Questões de Concurso Militar EsFCEx 2013 para Oficial - Magistério Português
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“Cinquenta anos! Quantas horas inúteis! Consumir-se uma pessoa a vida inteira sem saber para quê! Comer e dormir como um porco! Levantar-se cedo todas as manhãs e sair correndo, procurando comida! E depois guardar comida para os filhos, para os netos, para muitas gerações. Que estupidez! Que porcaria! Não é bom vir o diabo e levar tudo?”
(RAMOS, Graciliano. In: São Bernardo. 36ª ed. Rio de Janeiro, Record Ed. 1980, cap36, p.181)
O romance pertence à geração de 30, onde a prosa de ficção se caracteriza
pela
“Cinquenta anos! Quantas horas inúteis! Consumir-se uma pessoa a vida inteira sem saber para quê! Comer e dormir como um porco! Levantar-se cedo todas as manhãs e sair correndo, procurando comida! E depois guardar comida para os filhos, para os netos, para muitas gerações. Que estupidez! Que porcaria! Não é bom vir o diabo e levar tudo?”
(RAMOS, Graciliano. In: São Bernardo. 36ª ed. Rio de Janeiro, Record Ed. 1980, cap36, p.181)
O crítico literário Alfredo Bosi, em seus estudos sobre o romance brasileiro a
partir de 30, considera São Bernardo uma obra caracterizada por (pela)
Texto referente ao item
Há, nessa obra, o registro das graves distorções que o meio social provoca no
ser humano. Observa-se a comprovação dessa característica no seguinte
exemplo, retirado do texto:
Em “Peri pronunciou claramente o nome da moça com todas as sílabas; isto era tanto admirável quanto a sua língua não conhecia quatro letras, das quais uma era o L”, tem-se um exemplo de diferença linguístico cultural relacionada ao aspecto
“Mostraram-lhes um papagaio pardo que o Capitão traz consigo; tomaram-no logo na mão e acenaram para a terra, como se os houvesse ali. Mostraram-lhes um carneiro; não fizeram caso dele. Mostraram-lhes uma galinha; quase tiveram medo dela, e não lhe queriam pôr a mão. Depois lhe pegaram, mas como espantados. Deram-lhes ali de comer: pão e peixe cozido, confeitos, fartéis, mel, figos passados. Não quiseram comer daquilo quase nada; e se provavam alguma coisa, logo a lançavam fora. Trouxeram-lhes vinho em uma taça; mal lhe puseram a boca; não gostaram dele nada, nem quiseram mais. Trouxeram-lhes água em uma albarrada, provaram cada um o seu bochecho, mas não beberam; apenas lavaram as bocas e lançaram-na fora.Viu um deles umas contas de rosário, brancas; fez sinal que lhas dessem, e folgou muito com elas, e lançou-as ao pescoço; e depois tirou-as e meteu-as em volta do braço, e acenava para a terra e novamente para as contas e para o colar do Capitão, como se dariam ouro por aquilo."
(Fonte: CAMINHA, Pero Vaz de.A Carta ao El-Rei Dom Manuel por ocasião do Achamento do Brasil .Edição comemorativa dos 500 anos do Brasil,patrocínio Banco Bradesco
A Carta de Pero Vaz de Caminha, dentro do contexto cultural brasileiro,