De acordo com Psicologia de Grupo e Análise do Ego de Freud,...
I. Uma igreja e um exército guardam entre si uma série de traços em comum, em especial, que prevalece a mesma ilusão de um líder que ama todos os indivíduos do grupo igualmente e que sua essência reside em laços libidinais com o líder e com os demais membros do grupo.
II. O pânico seria uma reação ao relaxamento na estrutura libidinal do grupo que liga os indivíduos ao líder e aos seus camaradas, podendo-se refutar a interpretação contrária de que os laços libidinais seriam destruídos devido ao medo em face ao perigo.
III. Os grupos nunca ansiaram pela verdade, pois, exigindo ilusões e não podendo passar sem elas, frequentemente, dão ao que é irreal precedência sobre o real, quase tão intensamente influenciados pelo que é falso quanto pelo que é verdadeiro, com uma tendência evidente de não distinguir entre as duas coisas.
IV. A identificação parcial, baseada na percepção de uma qualidade comum partilhada, propicia um novo laço grupal. Esse laço mútuo entre seus membros encontra-se na natureza do laço com o líder.
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Alternativa Correta: A - I, II, III e IV.
O tema central da questão está relacionado à obra "Psicologia de Grupo e Análise do Ego" de Sigmund Freud. Este trabalho aborda a dinâmica psicológica dos grupos, enfatizando os laços emocionais que unem os indivíduos, especialmente em contextos como igrejas e exércitos. Para resolver a questão, é necessário compreender os conceitos freudianos de laços libidinais, identificação com líderes e a tendência dos grupos de preferirem ilusões.
Justificativa da Alternativa Correta (A):
I. Freud afirma que tanto uma igreja quanto um exército possuem características comuns, como a ilusão de um líder que ama todos igualmente. Isso é consistente com sua teoria sobre os laços libidinais que mantêm o grupo unido.
II. Na visão de Freud, o pânico ocorre quando há um relaxamento nos laços libidinais que unem os indivíduos ao líder e entre si, e não necessariamente como resultado direto do medo em face ao perigo.
III. Freud observa que os grupos frequentemente preferem ilusões à verdade, sendo fortemente influenciados por ideias irreais, o que impede a distinção clara entre o real e o falso.
IV. A identificação parcial em grupos, baseada em qualidades comuns, fortalece os laços entre os membros e está ligada à natureza do vínculo com o líder.
Cada uma destas assertivas está alinhada com as ideias de Freud, por isso todas são verdadeiras, justificando a escolha da alternativa A - I, II, III e IV.
Análise das Alternativas Incorretas:
B - II e IV, apenas: Esta alternativa está incorreta porque omite as assertivas I e III, que também são verdadeiras de acordo com a obra de Freud.
C - I, II e III, apenas: Esta alternativa não considera a assertiva IV, que é igualmente correta, já que a identificação parcial é um conceito presente na teoria freudiana dos grupos.
D - I e III, apenas: Esta alternativa ignora as assertivas II e IV, ambas fundamentais para entender a dinâmica dos laços grupais segundo Freud.
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A assertiva I corresponde ao que Freud afirmou no capítulo V do livro, onde ele comparou dois grupos artificiais: a igreja e o exército. Ele argumentou que esses grupos possuem uma série de características em comum, como a submissão dos membros ao líder, a ilusão de que o líder ama todos igualmente, a renúncia aos interesses pessoais e sexuais, a uniformidade de pensamento e conduta, e a formação de laços libidinais entre os membros e com o líder.
A assertiva II corresponde ao que Freud afirmou no capítulo VI do livro, onde ele discutiu o fenômeno do pânico nos grupos. Ele explicou que o pânico é uma consequência do relaxamento ou da ruptura dos laços libidinais que unem os indivíduos ao líder e aos seus companheiros. Ele criticou a interpretação de que o pânico seria causado pelo medo do perigo, que destruiria os laços libidinais. Ele sustentou que o medo é apenas um fator secundário, que atua como um estímulo para o desligamento da libido. Ele afirmou que o pânico revela a fragilidade dos laços libidinais nos grupos, que dependem da presença e da autoridade do líder.
A assertiva III corresponde ao que Freud afirmou no capítulo IX do livro, onde ele analisou o instinto gregário dos seres humanos. Ele afirmou que os grupos nunca anseiam pela verdade, mas sim por ilusões, que satisfazem seus desejos inconscientes. Ele afirmou que os grupos são facilmente influenciados pelo que é falso, e que não se preocupam em distinguir entre o real e o irreal. Ele afirmou que os grupos são regidos pela emoção e não pela razão, e que são intolerantes com qualquer crítica ou divergência. Ele afirmou que os grupos exigem uma forte identificação com o líder, que representa o ideal do ego coletivo.
A assertiva IV corresponde ao que Freud afirmou no capítulo VII do livro, onde ele abordou o conceito de identificação. Ele definiu a identificação como a forma mais primitiva de laço emocional com outra pessoa, que se baseia na percepção de uma qualidade comum partilhada. Ele afirmou que a identificação é um processo fundamental na formação dos grupos, pois cria um sentimento de pertencimento e de semelhança entre os membros. Ele afirmou que a identificação parcial propicia um novo laço grupal, que se encontra na natureza do laço com o líder. Ele afirmou que o líder é o objeto comum de identificação para todos os membros do grupo, e que ele representa o ideal do ego de cada um
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