Releia o trecho: “Era a sua arma, não direi secreta, porque ...
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Ano: 2014
Banca:
Aeronáutica
Órgão:
CIAAR
Provas:
Aeronáutica - 2014 - CIAAR - Engenharia - Oficiais Engenheiros - Conhecimentos Básicos
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Aeronáutica - 2014 - CIAAR - Engenharia Mecânica |
Aeronáutica - 2014 - CIAAR - Engenharia Eletrônica |
Aeronáutica - 2014 - CIAAR - Engenharia Elétrica |
Aeronáutica - 2014 - CIAAR - Engenharia de Telecomunicações |
Aeronáutica - 2014 - CIAAR - Engenharia de Agrimensura |
Aeronáutica - 2014 - CIAAR - Engenharia Civil |
Aeronáutica - 2014 - CIAAR - Engenharia de Computação |
Q527149
Português
Texto associado
(ANDRADE, Carlos Drummond de. Cadeira de balanço.Reprod. em: Poesia completa e prosa. Rio de Janeiro: José Aguilar, 1973, p. 1107-1108.)
No aeroporto
Viajou meu amigo Pedro. Fui levá-lo ao Galeão, onde esperamos três horas o seu quadrimotor. Durante esse
tempo, não faltou assunto para nos entretermos, embora não falássemos da vã e numerosa matéria atual. Sempre
tivemos muito assunto, e não deixamos de explorá-lo a fundo. Embora Pedro seja extremamente parco de palavras,
e, a bem dizer, não se digne de pronunciar nenhuma. Quando muito, emite sílabas; o mais é conversa de gestos e
expressões, pelos quais se faz entender admiravelmente. É o seu sistema.
Passou dois meses e meio em nossa casa, e foi hóspede ameno. Sorria para os moradores, com ou sem motivo plausível. Era a sua arma, não direi secreta, porque ostensiva. A vista da pessoa humana lhe dá prazer. Seu sorriso foi logo considerado sorriso especial, revelador de suas boas intenções para com o mundo ocidental e oriental, e em particular o nosso trecho de rua. [...]
Devo dizer que Pedro, como visitante, nos deu trabalho; tinha horários especiais, comidas especiais, roupas especiais, sabonetes especiais, criados especiais. Mas sua simples presença e seu sorriso compensariam providências e privilégios maiores. [...]
Viajou meu amigo Pedro. Fico refletindo na falta que faz um amigo de um ano de idade a seu companheiro já vivido e puído. De repente o aeroporto ficou vazio.
Passou dois meses e meio em nossa casa, e foi hóspede ameno. Sorria para os moradores, com ou sem motivo plausível. Era a sua arma, não direi secreta, porque ostensiva. A vista da pessoa humana lhe dá prazer. Seu sorriso foi logo considerado sorriso especial, revelador de suas boas intenções para com o mundo ocidental e oriental, e em particular o nosso trecho de rua. [...]
Devo dizer que Pedro, como visitante, nos deu trabalho; tinha horários especiais, comidas especiais, roupas especiais, sabonetes especiais, criados especiais. Mas sua simples presença e seu sorriso compensariam providências e privilégios maiores. [...]
Viajou meu amigo Pedro. Fico refletindo na falta que faz um amigo de um ano de idade a seu companheiro já vivido e puído. De repente o aeroporto ficou vazio.
(ANDRADE, Carlos Drummond de. Cadeira de balanço.Reprod. em: Poesia completa e prosa. Rio de Janeiro: José Aguilar, 1973, p. 1107-1108.)
Releia o trecho: “Era a sua arma, não direi secreta, porque ostensiva.” (2º§). Tendo em vida a relação
estabelecida pelo termo em destaque, é possível sua substituição por