Carlos Drummond de Andrade, no livro Fala, amendoeira, publi...

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Q891761 Português

Carlos Drummond de Andrade, no livro Fala, amendoeira, publicou o texto “Aeroprosa”, crônica em forma de carta às aeromoças.


Leia quatro fragmentos desse texto.


I. “Bom dia, aeromoça! Não sei se devia dizer-lhe, antes: Bom céu! O dia é de todos, e desejá-lo bom não passa de cumprimento. Já o céu é de vocês, de seus amigos aeronautas, e dos pássaros, em condomínio.”

II. “Aeromoça na burocracia me dá ideia de um pé de gerânio intimado a viver e florir dentro de um armário fechado; de uma formiga dentro da garrafa.”

III. “Estou escrevendo essas bobagens meio líricas no pressuposto de que vocês, amigas, adoram viajar e detestam isso aqui embaixo. Bem sei, entretanto, que não se libertaram de todo da contingência, e querem amar ao nível da terra, e ter filhos que olhem de baixo para os aviões.”

IV. “Mas, por outro lado, aeromoça, deixe que eu saúde em sua figurinha o mais belo mito moderno, aquele que as empresas de navegação aérea criaram num instante inspirado de poesia comercial, aquele que acompanha os homens em sua paúra e os impede de se rebaixarem à situação de macacos em pânico.”


(ANDRADE, Carlos Drummond de. Fala, amendoeira. Rio de Janeiro: José Olympio, 1973).


A presença do vocativo, termo da oração por meio do qual o emissor interpela seu interlocutor, ocorre apenas em

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