Adotou-se a convenção de dividir o movimento em fases distin...

Boa tarde, primeiramente devemos entender que até mesmo depois da lei áurea em 1888 havia escravidão, seja ela em sua diversas formas, as bandeiras tinham vários objetivos, dentre ela o de apresamento - captura de índios / negros fugidos para mão de obra escrava, os indígenas sempre foram a mão de obra usada em substituição da negra quando em falta mesmo havendo oposições (igreja / estado).

Vale também ressaltar que que o referido na questão, era a deficiência de abastecimento de escravos na "atual sudeste", pois com o próspero empreendimento do açúcar nordestino, a mão de obra escrava africana era quase que em sua totalidade voltada para a região, o que encarecia ao ponto que os escravos desciam as demais regiões do país.

Alternado a isso, como "motivo básico" era a empreitada de se buscar por metais e pedras preciosas no interior do Brasil a "mando da coroa", mas na verdade, para os Bandeirantes, essas entradas serviam mesmo para o aprisionamento de indígenas devido a necessidade aos empreendimentos agrícolas como mencionado na LETRA E.

Certa vez, o Padre Vieira disse que a busca dos bandeirantes paulistas na verdade não era a busca de pedras e metais preciosos, mas sim do "ouro vermelho" - em referência ao sangue de muitos nativos que fora derramados durante esses apresamentos.

(Caso haja algum erro me informem por privado)

A apresentação do livro NEGROS DA TERRA de John Manuel Monteiro, de onde foi retirado o trecho colocado na questão diz :

“Colocando no centro do palco as populações indígenas e o contato diferenciado que mantinham com colonos e jesuítas, o historiador John Monteiro reinterpreta criticamente a formação da sociedade paulista entre os séculos XVI e XVIII. Com uma economia voltada prioritariamente para a arregimentação de mão-de-obra nativa e oscilando entre a abundância e a escassez de índios - os "negros da terra" -, os paulistas tiveram constantemente de redimensionar as suas atividades". 

Nesta apresentação é respondida, em certa medida, o que é entendido pelo autor como “motivo básico" para as expedições bandeirantes saídas a partir de São Paulo em direção ao interior do território. A bibliografia para o estudo do tema deve ser aquela que apresenta uma análise menos tradicional do tema Entradas e Bandeiras no Brasil Colonial que mostre seu papel na obtenção de mão de obra nativa para escravização nas regiões coloniais mais pobres, nas quais não havia condições de compra de africanos – sempre caros - para o trabalho escravo. Valem os manuais de História do Brasil como o História Concisa do Brasil, de Boris Fausto.

Entre as opções apresentadas uma indica este “motivo básico". 

A) INCORRETA- A ampliação da ocupação do território colonial foi um dos efeitos do movimento bandeirante e não seu objetivo primordial.

B) INCORRETA- Não havia acordos entre Bandeirantes e religiosos. Muito pelo contrário. A ação dos religiosos protegia os nativos do apresamento e escravização por bandeirantes 

C) INCORRETA- As Entradas até poderiam dificultar a formação de núcleos coloniais hispânicos, mas o conceito de “potentados" não se aplica, no que refere à sua construção tampouco à sua destruição. 

D) INCORRETA- A área de concentração das entradas e bandeiras era o centro sul e não o norte que foi desbravado, acima de tudo, pelas reduções construídas por ordens religiosas. 

E) CORRETA- Um dos objetivos mais importantes das bandeiras era o apresamento de nativos para o trabalho escravo em São Paulo e nas cercanias. 

Gabarito do Professor: Letra E.

Ao meu ver a única que poderia causar algum tipo de dúvida seria a letra (A) "a busca pela ampliação constante do território colonial, sempre em acordo com as autoridades portuguesas.", porém devemos lembrar que houve entradas e bandeiras, estas não eram expedições do governo/ estado português, mas sim privadas e/ou autónomas.