Questões Militares

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Q2010752 Português
TEXTO II 

Por que essa pressa?

Walcyr Carrasco

    Ando surpreso. De uns tempos para cá, as pessoas parecem estar perdendo a noção de fila. Para embarcar no aeroporto, nem se diga! Assim que o voo é chamado, sempre há um grupo de passageiros que se amontoa em frente à entrada. Crianças, idosos e deficientes têm preferência no embarque, mas poucos conseguem chegar na frente. Detalhe: os lugares são marcados previamente. Por que a pressa?
     Imagino como sofre o caixa de um bar, tendo de atender várias pessoas que gritam ao mesmo tempo. Em metrô, é um sufoco. O correto seria esperar que saia quem vai desembarcar. Tentei fazer isso no horário de pico. Fui empurrado, levei uma cotovelada na orelha e ainda me xingaram! Uma loucura! Quem quer sair empurra, quem quer entrar empurra mais!
      Até entre os elegantes, reina a confusão! Fui a uma festa. Serviram o jantar em um bufê, com comida farta, de dar água na boca. Os mais educadinhos foram se servindo em fila. Dali a pouco entrou uma perua no meio, estendendo as unhas pintadas:
     – Deixa eu pegar só uma saladinha!
     Pronto! Outro voou para o prato quente, furando todo mundo. A fila parou. Dois ou três aproveitaram a deixa para se servir, espetando quem estava na frente com os garfos. […] Quando chego a um restaurante e avisam que tem espera, vou embora. Ninguém respeita ordem de chegada. A começar dos maîtres, que dão preferência a clientes fiéis, conhecidos... seja lá quem for. É justo que um cliente tenha suas vantagens. Mas, então, por que não reservar a mesa com antecedência? […]
    Elevador, então, nem se fala. Elevadores, aliás, transformaram-se num purgatório. Não é inferno porque um dia a gente sai. Os espaçosos espremem os mais corteses. Nunca falta quem use um perfume fortíssimo, desses de deixar a cabeça tonta. Tudo seria passável se ao menos fosse possível entrar e sair de um elevador cheio sem passar por cenas de pugilato. Mesmo porque, como nos metrôs, quem vai entrar nunca deixa os outros desembarcar!
     É impossível que todo mundo tenha sempre tanta pressa. Minha impressão é que, com o stress da vida moderna, as pessoas andam esquecendo as regras mínimas do bem viver.

Adaptado de: <http://www.itatiaia.com.br/blog/jose-lino-souza-barros/por-que-essa-pressa-texto-de-walcyr-carrasco>. Acesso em: 24 fev. 2018
Assinale a alternativa que classifica corretamente os verbos em destaque e analisa adequadamente sua função nos contextos dados.
Alternativas
Q2010735 Português
TEXTO I

Nasce o primeiro antídoto contra a falta de memória
Técnica americana, que consiste na implantação de eletrodos no cérebro de pacientes, consegue recuperar até 15% da capacidade de lembrar

Por Natalia Cuminale

“Usas um vestido / Que é uma lembrança / Para o meu coração. / Usou-o outrora / Alguém que me ficou / Lembrada sem vista. / Tudo na vida / Se faz por recordações. / Ama-se por memória.”


     O poema de Álvaro de Campos, um dos heterônimos mais conhecidos do escritor português Fernando Pessoa (1888-1935), remete ao conceito universal de que a memória é o que nós somos. Sem que tenhamos a possibilidade de recordar, a existência se esvazia por completo. A vida se sustenta com base nas ideias do presente, nas referências do passado e na forma como processamos e armazenamos as nossas experiências. Por isso, ninguém quer perder a memória, todos querem melhorá-la. Pois um novo e ousado procedimento médico foi capaz de impulsionar o mecanismo que forma e preserva as lembranças, um feito inédito na medicina. Eletrodos implantados em uma área específica do cérebro recuperaram 15% da memória de pacientes. A taxa equivale ao que se perde em dois anos e meio com a degeneração provocada pela doença de Alzheimer. Ou ao que se esvai naturalmente em dezoito anos de vida de uma pessoa saudável. Traduzindo: quem tem 56 anos hoje pode, em tese, voltar a ter a mesma memória que tinha aos 38 anos. Disse à VEJA Youssef Ezzyat, psicólogo da Universidade da Pensilvânia, autor principal da técnica: “O método abre um caminho de possibilidades para auxiliar as pessoas com problemas de memória”. Publicado na revista Nature Communications, o trabalho tem sido considerado por especialistas do mundo todo como um dos feitos mais promissores ocorridos na neurologia nas últimas décadas, desde a disseminação dos aparelhos de ressonância magnética que revelam o cérebro em atividade.

Adaptado de: <https://veja.abril.com.br/saude/nasce-o-primeiro-antidoto-contra-a-falta-de-memoria/>. Acesso em 22 jun. 2018.

Considerando as classes gramaticais em uso, assinale a alternativa INCORRETA em relação ao que se afirma.
Alternativas
Q1995302 Português

Os poemas são pássaros que chegam

não se sabe de onde e pousam

no livro que lês.

Quando fechas o livro, eles alçam voo

como de um alçapão.

Eles não têm pouso

nem porto

alimentam-se um instante em cada par de mãos

e partem.

E olhas, então, essas tuas mãos vazias,

no maravilhado espanto de saberes

que o alimento deles já estava em ti...

(Mario Quintana. Rua dos Cataventos & outros poemas)

Passando-se as formas verbais em destaque nos versos − no livro que lês / Quando fechas o livro, eles alçam voo – para a primeira pessoa do plural, tem-se, respectivamente:
Alternativas
Q1993677 Português
Leia o meme a seguir.
Imagem associada para resolução da questão


Artes Depressão, 12/11/2019. Disponível em: https://pt-br.facebook.com/ArtesDepressao/photos/a. 196281473834625/2397975413665209/?type=3&theater

Nesse meme, há o uso da palavra “doguinho” no lugar de “cachorrinho”. Ao radical dog (“cão”, em inglês), foi acrescentado um afixo de diminutivo da língua portuguesa, dando origem a um empréstimo linguístico derivado por:  
Alternativas
Q1993672 Português
Texto para a questão.

O que fazer quando alguém “surta”?

Para a medicina, surtar é entrar em um quadro psicótico agudo. Esse quadro antigamente era chamado de loucura, mas eu não gosto dessa expressão
Arthur Guerra - 25 de outubro de 2022
Antes de mais nada, vamos diferenciar o termo médico surto do popular “surto”. Para a medicina, surtar é entrar em um quadro psicótico agudo. Esse quadro antigamente era chamado de “loucura”, mas eu não gosto dessa expressão.
O que vamos tratar aqui é do vocábulo popular, que pode ser aplicado para uma série de situações, como descontrole emocional, ataque de pânico, desajuste de comportamento.
Fiquei com vontade de falar sobre isso porque recentemente viralizou um vídeo gravado dentro de um avião em que, por algum motivo, um passageiro se descontrolava, se debatia muito, superagitado, e todos na cabine estavam sem saber o que fazer. Será que é preciso segurar essa pessoa? Controlá-la? Levá-la para o hospital tão logo quando possível?
O que fazer se alguém perto de nós entrar em um quadro parecido com o desse passageiro? Uma curiosidade. Casos como o desse homem não são tão raros. Nos Estados Unidos, por exemplo, existe uma expressão para descrever pessoas que ficam violentas, indisciplinadas e inquietas no voo: raiva aérea. Só em 2021, auge da pandemia, foram mais de 5.000 casos, sendo a maioria causados pelo uso de máscara. Bebida e, especialmente, bebida misturada com remédios também podem eventualmente fazer alguém surtar.
Em primeiro lugar, tenha muita calma e, se vocês estiverem em um ambiente fechado, procure retirar objetos que possam, sem querer, quebrar ou ferir a pessoa que está excitada. Procure conter essa pessoa, abraçandoa fortemente. Isso é importante para que ela, na sua agitação, não se machuque.
Agora, se porventura a inquietação dessa pessoa começar a aumentar ao ponto de, por exemplo, ela bater a cabeça na parede ou ter a intenção de se machucar, é fundamental levá-la para um pronto-socorro, nem que seja à força. Qualquer PS público ou privado está capacitado para atender uma pessoa assim. O Samu também está.
Se o surto acontecer durante uma viagem de avião, os comissários de bordo estão orientados a perguntar se existe um médico entre os passageiros. Os voos internacionais, cujas viagens são longas, carregam um kit médico, que, entre outros remédios, tem aqueles voltados para quadros psiquiátricos. Geralmente são drogas da classe dos calmantes, que vão ajudar a tranquilizar quem está agitado, permitindo que a viagem siga sossegada até o pouso, quando esse passageiro deverá ser encaminhado a um hospital ou médico.  


Dr. Arthur Guerra é professor da Faculdade de Medicina da USP, da Faculdade de Medicina do ABC e cofundador da Caliandra Saúde Mental.

GUERRA, Arthur. O que fazer quando alguém “surta”? Forbes Brasil, 25 de outubro de 2022. Colunas. Disponível em:
https://forbes.com.br/forbessaude/2022/10/arthur-guerra-o-que-fazerquando-alguem-surta/  
Ao fazer uso de “PS” para se referir a “pronto-socorro” (6º parágrafo), o autor se vale do processo de formação de palavras que cria:
Alternativas
Respostas
181: C
182: C
183: E
184: B
185: E