Questões de Concurso Militar CIAAR 2022 para Primeiro Tenente - Psicologia
Foram encontradas 30 questões
Ano: 2022
Banca:
Aeronáutica
Órgão:
CIAAR
Provas:
Aeronáutica - 2022 - CIAAR - Primeiro Tenente - Psicologia
|
Aeronáutica - 2022 - CIAAR - Primeiro Tenente - Pedagogia |
Aeronáutica - 2022 - CIAAR - Primeiro Tenente - Análise de Sistemas |
Q2039888
Português
Texto associado
1§Ela entrou, deitou-se no divã e disse: “Acho que estou ficando louca”. Eu fiquei em silêncio aguardando que ela me revelasse os sinais da sua loucura. “Um dos meus prazeres é cozinhar. Vou para a cozinha, corto as cebolas, os tomates, os pimentões – é uma alegria.
A complicada arte de ver
1§Ela entrou, deitou-se no divã e disse: “Acho que estou ficando louca”. Eu fiquei em silêncio aguardando que ela me revelasse os sinais da sua loucura. “Um dos meus prazeres é cozinhar. Vou para a cozinha, corto as cebolas, os tomates, os pimentões – é uma alegria.
2§Entretanto, faz uns dias, eu fui para a cozinha para fazer aquilo que já fizera centenas de vezes: cortar cebolas. Ato
banal sem surpresas. Mas, cortada a cebola, eu olhei para ela e tive um susto. Percebi que nunca havia visto uma cebola.
Aqueles anéis perfeitamente ajustados, a luz se refletindo neles: tive a impressão de estar vendo a rosácea de um vitral
de catedral gótica.
3§De repente, a cebola, de objeto a ser comido, se transformou em obra de arte para ser vista! E o pior é que o mesmo
aconteceu quando cortei os tomates, os pimentões… agora, tudo o que vejo me causa espanto.”
Ela se calou, esperando o meu diagnóstico. Eu me levantei, fui à estante de livros e de lá retirei as “Odes Elementales”,
de Pablo Neruda. Procurei a “Ode à Cebola” e lhe disse: “Essa perturbação ocular que a acometeu é comum entre os
poetas. Veja o que Neruda disse de uma cebola igual àquela que lhe causou assombro: ‘Rosa de água com escamas de
cristal’. Não, você não está louca. Você ganhou olhos de poeta…Os poetas ensinam a ver”.
4§Ver é muito complicado. Isso é estranho porque os olhos, de todos os órgãos dos sentidos, são os de mais fácil
compreensão científica. A sua física é idêntica à física óptica de uma máquina fotográfica: o objeto do lado de fora
aparece refletido do lado de dentro. Mas existe algo na visão que não pertence à física. William Blake sabia disso e
afirmou: “A árvore que o sábio vê não é a mesma árvore que o tolo vê”. Sei disso por experiência própria. Quando vejo
os ipês floridos, sinto-me como Moisés diante da sarça ardente: ali está uma epifania do sagrado. Mas uma mulher que
vivia perto da minha casa decretou a morte de um ipê que florescia à frente de sua casa porque ele sujava o chão, dava
muito trabalho para a sua vassoura. Seus olhos não viam a beleza. Só viam o lixo. Adélia Prado disse: “Deus de vez em
quando me tira a poesia. Olho para uma pedra e vejo uma pedra".
5§Drummond viu uma pedra e não viu uma pedra. A pedra que ele viu virou poema. Há muitas pessoas de visão perfeita
que nada veem.
6§“Não é bastante não ser cego para ver as árvores e as flores. Não basta abrir a janela para ver os campos e os rios”,
escreveu Alberto Caeiro, heterônimo de Fernando Pessoa. O ato de ver não é coisa natural. Precisa ser aprendido.
7§Nietzsche sabia disso e afirmou que a primeira tarefa da educação é ensinar a ver. O zen-budismo concorda, e toda
a sua espiritualidade é uma busca da experiência chamada “satori”, a abertura do “terceiro olho”. Não sei se Cummings
se inspirava no zen-budismo, mas o fato é que escreveu: “Agora os ouvidos dos meus ouvidos acordaram e agora os
olhos dos meus olhos se abriram”.
8§Há um poema no Novo Testamento que relata a caminhada de dois discípulos na companhia de Jesus ressuscitado.
Mas eles não o reconheciam. Reconheceram-no subitamente: ao partir do pão, “seus olhos se abriram”.
9§Vinicius de Moraes adota o mesmo mote em “Operário em Construção”: “De forma que, certo dia, à mesa ao cortar o
pão, o operário foi tomado de uma súbita emoção, ao constatar assombrado que tudo naquela mesa – garrafa, prato,
facão – era ele quem fazia. Ele, um humilde operário, um operário em construção”.
10§A diferença se encontra no lugar onde os olhos são guardados. (...) Os olhos que moram na caixa de ferramentas
são os olhos dos adultos. Os olhos que moram na caixa dos brinquedos, das crianças. Para ter olhos brincalhões, é
preciso ter as crianças por nossas mestras.
Rubem Alves
Texto Adaptado (originalmente publicado no caderno “Sinapse” - “Folha de S. Paulo”, em 26/10/2004).
Segundo o texto, a arte de ver é complicada porque
Ano: 2022
Banca:
Aeronáutica
Órgão:
CIAAR
Provas:
Aeronáutica - 2022 - CIAAR - Primeiro Tenente - Psicologia
|
Aeronáutica - 2022 - CIAAR - Primeiro Tenente - Pedagogia |
Aeronáutica - 2022 - CIAAR - Primeiro Tenente - Análise de Sistemas |
Q2039889
Português
Texto associado
1§Ela entrou, deitou-se no divã e disse: “Acho que estou ficando louca”. Eu fiquei em silêncio aguardando que ela me revelasse os sinais da sua loucura. “Um dos meus prazeres é cozinhar. Vou para a cozinha, corto as cebolas, os tomates, os pimentões – é uma alegria.
A complicada arte de ver
1§Ela entrou, deitou-se no divã e disse: “Acho que estou ficando louca”. Eu fiquei em silêncio aguardando que ela me revelasse os sinais da sua loucura. “Um dos meus prazeres é cozinhar. Vou para a cozinha, corto as cebolas, os tomates, os pimentões – é uma alegria.
2§Entretanto, faz uns dias, eu fui para a cozinha para fazer aquilo que já fizera centenas de vezes: cortar cebolas. Ato
banal sem surpresas. Mas, cortada a cebola, eu olhei para ela e tive um susto. Percebi que nunca havia visto uma cebola.
Aqueles anéis perfeitamente ajustados, a luz se refletindo neles: tive a impressão de estar vendo a rosácea de um vitral
de catedral gótica.
3§De repente, a cebola, de objeto a ser comido, se transformou em obra de arte para ser vista! E o pior é que o mesmo
aconteceu quando cortei os tomates, os pimentões… agora, tudo o que vejo me causa espanto.”
Ela se calou, esperando o meu diagnóstico. Eu me levantei, fui à estante de livros e de lá retirei as “Odes Elementales”,
de Pablo Neruda. Procurei a “Ode à Cebola” e lhe disse: “Essa perturbação ocular que a acometeu é comum entre os
poetas. Veja o que Neruda disse de uma cebola igual àquela que lhe causou assombro: ‘Rosa de água com escamas de
cristal’. Não, você não está louca. Você ganhou olhos de poeta…Os poetas ensinam a ver”.
4§Ver é muito complicado. Isso é estranho porque os olhos, de todos os órgãos dos sentidos, são os de mais fácil
compreensão científica. A sua física é idêntica à física óptica de uma máquina fotográfica: o objeto do lado de fora
aparece refletido do lado de dentro. Mas existe algo na visão que não pertence à física. William Blake sabia disso e
afirmou: “A árvore que o sábio vê não é a mesma árvore que o tolo vê”. Sei disso por experiência própria. Quando vejo
os ipês floridos, sinto-me como Moisés diante da sarça ardente: ali está uma epifania do sagrado. Mas uma mulher que
vivia perto da minha casa decretou a morte de um ipê que florescia à frente de sua casa porque ele sujava o chão, dava
muito trabalho para a sua vassoura. Seus olhos não viam a beleza. Só viam o lixo. Adélia Prado disse: “Deus de vez em
quando me tira a poesia. Olho para uma pedra e vejo uma pedra".
5§Drummond viu uma pedra e não viu uma pedra. A pedra que ele viu virou poema. Há muitas pessoas de visão perfeita
que nada veem.
6§“Não é bastante não ser cego para ver as árvores e as flores. Não basta abrir a janela para ver os campos e os rios”,
escreveu Alberto Caeiro, heterônimo de Fernando Pessoa. O ato de ver não é coisa natural. Precisa ser aprendido.
7§Nietzsche sabia disso e afirmou que a primeira tarefa da educação é ensinar a ver. O zen-budismo concorda, e toda
a sua espiritualidade é uma busca da experiência chamada “satori”, a abertura do “terceiro olho”. Não sei se Cummings
se inspirava no zen-budismo, mas o fato é que escreveu: “Agora os ouvidos dos meus ouvidos acordaram e agora os
olhos dos meus olhos se abriram”.
8§Há um poema no Novo Testamento que relata a caminhada de dois discípulos na companhia de Jesus ressuscitado.
Mas eles não o reconheciam. Reconheceram-no subitamente: ao partir do pão, “seus olhos se abriram”.
9§Vinicius de Moraes adota o mesmo mote em “Operário em Construção”: “De forma que, certo dia, à mesa ao cortar o
pão, o operário foi tomado de uma súbita emoção, ao constatar assombrado que tudo naquela mesa – garrafa, prato,
facão – era ele quem fazia. Ele, um humilde operário, um operário em construção”.
10§A diferença se encontra no lugar onde os olhos são guardados. (...) Os olhos que moram na caixa de ferramentas
são os olhos dos adultos. Os olhos que moram na caixa dos brinquedos, das crianças. Para ter olhos brincalhões, é
preciso ter as crianças por nossas mestras.
Rubem Alves
Texto Adaptado (originalmente publicado no caderno “Sinapse” - “Folha de S. Paulo”, em 26/10/2004).
Assinale a opção em que a substituição do termo sublinhado por um pronome pessoal oblíquo está de acordo com
a norma culta.
Ano: 2022
Banca:
Aeronáutica
Órgão:
CIAAR
Provas:
Aeronáutica - 2022 - CIAAR - Primeiro Tenente - Psicologia
|
Aeronáutica - 2022 - CIAAR - Primeiro Tenente - Pedagogia |
Aeronáutica - 2022 - CIAAR - Primeiro Tenente - Análise de Sistemas |
Q2039890
Português
Texto associado
“Ver é muito complicado. Isso é estranho porque os olhos, de todos os órgãos dos sentidos, são os de mais fácil
compreensão científica. A sua física é idêntica à física óptica de uma máquina fotográfica: o objeto do lado de fora
aparece refletido do lado de dentro. Mas existe algo na visão que não pertence à física. William Blake sabia disso e
afirmou: “A árvore que o sábio vê não é a mesma árvore que o tolo vê”.
Analise as assertivas a seguir:
I. Ocorre, entre as ideias apresentadas nos dois períodos iniciais do trecho, uma relação de contraste associada ao ato de ver. II. A referência intertextual apresentada no trecho indica que “ver” está associado ao campo da subjetividade. III. O terceiro período recorre a uma relação de comparação para endossar um posicionamento apresentado. IV. O fragmento “Mas existe algo na visão que não pertence à física” é compreendido como uma oposição à ideia de que “ver é muito complicado”.
Estão corretas apenas as afirmativas
I. Ocorre, entre as ideias apresentadas nos dois períodos iniciais do trecho, uma relação de contraste associada ao ato de ver. II. A referência intertextual apresentada no trecho indica que “ver” está associado ao campo da subjetividade. III. O terceiro período recorre a uma relação de comparação para endossar um posicionamento apresentado. IV. O fragmento “Mas existe algo na visão que não pertence à física” é compreendido como uma oposição à ideia de que “ver é muito complicado”.
Estão corretas apenas as afirmativas
Ano: 2022
Banca:
Aeronáutica
Órgão:
CIAAR
Provas:
Aeronáutica - 2022 - CIAAR - Primeiro Tenente - Psicologia
|
Aeronáutica - 2022 - CIAAR - Primeiro Tenente - Pedagogia |
Aeronáutica - 2022 - CIAAR - Primeiro Tenente - Análise de Sistemas |
Q2039891
Português
Texto associado
“Ver é muito complicado. Isso é estranho porque os olhos, de todos os órgãos dos sentidos, são os de mais fácil
compreensão científica. A sua física é idêntica à física óptica de uma máquina fotográfica: o objeto do lado de fora
aparece refletido do lado de dentro. Mas existe algo na visão que não pertence à física. William Blake sabia disso e
afirmou: “A árvore que o sábio vê não é a mesma árvore que o tolo vê”.
Qual tipo textual predomina neste trecho do texto?
Ano: 2022
Banca:
Aeronáutica
Órgão:
CIAAR
Provas:
Aeronáutica - 2022 - CIAAR - Primeiro Tenente - Psicologia
|
Aeronáutica - 2022 - CIAAR - Primeiro Tenente - Pedagogia |
Aeronáutica - 2022 - CIAAR - Primeiro Tenente - Análise de Sistemas |
Q2039892
Português
Texto associado
1§Ela entrou, deitou-se no divã e disse: “Acho que estou ficando louca”. Eu fiquei em silêncio aguardando que ela me revelasse os sinais da sua loucura. “Um dos meus prazeres é cozinhar. Vou para a cozinha, corto as cebolas, os tomates, os pimentões – é uma alegria.
A complicada arte de ver
1§Ela entrou, deitou-se no divã e disse: “Acho que estou ficando louca”. Eu fiquei em silêncio aguardando que ela me revelasse os sinais da sua loucura. “Um dos meus prazeres é cozinhar. Vou para a cozinha, corto as cebolas, os tomates, os pimentões – é uma alegria.
2§Entretanto, faz uns dias, eu fui para a cozinha para fazer aquilo que já fizera centenas de vezes: cortar cebolas. Ato
banal sem surpresas. Mas, cortada a cebola, eu olhei para ela e tive um susto. Percebi que nunca havia visto uma cebola.
Aqueles anéis perfeitamente ajustados, a luz se refletindo neles: tive a impressão de estar vendo a rosácea de um vitral
de catedral gótica.
3§De repente, a cebola, de objeto a ser comido, se transformou em obra de arte para ser vista! E o pior é que o mesmo
aconteceu quando cortei os tomates, os pimentões… agora, tudo o que vejo me causa espanto.”
Ela se calou, esperando o meu diagnóstico. Eu me levantei, fui à estante de livros e de lá retirei as “Odes Elementales”,
de Pablo Neruda. Procurei a “Ode à Cebola” e lhe disse: “Essa perturbação ocular que a acometeu é comum entre os
poetas. Veja o que Neruda disse de uma cebola igual àquela que lhe causou assombro: ‘Rosa de água com escamas de
cristal’. Não, você não está louca. Você ganhou olhos de poeta…Os poetas ensinam a ver”.
4§Ver é muito complicado. Isso é estranho porque os olhos, de todos os órgãos dos sentidos, são os de mais fácil
compreensão científica. A sua física é idêntica à física óptica de uma máquina fotográfica: o objeto do lado de fora
aparece refletido do lado de dentro. Mas existe algo na visão que não pertence à física. William Blake sabia disso e
afirmou: “A árvore que o sábio vê não é a mesma árvore que o tolo vê”. Sei disso por experiência própria. Quando vejo
os ipês floridos, sinto-me como Moisés diante da sarça ardente: ali está uma epifania do sagrado. Mas uma mulher que
vivia perto da minha casa decretou a morte de um ipê que florescia à frente de sua casa porque ele sujava o chão, dava
muito trabalho para a sua vassoura. Seus olhos não viam a beleza. Só viam o lixo. Adélia Prado disse: “Deus de vez em
quando me tira a poesia. Olho para uma pedra e vejo uma pedra".
5§Drummond viu uma pedra e não viu uma pedra. A pedra que ele viu virou poema. Há muitas pessoas de visão perfeita
que nada veem.
6§“Não é bastante não ser cego para ver as árvores e as flores. Não basta abrir a janela para ver os campos e os rios”,
escreveu Alberto Caeiro, heterônimo de Fernando Pessoa. O ato de ver não é coisa natural. Precisa ser aprendido.
7§Nietzsche sabia disso e afirmou que a primeira tarefa da educação é ensinar a ver. O zen-budismo concorda, e toda
a sua espiritualidade é uma busca da experiência chamada “satori”, a abertura do “terceiro olho”. Não sei se Cummings
se inspirava no zen-budismo, mas o fato é que escreveu: “Agora os ouvidos dos meus ouvidos acordaram e agora os
olhos dos meus olhos se abriram”.
8§Há um poema no Novo Testamento que relata a caminhada de dois discípulos na companhia de Jesus ressuscitado.
Mas eles não o reconheciam. Reconheceram-no subitamente: ao partir do pão, “seus olhos se abriram”.
9§Vinicius de Moraes adota o mesmo mote em “Operário em Construção”: “De forma que, certo dia, à mesa ao cortar o
pão, o operário foi tomado de uma súbita emoção, ao constatar assombrado que tudo naquela mesa – garrafa, prato,
facão – era ele quem fazia. Ele, um humilde operário, um operário em construção”.
10§A diferença se encontra no lugar onde os olhos são guardados. (...) Os olhos que moram na caixa de ferramentas
são os olhos dos adultos. Os olhos que moram na caixa dos brinquedos, das crianças. Para ter olhos brincalhões, é
preciso ter as crianças por nossas mestras.
Rubem Alves
Texto Adaptado (originalmente publicado no caderno “Sinapse” - “Folha de S. Paulo”, em 26/10/2004).
Assinale a opção em que o fragmento do texto contém sentido conotativo.
Ano: 2022
Banca:
Aeronáutica
Órgão:
CIAAR
Provas:
Aeronáutica - 2022 - CIAAR - Primeiro Tenente - Psicologia
|
Aeronáutica - 2022 - CIAAR - Primeiro Tenente - Pedagogia |
Aeronáutica - 2022 - CIAAR - Primeiro Tenente - Análise de Sistemas |
Q2039893
Português
Texto associado
1§Ela entrou, deitou-se no divã e disse: “Acho que estou ficando louca”. Eu fiquei em silêncio aguardando que ela me revelasse os sinais da sua loucura. “Um dos meus prazeres é cozinhar. Vou para a cozinha, corto as cebolas, os tomates, os pimentões – é uma alegria.
A complicada arte de ver
1§Ela entrou, deitou-se no divã e disse: “Acho que estou ficando louca”. Eu fiquei em silêncio aguardando que ela me revelasse os sinais da sua loucura. “Um dos meus prazeres é cozinhar. Vou para a cozinha, corto as cebolas, os tomates, os pimentões – é uma alegria.
2§Entretanto, faz uns dias, eu fui para a cozinha para fazer aquilo que já fizera centenas de vezes: cortar cebolas. Ato
banal sem surpresas. Mas, cortada a cebola, eu olhei para ela e tive um susto. Percebi que nunca havia visto uma cebola.
Aqueles anéis perfeitamente ajustados, a luz se refletindo neles: tive a impressão de estar vendo a rosácea de um vitral
de catedral gótica.
3§De repente, a cebola, de objeto a ser comido, se transformou em obra de arte para ser vista! E o pior é que o mesmo
aconteceu quando cortei os tomates, os pimentões… agora, tudo o que vejo me causa espanto.”
Ela se calou, esperando o meu diagnóstico. Eu me levantei, fui à estante de livros e de lá retirei as “Odes Elementales”,
de Pablo Neruda. Procurei a “Ode à Cebola” e lhe disse: “Essa perturbação ocular que a acometeu é comum entre os
poetas. Veja o que Neruda disse de uma cebola igual àquela que lhe causou assombro: ‘Rosa de água com escamas de
cristal’. Não, você não está louca. Você ganhou olhos de poeta…Os poetas ensinam a ver”.
4§Ver é muito complicado. Isso é estranho porque os olhos, de todos os órgãos dos sentidos, são os de mais fácil
compreensão científica. A sua física é idêntica à física óptica de uma máquina fotográfica: o objeto do lado de fora
aparece refletido do lado de dentro. Mas existe algo na visão que não pertence à física. William Blake sabia disso e
afirmou: “A árvore que o sábio vê não é a mesma árvore que o tolo vê”. Sei disso por experiência própria. Quando vejo
os ipês floridos, sinto-me como Moisés diante da sarça ardente: ali está uma epifania do sagrado. Mas uma mulher que
vivia perto da minha casa decretou a morte de um ipê que florescia à frente de sua casa porque ele sujava o chão, dava
muito trabalho para a sua vassoura. Seus olhos não viam a beleza. Só viam o lixo. Adélia Prado disse: “Deus de vez em
quando me tira a poesia. Olho para uma pedra e vejo uma pedra".
5§Drummond viu uma pedra e não viu uma pedra. A pedra que ele viu virou poema. Há muitas pessoas de visão perfeita
que nada veem.
6§“Não é bastante não ser cego para ver as árvores e as flores. Não basta abrir a janela para ver os campos e os rios”,
escreveu Alberto Caeiro, heterônimo de Fernando Pessoa. O ato de ver não é coisa natural. Precisa ser aprendido.
7§Nietzsche sabia disso e afirmou que a primeira tarefa da educação é ensinar a ver. O zen-budismo concorda, e toda
a sua espiritualidade é uma busca da experiência chamada “satori”, a abertura do “terceiro olho”. Não sei se Cummings
se inspirava no zen-budismo, mas o fato é que escreveu: “Agora os ouvidos dos meus ouvidos acordaram e agora os
olhos dos meus olhos se abriram”.
8§Há um poema no Novo Testamento que relata a caminhada de dois discípulos na companhia de Jesus ressuscitado.
Mas eles não o reconheciam. Reconheceram-no subitamente: ao partir do pão, “seus olhos se abriram”.
9§Vinicius de Moraes adota o mesmo mote em “Operário em Construção”: “De forma que, certo dia, à mesa ao cortar o
pão, o operário foi tomado de uma súbita emoção, ao constatar assombrado que tudo naquela mesa – garrafa, prato,
facão – era ele quem fazia. Ele, um humilde operário, um operário em construção”.
10§A diferença se encontra no lugar onde os olhos são guardados. (...) Os olhos que moram na caixa de ferramentas
são os olhos dos adultos. Os olhos que moram na caixa dos brinquedos, das crianças. Para ter olhos brincalhões, é
preciso ter as crianças por nossas mestras.
Rubem Alves
Texto Adaptado (originalmente publicado no caderno “Sinapse” - “Folha de S. Paulo”, em 26/10/2004).
Leia o fragmento do texto abaixo:
“Adélia Prado disse: “Deus de vez em quando me tira a poesia. Olho para uma pedra e vejo uma pedra”.” (4º parágrafo)
É correto afirmar que
“Adélia Prado disse: “Deus de vez em quando me tira a poesia. Olho para uma pedra e vejo uma pedra”.” (4º parágrafo)
É correto afirmar que
Ano: 2022
Banca:
Aeronáutica
Órgão:
CIAAR
Provas:
Aeronáutica - 2022 - CIAAR - Primeiro Tenente - Psicologia
|
Aeronáutica - 2022 - CIAAR - Primeiro Tenente - Pedagogia |
Aeronáutica - 2022 - CIAAR - Primeiro Tenente - Análise de Sistemas |
Q2039894
Português
Texto associado
1§Ela entrou, deitou-se no divã e disse: “Acho que estou ficando louca”. Eu fiquei em silêncio aguardando que ela me revelasse os sinais da sua loucura. “Um dos meus prazeres é cozinhar. Vou para a cozinha, corto as cebolas, os tomates, os pimentões – é uma alegria.
A complicada arte de ver
1§Ela entrou, deitou-se no divã e disse: “Acho que estou ficando louca”. Eu fiquei em silêncio aguardando que ela me revelasse os sinais da sua loucura. “Um dos meus prazeres é cozinhar. Vou para a cozinha, corto as cebolas, os tomates, os pimentões – é uma alegria.
2§Entretanto, faz uns dias, eu fui para a cozinha para fazer aquilo que já fizera centenas de vezes: cortar cebolas. Ato
banal sem surpresas. Mas, cortada a cebola, eu olhei para ela e tive um susto. Percebi que nunca havia visto uma cebola.
Aqueles anéis perfeitamente ajustados, a luz se refletindo neles: tive a impressão de estar vendo a rosácea de um vitral
de catedral gótica.
3§De repente, a cebola, de objeto a ser comido, se transformou em obra de arte para ser vista! E o pior é que o mesmo
aconteceu quando cortei os tomates, os pimentões… agora, tudo o que vejo me causa espanto.”
Ela se calou, esperando o meu diagnóstico. Eu me levantei, fui à estante de livros e de lá retirei as “Odes Elementales”,
de Pablo Neruda. Procurei a “Ode à Cebola” e lhe disse: “Essa perturbação ocular que a acometeu é comum entre os
poetas. Veja o que Neruda disse de uma cebola igual àquela que lhe causou assombro: ‘Rosa de água com escamas de
cristal’. Não, você não está louca. Você ganhou olhos de poeta…Os poetas ensinam a ver”.
4§Ver é muito complicado. Isso é estranho porque os olhos, de todos os órgãos dos sentidos, são os de mais fácil
compreensão científica. A sua física é idêntica à física óptica de uma máquina fotográfica: o objeto do lado de fora
aparece refletido do lado de dentro. Mas existe algo na visão que não pertence à física. William Blake sabia disso e
afirmou: “A árvore que o sábio vê não é a mesma árvore que o tolo vê”. Sei disso por experiência própria. Quando vejo
os ipês floridos, sinto-me como Moisés diante da sarça ardente: ali está uma epifania do sagrado. Mas uma mulher que
vivia perto da minha casa decretou a morte de um ipê que florescia à frente de sua casa porque ele sujava o chão, dava
muito trabalho para a sua vassoura. Seus olhos não viam a beleza. Só viam o lixo. Adélia Prado disse: “Deus de vez em
quando me tira a poesia. Olho para uma pedra e vejo uma pedra".
5§Drummond viu uma pedra e não viu uma pedra. A pedra que ele viu virou poema. Há muitas pessoas de visão perfeita
que nada veem.
6§“Não é bastante não ser cego para ver as árvores e as flores. Não basta abrir a janela para ver os campos e os rios”,
escreveu Alberto Caeiro, heterônimo de Fernando Pessoa. O ato de ver não é coisa natural. Precisa ser aprendido.
7§Nietzsche sabia disso e afirmou que a primeira tarefa da educação é ensinar a ver. O zen-budismo concorda, e toda
a sua espiritualidade é uma busca da experiência chamada “satori”, a abertura do “terceiro olho”. Não sei se Cummings
se inspirava no zen-budismo, mas o fato é que escreveu: “Agora os ouvidos dos meus ouvidos acordaram e agora os
olhos dos meus olhos se abriram”.
8§Há um poema no Novo Testamento que relata a caminhada de dois discípulos na companhia de Jesus ressuscitado.
Mas eles não o reconheciam. Reconheceram-no subitamente: ao partir do pão, “seus olhos se abriram”.
9§Vinicius de Moraes adota o mesmo mote em “Operário em Construção”: “De forma que, certo dia, à mesa ao cortar o
pão, o operário foi tomado de uma súbita emoção, ao constatar assombrado que tudo naquela mesa – garrafa, prato,
facão – era ele quem fazia. Ele, um humilde operário, um operário em construção”.
10§A diferença se encontra no lugar onde os olhos são guardados. (...) Os olhos que moram na caixa de ferramentas
são os olhos dos adultos. Os olhos que moram na caixa dos brinquedos, das crianças. Para ter olhos brincalhões, é
preciso ter as crianças por nossas mestras.
Rubem Alves
Texto Adaptado (originalmente publicado no caderno “Sinapse” - “Folha de S. Paulo”, em 26/10/2004).
No texto, a palavra “epifania” (4º parágrafo) significa:
Ano: 2022
Banca:
Aeronáutica
Órgão:
CIAAR
Provas:
Aeronáutica - 2022 - CIAAR - Primeiro Tenente - Psicologia
|
Aeronáutica - 2022 - CIAAR - Primeiro Tenente - Pedagogia |
Aeronáutica - 2022 - CIAAR - Primeiro Tenente - Análise de Sistemas |
Q2039895
Português
Texto associado
1§Ela entrou, deitou-se no divã e disse: “Acho que estou ficando louca”. Eu fiquei em silêncio aguardando que ela me revelasse os sinais da sua loucura. “Um dos meus prazeres é cozinhar. Vou para a cozinha, corto as cebolas, os tomates, os pimentões – é uma alegria.
A complicada arte de ver
1§Ela entrou, deitou-se no divã e disse: “Acho que estou ficando louca”. Eu fiquei em silêncio aguardando que ela me revelasse os sinais da sua loucura. “Um dos meus prazeres é cozinhar. Vou para a cozinha, corto as cebolas, os tomates, os pimentões – é uma alegria.
2§Entretanto, faz uns dias, eu fui para a cozinha para fazer aquilo que já fizera centenas de vezes: cortar cebolas. Ato
banal sem surpresas. Mas, cortada a cebola, eu olhei para ela e tive um susto. Percebi que nunca havia visto uma cebola.
Aqueles anéis perfeitamente ajustados, a luz se refletindo neles: tive a impressão de estar vendo a rosácea de um vitral
de catedral gótica.
3§De repente, a cebola, de objeto a ser comido, se transformou em obra de arte para ser vista! E o pior é que o mesmo
aconteceu quando cortei os tomates, os pimentões… agora, tudo o que vejo me causa espanto.”
Ela se calou, esperando o meu diagnóstico. Eu me levantei, fui à estante de livros e de lá retirei as “Odes Elementales”,
de Pablo Neruda. Procurei a “Ode à Cebola” e lhe disse: “Essa perturbação ocular que a acometeu é comum entre os
poetas. Veja o que Neruda disse de uma cebola igual àquela que lhe causou assombro: ‘Rosa de água com escamas de
cristal’. Não, você não está louca. Você ganhou olhos de poeta…Os poetas ensinam a ver”.
4§Ver é muito complicado. Isso é estranho porque os olhos, de todos os órgãos dos sentidos, são os de mais fácil
compreensão científica. A sua física é idêntica à física óptica de uma máquina fotográfica: o objeto do lado de fora
aparece refletido do lado de dentro. Mas existe algo na visão que não pertence à física. William Blake sabia disso e
afirmou: “A árvore que o sábio vê não é a mesma árvore que o tolo vê”. Sei disso por experiência própria. Quando vejo
os ipês floridos, sinto-me como Moisés diante da sarça ardente: ali está uma epifania do sagrado. Mas uma mulher que
vivia perto da minha casa decretou a morte de um ipê que florescia à frente de sua casa porque ele sujava o chão, dava
muito trabalho para a sua vassoura. Seus olhos não viam a beleza. Só viam o lixo. Adélia Prado disse: “Deus de vez em
quando me tira a poesia. Olho para uma pedra e vejo uma pedra".
5§Drummond viu uma pedra e não viu uma pedra. A pedra que ele viu virou poema. Há muitas pessoas de visão perfeita
que nada veem.
6§“Não é bastante não ser cego para ver as árvores e as flores. Não basta abrir a janela para ver os campos e os rios”,
escreveu Alberto Caeiro, heterônimo de Fernando Pessoa. O ato de ver não é coisa natural. Precisa ser aprendido.
7§Nietzsche sabia disso e afirmou que a primeira tarefa da educação é ensinar a ver. O zen-budismo concorda, e toda
a sua espiritualidade é uma busca da experiência chamada “satori”, a abertura do “terceiro olho”. Não sei se Cummings
se inspirava no zen-budismo, mas o fato é que escreveu: “Agora os ouvidos dos meus ouvidos acordaram e agora os
olhos dos meus olhos se abriram”.
8§Há um poema no Novo Testamento que relata a caminhada de dois discípulos na companhia de Jesus ressuscitado.
Mas eles não o reconheciam. Reconheceram-no subitamente: ao partir do pão, “seus olhos se abriram”.
9§Vinicius de Moraes adota o mesmo mote em “Operário em Construção”: “De forma que, certo dia, à mesa ao cortar o
pão, o operário foi tomado de uma súbita emoção, ao constatar assombrado que tudo naquela mesa – garrafa, prato,
facão – era ele quem fazia. Ele, um humilde operário, um operário em construção”.
10§A diferença se encontra no lugar onde os olhos são guardados. (...) Os olhos que moram na caixa de ferramentas
são os olhos dos adultos. Os olhos que moram na caixa dos brinquedos, das crianças. Para ter olhos brincalhões, é
preciso ter as crianças por nossas mestras.
Rubem Alves
Texto Adaptado (originalmente publicado no caderno “Sinapse” - “Folha de S. Paulo”, em 26/10/2004).
Assinale a opção em que o termo sublinhado não funciona como um mecanismo de retomada coesiva no texto.
Ano: 2022
Banca:
Aeronáutica
Órgão:
CIAAR
Provas:
Aeronáutica - 2022 - CIAAR - Primeiro Tenente - Psicologia
|
Aeronáutica - 2022 - CIAAR - Primeiro Tenente - Pedagogia |
Aeronáutica - 2022 - CIAAR - Primeiro Tenente - Análise de Sistemas |
Q2039896
Português
Texto associado
1§Ela entrou, deitou-se no divã e disse: “Acho que estou ficando louca”. Eu fiquei em silêncio aguardando que ela me revelasse os sinais da sua loucura. “Um dos meus prazeres é cozinhar. Vou para a cozinha, corto as cebolas, os tomates, os pimentões – é uma alegria.
A complicada arte de ver
1§Ela entrou, deitou-se no divã e disse: “Acho que estou ficando louca”. Eu fiquei em silêncio aguardando que ela me revelasse os sinais da sua loucura. “Um dos meus prazeres é cozinhar. Vou para a cozinha, corto as cebolas, os tomates, os pimentões – é uma alegria.
2§Entretanto, faz uns dias, eu fui para a cozinha para fazer aquilo que já fizera centenas de vezes: cortar cebolas. Ato
banal sem surpresas. Mas, cortada a cebola, eu olhei para ela e tive um susto. Percebi que nunca havia visto uma cebola.
Aqueles anéis perfeitamente ajustados, a luz se refletindo neles: tive a impressão de estar vendo a rosácea de um vitral
de catedral gótica.
3§De repente, a cebola, de objeto a ser comido, se transformou em obra de arte para ser vista! E o pior é que o mesmo
aconteceu quando cortei os tomates, os pimentões… agora, tudo o que vejo me causa espanto.”
Ela se calou, esperando o meu diagnóstico. Eu me levantei, fui à estante de livros e de lá retirei as “Odes Elementales”,
de Pablo Neruda. Procurei a “Ode à Cebola” e lhe disse: “Essa perturbação ocular que a acometeu é comum entre os
poetas. Veja o que Neruda disse de uma cebola igual àquela que lhe causou assombro: ‘Rosa de água com escamas de
cristal’. Não, você não está louca. Você ganhou olhos de poeta…Os poetas ensinam a ver”.
4§Ver é muito complicado. Isso é estranho porque os olhos, de todos os órgãos dos sentidos, são os de mais fácil
compreensão científica. A sua física é idêntica à física óptica de uma máquina fotográfica: o objeto do lado de fora
aparece refletido do lado de dentro. Mas existe algo na visão que não pertence à física. William Blake sabia disso e
afirmou: “A árvore que o sábio vê não é a mesma árvore que o tolo vê”. Sei disso por experiência própria. Quando vejo
os ipês floridos, sinto-me como Moisés diante da sarça ardente: ali está uma epifania do sagrado. Mas uma mulher que
vivia perto da minha casa decretou a morte de um ipê que florescia à frente de sua casa porque ele sujava o chão, dava
muito trabalho para a sua vassoura. Seus olhos não viam a beleza. Só viam o lixo. Adélia Prado disse: “Deus de vez em
quando me tira a poesia. Olho para uma pedra e vejo uma pedra".
5§Drummond viu uma pedra e não viu uma pedra. A pedra que ele viu virou poema. Há muitas pessoas de visão perfeita
que nada veem.
6§“Não é bastante não ser cego para ver as árvores e as flores. Não basta abrir a janela para ver os campos e os rios”,
escreveu Alberto Caeiro, heterônimo de Fernando Pessoa. O ato de ver não é coisa natural. Precisa ser aprendido.
7§Nietzsche sabia disso e afirmou que a primeira tarefa da educação é ensinar a ver. O zen-budismo concorda, e toda
a sua espiritualidade é uma busca da experiência chamada “satori”, a abertura do “terceiro olho”. Não sei se Cummings
se inspirava no zen-budismo, mas o fato é que escreveu: “Agora os ouvidos dos meus ouvidos acordaram e agora os
olhos dos meus olhos se abriram”.
8§Há um poema no Novo Testamento que relata a caminhada de dois discípulos na companhia de Jesus ressuscitado.
Mas eles não o reconheciam. Reconheceram-no subitamente: ao partir do pão, “seus olhos se abriram”.
9§Vinicius de Moraes adota o mesmo mote em “Operário em Construção”: “De forma que, certo dia, à mesa ao cortar o
pão, o operário foi tomado de uma súbita emoção, ao constatar assombrado que tudo naquela mesa – garrafa, prato,
facão – era ele quem fazia. Ele, um humilde operário, um operário em construção”.
10§A diferença se encontra no lugar onde os olhos são guardados. (...) Os olhos que moram na caixa de ferramentas
são os olhos dos adultos. Os olhos que moram na caixa dos brinquedos, das crianças. Para ter olhos brincalhões, é
preciso ter as crianças por nossas mestras.
Rubem Alves
Texto Adaptado (originalmente publicado no caderno “Sinapse” - “Folha de S. Paulo”, em 26/10/2004).
De acordo com a norma culta, assinale a opção que apresenta justificativa correta para a estrutura analisada.
Ano: 2022
Banca:
Aeronáutica
Órgão:
CIAAR
Provas:
Aeronáutica - 2022 - CIAAR - Primeiro Tenente - Psicologia
|
Aeronáutica - 2022 - CIAAR - Primeiro Tenente - Pedagogia |
Aeronáutica - 2022 - CIAAR - Primeiro Tenente - Análise de Sistemas |
Q2039897
Português
Texto associado
1§Ela entrou, deitou-se no divã e disse: “Acho que estou ficando louca”. Eu fiquei em silêncio aguardando que ela me revelasse os sinais da sua loucura. “Um dos meus prazeres é cozinhar. Vou para a cozinha, corto as cebolas, os tomates, os pimentões – é uma alegria.
A complicada arte de ver
1§Ela entrou, deitou-se no divã e disse: “Acho que estou ficando louca”. Eu fiquei em silêncio aguardando que ela me revelasse os sinais da sua loucura. “Um dos meus prazeres é cozinhar. Vou para a cozinha, corto as cebolas, os tomates, os pimentões – é uma alegria.
2§Entretanto, faz uns dias, eu fui para a cozinha para fazer aquilo que já fizera centenas de vezes: cortar cebolas. Ato
banal sem surpresas. Mas, cortada a cebola, eu olhei para ela e tive um susto. Percebi que nunca havia visto uma cebola.
Aqueles anéis perfeitamente ajustados, a luz se refletindo neles: tive a impressão de estar vendo a rosácea de um vitral
de catedral gótica.
3§De repente, a cebola, de objeto a ser comido, se transformou em obra de arte para ser vista! E o pior é que o mesmo
aconteceu quando cortei os tomates, os pimentões… agora, tudo o que vejo me causa espanto.”
Ela se calou, esperando o meu diagnóstico. Eu me levantei, fui à estante de livros e de lá retirei as “Odes Elementales”,
de Pablo Neruda. Procurei a “Ode à Cebola” e lhe disse: “Essa perturbação ocular que a acometeu é comum entre os
poetas. Veja o que Neruda disse de uma cebola igual àquela que lhe causou assombro: ‘Rosa de água com escamas de
cristal’. Não, você não está louca. Você ganhou olhos de poeta…Os poetas ensinam a ver”.
4§Ver é muito complicado. Isso é estranho porque os olhos, de todos os órgãos dos sentidos, são os de mais fácil
compreensão científica. A sua física é idêntica à física óptica de uma máquina fotográfica: o objeto do lado de fora
aparece refletido do lado de dentro. Mas existe algo na visão que não pertence à física. William Blake sabia disso e
afirmou: “A árvore que o sábio vê não é a mesma árvore que o tolo vê”. Sei disso por experiência própria. Quando vejo
os ipês floridos, sinto-me como Moisés diante da sarça ardente: ali está uma epifania do sagrado. Mas uma mulher que
vivia perto da minha casa decretou a morte de um ipê que florescia à frente de sua casa porque ele sujava o chão, dava
muito trabalho para a sua vassoura. Seus olhos não viam a beleza. Só viam o lixo. Adélia Prado disse: “Deus de vez em
quando me tira a poesia. Olho para uma pedra e vejo uma pedra".
5§Drummond viu uma pedra e não viu uma pedra. A pedra que ele viu virou poema. Há muitas pessoas de visão perfeita
que nada veem.
6§“Não é bastante não ser cego para ver as árvores e as flores. Não basta abrir a janela para ver os campos e os rios”,
escreveu Alberto Caeiro, heterônimo de Fernando Pessoa. O ato de ver não é coisa natural. Precisa ser aprendido.
7§Nietzsche sabia disso e afirmou que a primeira tarefa da educação é ensinar a ver. O zen-budismo concorda, e toda
a sua espiritualidade é uma busca da experiência chamada “satori”, a abertura do “terceiro olho”. Não sei se Cummings
se inspirava no zen-budismo, mas o fato é que escreveu: “Agora os ouvidos dos meus ouvidos acordaram e agora os
olhos dos meus olhos se abriram”.
8§Há um poema no Novo Testamento que relata a caminhada de dois discípulos na companhia de Jesus ressuscitado.
Mas eles não o reconheciam. Reconheceram-no subitamente: ao partir do pão, “seus olhos se abriram”.
9§Vinicius de Moraes adota o mesmo mote em “Operário em Construção”: “De forma que, certo dia, à mesa ao cortar o
pão, o operário foi tomado de uma súbita emoção, ao constatar assombrado que tudo naquela mesa – garrafa, prato,
facão – era ele quem fazia. Ele, um humilde operário, um operário em construção”.
10§A diferença se encontra no lugar onde os olhos são guardados. (...) Os olhos que moram na caixa de ferramentas
são os olhos dos adultos. Os olhos que moram na caixa dos brinquedos, das crianças. Para ter olhos brincalhões, é
preciso ter as crianças por nossas mestras.
Rubem Alves
Texto Adaptado (originalmente publicado no caderno “Sinapse” - “Folha de S. Paulo”, em 26/10/2004).
No texto, há ocorrências de aspas indicando citação textual, exceto em:
Ano: 2022
Banca:
Aeronáutica
Órgão:
CIAAR
Provas:
Aeronáutica - 2022 - CIAAR - Primeiro Tenente - Psicologia
|
Aeronáutica - 2022 - CIAAR - Primeiro Tenente - Pedagogia |
Aeronáutica - 2022 - CIAAR - Primeiro Tenente - Análise de Sistemas |
Q2039898
Português
Quanto ao uso dos porquês, assinale a opção em que a reescrita do enunciado do anúncio está em desacordo com
a norma culta.
Ano: 2022
Banca:
Aeronáutica
Órgão:
CIAAR
Provas:
Aeronáutica - 2022 - CIAAR - Primeiro Tenente - Psicologia
|
Aeronáutica - 2022 - CIAAR - Primeiro Tenente - Pedagogia |
Aeronáutica - 2022 - CIAAR - Primeiro Tenente - Análise de Sistemas |
Q2039899
Português
Assinale a opção que indica, respectivamente, a classe gramatical das palavras “que”, “determinados” e “a”, retiradas
do anúncio.
Ano: 2022
Banca:
Aeronáutica
Órgão:
CIAAR
Provas:
Aeronáutica - 2022 - CIAAR - Primeiro Tenente - Psicologia
|
Aeronáutica - 2022 - CIAAR - Primeiro Tenente - Pedagogia |
Aeronáutica - 2022 - CIAAR - Primeiro Tenente - Análise de Sistemas |
Q2039900
Português
No anúncio, a palavra “apenas” encerra a ideia de
Ano: 2022
Banca:
Aeronáutica
Órgão:
CIAAR
Provas:
Aeronáutica - 2022 - CIAAR - Primeiro Tenente - Psicologia
|
Aeronáutica - 2022 - CIAAR - Primeiro Tenente - Pedagogia |
Aeronáutica - 2022 - CIAAR - Primeiro Tenente - Análise de Sistemas |
Q2039901
Português
Texto associado
O que é essencial para você?
Escritora fala sobre minimalismo como estilo de vida
Escritora fala sobre minimalismo como estilo de vida
Para a jornalista Ana Holanda, viver com o mínimo não significa apenas ter menos coisas, mas viver em equilíbrio e
somente com o essencial
Em tempos em que as propagandas dizem o que precisamos, vitrines seduzem e influenciadores digitais impressionam
com seus corpos esbeltos e padrões de vida quase que inalcançáveis, difícil mesmo é saber o que é essencial para
nossas necessidades.
Na contramão, algumas pessoas decidem viver diferente e adotam o mínimo como estilo de vida. Mas o minimalismo não significa apenas ter menos coisas, mas, sim, viver em equilíbrio e somente com o essencial.
Na contramão, algumas pessoas decidem viver diferente e adotam o mínimo como estilo de vida. Mas o minimalismo não significa apenas ter menos coisas, mas, sim, viver em equilíbrio e somente com o essencial.
“Minimalismo é a busca da essência das coisas. É você encontrar o que é essencial e o que faz sentido pra você todos
os dias. É o que a gente carrega dentro da gente. Tem a ver com esse sentido maior que damos para o que a gente faz,
para os nossos passos todo dia”, explica a jornalista Ana Holanda, que nos últimos anos tem adotado essa simplicidade
na sua rotina.
Quando começou a sua busca pela simplicidade e pelo essencial das coisas da vida?
Sempre fui grande observadora do mundo. O fato de não ter sido uma aluna brilhante na escola foi algo bom porque quando a gente não é brilhante, não se esperam grandes coisas da gente. Ter me esforçado para ser boa aluna me deu a liberdade para seguir pelo mundo sem ter um caminho de ‘sucesso’ ditado pelo outro. Me deu também a liberdade para observar o mundo e para perceber as coisas... Sentir cheiro, sabe? Muitas vezes a gente não tem noção do quanto isso é importante para despertar ideais, criatividade.
Sempre fui grande observadora do mundo. O fato de não ter sido uma aluna brilhante na escola foi algo bom porque quando a gente não é brilhante, não se esperam grandes coisas da gente. Ter me esforçado para ser boa aluna me deu a liberdade para seguir pelo mundo sem ter um caminho de ‘sucesso’ ditado pelo outro. Me deu também a liberdade para observar o mundo e para perceber as coisas... Sentir cheiro, sabe? Muitas vezes a gente não tem noção do quanto isso é importante para despertar ideais, criatividade.
Minimalismo é desapegar de bens materiais?
Está muito conectado com buscar essa essência das coisas. Minimalismo não é só ‘ter menos’ ou ‘viver com menos'. É encontrar o que faz sentido para você todos os dias. É o que a gente carrega dentro da gente. Tem a ver com esse sentido maior que damos pro que a gente faz, pros nossos passos todo dia. Só que muitas vezes a gente não enxerga o minimalismo. Enxergar o todo dentro do pequeno é perceber toda história que aquilo me conta. É esse olhar que a gente tem que despertar.
Está muito conectado com buscar essa essência das coisas. Minimalismo não é só ‘ter menos’ ou ‘viver com menos'. É encontrar o que faz sentido para você todos os dias. É o que a gente carrega dentro da gente. Tem a ver com esse sentido maior que damos pro que a gente faz, pros nossos passos todo dia. Só que muitas vezes a gente não enxerga o minimalismo. Enxergar o todo dentro do pequeno é perceber toda história que aquilo me conta. É esse olhar que a gente tem que despertar.
Como saber o que é realmente necessário num mundo em que tudo gira em torno do consumismo?
Isso, a escrita me ensinou. Para mim, é muito claro que a gente nunca produziu tanto conteúdo - e tanto lixo. Porque construímos narrativas que não conversam com o outro. Sempre pergunto para meus alunos: você vai colocar tempo e energia para algo que não marca as pessoas? Escrita é relação. Mas o que você aprendeu? Que escrita é técnica. A gente só consegue fazer um texto intenso quando existe essa ponte com o outro. As propagandas te dizem que você só vai ser feliz se fizer desse jeito, os influenciadores digitais e a mídia também estão dizendo que você precisa ter algo para ser feliz. Mas você tem que ir pelo caminho que faz sentido para você. É como nadar contra a maré.
Isso, a escrita me ensinou. Para mim, é muito claro que a gente nunca produziu tanto conteúdo - e tanto lixo. Porque construímos narrativas que não conversam com o outro. Sempre pergunto para meus alunos: você vai colocar tempo e energia para algo que não marca as pessoas? Escrita é relação. Mas o que você aprendeu? Que escrita é técnica. A gente só consegue fazer um texto intenso quando existe essa ponte com o outro. As propagandas te dizem que você só vai ser feliz se fizer desse jeito, os influenciadores digitais e a mídia também estão dizendo que você precisa ter algo para ser feliz. Mas você tem que ir pelo caminho que faz sentido para você. É como nadar contra a maré.
(...)
A revista Vida Simples traz discussões muito contemporâneas - como essa do minimalismo. Como você trabalha
a linha editorial?
A Vida Simples tem uma produção de conteúdo muito focada no autodesenvolvimento. Propomos uma conversa próxima com o leitor através de assuntos essenciais na vida de qualquer um - ansiedade, angústia, amor, felicidade, gratidão, propósito, tolerância, etc. E a gente busca maneiras diversas de abordá-los. Trabalhamos com três pilares: ser, conviver e transformar. Se você pegar uma revista de cinco anos atrás, ela ainda faz sentido hoje. Isso é muito legal! Estou aqui há nove anos e a busca do que é a essência das coisas também está muito presente nela. Essa função me realiza muito, principalmente porque sei o quanto a publicação transforma a vida das pessoas.
A Vida Simples tem uma produção de conteúdo muito focada no autodesenvolvimento. Propomos uma conversa próxima com o leitor através de assuntos essenciais na vida de qualquer um - ansiedade, angústia, amor, felicidade, gratidão, propósito, tolerância, etc. E a gente busca maneiras diversas de abordá-los. Trabalhamos com três pilares: ser, conviver e transformar. Se você pegar uma revista de cinco anos atrás, ela ainda faz sentido hoje. Isso é muito legal! Estou aqui há nove anos e a busca do que é a essência das coisas também está muito presente nela. Essa função me realiza muito, principalmente porque sei o quanto a publicação transforma a vida das pessoas.
A revista também traz o conceito minimalista nas capas. Como isso é pensado?
Existem muitas conversas sobre como a gente vai traduzir esse conceito a partir do texto. Se a gente está falando de
leveza, por exemplo, não dá para trazer algo duro. A gente pensa muito em como traduzir a ideia em um objeto ou
cena. Falando da arte da Vida Simples, acreditamos que tudo conta uma história...
Fonte: https://www.correio24horas.com.br/noticia/nid/o-que-e-essencial-para-voce-escritora-fala-sobre-minimalismo-como-estilo-de-vida/ (adaptado)
Considere o seguinte enunciado adaptado do texto:
“Se você pegar uma revista de cinco anos atrás, ela ainda fará sentido hoje.”
Assinale a opção em que a proposta de reescrita mantém a mesma relação de sentido entre as orações apresentadas no fragmento acima.
“Se você pegar uma revista de cinco anos atrás, ela ainda fará sentido hoje.”
Assinale a opção em que a proposta de reescrita mantém a mesma relação de sentido entre as orações apresentadas no fragmento acima.
Ano: 2022
Banca:
Aeronáutica
Órgão:
CIAAR
Provas:
Aeronáutica - 2022 - CIAAR - Primeiro Tenente - Psicologia
|
Aeronáutica - 2022 - CIAAR - Primeiro Tenente - Pedagogia |
Aeronáutica - 2022 - CIAAR - Primeiro Tenente - Análise de Sistemas |
Q2039902
Português
Texto associado
O que é essencial para você?
Escritora fala sobre minimalismo como estilo de vida
Escritora fala sobre minimalismo como estilo de vida
Para a jornalista Ana Holanda, viver com o mínimo não significa apenas ter menos coisas, mas viver em equilíbrio e
somente com o essencial
Em tempos em que as propagandas dizem o que precisamos, vitrines seduzem e influenciadores digitais impressionam
com seus corpos esbeltos e padrões de vida quase que inalcançáveis, difícil mesmo é saber o que é essencial para
nossas necessidades.
Na contramão, algumas pessoas decidem viver diferente e adotam o mínimo como estilo de vida. Mas o minimalismo não significa apenas ter menos coisas, mas, sim, viver em equilíbrio e somente com o essencial.
Na contramão, algumas pessoas decidem viver diferente e adotam o mínimo como estilo de vida. Mas o minimalismo não significa apenas ter menos coisas, mas, sim, viver em equilíbrio e somente com o essencial.
“Minimalismo é a busca da essência das coisas. É você encontrar o que é essencial e o que faz sentido pra você todos
os dias. É o que a gente carrega dentro da gente. Tem a ver com esse sentido maior que damos para o que a gente faz,
para os nossos passos todo dia”, explica a jornalista Ana Holanda, que nos últimos anos tem adotado essa simplicidade
na sua rotina.
Quando começou a sua busca pela simplicidade e pelo essencial das coisas da vida?
Sempre fui grande observadora do mundo. O fato de não ter sido uma aluna brilhante na escola foi algo bom porque quando a gente não é brilhante, não se esperam grandes coisas da gente. Ter me esforçado para ser boa aluna me deu a liberdade para seguir pelo mundo sem ter um caminho de ‘sucesso’ ditado pelo outro. Me deu também a liberdade para observar o mundo e para perceber as coisas... Sentir cheiro, sabe? Muitas vezes a gente não tem noção do quanto isso é importante para despertar ideais, criatividade.
Sempre fui grande observadora do mundo. O fato de não ter sido uma aluna brilhante na escola foi algo bom porque quando a gente não é brilhante, não se esperam grandes coisas da gente. Ter me esforçado para ser boa aluna me deu a liberdade para seguir pelo mundo sem ter um caminho de ‘sucesso’ ditado pelo outro. Me deu também a liberdade para observar o mundo e para perceber as coisas... Sentir cheiro, sabe? Muitas vezes a gente não tem noção do quanto isso é importante para despertar ideais, criatividade.
Minimalismo é desapegar de bens materiais?
Está muito conectado com buscar essa essência das coisas. Minimalismo não é só ‘ter menos’ ou ‘viver com menos'. É encontrar o que faz sentido para você todos os dias. É o que a gente carrega dentro da gente. Tem a ver com esse sentido maior que damos pro que a gente faz, pros nossos passos todo dia. Só que muitas vezes a gente não enxerga o minimalismo. Enxergar o todo dentro do pequeno é perceber toda história que aquilo me conta. É esse olhar que a gente tem que despertar.
Está muito conectado com buscar essa essência das coisas. Minimalismo não é só ‘ter menos’ ou ‘viver com menos'. É encontrar o que faz sentido para você todos os dias. É o que a gente carrega dentro da gente. Tem a ver com esse sentido maior que damos pro que a gente faz, pros nossos passos todo dia. Só que muitas vezes a gente não enxerga o minimalismo. Enxergar o todo dentro do pequeno é perceber toda história que aquilo me conta. É esse olhar que a gente tem que despertar.
Como saber o que é realmente necessário num mundo em que tudo gira em torno do consumismo?
Isso, a escrita me ensinou. Para mim, é muito claro que a gente nunca produziu tanto conteúdo - e tanto lixo. Porque construímos narrativas que não conversam com o outro. Sempre pergunto para meus alunos: você vai colocar tempo e energia para algo que não marca as pessoas? Escrita é relação. Mas o que você aprendeu? Que escrita é técnica. A gente só consegue fazer um texto intenso quando existe essa ponte com o outro. As propagandas te dizem que você só vai ser feliz se fizer desse jeito, os influenciadores digitais e a mídia também estão dizendo que você precisa ter algo para ser feliz. Mas você tem que ir pelo caminho que faz sentido para você. É como nadar contra a maré.
Isso, a escrita me ensinou. Para mim, é muito claro que a gente nunca produziu tanto conteúdo - e tanto lixo. Porque construímos narrativas que não conversam com o outro. Sempre pergunto para meus alunos: você vai colocar tempo e energia para algo que não marca as pessoas? Escrita é relação. Mas o que você aprendeu? Que escrita é técnica. A gente só consegue fazer um texto intenso quando existe essa ponte com o outro. As propagandas te dizem que você só vai ser feliz se fizer desse jeito, os influenciadores digitais e a mídia também estão dizendo que você precisa ter algo para ser feliz. Mas você tem que ir pelo caminho que faz sentido para você. É como nadar contra a maré.
(...)
A revista Vida Simples traz discussões muito contemporâneas - como essa do minimalismo. Como você trabalha
a linha editorial?
A Vida Simples tem uma produção de conteúdo muito focada no autodesenvolvimento. Propomos uma conversa próxima com o leitor através de assuntos essenciais na vida de qualquer um - ansiedade, angústia, amor, felicidade, gratidão, propósito, tolerância, etc. E a gente busca maneiras diversas de abordá-los. Trabalhamos com três pilares: ser, conviver e transformar. Se você pegar uma revista de cinco anos atrás, ela ainda faz sentido hoje. Isso é muito legal! Estou aqui há nove anos e a busca do que é a essência das coisas também está muito presente nela. Essa função me realiza muito, principalmente porque sei o quanto a publicação transforma a vida das pessoas.
A Vida Simples tem uma produção de conteúdo muito focada no autodesenvolvimento. Propomos uma conversa próxima com o leitor através de assuntos essenciais na vida de qualquer um - ansiedade, angústia, amor, felicidade, gratidão, propósito, tolerância, etc. E a gente busca maneiras diversas de abordá-los. Trabalhamos com três pilares: ser, conviver e transformar. Se você pegar uma revista de cinco anos atrás, ela ainda faz sentido hoje. Isso é muito legal! Estou aqui há nove anos e a busca do que é a essência das coisas também está muito presente nela. Essa função me realiza muito, principalmente porque sei o quanto a publicação transforma a vida das pessoas.
A revista também traz o conceito minimalista nas capas. Como isso é pensado?
Existem muitas conversas sobre como a gente vai traduzir esse conceito a partir do texto. Se a gente está falando de
leveza, por exemplo, não dá para trazer algo duro. A gente pensa muito em como traduzir a ideia em um objeto ou
cena. Falando da arte da Vida Simples, acreditamos que tudo conta uma história...
Fonte: https://www.correio24horas.com.br/noticia/nid/o-que-e-essencial-para-voce-escritora-fala-sobre-minimalismo-como-estilo-de-vida/ (adaptado)
Analise o fragmento a seguir:
“Em tempos em que as propagandas dizem o que precisamos, vitrines seduzem e influenciadores digitais impressionam com seus corpos esbeltos e padrões de vida quase que inalcançáveis, difícil mesmo é saber o que é essencial para nossas necessidades.”
A partir da leitura do trecho, é correto afirmar que
“Em tempos em que as propagandas dizem o que precisamos, vitrines seduzem e influenciadores digitais impressionam com seus corpos esbeltos e padrões de vida quase que inalcançáveis, difícil mesmo é saber o que é essencial para nossas necessidades.”
A partir da leitura do trecho, é correto afirmar que
Ano: 2022
Banca:
Aeronáutica
Órgão:
CIAAR
Provas:
Aeronáutica - 2022 - CIAAR - Primeiro Tenente - Psicologia
|
Aeronáutica - 2022 - CIAAR - Primeiro Tenente - Pedagogia |
Aeronáutica - 2022 - CIAAR - Primeiro Tenente - Análise de Sistemas |
Q2039903
Português
Texto associado
O que é essencial para você?
Escritora fala sobre minimalismo como estilo de vida
Escritora fala sobre minimalismo como estilo de vida
Para a jornalista Ana Holanda, viver com o mínimo não significa apenas ter menos coisas, mas viver em equilíbrio e
somente com o essencial
Em tempos em que as propagandas dizem o que precisamos, vitrines seduzem e influenciadores digitais impressionam
com seus corpos esbeltos e padrões de vida quase que inalcançáveis, difícil mesmo é saber o que é essencial para
nossas necessidades.
Na contramão, algumas pessoas decidem viver diferente e adotam o mínimo como estilo de vida. Mas o minimalismo não significa apenas ter menos coisas, mas, sim, viver em equilíbrio e somente com o essencial.
Na contramão, algumas pessoas decidem viver diferente e adotam o mínimo como estilo de vida. Mas o minimalismo não significa apenas ter menos coisas, mas, sim, viver em equilíbrio e somente com o essencial.
“Minimalismo é a busca da essência das coisas. É você encontrar o que é essencial e o que faz sentido pra você todos
os dias. É o que a gente carrega dentro da gente. Tem a ver com esse sentido maior que damos para o que a gente faz,
para os nossos passos todo dia”, explica a jornalista Ana Holanda, que nos últimos anos tem adotado essa simplicidade
na sua rotina.
Quando começou a sua busca pela simplicidade e pelo essencial das coisas da vida?
Sempre fui grande observadora do mundo. O fato de não ter sido uma aluna brilhante na escola foi algo bom porque quando a gente não é brilhante, não se esperam grandes coisas da gente. Ter me esforçado para ser boa aluna me deu a liberdade para seguir pelo mundo sem ter um caminho de ‘sucesso’ ditado pelo outro. Me deu também a liberdade para observar o mundo e para perceber as coisas... Sentir cheiro, sabe? Muitas vezes a gente não tem noção do quanto isso é importante para despertar ideais, criatividade.
Sempre fui grande observadora do mundo. O fato de não ter sido uma aluna brilhante na escola foi algo bom porque quando a gente não é brilhante, não se esperam grandes coisas da gente. Ter me esforçado para ser boa aluna me deu a liberdade para seguir pelo mundo sem ter um caminho de ‘sucesso’ ditado pelo outro. Me deu também a liberdade para observar o mundo e para perceber as coisas... Sentir cheiro, sabe? Muitas vezes a gente não tem noção do quanto isso é importante para despertar ideais, criatividade.
Minimalismo é desapegar de bens materiais?
Está muito conectado com buscar essa essência das coisas. Minimalismo não é só ‘ter menos’ ou ‘viver com menos'. É encontrar o que faz sentido para você todos os dias. É o que a gente carrega dentro da gente. Tem a ver com esse sentido maior que damos pro que a gente faz, pros nossos passos todo dia. Só que muitas vezes a gente não enxerga o minimalismo. Enxergar o todo dentro do pequeno é perceber toda história que aquilo me conta. É esse olhar que a gente tem que despertar.
Está muito conectado com buscar essa essência das coisas. Minimalismo não é só ‘ter menos’ ou ‘viver com menos'. É encontrar o que faz sentido para você todos os dias. É o que a gente carrega dentro da gente. Tem a ver com esse sentido maior que damos pro que a gente faz, pros nossos passos todo dia. Só que muitas vezes a gente não enxerga o minimalismo. Enxergar o todo dentro do pequeno é perceber toda história que aquilo me conta. É esse olhar que a gente tem que despertar.
Como saber o que é realmente necessário num mundo em que tudo gira em torno do consumismo?
Isso, a escrita me ensinou. Para mim, é muito claro que a gente nunca produziu tanto conteúdo - e tanto lixo. Porque construímos narrativas que não conversam com o outro. Sempre pergunto para meus alunos: você vai colocar tempo e energia para algo que não marca as pessoas? Escrita é relação. Mas o que você aprendeu? Que escrita é técnica. A gente só consegue fazer um texto intenso quando existe essa ponte com o outro. As propagandas te dizem que você só vai ser feliz se fizer desse jeito, os influenciadores digitais e a mídia também estão dizendo que você precisa ter algo para ser feliz. Mas você tem que ir pelo caminho que faz sentido para você. É como nadar contra a maré.
Isso, a escrita me ensinou. Para mim, é muito claro que a gente nunca produziu tanto conteúdo - e tanto lixo. Porque construímos narrativas que não conversam com o outro. Sempre pergunto para meus alunos: você vai colocar tempo e energia para algo que não marca as pessoas? Escrita é relação. Mas o que você aprendeu? Que escrita é técnica. A gente só consegue fazer um texto intenso quando existe essa ponte com o outro. As propagandas te dizem que você só vai ser feliz se fizer desse jeito, os influenciadores digitais e a mídia também estão dizendo que você precisa ter algo para ser feliz. Mas você tem que ir pelo caminho que faz sentido para você. É como nadar contra a maré.
(...)
A revista Vida Simples traz discussões muito contemporâneas - como essa do minimalismo. Como você trabalha
a linha editorial?
A Vida Simples tem uma produção de conteúdo muito focada no autodesenvolvimento. Propomos uma conversa próxima com o leitor através de assuntos essenciais na vida de qualquer um - ansiedade, angústia, amor, felicidade, gratidão, propósito, tolerância, etc. E a gente busca maneiras diversas de abordá-los. Trabalhamos com três pilares: ser, conviver e transformar. Se você pegar uma revista de cinco anos atrás, ela ainda faz sentido hoje. Isso é muito legal! Estou aqui há nove anos e a busca do que é a essência das coisas também está muito presente nela. Essa função me realiza muito, principalmente porque sei o quanto a publicação transforma a vida das pessoas.
A Vida Simples tem uma produção de conteúdo muito focada no autodesenvolvimento. Propomos uma conversa próxima com o leitor através de assuntos essenciais na vida de qualquer um - ansiedade, angústia, amor, felicidade, gratidão, propósito, tolerância, etc. E a gente busca maneiras diversas de abordá-los. Trabalhamos com três pilares: ser, conviver e transformar. Se você pegar uma revista de cinco anos atrás, ela ainda faz sentido hoje. Isso é muito legal! Estou aqui há nove anos e a busca do que é a essência das coisas também está muito presente nela. Essa função me realiza muito, principalmente porque sei o quanto a publicação transforma a vida das pessoas.
A revista também traz o conceito minimalista nas capas. Como isso é pensado?
Existem muitas conversas sobre como a gente vai traduzir esse conceito a partir do texto. Se a gente está falando de
leveza, por exemplo, não dá para trazer algo duro. A gente pensa muito em como traduzir a ideia em um objeto ou
cena. Falando da arte da Vida Simples, acreditamos que tudo conta uma história...
Fonte: https://www.correio24horas.com.br/noticia/nid/o-que-e-essencial-para-voce-escritora-fala-sobre-minimalismo-como-estilo-de-vida/ (adaptado)
Observe o imperativo dos verbos no subtítulo da matéria de destaque da capa da revista “vida simples”:
“Aprenda a lidar com as dificuldades do dia a dia, por mais azedas que sejam, e conquiste equilíbrio e tranquilidade para a sua vida.”
De acordo com a norma culta, a forma correta para a conjugação dos verbos “aprender” e “conquistar’, na segunda pessoa do singular, seria:
“Aprenda a lidar com as dificuldades do dia a dia, por mais azedas que sejam, e conquiste equilíbrio e tranquilidade para a sua vida.”
De acordo com a norma culta, a forma correta para a conjugação dos verbos “aprender” e “conquistar’, na segunda pessoa do singular, seria:
Ano: 2022
Banca:
Aeronáutica
Órgão:
CIAAR
Provas:
Aeronáutica - 2022 - CIAAR - Primeiro Tenente - Psicologia
|
Aeronáutica - 2022 - CIAAR - Primeiro Tenente - Pedagogia |
Aeronáutica - 2022 - CIAAR - Primeiro Tenente - Análise de Sistemas |
Q2039904
Português
Texto associado
O que é essencial para você?
Escritora fala sobre minimalismo como estilo de vida
Escritora fala sobre minimalismo como estilo de vida
Para a jornalista Ana Holanda, viver com o mínimo não significa apenas ter menos coisas, mas viver em equilíbrio e
somente com o essencial
Em tempos em que as propagandas dizem o que precisamos, vitrines seduzem e influenciadores digitais impressionam
com seus corpos esbeltos e padrões de vida quase que inalcançáveis, difícil mesmo é saber o que é essencial para
nossas necessidades.
Na contramão, algumas pessoas decidem viver diferente e adotam o mínimo como estilo de vida. Mas o minimalismo não significa apenas ter menos coisas, mas, sim, viver em equilíbrio e somente com o essencial.
Na contramão, algumas pessoas decidem viver diferente e adotam o mínimo como estilo de vida. Mas o minimalismo não significa apenas ter menos coisas, mas, sim, viver em equilíbrio e somente com o essencial.
“Minimalismo é a busca da essência das coisas. É você encontrar o que é essencial e o que faz sentido pra você todos
os dias. É o que a gente carrega dentro da gente. Tem a ver com esse sentido maior que damos para o que a gente faz,
para os nossos passos todo dia”, explica a jornalista Ana Holanda, que nos últimos anos tem adotado essa simplicidade
na sua rotina.
Quando começou a sua busca pela simplicidade e pelo essencial das coisas da vida?
Sempre fui grande observadora do mundo. O fato de não ter sido uma aluna brilhante na escola foi algo bom porque quando a gente não é brilhante, não se esperam grandes coisas da gente. Ter me esforçado para ser boa aluna me deu a liberdade para seguir pelo mundo sem ter um caminho de ‘sucesso’ ditado pelo outro. Me deu também a liberdade para observar o mundo e para perceber as coisas... Sentir cheiro, sabe? Muitas vezes a gente não tem noção do quanto isso é importante para despertar ideais, criatividade.
Sempre fui grande observadora do mundo. O fato de não ter sido uma aluna brilhante na escola foi algo bom porque quando a gente não é brilhante, não se esperam grandes coisas da gente. Ter me esforçado para ser boa aluna me deu a liberdade para seguir pelo mundo sem ter um caminho de ‘sucesso’ ditado pelo outro. Me deu também a liberdade para observar o mundo e para perceber as coisas... Sentir cheiro, sabe? Muitas vezes a gente não tem noção do quanto isso é importante para despertar ideais, criatividade.
Minimalismo é desapegar de bens materiais?
Está muito conectado com buscar essa essência das coisas. Minimalismo não é só ‘ter menos’ ou ‘viver com menos'. É encontrar o que faz sentido para você todos os dias. É o que a gente carrega dentro da gente. Tem a ver com esse sentido maior que damos pro que a gente faz, pros nossos passos todo dia. Só que muitas vezes a gente não enxerga o minimalismo. Enxergar o todo dentro do pequeno é perceber toda história que aquilo me conta. É esse olhar que a gente tem que despertar.
Está muito conectado com buscar essa essência das coisas. Minimalismo não é só ‘ter menos’ ou ‘viver com menos'. É encontrar o que faz sentido para você todos os dias. É o que a gente carrega dentro da gente. Tem a ver com esse sentido maior que damos pro que a gente faz, pros nossos passos todo dia. Só que muitas vezes a gente não enxerga o minimalismo. Enxergar o todo dentro do pequeno é perceber toda história que aquilo me conta. É esse olhar que a gente tem que despertar.
Como saber o que é realmente necessário num mundo em que tudo gira em torno do consumismo?
Isso, a escrita me ensinou. Para mim, é muito claro que a gente nunca produziu tanto conteúdo - e tanto lixo. Porque construímos narrativas que não conversam com o outro. Sempre pergunto para meus alunos: você vai colocar tempo e energia para algo que não marca as pessoas? Escrita é relação. Mas o que você aprendeu? Que escrita é técnica. A gente só consegue fazer um texto intenso quando existe essa ponte com o outro. As propagandas te dizem que você só vai ser feliz se fizer desse jeito, os influenciadores digitais e a mídia também estão dizendo que você precisa ter algo para ser feliz. Mas você tem que ir pelo caminho que faz sentido para você. É como nadar contra a maré.
Isso, a escrita me ensinou. Para mim, é muito claro que a gente nunca produziu tanto conteúdo - e tanto lixo. Porque construímos narrativas que não conversam com o outro. Sempre pergunto para meus alunos: você vai colocar tempo e energia para algo que não marca as pessoas? Escrita é relação. Mas o que você aprendeu? Que escrita é técnica. A gente só consegue fazer um texto intenso quando existe essa ponte com o outro. As propagandas te dizem que você só vai ser feliz se fizer desse jeito, os influenciadores digitais e a mídia também estão dizendo que você precisa ter algo para ser feliz. Mas você tem que ir pelo caminho que faz sentido para você. É como nadar contra a maré.
(...)
A revista Vida Simples traz discussões muito contemporâneas - como essa do minimalismo. Como você trabalha
a linha editorial?
A Vida Simples tem uma produção de conteúdo muito focada no autodesenvolvimento. Propomos uma conversa próxima com o leitor através de assuntos essenciais na vida de qualquer um - ansiedade, angústia, amor, felicidade, gratidão, propósito, tolerância, etc. E a gente busca maneiras diversas de abordá-los. Trabalhamos com três pilares: ser, conviver e transformar. Se você pegar uma revista de cinco anos atrás, ela ainda faz sentido hoje. Isso é muito legal! Estou aqui há nove anos e a busca do que é a essência das coisas também está muito presente nela. Essa função me realiza muito, principalmente porque sei o quanto a publicação transforma a vida das pessoas.
A Vida Simples tem uma produção de conteúdo muito focada no autodesenvolvimento. Propomos uma conversa próxima com o leitor através de assuntos essenciais na vida de qualquer um - ansiedade, angústia, amor, felicidade, gratidão, propósito, tolerância, etc. E a gente busca maneiras diversas de abordá-los. Trabalhamos com três pilares: ser, conviver e transformar. Se você pegar uma revista de cinco anos atrás, ela ainda faz sentido hoje. Isso é muito legal! Estou aqui há nove anos e a busca do que é a essência das coisas também está muito presente nela. Essa função me realiza muito, principalmente porque sei o quanto a publicação transforma a vida das pessoas.
A revista também traz o conceito minimalista nas capas. Como isso é pensado?
Existem muitas conversas sobre como a gente vai traduzir esse conceito a partir do texto. Se a gente está falando de
leveza, por exemplo, não dá para trazer algo duro. A gente pensa muito em como traduzir a ideia em um objeto ou
cena. Falando da arte da Vida Simples, acreditamos que tudo conta uma história...
Fonte: https://www.correio24horas.com.br/noticia/nid/o-que-e-essencial-para-voce-escritora-fala-sobre-minimalismo-como-estilo-de-vida/ (adaptado)
Assinale a opção que não apresenta marcas de coloquialismo no uso da linguagem.
Ano: 2022
Banca:
Aeronáutica
Órgão:
CIAAR
Provas:
Aeronáutica - 2022 - CIAAR - Primeiro Tenente - Psicologia
|
Aeronáutica - 2022 - CIAAR - Primeiro Tenente - Pedagogia |
Aeronáutica - 2022 - CIAAR - Primeiro Tenente - Análise de Sistemas |
Q2039905
Português
Texto associado
O que é essencial para você?
Escritora fala sobre minimalismo como estilo de vida
Escritora fala sobre minimalismo como estilo de vida
Para a jornalista Ana Holanda, viver com o mínimo não significa apenas ter menos coisas, mas viver em equilíbrio e
somente com o essencial
Em tempos em que as propagandas dizem o que precisamos, vitrines seduzem e influenciadores digitais impressionam
com seus corpos esbeltos e padrões de vida quase que inalcançáveis, difícil mesmo é saber o que é essencial para
nossas necessidades.
Na contramão, algumas pessoas decidem viver diferente e adotam o mínimo como estilo de vida. Mas o minimalismo não significa apenas ter menos coisas, mas, sim, viver em equilíbrio e somente com o essencial.
Na contramão, algumas pessoas decidem viver diferente e adotam o mínimo como estilo de vida. Mas o minimalismo não significa apenas ter menos coisas, mas, sim, viver em equilíbrio e somente com o essencial.
“Minimalismo é a busca da essência das coisas. É você encontrar o que é essencial e o que faz sentido pra você todos
os dias. É o que a gente carrega dentro da gente. Tem a ver com esse sentido maior que damos para o que a gente faz,
para os nossos passos todo dia”, explica a jornalista Ana Holanda, que nos últimos anos tem adotado essa simplicidade
na sua rotina.
Quando começou a sua busca pela simplicidade e pelo essencial das coisas da vida?
Sempre fui grande observadora do mundo. O fato de não ter sido uma aluna brilhante na escola foi algo bom porque quando a gente não é brilhante, não se esperam grandes coisas da gente. Ter me esforçado para ser boa aluna me deu a liberdade para seguir pelo mundo sem ter um caminho de ‘sucesso’ ditado pelo outro. Me deu também a liberdade para observar o mundo e para perceber as coisas... Sentir cheiro, sabe? Muitas vezes a gente não tem noção do quanto isso é importante para despertar ideais, criatividade.
Sempre fui grande observadora do mundo. O fato de não ter sido uma aluna brilhante na escola foi algo bom porque quando a gente não é brilhante, não se esperam grandes coisas da gente. Ter me esforçado para ser boa aluna me deu a liberdade para seguir pelo mundo sem ter um caminho de ‘sucesso’ ditado pelo outro. Me deu também a liberdade para observar o mundo e para perceber as coisas... Sentir cheiro, sabe? Muitas vezes a gente não tem noção do quanto isso é importante para despertar ideais, criatividade.
Minimalismo é desapegar de bens materiais?
Está muito conectado com buscar essa essência das coisas. Minimalismo não é só ‘ter menos’ ou ‘viver com menos'. É encontrar o que faz sentido para você todos os dias. É o que a gente carrega dentro da gente. Tem a ver com esse sentido maior que damos pro que a gente faz, pros nossos passos todo dia. Só que muitas vezes a gente não enxerga o minimalismo. Enxergar o todo dentro do pequeno é perceber toda história que aquilo me conta. É esse olhar que a gente tem que despertar.
Está muito conectado com buscar essa essência das coisas. Minimalismo não é só ‘ter menos’ ou ‘viver com menos'. É encontrar o que faz sentido para você todos os dias. É o que a gente carrega dentro da gente. Tem a ver com esse sentido maior que damos pro que a gente faz, pros nossos passos todo dia. Só que muitas vezes a gente não enxerga o minimalismo. Enxergar o todo dentro do pequeno é perceber toda história que aquilo me conta. É esse olhar que a gente tem que despertar.
Como saber o que é realmente necessário num mundo em que tudo gira em torno do consumismo?
Isso, a escrita me ensinou. Para mim, é muito claro que a gente nunca produziu tanto conteúdo - e tanto lixo. Porque construímos narrativas que não conversam com o outro. Sempre pergunto para meus alunos: você vai colocar tempo e energia para algo que não marca as pessoas? Escrita é relação. Mas o que você aprendeu? Que escrita é técnica. A gente só consegue fazer um texto intenso quando existe essa ponte com o outro. As propagandas te dizem que você só vai ser feliz se fizer desse jeito, os influenciadores digitais e a mídia também estão dizendo que você precisa ter algo para ser feliz. Mas você tem que ir pelo caminho que faz sentido para você. É como nadar contra a maré.
Isso, a escrita me ensinou. Para mim, é muito claro que a gente nunca produziu tanto conteúdo - e tanto lixo. Porque construímos narrativas que não conversam com o outro. Sempre pergunto para meus alunos: você vai colocar tempo e energia para algo que não marca as pessoas? Escrita é relação. Mas o que você aprendeu? Que escrita é técnica. A gente só consegue fazer um texto intenso quando existe essa ponte com o outro. As propagandas te dizem que você só vai ser feliz se fizer desse jeito, os influenciadores digitais e a mídia também estão dizendo que você precisa ter algo para ser feliz. Mas você tem que ir pelo caminho que faz sentido para você. É como nadar contra a maré.
(...)
A revista Vida Simples traz discussões muito contemporâneas - como essa do minimalismo. Como você trabalha
a linha editorial?
A Vida Simples tem uma produção de conteúdo muito focada no autodesenvolvimento. Propomos uma conversa próxima com o leitor através de assuntos essenciais na vida de qualquer um - ansiedade, angústia, amor, felicidade, gratidão, propósito, tolerância, etc. E a gente busca maneiras diversas de abordá-los. Trabalhamos com três pilares: ser, conviver e transformar. Se você pegar uma revista de cinco anos atrás, ela ainda faz sentido hoje. Isso é muito legal! Estou aqui há nove anos e a busca do que é a essência das coisas também está muito presente nela. Essa função me realiza muito, principalmente porque sei o quanto a publicação transforma a vida das pessoas.
A Vida Simples tem uma produção de conteúdo muito focada no autodesenvolvimento. Propomos uma conversa próxima com o leitor através de assuntos essenciais na vida de qualquer um - ansiedade, angústia, amor, felicidade, gratidão, propósito, tolerância, etc. E a gente busca maneiras diversas de abordá-los. Trabalhamos com três pilares: ser, conviver e transformar. Se você pegar uma revista de cinco anos atrás, ela ainda faz sentido hoje. Isso é muito legal! Estou aqui há nove anos e a busca do que é a essência das coisas também está muito presente nela. Essa função me realiza muito, principalmente porque sei o quanto a publicação transforma a vida das pessoas.
A revista também traz o conceito minimalista nas capas. Como isso é pensado?
Existem muitas conversas sobre como a gente vai traduzir esse conceito a partir do texto. Se a gente está falando de
leveza, por exemplo, não dá para trazer algo duro. A gente pensa muito em como traduzir a ideia em um objeto ou
cena. Falando da arte da Vida Simples, acreditamos que tudo conta uma história...
Fonte: https://www.correio24horas.com.br/noticia/nid/o-que-e-essencial-para-voce-escritora-fala-sobre-minimalismo-como-estilo-de-vida/ (adaptado)
As palavras “autodesenvolvimento,” “minimalismo” e “busca” foram formadas, respectivamente, pelos processos de
Ano: 2022
Banca:
Aeronáutica
Órgão:
CIAAR
Provas:
Aeronáutica - 2022 - CIAAR - Primeiro Tenente - Psicologia
|
Aeronáutica - 2022 - CIAAR - Primeiro Tenente - Pedagogia |
Aeronáutica - 2022 - CIAAR - Primeiro Tenente - Análise de Sistemas |
Q2039906
Português
Texto associado
O que é essencial para você?
Escritora fala sobre minimalismo como estilo de vida
Escritora fala sobre minimalismo como estilo de vida
Para a jornalista Ana Holanda, viver com o mínimo não significa apenas ter menos coisas, mas viver em equilíbrio e
somente com o essencial
Em tempos em que as propagandas dizem o que precisamos, vitrines seduzem e influenciadores digitais impressionam
com seus corpos esbeltos e padrões de vida quase que inalcançáveis, difícil mesmo é saber o que é essencial para
nossas necessidades.
Na contramão, algumas pessoas decidem viver diferente e adotam o mínimo como estilo de vida. Mas o minimalismo não significa apenas ter menos coisas, mas, sim, viver em equilíbrio e somente com o essencial.
Na contramão, algumas pessoas decidem viver diferente e adotam o mínimo como estilo de vida. Mas o minimalismo não significa apenas ter menos coisas, mas, sim, viver em equilíbrio e somente com o essencial.
“Minimalismo é a busca da essência das coisas. É você encontrar o que é essencial e o que faz sentido pra você todos
os dias. É o que a gente carrega dentro da gente. Tem a ver com esse sentido maior que damos para o que a gente faz,
para os nossos passos todo dia”, explica a jornalista Ana Holanda, que nos últimos anos tem adotado essa simplicidade
na sua rotina.
Quando começou a sua busca pela simplicidade e pelo essencial das coisas da vida?
Sempre fui grande observadora do mundo. O fato de não ter sido uma aluna brilhante na escola foi algo bom porque quando a gente não é brilhante, não se esperam grandes coisas da gente. Ter me esforçado para ser boa aluna me deu a liberdade para seguir pelo mundo sem ter um caminho de ‘sucesso’ ditado pelo outro. Me deu também a liberdade para observar o mundo e para perceber as coisas... Sentir cheiro, sabe? Muitas vezes a gente não tem noção do quanto isso é importante para despertar ideais, criatividade.
Sempre fui grande observadora do mundo. O fato de não ter sido uma aluna brilhante na escola foi algo bom porque quando a gente não é brilhante, não se esperam grandes coisas da gente. Ter me esforçado para ser boa aluna me deu a liberdade para seguir pelo mundo sem ter um caminho de ‘sucesso’ ditado pelo outro. Me deu também a liberdade para observar o mundo e para perceber as coisas... Sentir cheiro, sabe? Muitas vezes a gente não tem noção do quanto isso é importante para despertar ideais, criatividade.
Minimalismo é desapegar de bens materiais?
Está muito conectado com buscar essa essência das coisas. Minimalismo não é só ‘ter menos’ ou ‘viver com menos'. É encontrar o que faz sentido para você todos os dias. É o que a gente carrega dentro da gente. Tem a ver com esse sentido maior que damos pro que a gente faz, pros nossos passos todo dia. Só que muitas vezes a gente não enxerga o minimalismo. Enxergar o todo dentro do pequeno é perceber toda história que aquilo me conta. É esse olhar que a gente tem que despertar.
Está muito conectado com buscar essa essência das coisas. Minimalismo não é só ‘ter menos’ ou ‘viver com menos'. É encontrar o que faz sentido para você todos os dias. É o que a gente carrega dentro da gente. Tem a ver com esse sentido maior que damos pro que a gente faz, pros nossos passos todo dia. Só que muitas vezes a gente não enxerga o minimalismo. Enxergar o todo dentro do pequeno é perceber toda história que aquilo me conta. É esse olhar que a gente tem que despertar.
Como saber o que é realmente necessário num mundo em que tudo gira em torno do consumismo?
Isso, a escrita me ensinou. Para mim, é muito claro que a gente nunca produziu tanto conteúdo - e tanto lixo. Porque construímos narrativas que não conversam com o outro. Sempre pergunto para meus alunos: você vai colocar tempo e energia para algo que não marca as pessoas? Escrita é relação. Mas o que você aprendeu? Que escrita é técnica. A gente só consegue fazer um texto intenso quando existe essa ponte com o outro. As propagandas te dizem que você só vai ser feliz se fizer desse jeito, os influenciadores digitais e a mídia também estão dizendo que você precisa ter algo para ser feliz. Mas você tem que ir pelo caminho que faz sentido para você. É como nadar contra a maré.
Isso, a escrita me ensinou. Para mim, é muito claro que a gente nunca produziu tanto conteúdo - e tanto lixo. Porque construímos narrativas que não conversam com o outro. Sempre pergunto para meus alunos: você vai colocar tempo e energia para algo que não marca as pessoas? Escrita é relação. Mas o que você aprendeu? Que escrita é técnica. A gente só consegue fazer um texto intenso quando existe essa ponte com o outro. As propagandas te dizem que você só vai ser feliz se fizer desse jeito, os influenciadores digitais e a mídia também estão dizendo que você precisa ter algo para ser feliz. Mas você tem que ir pelo caminho que faz sentido para você. É como nadar contra a maré.
(...)
A revista Vida Simples traz discussões muito contemporâneas - como essa do minimalismo. Como você trabalha
a linha editorial?
A Vida Simples tem uma produção de conteúdo muito focada no autodesenvolvimento. Propomos uma conversa próxima com o leitor através de assuntos essenciais na vida de qualquer um - ansiedade, angústia, amor, felicidade, gratidão, propósito, tolerância, etc. E a gente busca maneiras diversas de abordá-los. Trabalhamos com três pilares: ser, conviver e transformar. Se você pegar uma revista de cinco anos atrás, ela ainda faz sentido hoje. Isso é muito legal! Estou aqui há nove anos e a busca do que é a essência das coisas também está muito presente nela. Essa função me realiza muito, principalmente porque sei o quanto a publicação transforma a vida das pessoas.
A Vida Simples tem uma produção de conteúdo muito focada no autodesenvolvimento. Propomos uma conversa próxima com o leitor através de assuntos essenciais na vida de qualquer um - ansiedade, angústia, amor, felicidade, gratidão, propósito, tolerância, etc. E a gente busca maneiras diversas de abordá-los. Trabalhamos com três pilares: ser, conviver e transformar. Se você pegar uma revista de cinco anos atrás, ela ainda faz sentido hoje. Isso é muito legal! Estou aqui há nove anos e a busca do que é a essência das coisas também está muito presente nela. Essa função me realiza muito, principalmente porque sei o quanto a publicação transforma a vida das pessoas.
A revista também traz o conceito minimalista nas capas. Como isso é pensado?
Existem muitas conversas sobre como a gente vai traduzir esse conceito a partir do texto. Se a gente está falando de
leveza, por exemplo, não dá para trazer algo duro. A gente pensa muito em como traduzir a ideia em um objeto ou
cena. Falando da arte da Vida Simples, acreditamos que tudo conta uma história...
Fonte: https://www.correio24horas.com.br/noticia/nid/o-que-e-essencial-para-voce-escritora-fala-sobre-minimalismo-como-estilo-de-vida/ (adaptado)
Leia, a seguir, diferentes versões da oração “Se a vida te der limões...”:
I. Quando a vida te der limões... II. Caso a vida te dê limões... III. Conquanto a vida te dê limões... IV. Contanto que a vida te dê limões...
Quanto às versões apresentadas, é correto afirmar que:
I. Quando a vida te der limões... II. Caso a vida te dê limões... III. Conquanto a vida te dê limões... IV. Contanto que a vida te dê limões...
Quanto às versões apresentadas, é correto afirmar que:
Ano: 2022
Banca:
Aeronáutica
Órgão:
CIAAR
Provas:
Aeronáutica - 2022 - CIAAR - Primeiro Tenente - Psicologia
|
Aeronáutica - 2022 - CIAAR - Primeiro Tenente - Pedagogia |
Aeronáutica - 2022 - CIAAR - Primeiro Tenente - Análise de Sistemas |
Q2039907
Português
Texto associado
O que é essencial para você?
Escritora fala sobre minimalismo como estilo de vida
Escritora fala sobre minimalismo como estilo de vida
Para a jornalista Ana Holanda, viver com o mínimo não significa apenas ter menos coisas, mas viver em equilíbrio e
somente com o essencial
Em tempos em que as propagandas dizem o que precisamos, vitrines seduzem e influenciadores digitais impressionam
com seus corpos esbeltos e padrões de vida quase que inalcançáveis, difícil mesmo é saber o que é essencial para
nossas necessidades.
Na contramão, algumas pessoas decidem viver diferente e adotam o mínimo como estilo de vida. Mas o minimalismo não significa apenas ter menos coisas, mas, sim, viver em equilíbrio e somente com o essencial.
Na contramão, algumas pessoas decidem viver diferente e adotam o mínimo como estilo de vida. Mas o minimalismo não significa apenas ter menos coisas, mas, sim, viver em equilíbrio e somente com o essencial.
“Minimalismo é a busca da essência das coisas. É você encontrar o que é essencial e o que faz sentido pra você todos
os dias. É o que a gente carrega dentro da gente. Tem a ver com esse sentido maior que damos para o que a gente faz,
para os nossos passos todo dia”, explica a jornalista Ana Holanda, que nos últimos anos tem adotado essa simplicidade
na sua rotina.
Quando começou a sua busca pela simplicidade e pelo essencial das coisas da vida?
Sempre fui grande observadora do mundo. O fato de não ter sido uma aluna brilhante na escola foi algo bom porque quando a gente não é brilhante, não se esperam grandes coisas da gente. Ter me esforçado para ser boa aluna me deu a liberdade para seguir pelo mundo sem ter um caminho de ‘sucesso’ ditado pelo outro. Me deu também a liberdade para observar o mundo e para perceber as coisas... Sentir cheiro, sabe? Muitas vezes a gente não tem noção do quanto isso é importante para despertar ideais, criatividade.
Sempre fui grande observadora do mundo. O fato de não ter sido uma aluna brilhante na escola foi algo bom porque quando a gente não é brilhante, não se esperam grandes coisas da gente. Ter me esforçado para ser boa aluna me deu a liberdade para seguir pelo mundo sem ter um caminho de ‘sucesso’ ditado pelo outro. Me deu também a liberdade para observar o mundo e para perceber as coisas... Sentir cheiro, sabe? Muitas vezes a gente não tem noção do quanto isso é importante para despertar ideais, criatividade.
Minimalismo é desapegar de bens materiais?
Está muito conectado com buscar essa essência das coisas. Minimalismo não é só ‘ter menos’ ou ‘viver com menos'. É encontrar o que faz sentido para você todos os dias. É o que a gente carrega dentro da gente. Tem a ver com esse sentido maior que damos pro que a gente faz, pros nossos passos todo dia. Só que muitas vezes a gente não enxerga o minimalismo. Enxergar o todo dentro do pequeno é perceber toda história que aquilo me conta. É esse olhar que a gente tem que despertar.
Está muito conectado com buscar essa essência das coisas. Minimalismo não é só ‘ter menos’ ou ‘viver com menos'. É encontrar o que faz sentido para você todos os dias. É o que a gente carrega dentro da gente. Tem a ver com esse sentido maior que damos pro que a gente faz, pros nossos passos todo dia. Só que muitas vezes a gente não enxerga o minimalismo. Enxergar o todo dentro do pequeno é perceber toda história que aquilo me conta. É esse olhar que a gente tem que despertar.
Como saber o que é realmente necessário num mundo em que tudo gira em torno do consumismo?
Isso, a escrita me ensinou. Para mim, é muito claro que a gente nunca produziu tanto conteúdo - e tanto lixo. Porque construímos narrativas que não conversam com o outro. Sempre pergunto para meus alunos: você vai colocar tempo e energia para algo que não marca as pessoas? Escrita é relação. Mas o que você aprendeu? Que escrita é técnica. A gente só consegue fazer um texto intenso quando existe essa ponte com o outro. As propagandas te dizem que você só vai ser feliz se fizer desse jeito, os influenciadores digitais e a mídia também estão dizendo que você precisa ter algo para ser feliz. Mas você tem que ir pelo caminho que faz sentido para você. É como nadar contra a maré.
Isso, a escrita me ensinou. Para mim, é muito claro que a gente nunca produziu tanto conteúdo - e tanto lixo. Porque construímos narrativas que não conversam com o outro. Sempre pergunto para meus alunos: você vai colocar tempo e energia para algo que não marca as pessoas? Escrita é relação. Mas o que você aprendeu? Que escrita é técnica. A gente só consegue fazer um texto intenso quando existe essa ponte com o outro. As propagandas te dizem que você só vai ser feliz se fizer desse jeito, os influenciadores digitais e a mídia também estão dizendo que você precisa ter algo para ser feliz. Mas você tem que ir pelo caminho que faz sentido para você. É como nadar contra a maré.
(...)
A revista Vida Simples traz discussões muito contemporâneas - como essa do minimalismo. Como você trabalha
a linha editorial?
A Vida Simples tem uma produção de conteúdo muito focada no autodesenvolvimento. Propomos uma conversa próxima com o leitor através de assuntos essenciais na vida de qualquer um - ansiedade, angústia, amor, felicidade, gratidão, propósito, tolerância, etc. E a gente busca maneiras diversas de abordá-los. Trabalhamos com três pilares: ser, conviver e transformar. Se você pegar uma revista de cinco anos atrás, ela ainda faz sentido hoje. Isso é muito legal! Estou aqui há nove anos e a busca do que é a essência das coisas também está muito presente nela. Essa função me realiza muito, principalmente porque sei o quanto a publicação transforma a vida das pessoas.
A Vida Simples tem uma produção de conteúdo muito focada no autodesenvolvimento. Propomos uma conversa próxima com o leitor através de assuntos essenciais na vida de qualquer um - ansiedade, angústia, amor, felicidade, gratidão, propósito, tolerância, etc. E a gente busca maneiras diversas de abordá-los. Trabalhamos com três pilares: ser, conviver e transformar. Se você pegar uma revista de cinco anos atrás, ela ainda faz sentido hoje. Isso é muito legal! Estou aqui há nove anos e a busca do que é a essência das coisas também está muito presente nela. Essa função me realiza muito, principalmente porque sei o quanto a publicação transforma a vida das pessoas.
A revista também traz o conceito minimalista nas capas. Como isso é pensado?
Existem muitas conversas sobre como a gente vai traduzir esse conceito a partir do texto. Se a gente está falando de
leveza, por exemplo, não dá para trazer algo duro. A gente pensa muito em como traduzir a ideia em um objeto ou
cena. Falando da arte da Vida Simples, acreditamos que tudo conta uma história...
Fonte: https://www.correio24horas.com.br/noticia/nid/o-que-e-essencial-para-voce-escritora-fala-sobre-minimalismo-como-estilo-de-vida/ (adaptado)
Considere o trecho a seguir:
“Isso, a escrita me ensinou. Para mim, é muito claro que a gente nunca produziu tanto conteúdo - e tanto lixo. Porque construímos narrativas que não conversam com o outro. Sempre pergunto para meus alunos: você vai colocar tempo e energia para algo que não marca as pessoas? Escrita é relação. Mas o que você aprendeu? Que escrita é técnica. A gente só consegue fazer um texto intenso quando existe essa ponte com o outro.”
Segundo o texto, é incorreto afirmar que o processo de escrita deve
“Isso, a escrita me ensinou. Para mim, é muito claro que a gente nunca produziu tanto conteúdo - e tanto lixo. Porque construímos narrativas que não conversam com o outro. Sempre pergunto para meus alunos: você vai colocar tempo e energia para algo que não marca as pessoas? Escrita é relação. Mas o que você aprendeu? Que escrita é técnica. A gente só consegue fazer um texto intenso quando existe essa ponte com o outro.”
Segundo o texto, é incorreto afirmar que o processo de escrita deve