Estamos sempre em contato com nossos sentimentos,
mas a parte complicada é que nossas emoções e nossos sentimentos não são a mesma coisa. Tendemos a confundi-los,
mas sentimentos são estados subjetivos internos que, falando
em sentido estrito, são conhecidos apenas por aqueles que os
possuem. Conheço meus sentimentos, mas não conheço os
seus, exceto pelo que você me conta sobre eles. Nós nos comunicamos sobre nossos sentimentos pela linguagem. Emoções, por outro lado, são estados corporais e mentais − a raiva,
o medo, a afeição, bem como a busca de vantagens − que movem o comportamento. Desencadeadas por certos estímulos e
acompanhadas de mudanças comportamentais, as emoções
são detectáveis externamente na expressão facial, na cor da
pele, no timbre da voz, nos gestos, no odor e assim por diante.
Somente quando a pessoa que experimenta essas mudanças
toma consciência delas é que elas se tornam sentimentos, que
são experiências conscientes. Mostramos nossas emoções,
mas falamos sobre nossos sentimentos.
(Frans de Waal, O último abraço da matriarca:
as emoções dos animais e o que elas revelam sobre nós.)