“Ontem à noite no campo-santo do presbitério eu vi...” Tend...
Num texto narrativo, o leitor é obrigado a optar o tempo todo. Na verdade, essa obrigação de optar existe até mesmo no nível da frase individual – pelo menos sempre que esta contém um verbo transitivo. Quando a pessoa que fala está prestes a concluir a frase, nós como leitores ou ouvintes fazemos uma aposta (embora inconscientemente): prevemos sua escolha ou nos perguntamos qual será sua escolha (pelo menos no caso de frases de impacto como “Ontem à noite no campo-santo do presbitério eu vi...”).
(Umberto Eco. Seis passeios pelos bosques da ficção. S.Paulo: Cia. das Letras, 2010. p. 12)
“Ontem à noite no campo-santo do presbitério eu vi...”
Tendo em vista as estratégias de organização do discurso argumentativo, como expostas nas Orientações Pedagógicas da SEE/MG para o ensino de Língua Portuguesa, é correto afirmar que, ao inserir em seu texto o segmento acima transcrito, Umberto Eco se vale da