Assinale a opção que indica a função da linguagem predomina...
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Ano: 2025
Banca:
Marinha
Órgão:
Comando do 5º Distrito Naval
Prova:
Marinha - 2025 - Comando do 5º Distrito Naval - Praças de 2° Classe - Médio |
Q3272844
Português
Texto associado
Texto 1
Redes sociais são amigas ou inimigas da saúde
mental de jovens?
Com o uso generalizado e quase constante de
redes sociais, têm surgido debates sobre seus impactos
na salde mental, especialmente dos mais jovens. A
popularização dessas preocupações levou pesquisadores
de diversas áreas a se dedicarem a compreender as nuances dessa relação. Afinal, o que revelam as
evidências sobre o tema?
A pesquisa de Sumer Vaid e outros autores
introduziu o conceito de “sensibilidade as mídias sociais"
para explorar como a relação entre o uso de mídias
sociais e o bem-estar varia entre diferentes indivíduos e
contextos. O estudo revelou que na média há uma
pequena associação negativa entre o uso das redes e o
bem-estar subsequente. Contudo essa associação variava
muito a depender de outras características dos
participantes.
Por exemplo, indivíduos com disposições
psicológicas vulneráveis, como depressão, solidão ou
insatisfação com a vida, tendiam a experimentar uma
sensibilidade negativa mais acentuada em comparação
com aqueles não vulneráveis, Além disso, certos
contextos físicos e sociais de uso das redes intensificaram
essa sensibilidade negativa, sugerindo que a sua
influência na saúde mental é multifacetada e dependente
do contexto.
Já Amy Orben e outros pesquisadores decidiram
investigar como o uso de redes sociais influencia a satisfação com a vida apenas em certas fases de
desenvolvimento, como a puberdade e a transição para a
independência, aos 19 anos. Isso destaca como as
transformações neurocognitivas e sociais da adolescência
podem intensificar o impacto das redes.
Dado o papel crucial das interações nessa idade,
as redes sociais, que medem aprovação social por meio
de "curtidas"”, podem exacerbar preocupações com
autoestima e aceitação. Apesar dessas descobertas, os
autores recomendam mais estudos sobre o uso de mídias
em diferentes estágios de desenvolvimento, para entender
melhor essa interação e formular politicas de proteção à saúde mental dos adolescentes nesta era digital.
Nesse sentido, a psicóloga e pesquisadora
Candice Odgers defende cautela para as interpretações das pesquisas que estabelecem uma ligação direta entre o
uso de redes sociais e o surgimento de problemas de
saúde mental. Odgers adverte que, apesar das
preocupações legitimas acerca de seus impactos
adversos, as evidências cientificas atuais não confirmam
uma relação causal direta. Ela enfatiza a importância de
distinguir entre correlação e causalidade e de considerar a
influência de uma série de fatores genéticos e ambientais
no bem-estar.
Então, enquanto algumas pesquisas sugerem uma
associação negativa entre o uso de mídias sociais e a
saúde mental, é crucial reconhecer a diversidade de
experiências entre os usuários. Fatores como disposições
psicológicas, contextos de uso e a natureza interativa das
plataformas sociais desempenham papéis significativos
nessa equação, de acordo com ponderações desses
mesmos estudos.
O fato é que as redes vieram para ficar. Até o
momento, os resultados das pesquisas enfatizam a
importância de adotar uma perspectiva mais abrangente e
individualizada ao examinar seus impactos.
Educadores, pais, legisladores e o setor de
tecnologia precisam, antes de tudo, reconhecer a
complexidade envolvida para então formular estratégias
que minimizem os riscos associados ao uso dessas
plataformas. No entanto, não podemos negligenciar os
benefícios que elas oferecem, como a interação social
com pessoas distantes e o acesso à informação, que
podem ser benéficos para muitos.
Se não considerarmos esses fatores, corremos o
risco de, ao buscar um culpado para os problemas de
saúde mental de nossa época, ficarmos sem soluções
efetivas e descartarmos o que há de bom.
BIZARRIA, Deborah. Folha de São Paulo, 5.4.24,
Assinale a opção que indica a função da linguagem
predominante no texto 1.