Compare o romance Grande Sertão: Veredas, de Guimarães Rosa,...
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Q587258
Literatura
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Texto 1
Aqui é Minas; lá já é a Bahia? Estive nessas vilas, velhas, altas cidades... Sertão é o sozinho. Compadre meu Quelemém diz: que eu sou muito do sertão? Sertão: é dentro da gente."
(ROSA, João Guimarães. Grande Sertão: Veredas. 29 ª ed. Rio de Janeiro: Editora Nova Fronteira, 1986, p. 270.)
Texto 2
Poema Didáctico
(Socorro Lira/ Mia Couto)
Já tive um país pequeno, tão pequeno
que andava descalço dentro de mim
Um país tão magro que, no seu firmamento,
não cabia senão uma estrela menina
tão tímida e delicada, que só por dentro brilhava
Eu tive um país escrito sem maiúscula
Não tinha fundos para pagar um herói
Não tinha panos para costurar bandeira
nem solenidade para entoar um hino
Mas tinha pão e esperança pros viventes
e tinha sonhos pros nascentes
Eu tive um país pequeno
que não cabia no mundo
meu país – meu continente
há de caber nesse mundo
meu país e sua gente...
Mas tinha pão e esperança pros viventes
e tinha sonhos pros nascentes
Eu tive um país pequeno
que não cabia no mundo
meu país – meu continente
há de caber nesse mundo
meu país e sua gente
terá que caber no mundo,
meu país e minha gente.
(LIRA, Socorro. Os Sertões do Mundo. EP independente, ano 2014. Disponível em:<http://www.socorrolira.com.br/> Acesso em 25/05/2014.)
Texto 3
“João Guimarães Rosa criou este lugar fantástico, e fez dele uma espécie de lugar de todos os lugares. O sertão e as veredas de que ele fala não são da ordem da geografia. O sertão é um mundo construído na linguagem. “O sertão", diz ele, “está dentro de nós." Rosa não escreve sobre o sertão. Ele escreve como se ele fosse o sertão.
Em Moçambique nós vivíamos e vivemos ainda o momento épico de criar um espaço que seja nosso, não por tomada de posse, mas porque nele podemos encenar a ficção de nós mesmos, enquanto criaturas portadoras de História e fazedoras de futuro. Era isso a independência nacional, era isso a utopia de um mundo sonhado."
(COUTO, Mia. E se Obama fosse africano? Ensaios. São Paulo: Companhia das Letras, 2011, p. 110.)
Aqui é Minas; lá já é a Bahia? Estive nessas vilas, velhas, altas cidades... Sertão é o sozinho. Compadre meu Quelemém diz: que eu sou muito do sertão? Sertão: é dentro da gente."
(ROSA, João Guimarães. Grande Sertão: Veredas. 29 ª ed. Rio de Janeiro: Editora Nova Fronteira, 1986, p. 270.)
Texto 2
Poema Didáctico
(Socorro Lira/ Mia Couto)
Já tive um país pequeno, tão pequeno
que andava descalço dentro de mim
Um país tão magro que, no seu firmamento,
não cabia senão uma estrela menina
tão tímida e delicada, que só por dentro brilhava
Eu tive um país escrito sem maiúscula
Não tinha fundos para pagar um herói
Não tinha panos para costurar bandeira
nem solenidade para entoar um hino
Mas tinha pão e esperança pros viventes
e tinha sonhos pros nascentes
Eu tive um país pequeno
que não cabia no mundo
meu país – meu continente
há de caber nesse mundo
meu país e sua gente...
Mas tinha pão e esperança pros viventes
e tinha sonhos pros nascentes
Eu tive um país pequeno
que não cabia no mundo
meu país – meu continente
há de caber nesse mundo
meu país e sua gente
terá que caber no mundo,
meu país e minha gente.
(LIRA, Socorro. Os Sertões do Mundo. EP independente, ano 2014. Disponível em:<http://www.socorrolira.com.br/> Acesso em 25/05/2014.)
Texto 3
“João Guimarães Rosa criou este lugar fantástico, e fez dele uma espécie de lugar de todos os lugares. O sertão e as veredas de que ele fala não são da ordem da geografia. O sertão é um mundo construído na linguagem. “O sertão", diz ele, “está dentro de nós." Rosa não escreve sobre o sertão. Ele escreve como se ele fosse o sertão.
Em Moçambique nós vivíamos e vivemos ainda o momento épico de criar um espaço que seja nosso, não por tomada de posse, mas porque nele podemos encenar a ficção de nós mesmos, enquanto criaturas portadoras de História e fazedoras de futuro. Era isso a independência nacional, era isso a utopia de um mundo sonhado."
(COUTO, Mia. E se Obama fosse africano? Ensaios. São Paulo: Companhia das Letras, 2011, p. 110.)
Compare o romance Grande Sertão: Veredas, de Guimarães Rosa, e o “Poema
Didáctico" citado, de Socorro Lira e Mia Couto. Coloque entre parênteses a
letra V, quando se tratar de afirmativa verdadeira, ou a letra F, quando se
tratar de afirmativa falsa. A seguir, assinale a alternativa que apresenta a
sequência correta.
( ) As metáforas do “sertão" e do “país", nos textos 1 e 2 citados, são análogas e representativas do “lugar fantástico" a que se refere o escritor Mia Couto, no texto 3.
( ) As referências a “sertão" e “país", nos textos 2 e 3, “não são da ordem da geografia" e representam o mundo subjetivo dos personagens/ eu-lírico representados.
( ) “Já tive um país pequeno, tão pequeno/ que andava descalço dentro de mim" diz respeito, circunstancialmente, a Moçambique, país natal do escritor Mia Couto; pode-se inferir, remete ainda a outros sertões, como o sertão mineiro de, Guimarães Rosa.
( ) As metáforas do “sertão" e do “país", nos textos 1 e 2 citados, são análogas e representativas do “lugar fantástico" a que se refere o escritor Mia Couto, no texto 3.
( ) As referências a “sertão" e “país", nos textos 2 e 3, “não são da ordem da geografia" e representam o mundo subjetivo dos personagens/ eu-lírico representados.
( ) “Já tive um país pequeno, tão pequeno/ que andava descalço dentro de mim" diz respeito, circunstancialmente, a Moçambique, país natal do escritor Mia Couto; pode-se inferir, remete ainda a outros sertões, como o sertão mineiro de, Guimarães Rosa.