Ocorre o discurso indireto livre quando os limites entre a f...
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Ano: 2011
Banca:
VUNESP
Órgão:
PM-SP
Prova:
VUNESP - 2011 - PM-SP - Tecnólogo de Administração Policial-Militar |
Q562808
Português
Texto associado
O soldado magrinho, enfezadinho, tremia. E Fabiano tinha
vontade de levantar o facão de novo. Tinha vontade, mas os
músculos afrouxavam. Realmente não quisera matar um cristão:
procedera como quando, a montar bravo, evitava galhos e espinhos.
Ignorava os movimentos que fazia na sela. Alguma coisa o
empurrava para a direita ou para a esquerda. Era essa coisa que ia
partindo a cabeça do amarelo. Se ele tivesse demorado um minuto,
Fabiano seria um cabra valente. Não demorara. A certeza do perigo
surgira – e ele estava indeciso, de olho arregalado, respirando com
dificuldade, um espanto verdadeiro no rosto barbudo coberto de
suor, o cabo do facão mal seguro entre os dois dedos úmidos.
Tinha medo e repetia que estava em perigo, mas isto lhe pareceu tão absurdo que se pôs a rir. Medo daquilo? Nunca vira uma pessoa tremer assim. Cachorro. Ele não era dunga na cidade? não pisava os pés dos matutos, na feira? não botava gente na cadeia? Sem-vergonha, mofino.
(Graciliano Ramos, Vidas Secas)
Tinha medo e repetia que estava em perigo, mas isto lhe pareceu tão absurdo que se pôs a rir. Medo daquilo? Nunca vira uma pessoa tremer assim. Cachorro. Ele não era dunga na cidade? não pisava os pés dos matutos, na feira? não botava gente na cadeia? Sem-vergonha, mofino.
(Graciliano Ramos, Vidas Secas)
Ocorre o discurso indireto livre quando os limites entre a fala
do narrador e a do personagem são apagados. No texto, isso
se comprova com o trecho: