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Ano: 2012
Banca:
Marinha
Órgão:
COLÉGIO NAVAL
Prova:
Marinha - 2012 - COLÉGIO NAVAL - Aluno - 2° Dia |
Q615053
Português
Texto associado
TEXTO I
Felicidade suprema
Ás vezes vale a pena pensar sobre a vida. Não sobre o que
temos ou não consumido, tampouco a respeito do que fizemos
ou deixamos de fazer. São aspectos factuais que, mais do que
ajudar em uma reflexão mais profunda, tornam-se barreiras ao
pensamento abstrato, aquele em que vamos encontrar as verdadeiras
significações. Chegamos quase à ideia de Platão, mas
aí já o terreno é extremamente perigoso e podemos nos enredar .
Tentar entender o que é a felicidade talvez seja um dos
caminhos para se chegar ao sentido da vida. É um assunto
para o qual não há dona de álbum de pensamentos que não
tenha uma resposta pronta: a felicidade não existe. Existem
momentos felizes. Essa é uma verdade chocantemente inofensiva,
pois não chega a pensar o que seja a felicidade como
também não esclarece o que são tais momentos felizes.
Pois bem, o assunto me ocorre ao me lembrar de que vivemos
em uma sociedade excessivamente consumista, sociedade em
que a maioria considera-se feliz se pode comprar. Assim é o
.capitalismo: entranha-se em nossa consciência essa aparência
de verdade fazendo parecer que os interesses de alguns sejam
verdades inquestionáveis. O que é bom para mim tem de ser
bom para todos. Isso tem o nome de ideologia, palavra tão
surrada quão pouco entendida. E haja propaganda para que a
máquina continue girando. Não sou contra o consumo, declaro
desde já, mas contra o consumismo. Elevar o consumo de bens
materiais (principalmente) como o bem supremo de um ser humano
é tirar-lhe toda a humanidade.
[. . .]
Schopenhauer, filósofo do século XIX, já vislumbrava
nossa época, a sociedade do consumismo desenfreado. Ele
afirmava que o desejo é a regência do mundo. E que desejamos
o que não temos. Portanto, somos infelizes. E se o desejo ê
satisfeito com a obtenção de seu objeto, novos objetos
surgem em seu caminho. Esta insaciabilidade do ser humano é
que o vai manter preso à infelicidade.
Bem, e a que chegamos? Enquanto alguém que circule melhor
do que eu pela filosofia, que mal tangendo como curioso,
vou continuar pensando que a vida não tem sentido, apenas
existência. E isso, um pouco à maneira do Alberto Caeiro,
para quem pensar é estar doente.
Menalton Braff, em www.cartacapital.com.br - acesso em 22
fev. 2012. (adaptado)
Qual das orações abaixo, retiradas do texto I, traz o objeto
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