O Teste de antiglobulina direto (TAD), é um método simples q...

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Q1883447 Farmácia
O Teste de antiglobulina direto (TAD), é um método simples que permite detectar hemácias revestidas in vivo por imunoglobulinas e/ou frações do complemento. As principais causas de TAD positivo são descritas a seguir, à exceção de uma. Assinale-a. 
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Questão que envolve conhecimentos em Imuno-hematologia, que é o estudo dos antígenos presentes nas hemácias, de seus anticorpos correspondentes e de seu desfecho clínico. Mais especificamente, aborda o Teste de antiglobulina direto (TAD).


TAD também é chamado de Coombs Direto (CD), “é considerado um método simples para detectar a sensibilização in vivo de hemácias com IgG e/ou componentes do complemento, de acordo com o soro de antiglobulina humana utilizado (Figura 1). Pode ser realizado pela técnica em tubo ou gel-teste. O método em tubo é realizado após a adição de hemácias a serem testadas, previamente lavadas com solução fisiológica por 3 vezes a 0,9%, e a adição do reagente de antiglobulina humana. A lavagem das hemácias é uma etapa fundamental, pois tem a finalidade principal de remoção de globulinas humanas e evitar a neutralização do soro de Coombs." [1]




Figura 1. Representação esquemática do teste de Coombs direto. 

Fonte: <https://revistas.ufg.br/REF/article/download/33656...>. Acesso em: 08/03/2023.



As condições clínicas para um TAD positivo podem ser:
1. Doença hemolítica do recém-nascido e do feto: Detecta hemácias fetais ou do recém-nascido sensibilizadas in vivo por anticorpos IgG provenientes da mãe.

2. Reação transfusional hemolítica: Geralmente demonstra a presença de IgG ou C3d, ou ambos, dependendo da natureza e especificidade do anticorpo do receptor, principalmente após pacientes terem sido submetidos a transfusão de sangue com fenótipo incompatível.

3. Anemia hemolítica autoimune (AHAI) e induzida por drogas: Pacientes com anemia hemolítica autoimune por anticorpos quentes podem apresentar hemácias sensibilizadas por IgG e/ou componentes do complemento. É sabido ainda que certos fármacos como a metildopa podem desencadear reações positivas nos testes de TAD." [1]

Vamos à análise das alternativas.


A) Na reação transfusional hemolítica, anticorpos presentes no plasma do doador reagem com antígenos nas hemáticas de um receptor de transfusão.

CORRETO. Como visto no breve resumo na introdução do comentário da questão, a reação transfusional hemolítica é uma das condições clínicas para um TAD positivo. 


B) No caso de uso de medicamentos, o anticorpo IgM e complemento podem ser detectados na membrana da hemácia quando o medicamento participa da reação.

INCORRETO. TAD positivo pode ocorrer em casos de medicamentos tais como penicilinas e cefalosporinas, onde, onde o anticorpo IgG e complemento podem ser detectados na membrana da hemácia quando esses fármacos participam da reação. Este é o caso chamado de anticorpos “drogas dependentes". 


Um outro caso em que se tem TAD positivo por medicamentos é o de anticorpos “drogas independentes", em que medicamentos, tais como metildopa e fludarabine, induzem à formação de um anticorpo indistinguível dos autoanticorpos encontrados nas AHAI; não sendo necessária a adição da droga “in vitro" para a detecção do anticorpo. [2]


C) No caso da anemia hemolítica autoimune (AHAI), autoanticorpos IgM e complemento ligam-se às hemácias na circulação periférica e podem ser eluídas em áreas mais aquecidas.

CORRETO. Como visto no breve resumo na introdução do comentário da questão, a anemia hemolítica autoimune (AHAI) é uma das condições clínicas para um TAD positivo.


D) No caso de uso de medicamentos, o IFA induz à formação de um anticorpo indistinguível dos autoanticorpos entrados nas AHAIs.

CORRETO. Este é o caso de TAD positivo por “drogas independentes", como explicado na letra B.


E) Na Doença Hemolítica Perinatal (DHPN), aloanticorpos maternos (IgG) atravessam placenta e reagem com hemácias fetais.

CORRETO. Como visto no breve resumo na introdução do comentário da questão, a Doença hemolítica do recém-nascido e do feto é uma das condições clínicas para um TAD positivo. Também chamada de Doença hemolítica perinatal (DHPN) e, anteriormente, de Eritroblastose Fetal, ocorre quando aloanticorpos maternos (IgG) atravessam placenta e reagem com hemácias fetais.

REFERÊNCIAS 
[1] VIZZON, AG; SILVA, FRM. Teste Da Antiglobulina Humana: Uma Revisão De Literatura. Disponível em: <https://revistas.ufg.br/REF/article/download/33656...>. Acesso em: 08/03/2023.


[2] BRASIL. Imuno‑hematologia laboratorial. Ministério da Saúde. Brasília-DF, 2014. Disponível em: <https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/imuno_h...>. Acesso em: 08/03/2023.

GABARITO DA BANCA: B.

GABARITO DO PROFESSOR: B.

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