As orações adjetivas cujo conteúdo é relevante para a identificação da entidade, ser ou
objeto a que se refere o antecedente do pronome relativo chamam-se restritivas [...].
Quando, entretanto, o conteúdo da oração adjetiva não contribui para essa identificação,
dizemos que a oração adjetiva é não restritiva (ou explicativa).
(Azeredo, José Carlos de. Gramática Houaiss da língua portuguesa. 1.ed. São Paulo: Publifolha, 2008. p. 319-320.)
Ao longo do Texto VI, observam-se algumas ocorrências de orações adjetivas.
No período “Eu tinha nove ou dez anos, e uma tia, que era pintora, me convidara para ir ao seu
ateliê para conhecer o local onde ela trabalhava.” (l. 1 e 2), a oração adjetiva destacada estabelece
com o vocábulo “tia” uma relação semântica de

Question

Eu tinha nove ou dez anos, e uma tia, que era pintora, me convidara para ir ao seu ateliê para conhecer o local onde ela trabalhava. O pequeno aposento estava frio e tinha um cheiro maravilhoso de terebintina e óleo; as telas armazenadas, apoiadas uma nas outras, me pareciam livros deformados no sonho de alguém que soubesse vagamente o que eram livros e os houvesse imaginado enormes, feitos de uma única página, dura e grossa [...].    Francis Bacon observou que, para os antigos, todas as imagens que o mundo dispõe diante de nós já se acham encerradas em nossa memória desde o nascimento. “Desse modo, Platão tinha a concepção”, escreveu ele, “de que todo conhecimento não passava de recordação; do mesmo modo, Salomão proferiu sua conclusão de que toda novidade não passa de esquecimento”. Se isso for verdade, estamos todos refletidos de algum modo nas numerosas e distintas imagens que nos rodeiam, uma vez que elas já são parte daquilo que somos: imagens que criamos e imagens que emolduramos; imagens que compomos fisicamente, à mão, e imagens que se formam espontaneamente na imaginação; imagens de rostos, árvores, prédios, nuvens, paisagens, instrumentos, água, fogo e imagens daquelas imagens — pintadas, esculpidas, encenadas... Quer descubramos nessas imagens circundantes lembranças desbotadas de uma beleza que, em outros tempos, foi nossa (como sugeriu Platão), quer elas exijam de nós uma interpretação nova e original, por meio de todas as possibilidades que nossa linguagem tenha a oferecer, somos essencialmente criaturas de imagens, de figuras.(MANGUEL, Alberto. Lendo imagens. São Paulo: Companhia das Letras, 2009. p. 19-20.) As orações adjetivas cujo conteúdo é relevante para a identificação da entidade, ser ou
objeto a que se refere o antecedente do pronome relativo chamam-se restritivas [...].
Quando, entretanto, o conteúdo da oração adjetiva não contribui para essa identificação,
dizemos que a oração adjetiva é não restritiva (ou explicativa).
(Azeredo, José Carlos de. Gramática Houaiss da língua portuguesa. 1.ed. São Paulo: Publifolha, 2008. p. 319-320.)
Ao longo do Texto VI, observam-se algumas ocorrências de orações adjetivas.
No período “Eu tinha nove ou dez anos, e uma tia, que era pintora, me convidara para ir ao seu
ateliê para conhecer o local onde ela trabalhava.” (l. 1 e 2), a oração adjetiva destacada estabelece
com o vocábulo “tia” uma relação semântica de Alternativa A: conclusão. Ou Alternativa B: comparação. Ou Alternativa C: retificação. Ou Alternativa D: generalização. Ou Alternativa E: caracterização.

Qconcursos · Accepted Answer

Alternativa [E] caracterização. Alternativa Correta: E - caracterização

A questão central aborda o tema das orações adjetivas, que são utilizadas para adicionar informações sobre um substantivo em uma frase. Essas orações podem ser de dois tipos: restritivas e explicativas. As restritivas são essenciais para identificar a entidade a que se refere o antecedente, enquanto as explicativas apenas acrescentam uma característica sem alterar a identificação.

No trecho destacado da questão "uma tia, que era pintora, me convidara", a oração adjetiva "que era pintora" não é essencial para identificar a entidade "tia", mas sim para fornecer uma característica adicional sobre ela, ou seja, ela está caracterizando a tia.

Análise das Alternativas:

A - conclusão: Esta opção está incorreta porque não há uma relação de conclusão entre a oração adjetiva e seu antecedente. A oração não leva a uma conclusão lógica sobre a tia.

B - comparação: Esta alternativa está incorreta, já que a oração adjetiva não está comparando a tia com outro elemento. Não há elementos comparativos na frase.

C - retificação: Esta opção também está incorreta. "Retificação" implicaria em corrigir ou ajustar a informação anterior, o que não é o caso da oração adjetiva, que apenas adiciona uma característica.

D - generalização: Esta alternativa está errada porque a oração adjetiva descreve especificamente uma característica da tia, não a generaliza.

E - caracterização: Esta é a alternativa correta. A oração adjetiva "que era pintora" fornece uma característica adicional sobre a tia, sem ser essencial para identificá-la, portanto está caracterizando-a.

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