Avalie o que se afirma a respeito dos excertos.I. O “sacerdó...

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Q990878 Pedagogia

 Para responder a questão, considere os excertos adaptados do artigo “Por uma eclesiologia a duas vozes”, da teóloga e biblista francesa Anne-Marie Pelletier, publicado em L’Osservatore Romano, em 01-10-2018.

[...] a franqueza da carta que o Papa Francisco dirigiu ao “povo de Deus” não abole a clareza da Palavra de Deus. O Papa confirma, sim, a visão exposta recentemente na Gaudete et Exsultate, ao recordar uma verdade fundmental, mas obstinadamente diminuída apesar da Lumen Gentium: o chamado à santidade, consubstancial pelo batismo, portanto, universal, transversal a todas as vocações, para além das distinções hierárquicas que se multiplicaram ao longo da história. A expressão “povo de Deus”, muitas vezes olhada com suspeita após o seu retorno nos textos do Concílio, readquire agora todo o seu peso e a sua urgência. E é justamente essa realidade teológica que o Papa Francisco crê que deve recordar hoje com urgência, porque é o exato antídoto ao veneno do clericalismo que está por trás dos abusos criminosos de poder.

Esse diagnóstico, que aponta para a fonte dos dramas atuais, para a responsabilidade de uma autoridade desviada em uma instituição eclesiástica prioritariamente masculina, leva a ver nas mulheres, no seio do “povo de Deus”, as primeiras interessadas no apelo do papa a reagir.

São elas, de fato, as primeiras a saber o que são os abusos de poder eclesial. [...] É uma experiência que elas fazem todos os dias. Uma experiência que confirma a memória coletiva de uma palavra que pretendeu controlar a sua consciência e o seu corpo, e que sempre preferiu falar no seu lugar, ao invés de ouvi-las.[...] Em outras palavras, a eclesiologia agora deve ser formulada a duas vozes, conjugando o masculino e o feminino. É apenas assim que realmente será possível fazer mudanças, que a instituição eclesial poderá se desvincular da representação de um sacerdócio ministerial que continua sempre, em maior ou menor medida, se arrogando hierarquicamente a identidade sacerdotal de toda a Igreja. É assim que o sacerdócio batismal poderá encontrar a sua plena existência e o seu pleno exercício no seio da Igreja. Correlativamente, o sacerdócio ministerial será restituído à sua verdadeira grandeza, a do serviço à vida e à santidade do povo dos batizados, vivido em uma fidelidade humilde e devota, a imagem de Cristo, que “veio para servir e não para ser servido”. [...]

Avalie o que se afirma a respeito dos excertos.

I. O “sacerdócio batismal” é comum a todos os consagrados pelo Espírito Santo como sacerdócio santo.

II. Ao “sacerdócio ministerial” pertence à identidade sacerdotal da Igreja pela participação no sacerdócio de Cristo.

III. A categoria “povo de Deus”, na Constituição Dogmática Lumen Gentium, expressa a igual dignidade de todos na Igreja.

IV. “O chamado à santidade”, expresso na Lumen Gentium, pode chegar a todos a partir do exemplo daqueles que recebem o santo sacramento da Ordem.

Está correto apenas o que se afirma em

Alternativas

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Para resolver esta questão, é essencial compreender o tema central, que gira em torno da eclesiologia abordada pela teóloga Anne-Marie Pelletier, especialmente em relação aos conceitos de "povo de Deus", "sacerdócio batismal" e "sacerdócio ministerial" dentro da Igreja Católica.

A alternativa correta é B - I e III. Vamos entender por que esta é a resposta certa e analisar as outras opções.

I. O “sacerdócio batismal” é comum a todos os consagrados pelo Espírito Santo como sacerdócio santo.

Esta afirmação está correta. No contexto católico, o "sacerdócio batismal" refere-se ao sacerdócio comum de todos os fiéis, conferido pelo batismo. Todos os batizados compartilham uma vocação comum à santidade e são chamados a ser sacerdotes santos por meio de suas vidas e ações.

III. A categoria “povo de Deus”, na Constituição Dogmática Lumen Gentium, expressa a igual dignidade de todos na Igreja.

Também correta. A "Lumen Gentium" enfatiza a ideia de que todos os membros da Igreja, enquanto "povo de Deus", têm uma igual dignidade, o que se relaciona à universalidade do chamado à santidade e à participação de todos na missão da Igreja.

Agora, vamos entender por que as outras afirmações estão incorretas:

II. Ao “sacerdócio ministerial” pertence à identidade sacerdotal da Igreja pela participação no sacerdócio de Cristo.

Esta afirmação pode parecer correta à primeira vista, mas é importante notar que o "sacerdócio ministerial" refere-se especificamente aos clérigos ordenados (bispos, padres e diáconos) que têm um papel distinto no serviço da Igreja, diferente do sacerdócio batismal que é comum a todos os fiéis. Portanto, embora participe do sacerdócio de Cristo, não é sobre a identidade geral da Igreja.

IV. “O chamado à santidade”, expresso na Lumen Gentium, pode chegar a todos a partir do exemplo daqueles que recebem o santo sacramento da Ordem.

Esta afirmação está um pouco equivocada, pois o chamado à santidade é para todos os fiéis e não depende do exemplo específico dos ordenados, embora estes possam, de fato, ser modelos de vida cristã. O documento enfatiza que a santidade é uma vocação universal.

Portanto, a alternativa B - I e III é a correta, pois reflete com precisão os conceitos discutidos no texto de apoio.

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