Quais estratégias de construção textual, Alexandre Quaresma ...

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Q819604 Português

                             Cumulonimbus-informáticos

      Há, pairando sobre nossas cabeças, gigantescas nuvens informacionais, ameaçando-nos com seus raios, trovões e ventanias. As tormentas já iniciam suas precipitações e começam a cair sobre nós. Nós somos o seu elemento. A faísca que produz o ribombar do trovão e a própria tempestade.

1.    Que estamos fazendo com nossos sistemas cibernético-informacionais? Acaso paramos de pensar autonomamente com nossas próprias cabeças? Quiçá cessamos de procurar e manter o conhecimento por nós mesmos, intuitivamente, sensivelmente, abdutivamente, humanamente – como sempre fizemos, indagamos –, de buscar o sentido, o significado, a importância e a razão seminal de tudo que há à nossa volta? Daquilo que foi concebido, refletido e significado axiologicamente através dos tempos imemoriais, entregando tudo isso “de bandeja” – o melhor de nós e de nossa civilização – às máquinas e aos sistemas informacionais que nós mesmos construímos e usamos? Seria isso – resumidamente – o que está a ocorrer conosco nesses dias velozes e acríticos que vivemos na atualidade?

2.    Você que me lê, por exemplo, nesse exato momento, não tem mais sequer que pensar, raciocinar, localizar-se por si, com livre arbítrio e autonomia, pois há – certamente – um aplicativo muito prático e conveniente fazendo isso por você, e muito mais, o tempo todo. Substituindo-nos acintosamente, explicitamente, trivialmente, das tarefas mais banais até às mais complexas, delicadas e especializadas. E nós ainda nos tranquilizamos em saber que, se ocorrer algo de fato importante no nosso planeta, e até fora dele, seremos informados de imediato.

3.    O sistema faz isso quase que automaticamente. Do mesmo modo que não é mais necessário também guardar, anotar ou memorizar nomes e sobrenomes do dia a dia das relações societais, ou ainda direções e caminhos a serem trilhados nas urbes ou fora delas. O mesmo acontece com os dados e as imagens, pois certamente seu celular ou seu tablet pretensamente inteligentes, grandes feras no assunto, fazem isso e muito mais por você.

4.    Uma delícia – convenhamos – e uma tragédia também. Sim, pois na cibercultura, a verdade, a notícia, o valor, a relevância – e, no extremo, o significado, não têm caráter único, sofrem alterações e são ditados pelo sistema e seus incontáveis aparatos. Todavia, o fato refutável que não pode ser ignorado é que estamos completamente deslumbrados com o que criamos, e que acolhemos essas novas tecnologias sem o menor sacrifício.

5.     Não sabemos praticamente quase nada acerca desse novo modo de viver que começamos a cristalizar. Mas é em rede que nos reconhecemos, mensuramos nossas necessidades. E quem não souber decifrar os seus sinais e signos será, simplesmente, tragado por suas imposições, contingências e ressignificações cada vez mais presentes. O que não pode deixar de ser percebido é que uma ubiquidade onipresente está transformando significativamente as relações sociais. E o faz rapidamente. Não é algo simplesmente bom ou ruim, é simplesmente diferente e está marcando a nossa época, os nossos hábitos, a nossa cultura e os nossos tempos.

6.     Bem depois, quando tudo se autodeterminar e se acalmar, em conformidade diametral com as sensibilidades sociais, é que nós poderemos – talvez – verificar o que sobrou do nosso antigo e milenarizado mundo não informatizado, analógico e enciclopédico, aquele ao qual estávamos tão confortavelmente acostumados, e, também, sermos capazes de mensurar que outro mundo novo é esse – cibertecnologizado – que edificamos em seu lugar, mesmo que sejamos críticos em relação a ele ou que nos cause desconforto. O resto são arbitrariedades ou especulações.

      (QUARESMA, Alexandre. Cumulonimbus-Informáticos. Revista Sociologia,

                                                                ano VII, edição 67, p. 65 – Adaptado)

Quais estratégias de construção textual, Alexandre Quaresma utiliza em seu artigo?

I – Argumentos que intertextualizam/dialogam com acontecimentos ligados a determinadas áreas do saber.

II – Palavras, expressões ou frases no sentido conotativo e no sentido denotativo de forma proporcional e harmoniosa.

III – Emprego predominante da função fática da linguagem, haja vista a carga informacional privilegiada no texto.

IV – Justaposição de contrastes por meio do uso de advérbios de modo, como no primeiro e no segundo parágrafos.

V – Ponto de vista em 1ª pessoa do plural e do singular, com a finalidade de convencer e de buscar a adesão do leitor.

Está correto apenas o que se afirma em

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Comentários

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A- Correta

V-  "Você que me lê, por exemplo, nesse exato momento, não tem mais sequer que pensar, raciocinar, localizar-se por si, com livre arbítrio e autonomia, pois há – certamente – um aplicativo muito prático e conveniente fazendo isso por você, e muito mais, o tempo todo. " Neste trecho do segundo parágrafo, encontra-se o ponto de vista do autor na 1º pessoa do singular.

 "Bem depois, quando tudo se autodeterminar e se acalmar, em conformidade diametral com as sensibilidades sociais, é que nós poderemos – talvez – verificar o que sobrou do nosso antigo e milenarizado mundo não informatizado, analógico e enciclopédico, aquele ao qual estávamos tão confortavelmente acostumados, e, também, sermos capazes de mensurar que outro mundo novo é esse – cibertecnologizado – que edificamos em seu lugar, mesmo que sejamos críticos em relação a ele ou que nos cause desconforto. O resto são arbitrariedades ou especulações." E no sexto parágrafo, encontra-se o ponto de vista do autor na 1º pessoa do plural.

prova ciaar 2017 foi f@da haha

– Argumentos que intertextualizam / dialogam com acontecimentos ligados a determinadas áreas do saber. Certo

 

O autor buscar argumentar perpassando por determinadas áreas.

 

Ciências sociais: “ Do mesmo modo que não é mais necessário também guardar, anotar ou memorizar nomes e sobrenomes do dia a dia das relações societais”

Filosofia: “ localizar-se por si, com livre arbítrio e autonomia

Tecnologia da Informação: “Sim, pois na cibercultura” // “Que estamos fazendo com nossos sistemas cibernético-informacionais?”

 

O autor realiza intertextualidade para ligar os conhecimentos e argumentar a fim de convencer o leitor de sua tese.

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II – Palavras, expressões ou frases no sentido conotativo e no sentido denotativo de Errado

 

Existe predominância da linguagem denotativa

Sentido Conotativo

conotativo = “faz de conta”

Sentido Denotativo

denotativo = de verdade

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III – Emprego predominante , haja vista a carga informacional privilegiada no texto. Errado

 

Função Fática (interação):

·        tem por objetivo estabelecer ou prolongar uma ‘conversa”. A ênfase dessa função é na interação entre locutor e interlocutor. (obs: alguns autores asseveram que ela também pode ser usada para interromper a comunicação!)

O texto oscila entre linguagem Denotativa e Conotativa.

Função Referencial/Denotativa/ Informativa:

·        possui por objetivo principal informar, indicar, referenciar.

·        foco está no que se fala;

Função Conativa: objetivo ⇒ instigar, persuadir e convencer o leitor.

·        é o tipo de função linguística usada nas propagandas (publicidades)

·        palavras-chave: propaganda / convencer / instigar.

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IV –  de modo, como no primeiro e no segundo parágrafos.

 

 A primordial característica do 1º parágrafo encontra-se nas perguntas de teor retórico a fim de instigar ao leitor.

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– Ponto de vista em 1ª pessoa do plural e do singular, com a finalidade de convencer e de buscar a adesão do leitor. Certo

 

Que (NÓSestamos fazendo com nossos sistemas cibernético-informacionais?” – 1º P. do plural.

 Você que me lê, por exemplo, nesse exato momento,” –

·        você - 2º P. do singular

me – 1º do P. do singular

um dos anos que a prova foi mais tensa

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