O soneto “No fluxo e refluxo da maré encontra o poeta incent...

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Q602143 Literatura
O soneto “No fluxo e refluxo da maré encontra o poeta incentivo pra recordar seus males", de Gregório de Matos, apresenta características marcantes do poeta e do período em que ele o escreveu: 

                         Seis horas enche e outras tantas vaza
                         A maré pelas margens do Oceano,
                         E não larga a tarefa um ponto no ano,
                         Depois que o mar rodeia, o sol abrasa.

                         Desde a esfera primeira opaca, ou rasa
                         A Lua com impulso soberano
                         Engole o mar por um secreto cano,
                         E quando o mar vomita, o mundo arrasa.

                         Muda-se o tempo, e suas temperanças.
                         Até o céu se muda, a terra, os mares,
                         E tudo está sujeito a mil mudanças.

                         Só eu, que todo o fim de meus pesares
                         Eram de algum minguante as esperanças,
                         Nunca o minguante vi de meus azares. 

De acordo com o poema, é correto afirmar: 
Alternativas

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Uma das temáticas líricas da poesia de Gregório é a de caráter existencial, em que se lê, comumente, uma reflexão acerca das brevidades da vida.  A reflexão tem a ver, logicamente, com o Barroco, estilo marcadamente hermético e antitético, já que "herda" duas ideologias contrastantes entre si: o antropocentrismo clássico e o teocentrismo medieval.   A antítese já se faz presente no verso 1 do soneto (estrutura, no caso, com dois quartetos e dois tercetos): "enche" X "vaza".  No verso 4: "o mar rodeia" X "o sol abrasa".  Observemos que, nesta última, fica bastante clara a temporalidade, a efemeridade, a transitoriedade das coisas. A ideia de mudança é ratificada no verso 9 - "Muda-se o tempo" - e coroada no verso 12 - "E tudo está sujeito a mil mudanças.". Não há dúvida: a resposta é a alternativa (B).   A alternativa (A) deve ser descartada porque a mutabilidade das coisas não implica desarmonia.  A alternativa (C) deve ser descartada porque o termo "um mundo às avessas" pressupõe um mundo ordenado, mas a lógica e a harmonia estão atreladas exatamente a essas antíteses e personificações. A alternativa (D) deve ser descartada, porque a poesia barroca se caracteriza justamente pelo hermetismo, pela complexidade, ao contrário da simplicidade da poesia arcádica (neoclássica).  A alternativa (E) contradiz o poema: tudo muda, menos a condição do eu lírico. 
A resposta é a alternativa (B).
Por ora, é só.  Abraços.

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Comentários

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 b) A transitoriedade das coisas terrenas está em oposição ao caráter imutável do sujeito, submetido a uma concepção fatalista do destino humano.

 

   Só eu, que todo o fim de meus pesares 
   Eram de algum minguante as esperanças, 
   Nunca o minguante vi de meus azares. 

só mais ler esse soneto assim

Seis horas enche e outras tantas vaza 

A maré pelas margens do Oceano, 

E não larga a tarefa um ponto no ano, 

Depois que o mar rodeia, o sol abrasa.

Desde a esfera primeira opaca, ou rasa 

A Lua com impulso soberano 

Engole o mar por um secreto cano, 

E quando o mar vomita, o mundo arrasa.

Muda-se o tempo, e suas temperanças. 

Até o céu se muda, a terra, os mares, 

E tudo está sujeito a mil mudanças.

Só eu, que todo o fim de meus pesares 

Eram de algum minguante as esperanças, 

Nunca o minguante vi de meus azares.

É prova pra PM ou pra TV CULTURA???

Questão bem reflexiva kkkkk

Só eu, que todo o fim de meus pesares

Eram de algum minguante as esperanças

Nunca o minguante vi de meus azares

Minguante, no sentido figurado, tem significado em decadência ou até o período que a parte iluminada da lua está diminuindo.

Sendo assim, percebemos o caráter fatalista do texto, veja, tudo muda, tudo é transitório, mas a vida dele não, tampouco os azares dele nem entram em decadência, pois, entende-se que sempre ocorrem.

LETRA B

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