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Vidas curtas
O Brasil tem assistido a um aumento crescente de mortes violentas entre os jovens. Enquanto a população em geral teve queda de mortalidade de 1980 a 2004, passando de 633 mortes em cada 100 mil habitantes para 568, a mortalidade na faixa de 15 a 24 anos aumentou de 128 a cada 100 mil jovens para 133, nesse período, de acordo com dados do Ministério da Justiça (MJ). Essa situação preocupante divide a opinião de especialistas que veem diferentes causas e soluções para o problema.
De acordo com o último Mapa da Violência do Ministério da Justiça, elaborado anualmente em parceria com o Instituto Sangari – organização não governamental presente em 17 países – a maioria dessas mortes é violenta e causada por fatores externos, como homicídio, suicídio e acidente de trânsito. Em 2008, último ano analisado pelo estudo, essas três causas foram responsáveis por 62,9% das mortes dos jovens brasileiros. Na população adulta, apenas 10% se deram por essas razões. (...)
O sociólogo Jacobo Waiselfisz, coordenador da pesquisa, vê na cultura, mais especificamente na educação, uma forte aliada. “O Brasil é um país continental que exige uma estratégia de mesmas proporções. São necessárias medidas de grande impacto. A melhor ferramenta é a educação”, afirma. “A escola tem um papel fundamental porque, além de ser ela mesma um foco de violência, o que precisa ser mudado, ela tem o poder da transformação pelos estudos.”
(Revista Ciência Hoje. nº. 282, volume 47, junho 2011, pág. 50-52 / fragmento com adaptações)