Ao desejar para a filha um marido que olhe além do trabalho...
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Ano: 2009
Banca:
COPESE - UFT
Órgão:
PM-TO
Prova:
COPESE - UFT - 2009 - PM-TO - Aspirante da Polícia Militar |
Q2030763
Português
Texto associado
A casa-grande do Santa Fé enchia-se da valsa da moça. A mãe
deixava a cozinha, os negros a acompanhavam para ouvir d.
Amélia tocando no seu enorme piano, de som tão bonito. O
capitão fechava os olhos, babava-se na harmonia terna que a filha
arrancava no teclado. Era um primor. A mulher, cansada, de pele
encardida do sol, de mãos grossas dos trabalhos da cozinha, de
debulhar milho para negro, de cortar bacalhau, iluminava-se de
alegria. Tinha mais uma filha nos estudos, Olívia. Todos em sua
casa não deviam ser como ela fora, só do trabalho grosseiro, da
vida como negro cativo. O marido, espichado no marquesão,
babava-se com a filha prendada. Não queria para Amélia um
marido assim como Tomás, homem que só tinha corpo e alma
para o trabalho. Homem devia ser mais alguma coisa para melhor
do que era Tomás. [...] Nas mãos do capitão Tomás tudo rendia,
tudo dava dinheiro. É verdade que tinha uma mulher que era a
metade do seu esforço. Cuidava ela dos negros, cosia o
algodãozinho para vesti-los, fazia-lhes o angu, assava-lhes a
carne. A sua escravatura era de gente boa. Trouxera do Ingá
negros de bom calibre.
Nunca comprara peça barata, resto de gente que só lhe desse
trabalho. Tudo que o capitão Tomás pretendeu fazer no Santa Fé
saiu como ele bem quis. Mas a filha que tocava piano como uma
moça de praça, que lia livros bonitos, que lhe custara tanto
dinheiro nos estudos não se casava. [...] Aquela gente do Taipu
tratava mulher como bicho. Amélia era uma seda, uma flor de
jardim. Não. Para vê-la casada com um daqueles animais, ele
preferia que ficasse toda vida com ele. Tinha dinheiro de ouro que
lhe daria para comprar um engenho para a filha. Um engenho de
porteira fechada. Queria era que aparecesse um homem que
fosse branco, de bons modos, capaz de fazê-la feliz, de tratá-la
como ela merecia.
Ao desejar para a filha um marido que olhe além do
trabalho, a mãe deixa transparecer:
I. Que é infeliz no casamento por não ter um marido que toque piano. II. Que não se sente plenamente satisfeita com o tratamento que recebe do marido e porque ele não sabe tocar piano. III. Que jamais se sente negligenciada pelo marido. IV. Que não acredita que o casamento pode ser algo mais prazeroso do que o que vivencia em sua vida conjugal.
Assinale a alternativa CORRETA:
I. Que é infeliz no casamento por não ter um marido que toque piano. II. Que não se sente plenamente satisfeita com o tratamento que recebe do marido e porque ele não sabe tocar piano. III. Que jamais se sente negligenciada pelo marido. IV. Que não acredita que o casamento pode ser algo mais prazeroso do que o que vivencia em sua vida conjugal.
Assinale a alternativa CORRETA: