No texto, o autor 1. destaca que, 40 anos depois, as mesmas...

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Q536638 Português

                                                             Marcha a ré


      Um grupo de ativistas promoverá neste sábado, em São Paulo e em outras 200 cidades, a "Marcha da Família com Deus", para fazer frente a um "golpe comunista marcado para este ano" – a ser dado, segundo eles, pelo PT e seus aliados. A passeata será uma reedição da "Marcha da Família com Deus pela Liberdade", que, no dia 19 de março de 1964, protestou contra a "ameaça comunista" e contribuiu para a queda do presidente João Goulart.

      É difícil imaginar um "golpe comunista" em que os aliados são Sarney, Collor, Maluf, Renan Calheiros e outros. Mas, quando se trata dessa turma, tudo é possível. A exemplo de 1964, os ativistas vão conclamar os militares a tomar o poder, fechar os partidos, varrer a subversão e a corrupção e, com tudo saneado, nos devolver o país – ou o que sobrar dele.

      Pessoalmente, acho a pauta até modesta. Eu pediria também a volta de Claudia Cardinale, Stefania Sandrelli e Vera Vianna. Dos cigarros Luiz XV e Mistura Fina e dos fósforos marca Olho. Da cuba-libre, do hi-fi e da vaca preta. Dos LPs do Tamba Trio, do Henry Mancini e do Modern Jazz Quartet. Das cuecas samba-canção, ideais para um bate-coxa, e dos penteados femininos armados com Bom Bril. Do sexo à milanesa (de noite, na praia) e das corridas de submarino. Tudo isso era 1964.

      Do "Correio da Manhã", do pente Flamengo e do concretismo. Da Gillette Mono Tech, da pasta d'água e da Coca-Cola como bronzeador. Do Toddy em lata, dos tróleibus e das bicicletas Monark com pneu balão. Da Parker 21, do papel almaço e da goma arábica. Dos currículos com latim, francês e canto orfeônico. Tudo isso também era 1964.

      Já os militares que a "Marcha" quer chamar de volta, não recomendo. Sob eles, a família se esgarçou, a liberdade acabou e, em pouco tempo, o próprio Deus saiu de fininho para não se comprometer.


                                                                                      Ruy Castro, www.folha.uol.com.br, 19 de março de 2014.

No texto, o autor


1. destaca que, 40 anos depois, as mesmas reivindicações da marcha de 1964 ainda mobilizam a população.


2. reitera a importância de enfocar temas como “família”, “liberdade”, “Deus” em qualquer época.


3. manifesta avaliação negativa em relação aos políticos que seriam “aliados” do PT.


4. avalia como retrocesso a manifestação feita em 2014.


Assinale a alternativa correta.

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Alternativa C

3. manifesta avaliação negativa em relação aos políticos que seriam “aliados” do PT. Em É difícil imaginar um "golpe comunista" em que os aliados são Sarney, Collor, Maluf, Renan Calheiros e outros. Mas, quando se trata dessa turma, tudo é possível. 
4. avalia como retrocesso a manifestação feita em 2014. Em Já os militares que a "Marcha" quer chamar de volta, não recomendo. Sob eles, a família se esgarçou, a liberdade acabou e, em pouco tempo, o próprio Deus saiu de fininho para não se comprometer.

A afirmação 4. avalia como retrocesso a manifestação feita em 2014. Está errada, pois o texto diz na primeira linha "vUm grupo de ativistas promoverá neste sábado". Portanto, cabe recurso.

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