Questões Militares

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Q819528 Português

Poema de circunstância

Onde estão os meus verdes?

Os meus azuis?

O Arranha‐Céu comeu!

E ainda falam nos mastodontes,

nos brontossauros, nos tiranossauros

Que mais sei eu...

Os verdadeiros monstros, os Papões,

são eles os arranha‐céus!

Daqui

Do fundo

Das suas goelas,

Só vemos o céu, estreitamente, através de suas

empinadas gargantas ressecadas

Para que lhes serviu beberem tanta luz?!

Defronte

À janela onde trabalho

Há uma grande árvore...

Mas já estão gestando um monstro de permeio!

Sim, uma grande árvore... Enquanto há verde,

Pastai, pastai, olhos meus...

Uma grande árvore muito verde... Ah,

Todos os meus olhares são de adeus

Como o último olhar de um condenado!

(Mario Quintana. In: Literatura comentada. São Paulo: Nova Cultural, 1990.)


Defronte / à janela onde trabalho”. A ocorrência de crase vista no verso destacado possui a mesma justificativa observada em:

Alternativas
Q819150 Português

Assinale a alternativa na qual o sinal indicativo da crase foi CORRETAMENTE empregado. 

Alternativas
Q816402 Português

                                     Admirável mundo novo

      [...] O D.I.C. (Diretor de Incubação e Condicionamento) e seus alunos entraram no elevador mais próximo e foram levados ao quinto andar.

Berçários. Salas de Condicionamento Neopavloviano, indicava o painel de avisos.

      O Diretor abriu uma porta. Entraram num vasto cômodo nu, muito claro e ensolarado, pois toda a parede do lado sul era constituída por uma única janela. Meia dúzia de enfermeiras, com as calças e jaquetas do uniforme regulamentar de linho branco de viscose, os cabelos assepticamente cobertos por toucas brancas, estavam ocupadas em dispor vasos com rosas sobre o assoalho, numa longa fila, de uma extremidade à outra do cômodo. Grandes vasos, apinhados de flores. Milhares de pétalas, amplamente desabrochadas e de uma sedosa maciez, semelhantes às faces de inumeráveis pequenos querubins [...].

      As enfermeiras perfilaram-se ao entrar o D.I.C.

      – Coloquem os livros – disse ele, secamente.

      Em silêncio, elas obedeceram à ordem. Entre os vasos de rosas, os livros foram devidamente dispostos – uma fileira de livros infantis, cada um aberto, de modo convidativo, em alguma gravura agradavelmente colorida, de animal, peixe ou pássaro.

      – Agora, tragam as crianças.

    Elas saíram apressadamente da sala e voltaram ao cabo de um ou dois minutos, cada qual empurrando uma espécie de carrinho, onde, nas suas quatro prateleiras de tela metálica, vinham bebês de oito meses, todos exatamente iguais (um Grupo Bokanovsky, evidentemente) e todos (já que pertenciam à casta Delta) vestidos de cáqui.

     – Ponham as crianças no chão.

     Os bebês foram descarregados.

    – Agora, virem-nas de modo que possam ver as flores e os livros.

  Virados, os bebês calaram-se imediatamente, depois começaram a engatinhar na direção daquelas massas de cores brilhantes, daquelas formas tão alegres e tão vivas nas páginas brancas. Enquanto se aproximavam, o sol ressurgiu de um eclipse momentâneo atrás de uma nuvem. As rosas fulgiram como sob o efeito de uma súbita paixão interna; uma energia nova e profunda pareceu espalhar-se sobre as páginas reluzentes dos livros. Das filas de bebês que se arrastavam engatinhando, elevaram-se gritinhos de excitação, murmúrios e gorgolejos de prazer.

      O Diretor esfregou as mãos.

      – Excelente! – comentou. – Até parece que foi feito de encomenda.

      [...] O Diretor esperou que todos estivessem alegremente entretidos. Depois disse:

      – Observem bem. – E, levantando a mão, deu o sinal.

      A Enfermeira-Chefe, que se encontrava junto a um quadro de ligações na outra extremidade da sala, baixou uma pequena alavanca.

     Houve uma explosão violenta. Aguda, cada vez mais aguda, uma sirene apitou. Campainhas de alarme tilintaram, enlouquecedoras.

     As crianças sobressaltaram-se, berraram; suas fisionomias estavam contorcidas pelo terror.

   – E agora – gritou o D.I.C. (pois o barulho era ensurdecedor) – agora vamos gravar mais profundamente a lição por meio de um ligeiro choque elétrico.

   Agitou de novo a mão, e a Enfermeira-Chefe baixou uma segunda alavanca. Os gritos das crianças mudaram subitamente de tom. Havia algo de desesperado, de quase demente, nos urros agudos e espasmódicos que elas então soltaram. Seus pequenos corpos contraíam-se e retesavam-se; seus membros agitavam-se em movimentos convulsivos, como puxados por fios invisíveis.

      – Nós podemos eletrificar todo aquele lado do assoalho – berrou o Diretor para explicar-se. – Mas isso basta — continuou, fazendo um sinal à enfermeira.

     As explosões cessaram, as campainhas pararam de soar, o ganido da sirene foi baixando de tom até silenciar. Os corpos rigidamente contraídos distenderam-se; o que antes fora o soluço e o ganido de pequenos candidatos à loucura expandiu-se novamente no berreiro normal do terror comum.

     – Ofereçam-lhes de novo as flores e os livros.

     As enfermeiras obedeceram; mas, à aproximação das rosas, à simples visão das imagens alegremente coloridas do gatinho, do galo que faz cocorocó e do carneiro que faz bé, bé, as crianças recuaram horrorizadas; seus berros recrudesceram subitamente.

    [...]

    – Elas crescerão com o que os psicólogos chamavam um ódio “instintivo” aos livros e às flores. Reflexos inalteravelmente condicionados. Ficarão protegidas contra os livros e a botânica por toda a vida. – O Diretor voltou-se para as enfermeiras. – Podem levá-las.

   Sempre gritando, os bebês de cáqui foram colocados nos seus carrinhos e levados para fora da sala, deixando atrás de si um cheiro de leite azedo e um agradabilíssimo silêncio.

    Um dos estudantes levantou a mão. Embora compreendesse perfeitamente que não se podia permitir que pessoas de casta inferior desperdiçassem o tempo da Comunidade com livros e que havia sempre o perigo de lerem coisas que provocassem o indesejável descondicionamento de algum de seus reflexos... enfim, ele não conseguia entender o referente às flores. Por que se dar ao trabalho de tornar psicologicamente impossível aos Deltas o amor às flores?

      [...]

    – [...] As flores do campo e as paisagens, advertiu, têm um grave defeito: são gratuitas. O amor à natureza não estimula a atividade de nenhuma fábrica. Decidiu-se que era preciso aboli-lo, pelo menos nas classes baixas [...].

        (Aldous Huxley. Admirável mundo novo. São Paulo: Globo, 2001. Fragmento.)

O acento grave indicador de crase é obrigatório em “já que pertenciam à casta Delta” (8º§), o mesmo só NÃO ocorre em:
Alternativas
Q814187 Português
Coloque C para as alternativas em que o acento indicador de crase está correto e E para as alternativas em que ele está errado. ( ) Aquela é a recepcionista à qual pedimos informações. ( ) Centenas de pessoas assistiram àquela peça teatral. ( ) Você se refere àquele professor de Filosofia? ( ) Estava disposta à dormir cedo no domingo.
Alternativas
Ano: 2017 Banca: Marinha Órgão: EAM Prova: Marinha - 2017 - EAM - Marinheiro |
Q812549 Português

O trabalho dignifica o homem. O lazer dignifica a vida.

      “Escolha um trabalho que você ame e não terá que trabalhar um único dia em sua vida.” A frase do pensador Confúcio tem sido o mantra de muitos que, embalados pela concepção de que ofício e prazer não precisam se opor, buscam um estilo de vida no qual a fonte de renda seja também fonte de alegria e satisfação pessoal. A questão é: trabalho é sempre trabalho. Pode ser bom, pode ser até divertido, mas não substitui a capacidade que só o lazer possui de tirar o peso de um cotidiano regido por prazos, horários, metas.

      Não são poucas as pessoas que eu conheço que negligenciam descanso em prol da produção desenfreada, da busca frenética por resultado, ascensão, status, dinheiro.

      Algo de errado em querer tudo isso? A meu ver, não. E sim. Não porque são dignas e, sobretudo, necessárias, a vontade de não ser medíocre naquilo que se faz e a recusa à estagnação. Sim, quando ambas comprometem momentos de entretenimento minando, aos poucos, a saúde física e mental de quem acha que sombra e água fresca são luxo e não merecimento.

      Recentemente, um construtor com o qual eu conversava me disse que estava havia nove anos sem férias e lamentou o pouco tempo passado com os netos. O patrimônio milionário veio de dedicação e empenho. Mas custou caro também. Admirei a trajetória, a abdicação. Entretanto, senti um pesar por aquele homem com conta bancária polpuda e rosto abatido. Na hora me perguntei se era realmente preciso escolher entre sucesso e diversão. Evidentemente, não. É simples e absolutamente viável conciliar o suor da batalha com mergulhos no mar, planilhas Excel com caipirinhas em fins de tarde.

      Poucas coisas são tão eficazes na função de honrar alguém quanto o ofício que se exerce. Momentos de pausa, porém, honram o próprio ofício. A vida se equilibra justamente na possibilidade de converter o dinheiro advindo do esforço em ingressos para o show da banda preferida, passeios no parque, pipoca quentinha e viagens de barco.

      Convivo com pessoas que amam o que fazem e se engrandecem cada vez que percebem como são eficientes na missão de dar sentido à profissão. Pessoas que, por meio de suas atribuições, transformam o mundo, sentem­-se úteis, reforçam talentos. Mas até essas se esgotam. É o famoso caso do jogador de futebol que, estressado com as cobranças do time, vai jogar uma “pelada” para relaxar.

      Desculpe a petulância ao discordar, Confúcio, mas ainda que trabalhemos com o que amamos, será sempre trabalho. Muitas vezes prazeroso, outras tantas edificante..., mas nunca capaz, sozinho, de suprir toda uma vida. Arregacemos as mangas conscientes de que os pés na areia da praia e as rodas de amigos em bares são combustíveis importantes para o bom andamento da labuta diária.

                                                                                                           Larissa Bittar (Adaptado).

htlp://www.revÍstabula.com/7523-o-trabalho-dignifica-o-homem-o-lazer-dignifica-a-vida/

No fragmento "Convivo com pessoas que amam o que fazem e se engrandecem cada vez que percebem como são eficientes na missão de dar sentido à profissão." (6°§), o uso do acento indicador de crase é obrigatório. Assinale a opção na qual isso também ocorre.
Alternativas
Respostas
201: D
202: E
203: D
204: B
205: C