridade. Sabia que deveria fazer o seu melhor com a sua farda. Entendeu isso ouvindo umas palavras do padre Juca na saída de uma missa de domingo: "Tudo que lhe é dado lhe será cobrado!".


E foi assim que Pedro conheceu o sargento Robson Aloísio: bebendo um café e sentado em um tamborete. Reconhecendo no policial um amigo, foi que Pedro contou algumas passagens de sua vida e disse a ele que estava cansado de correr riscos. Que não tinha vocação para desordeiro. E que, enfim, queria entrar para a polícia. O sargento riu. Era a primeira vez que ouvia alguém dizer que queria ser policial para não correr riscos.


(...)


Escutou do novo amigo as instruções para ser aceito na Polícia Militar. Tinha de voltar para o banco da sala de aula. Mas que não se preocupasse demais, pois a escola especial para adultos é mais ligeira do que a para as crianças. E ali mesmo naquela cidadezinha, havia uma escola assim. Ia ter que pegar diariamente a lotação da roça para a cidade. Era demorado e caro o transporte, mas temporário. Precisaria de algum dinheiro para se manter, já que havia acabado de abandonar o caminhão, o carvão e a estrada. Pensou nas possibilidades, traçou sua estratégia e concluiu que era possível. Antes de esvaziar a caneca de café já tinha feito todo seu plano. Restava a parte principal: executá-lo.


Machado, Rafael Mateus. O homem que enganava a morte. Maringá: Viseu, 2018. Páginas 183 e 184. (Adaptado).
O termo em destaque “E que, enfim, queria entrar para a polícia.” (linha 29) justifica-se para indicar uma ideia de: 
Alternativas
Ano: 2024 Banca: PM-MG Órgão: PM-MG Prova: PM-MG - 2024 - PM-MG - Soldado |
Q3055931 Português
TEXTO I


Rafael Mateus Machado



- Ô, de casa!



Lá de dentro, um homem de cabelos cinzas e botas bem engraxadas apareceu na janela, acenou com as mãos mandando que ele entrasse. Dentro do destacamento, o amistoso policial disse ao rapaz para que tomasse assento. Pedro se sentou em um tamborete junto a uma espécie de balcão e ficou a observar por uma porta aberta o homem terminar de passar um café em um coador de pano. Derramou um pouco, atrapalhou-se com a garrafa, quase se queimou com o vapor e, por fim, o cheiro da bebida se espalhou pelos cômodos. Depois, já com dois copos nas mãos, voltou-se para o rapaz, entregou-lhe um e perguntou:


- E então? Em que posso te ajudar?


Pedro estranhou o tratamento daquele homem, com aquelas três divisas no braço. Como podia um policial ter aquela cara de homem feliz saindo do cabaré?! Pedro ignorava o fato de que, junto com o prefeito, o sargento mandava na cidade. Tinha um salário digno e conhecia todo o povo daquelas paragens. Pedro não sabia que normalmente quem procurava a polícia por aquelas bandas era um conhecido para dar um bom dia, trocar um dedo de prosa, beber um café ou deixar uma dúzia de ovos de presente. E era esse mar calmo que fazia do sargento um calmo capitão. Raramente tirava seu revólver do cinturão e, quando acionado, quando alguém brigava no bar, batia na mulher ou brigava com o vizinho por causa de divisa de terras, normalmente ele decidia as demandas com uma boa conversa.


Bastava o sargento chegar que os arrelientos amenizavam os ânimos para a contenda. Assim, como ninguém era bruto com o sargento, o sargento não era, a priori, bruto com ninguém. Pedro desconhecia o fato de que era bom ser da polícia. Como todo o mundo, havia construído um entendimento de que a Força Pública era formada por homens rudes, avessos aos bons modos e pouco afeitos aos sorrisos e às conversas. Como as demais pessoas, Pedro rotulava os homens da lei com base nos momentos em que eles estavam a lidar com homens rudes, desaparelhados de bons modos e por vezes violentos. O olhar incompleto e míope de toda a gente fazia com que pensassem que os policiais seriam uma coisa que não eram.


O sargento não era um sujeito religioso, mas entendia o caráter divino da autoridade. Sabia que deveria fazer o seu melhor com a sua farda. Entendeu isso ouvindo umas palavras do padre Juca na saída de uma missa de domingo: "Tudo que lhe é dado lhe será cobrado!".


E foi assim que Pedro conheceu o sargento Robson Aloísio: bebendo um café e sentado em um tamborete. Reconhecendo no policial um amigo, foi que Pedro contou algumas passagens de sua vida e disse a ele que estava cansado de correr riscos. Que não tinha vocação para desordeiro. E que, enfim, queria entrar para a polícia. O sargento riu. Era a primeira vez que ouvia alguém dizer que queria ser policial para não correr riscos.


(...)


Escutou do novo amigo as instruções para ser aceito na Polícia Militar. Tinha de voltar para o banco da sala de aula. Mas que não se preocupasse demais, pois a escola especial para adultos é mais ligeira do que a para as crianças. E ali mesmo naquela cidadezinha, havia uma escola assim. Ia ter que pegar diariamente a lotação da roça para a cidade. Era demorado e caro o transporte, mas temporário. Precisaria de algum dinheiro para se manter, já que havia acabado de abandonar o caminhão, o carvão e a estrada. Pensou nas possibilidades, traçou sua estratégia e concluiu que era possível. Antes de esvaziar a caneca de café já tinha feito todo seu plano. Restava a parte principal: executá-lo.


Machado, Rafael Mateus. O homem que enganava a morte. Maringá: Viseu, 2018. Páginas 183 e 184. (Adaptado).
Antes de esvaziar a caneca de café já tinha feito todo seu plano. Restava a parte principal: executá-lo.” Sobre este trecho, todas as alternativas são verdadeiras, EXCETO:
Alternativas
Ano: 2024 Banca: PM-MG Órgão: PM-MG Prova: PM-MG - 2024 - PM-MG - Soldado |
Q3055930 Português
TEXTO I


Rafael Mateus Machado



- Ô, de casa!



Lá de dentro, um homem de cabelos cinzas e botas bem engraxadas apareceu na janela, acenou com as mãos mandando que ele entrasse. Dentro do destacamento, o amistoso policial disse ao rapaz para que tomasse assento. Pedro se sentou em um tamborete junto a uma espécie de balcão e ficou a observar por uma porta aberta o homem terminar de passar um café em um coador de pano. Derramou um pouco, atrapalhou-se com a garrafa, quase se queimou com o vapor e, por fim, o cheiro da bebida se espalhou pelos cômodos. Depois, já com dois copos nas mãos, voltou-se para o rapaz, entregou-lhe um e perguntou:


- E então? Em que posso te ajudar?


Pedro estranhou o tratamento daquele homem, com aquelas três divisas no braço. Como podia um policial ter aquela cara de homem feliz saindo do cabaré?! Pedro ignorava o fato de que, junto com o prefeito, o sargento mandava na cidade. Tinha um salário digno e conhecia todo o povo daquelas paragens. Pedro não sabia que normalmente quem procurava a polícia por aquelas bandas era um conhecido para dar um bom dia, trocar um dedo de prosa, beber um café ou deixar uma dúzia de ovos de presente. E era esse mar calmo que fazia do sargento um calmo capitão. Raramente tirava seu revólver do cinturão e, quando acionado, quando alguém brigava no bar, batia na mulher ou brigava com o vizinho por causa de divisa de terras, normalmente ele decidia as demandas com uma boa conversa.


Bastava o sargento chegar que os arrelientos amenizavam os ânimos para a contenda. Assim, como ninguém era bruto com o sargento, o sargento não era, a priori, bruto com ninguém. Pedro desconhecia o fato de que era bom ser da polícia. Como todo o mundo, havia construído um entendimento de que a Força Pública era formada por homens rudes, avessos aos bons modos e pouco afeitos aos sorrisos e às conversas. Como as demais pessoas, Pedro rotulava os homens da lei com base nos momentos em que eles estavam a lidar com homens rudes, desaparelhados de bons modos e por vezes violentos. O olhar incompleto e míope de toda a gente fazia com que pensassem que os policiais seriam uma coisa que não eram.


O sargento não era um sujeito religioso, mas entendia o caráter divino da autoridade. Sabia que deveria fazer o seu melhor com a sua farda. Entendeu isso ouvindo umas palavras do padre Juca na saída de uma missa de domingo: "Tudo que lhe é dado lhe será cobrado!".


E foi assim que Pedro conheceu o sargento Robson Aloísio: bebendo um café e sentado em um tamborete. Reconhecendo no policial um amigo, foi que Pedro contou algumas passagens de sua vida e disse a ele que estava cansado de correr riscos. Que não tinha vocação para desordeiro. E que, enfim, queria entrar para a polícia. O sargento riu. Era a primeira vez que ouvia alguém dizer que queria ser policial para não correr riscos.


(...)


Escutou do novo amigo as instruções para ser aceito na Polícia Militar. Tinha de voltar para o banco da sala de aula. Mas que não se preocupasse demais, pois a escola especial para adultos é mais ligeira do que a para as crianças. E ali mesmo naquela cidadezinha, havia uma escola assim. Ia ter que pegar diariamente a lotação da roça para a cidade. Era demorado e caro o transporte, mas temporário. Precisaria de algum dinheiro para se manter, já que havia acabado de abandonar o caminhão, o carvão e a estrada. Pensou nas possibilidades, traçou sua estratégia e concluiu que era possível. Antes de esvaziar a caneca de café já tinha feito todo seu plano. Restava a parte principal: executá-lo.


Machado, Rafael Mateus. O homem que enganava a morte. Maringá: Viseu, 2018. Páginas 183 e 184. (Adaptado).
Assinale a alternativa em que o termo destacado NÃO apresenta a mesma função sintática de “mas entendia o caráter divino da autoridade”. (linha 24). 
Alternativas
Ano: 2024 Banca: FGV Órgão: PM-SP Prova: FGV - 2024 - PM-SP - PM - Sargento |
Q3029764 Português
Assinale a frase em que não ocorre a presença de uma oração consecutiva. 
Alternativas
Ano: 2024 Banca: FGV Órgão: PM-SP Prova: FGV - 2024 - PM-SP - PM - Sargento |
Q3029760 Português
Assinale a frase abaixo em que a preposição de é exigida por um termo anterior.
Alternativas
Ano: 2024 Banca: FGV Órgão: PM-SP Prova: FGV - 2024 - PM-SP - PM - Sargento |
Q3029754 Português
Um líder político antigo declarou:

Estamos condenados a viver em paz.

Se substituirmos o infinitivo “viver” por uma forma verbal desenvolvida, a forma correta seria  
Alternativas
Ano: 2024 Banca: FGV Órgão: PM-SP Prova: FGV - 2024 - PM-SP - PM - Sargento |
Q3029750 Português
Um jornalista declarou há alguns anos:

Mandar que ministros denunciados apurem denúncias em seus ministérios ou autarquias é / como indicar o coelho para descobrir quem comeu a couve da horta.

Entre os dois segmentos indicados há uma relação de  
Alternativas
Ano: 2023 Banca: VUNESP Órgão: PM-SP Prova: VUNESP - 2023 - PM-SP - Sargento |
Q2567494 Português
Quando estava entrando na adolescência, no início dos anos 90, era um hábito passar vários finais de semana na casa do meu avô, uma pessoa extremamente sistemática.

     Tinha dias que eu ficava com ele enquanto ele “catava milho”, como minha avó chamava seu hábito de ficar datilografando. Eu gostava muito de fazer companhia para ele. Lembro-me, como se fosse hoje, das histórias que me contava. Eram histórias verídicas, fatos que ele havia vivido e que ele me contava e recontava diversas vezes, como se fossem inéditas a cada vez. E eu sempre as ouvia com muita atenção e admiração, afinal, ele foi meu único referencial de pai.

      Foi o meu avô quem me ensinou a ser íntegro, respeitar os mais velhos e batalhar para ser alguém na vida. Ele sempre usava como exemplo de fracasso pessoas muito próximas, geralmente membros da nossa família, que ele tentou aconselhar, ajudar e dar um direcionamento, mas que foram teimosos e estavam colhendo os frutos ruins de sua teimosia, de não o terem ouvido.

      Agora adulto, vejo que muitas coisas no meu caráter herdei dele: sou sistemático, gosto de estudar, ler e escrever. E algo de que sempre gostei e aprendi, nas tardes e noites ao lado dele, foi a conversar com os mais velhos e a saber ouvi-los.


      Os mais velhos têm muito a contribuir com nossas vidas, independentemente da classe social e origem. Deles podemos extrair momentos preciosos de sabedoria e vivência, porém, para isso, é importante tentar compreendê-los e imaginar como as coisas seriam na época deles, ou na perspectiva deles.

 
      Eu trabalho há quase 10 anos na Previdência Social. Lá atendo, predominantemente, idosos. Pessoas que, na maioria das vezes, além de serem atendidas, querem ser ouvidas. O tempo que passei com o meu avô me auxilia no meu trabalho hoje.

 
     Atendi um senhor de cerca de 70 anos que me inspirou a escrever este texto. Tive necessidade de escrever isso porque, por incrível e estranho que pareça, senti nele o cheiro do meu avô.



(Ruy Carneiro Giraldes Neto. O cheiro do meu avô.
www.folhadelondrina.com.br, 04.03.2014. Adaptado)

Assinale a alternativa em que a frase está em conformidade com a norma-padrão de concordância verbal e nominal. 
Alternativas
Q2567239 Português
Analise os excertos abaixo, verificando a relação com os comentários apresentados e, em seguida, marque verdadeiro (V) ou falso (F) para cada um deles.


( ) “Vou cantar-te nos meus versos” – a alteração da posição do pronome oblíquo por “vou-te cantar nos meus versos” estaria incorreta, pois deve-se colocar o pronome enclítico em verbos no infinitivo.

( ) No trecho “Por essas fontes murmurantes / Onde eu mato a minha sede / Onde a Lua vem brincar”, a substituição dos termos sublinhados por “em que” não causaria erro sintático.

( ) No trecho “Esse Brasil lindo e trigueiro”, o pronome demonstrativo foi utilizado anaforicamente para introduzir informações novas.

( ) No trecho “A merencória à luz da Lua”, a retirada do acento grave indicativo de crase não gera prejuízo semântico, porém acarreta prejuízo sintático.


Assinale a alternativa correta.  
Alternativas
Q2567236 Português
TEXTO III


O cuitelinho*








*cuitelinho - Regionalismo para beija-flor (cuitelo) beija-flor pequeno.


(VANZOLINI, Paulo; XANDÓ, Antônio. Folclore recolhido. In:
 BORTONI-RICARDO, Stella Maris. Educação em língua materna.
 São Paulo: Parábola, 2004. p. 59). 
Leia o trecho retirado do texto III.

“Cheguei na beira do porto Onde as ondas se espáia As garça dá meia volta [...]”

Assinale a alternativa correta em relação à norma culta da língua. 
Alternativas
Q2567230 Português
Fragmento I


Identidade Nacional e Memória Coletiva: aproximações
possíveis




Caroline Gonzaga
Douglas Gasparin Arruda






(GONZAGA, Caroline; ARRUDA, Douglas Gasparin. Identidade Nacional e Memória Coletiva: aproximações possíveis. Revista Vernáculo, n° 50 – segundo semestre/2022. p. 9-33.).







Fragmento II


Autoestima, autoimagem e constituição da identidade:
um estudo com graduandos de psicologia



Helena Serafim Vasconcelos










(VASCONCELOS, Helena Serafim. Autoestima, autoimagem e constituição da identidade: um estudo com graduandos de psicologia. Revista Psicologia, Diversidade e Saúde. 2017. Agosto; 6(3):195-206). Adaptado.
Assinale a opção que apresenta a análise INCORRETA relativa ao fragmento II do texto I.
Alternativas
Q2567227 Português
Fragmento I


Identidade Nacional e Memória Coletiva: aproximações
possíveis




Caroline Gonzaga
Douglas Gasparin Arruda






(GONZAGA, Caroline; ARRUDA, Douglas Gasparin. Identidade Nacional e Memória Coletiva: aproximações possíveis. Revista Vernáculo, n° 50 – segundo semestre/2022. p. 9-33.).







Fragmento II


Autoestima, autoimagem e constituição da identidade:
um estudo com graduandos de psicologia



Helena Serafim Vasconcelos










(VASCONCELOS, Helena Serafim. Autoestima, autoimagem e constituição da identidade: um estudo com graduandos de psicologia. Revista Psicologia, Diversidade e Saúde. 2017. Agosto; 6(3):195-206). Adaptado.
Considere as afirmativas extraídas do fragmento I do texto I e a análise sintática contida na alternativa. Em seguida, assinale a única que apresenta uma correta relação.  
Alternativas
Ano: 2022 Banca: VUNESP Órgão: PM-SP Prova: VUNESP - 2022 - PM-SP - Sargento |
Q2567149 Português
      Embora mais industrializado que os demais latino-americanos, o Brasil tem exibido resultados econômicos inferiores aos de vários países da região. A América Latina deve fechar este ano com crescimento econômico de 2,7%, segundo estimativa divulgada pela Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (Cepal). Em 2023, no entanto, o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) regional deverá ficar em 1,4%. A taxa calculada para 2022 é parecida com a esperada para o Brasil. No próximo ano, porém, a expansão brasileira dificilmente atingirá 1%, de acordo com a maior parte das projeções do mercado e de instituições multilaterais.



(https://opiniao.estadao.com.br, 29.10.2022)
Os aspectos de concordância e emprego ou não do sinal indicativo da crase estão de acordo com a norma-padrão em:
Alternativas
Ano: 2022 Banca: VUNESP Órgão: PM-SP Prova: VUNESP - 2022 - PM-SP - Sargento |
Q2567140 Português
Pesquisa Fapesp: Como você enxerga as relações
atuais entre indígenas e brancos no Brasil?


Marta: O país tem um racismo enorme contra não brancos, incluindo negros e indígenas. O racismo contra os índios se traduz de duas maneiras. Uma delas deriva dos tempos do colonialismo e os vê como iguais à natureza: são ingênuos, não precisam entrar em universidades e, se usarem celular, deixarão de ser índios. Por muito tempo, no Brasil, se considerou que os indígenas não tinham capacidade de raciocinar, viviam em sociedades simples e se equiparavam a crianças. Por isso, precisavam ser tutelados pelo Estado. O outro tipo de preconceito é o oposto: o índio é selvagem, equiparado a um animal. Isso tudo tem raiz na ignorância da população. O artigo 26-A da Lei Federal nº 9.394, de 1996, torna obrigatório o estudo das histórias e culturas afro-brasileira e indígena. Porém essa prática não está disseminada. Temos mais livros didáticos sobre afro-brasileiros do que sobre indígenas.



(Trecho de entrevista da demógrafa e antropóloga Marta Maria
do Amaral Azevedo da Unicamp à revista Pesquisa Fapesp.
Em: https://revistapesquisa.fapesp.br. Adaptado)
Assinale a alternativa em que o enunciado está em conformidade com a norma-padrão de concordância verbal.
Alternativas
Respostas
1: C
2: C
3: A
4: A
5: B
6: B
7: A
8: A
9: B
10: A
11: A
12: A
13: C
14: C
15: D
16: A
17: D
18: C
19: B
20: D