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Q846076 História

Com relação aos fatores que contribuíram no processo de crise final do império brasileiro e, consequentemente, com o advento da república, analise as proposições abaixo e, em seguida, assinale a alternativa que apresenta a resposta correta.


I. O conjunto de incidentes entre a Marinha e o Governo Imperial.

II. A intensificação da campanha abolicionista, que a acanhada Lei do Ventre Livre não conseguiu amenizar.

III. O monopólio da elite cafeeira paulista, ao longo do Segundo Reinado, no cargo da presidência do Conselho.

IV. Os conflitos entre as ordens do Papa católico e as determinações do Imperador, relativas a questões da Igreja Católica no Brasil.

Alternativas

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A alternativa correta é D - Somente II e IV estão corretas.

Vamos entender o tema central da questão. O enunciado aborda os fatores que contribuíram para a crise do Império Brasileiro, resultando na Proclamação da República em 1889. Para resolver essa questão, é fundamental conhecer o contexto histórico do final do Segundo Reinado e os eventos que levaram à queda da monarquia.

A campanha abolicionista, intensificada na segunda metade do século XIX, é um ponto crucial. A Lei do Ventre Livre, de 1871, foi uma tentativa de suavizar as pressões por abolição, mas acabou sendo insuficiente. A resistência da elite escravocrata e a crescente mobilização de abolicionistas contribuíram para a insatisfação geral com o Império.

Outro fator importante foi o conflito entre a Igreja e o Império, conhecido como a Questão Religiosa. As tensões entre a autoridade papal e as decisões do Imperador sobre a Igreja Católica no Brasil refletiram a perda de prestígio do regime monárquico entre setores que antes eram seus aliados.

Agora, vamos justificar a alternativa correta:

II. A intensificação da campanha abolicionista: Como mencionado, a campanha abolicionista foi crucial para a desestabilização do regime imperial. A insatisfação com as medidas tímidas, como a Lei do Ventre Livre, alimentou o descontentamento social. Assim, essa proposição está correta.

IV. Conflitos entre as ordens do Papa e o Imperador: A Questão Religiosa foi um conflito significativo que representou a tensão entre as autoridades religiosas e o Estado. A decisão do Imperador de interferir em decisões internas da Igreja levou a um afastamento da mesma, que era um dos pilares de sustentação do Império. Essa proposição está correta.

Agora, vamos analisar as alternativas incorretas:

I. Incidentes entre a Marinha e o Governo Imperial: Embora houvesse tensões entre setores militares e o governo, a Marinha não foi um fator decisivo na queda do Império comparado ao Exército. O Exército era o ramo das forças armadas mais descontentes, especialmente por influência do positivismo. Portanto, essa proposição está incorreta.

III. Monopólio da elite cafeeira paulista: A elite cafeeira, particularmente de São Paulo, era um aliado importante do Império. Apesar de algumas tensões, a concentração de poder não foi um fator direto para o fim do regime imperial. Na verdade, muitos cafeicultores apoiaram a transição para a República. Assim, essa proposição está incorreta.

Estratégias para interpretação:

Ao analisar questões históricas, é importante observar a relação de causa e consequência entre os eventos e o contexto político e social. Também é crucial identificar quais grupos sociais estavam insatisfeitos e suas razões para tal. Isso ajuda a descartar proposições que não refletem o impacto significativo na transformação política.

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A partir da decada de 1870, começaram a surgir um série  de sintomas de crise do segundo reinado. Dentre eles,o inicio do movimento republicano e os atritos  do governo imperial com o Exército e a Igreja. Além disso, o encaminhamento do problema da escravidão provocou desgastes nas relações entre o Estado e suas bases sociais de apoio.

 

GABARITO: LETRA D

FONTE: LIVRO HISTÓRIA DO BRASIL, 14 ED.ATUALIZADA, BORIS FAUSTO.

4) A “Questão militar”

Com a Guerra do Paraguai, tornou-se evidente a importância do exército que, a partir de então, passa a exigir um espaço político que lhe era negado pela monarquia. Basta dizer que a monarquia privilegiava a Guarda Nacional, e não o exército. Houve uma série de acontecimentos em que os militares demostraram descontentamento com a monarquia, chamada genericamente de “questão militar”. Os militares passam a apoiar a República para adquirirem um comando político do Estado. É importante também destacar que entre os militares havia forte presença do Positivismo, ideologia de caráter modernizador e cientificista, que não se coadunava com a postura tradicionalista da monarquia.

5) A “Questão religiosa”

No Império havia o Padroado (a igreja era sustentada pelo Estado) e o Imperador exercia o beneplácito (direito de vetar as ordens papais). O Papa Pio IX escreveu a Bula (carta papal) Syllabus proibindo os católicos de participar da maçonaria. Esta bula foi vetada por Pedro II, no entanto, dois bispos (o de Belém e de Olinda) tentaram impô-la, indo contra a ordem do imperador. Eles foram presos e posteriormente anistiados

(perdoados) mas ficou um mal-estar entre a Igreja e o império, pois muitos católicos passaram a considerar o Padroado como uma intromissão do Estado na igreja e a apoiarem a república que defendia o Estado laico, no qual há a separação entre igreja e Estado, achando assim que a igreja teria uma liberdade que lhe era negada pelo padroado.

6) A abolição da escravidão e a reação da elite cafeeira fluminense:

Quando a Princesa Isabel assinou a Lei Áurea (13 de maio de 1888) a escravidão não era fundamental para a economia do país. No entanto, a elite cafeeira fluminense relutou em aceitar o fim da escravidão, pois o escravo é uma mercadoria e o simples fim da escravidão, sem indenização aos senhores escravistas, significaria perdas econômicas para os senhores de escravos. A abolição foi feita sem a indenização aos senhores de escravos, o que fez com que a burguesia cafeeira fluminense, de base escravista, deixasse de apoiar a monarquia. Neste momento, a monarquia encontra-se isolada. Nenhum grupo político importante a apoia.

1) Transição do trabalho escravo para o trabalho assalariado:

A Lei Euzébio de Queirós (1850) tornava a importação de escravos crime de pirataria e provocou uma crise na mão-de-obra escrava, por falta de reposição desta mão-de-obra, havendo assim a gradual entrada mão-de-obra imigrante (livre). A crise da escravidão significa a crise da Monarquia escravista.

2) Surto industrial e crescimento urbano:

Com a proibição da importação de escravos os capitais aplicados nesta atividade são investidos em outros setores econômicos tipicamente urbanos como a indústria e obras de infra-estrutura (ferrovias, bancos, portos, etc.) Com este crescimento urbano cresce uma população marginalizada politicamente, sem direitos políticos, pois só os ricos tinham direitos políticos (o voto era censitário) e passam a apoiar a república, que defendia o sufrágio universal (voto de todos homens livres e maiores de idade).

3) Ascensão econômica da burguesia cafeicultora paulista:

Como a burguesia cafeicultora paulista utilizava como mão-de-obra a imigrante (livre) não sofreu com a crise da mão-de-obra escrava, que predominava no Vale do Paraíba (RJ). Assim, enquanto a elite cafeeira fluminense entra em decadência, a elite cafeeira paulista está em ascensão econômica.

Obtendo poder econômico ela vai desejar obter o poder político, ou seja, o controle do Estado brasileiro. Só que a monarquia escravista era dominada pela elite cafeeira fluminense, o que significa que para a burguesia paulista ter o controle do Estado deveria derrubar a monarquia, por isto esta elite torna-se republicana, como forma de obter o controle do Estado brasileiro, e federalista (autonomia política e econômica para as províncias) como forma de se opor ao unitarismo (rígido controle político da capital) imperial.

Em se tratando de queda do Império, devemos nos lembrar do TRIPÉ IMPERIAL: Exército, Igreja, e Fazendeiros.

Exército:

Com a Guerra do Paraguai, o exército percebeu sua importância, mas mesmo assim não era valorizado pelo Império, que privilegiava a Guarda Nacional. Exigiu-se então, um espaço político que a Monarquia não os dava. Basta dizer que a monarquia privilegiava a Guarda Nacional, e não o exército. Era proibido dar entrevista à imprensa, tinham baixos salários, entre outros diversos fatores. O exército também era a favor da abolição da escravatura.

Igreja:

No Império havia o Padroado (a igreja era sustentada pelo Estado) e o Imperador exercia o beneplácito (direito de vetar as ordens papais).Até que um papa proibiu que maçons frequentassem a igreja, esta bula foi vetada por Pedro II, no entanto, dois bispos (o de Belém e de Olinda) tentaram impô-la, indo contra a ordem do imperador. Eles foram presos e posteriormente anistiados

(perdoados) mas ficou um mal-estar entre a Igreja e o império, pois muitos católicos passaram a considerar o Padroado como uma intromissão do Estado na igreja e a apoiarem a república que defendia o Estado laico, no qual há a separação entre igreja e Estado, achando assim que a igreja teria uma liberdade que lhe era negada pelo padroado.

Fazendeiros:

De forma bem resumida, os fazendeiros cafeicultores e açucareiros já vinham descontentes com o império com a criação da Lei Eusébio de Queiroz, depois com a Lei do Ventre Livre, Lei dos sexagenários e por fim a Lei Áurea (Abolição em 1888). Com isso, deixaram de apoiar a monarquia.

Sem o TRIPÉ COLONIAL, o Império nada é.

MIREFA - MILITARES / RELIGIÃO (IGREJA CATÓLICA) / FAZENDEIROS.

GAB. D

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