Questões Militares Sobre significação contextual de palavras e expressões. sinônimos e antônimos. em português

Foram encontradas 1.432 questões

Resolva questões gratuitamente!

Junte-se a mais de 4 milhões de concurseiros!

Q2045786 Português
FRUTOS NEM TÃO PROIBIDOS

Livro recém-lançado explica por que nossa dieta inclui
apenas uma fração das plantas comestíveis
disponíveis na natureza

    Será que todos os vegetais que não comemos são menos gostosos que broto de feijão? A pergunta é feita pelo professor de botânica John Warren, da Universidade Aberystwyth, no País de Gales, logo no início do livro The Nature of Crops: How We Came to Eat the Plants We Do (“A natureza da colheita: por que comemos as plantas que comemos”, em tradução livre), ainda sem edição no Brasil. Warren sempre ficou intrigado com a pouca variedade de vegetais que encontrava nas prateleiras do supermercado – das 300 mil espécies comestíveis de que se tem notícia, comemos apenas 200 (200 mesmo, não 200 mil) – e resolveu investigar por que foi que decidimos que salada boa é feita com alface e tomate, e não com dente-de-leão ou beldroega.
    Não existe uma única resposta certa. Para se tornarem cultiváveis a fim de fazer parte da dieta dos homens, as plantas devem ter uma série de qualificações no currículo. Primeiro, precisam ser nutritivas. Depois, devem ser fáceis de armazenar. Ter grãos, sementes ou frutas que sobrevivem muito tempo longe do pé sempre ajuda. Um último diferencial é a personalidade (e o cheiro) forte: plantas perfumadas, que combatem bactérias ou até as que são psicotrópicas sempre chamam a atenção. E, por incrível que pareça, as plantas tóxicas não estão excluídas automaticamente: muitos vegetais que consumimos hoje são descendentes de plantas potencialmente letais. 
    Por tudo isso, argumenta Warren, hoje o que realmente nos separa de uma dieta mais diversificada é a nossa própria imaginação: “No futuro, iremos apreciar toda uma miríade de novas frutas e vegetais que são melhores para a saúde e menos prejudiciais para a natureza”.

Adaptado de: KIST, Cristine. Frutos nem tão proibidos. Revista
Galileu, São Paulo, n. 290, p. 12-13, set. 2015.

Em relação ao subtítulo do texto, assinale a alternativa correta. 
Alternativas
Q2045675 Português

Um país diante da barbárie

Marcelo O. Dantas     

          Em sua formulação clássica, o grego Aristóteles define “virtude” como a capacidade de adotar posturas equilibradas diante de opções extremas e radicalmente opostas. Longe de constituir mero expediente conciliador, este meio termo requer do homem virtuoso lucidez e fibra, do contrário será incapaz de sobrepor-se às forças dilacerantes da desrazão. Confrontado com a crise da violência, nosso país ignora a lição e vai-se dividindo entre os que defendem o recrudescimento das medidas repressivas e os que advogam a ampliação das políticas sociais. Semelhante impasse, além de improdutivo, baseia-se numa falsa antinomia. O combate ao crime e a promoção do bem-estar, quando implementados de forma correta, são estratégias que se complementam e se legitimam.

                   As políticas sociais – entendidas em seu aspecto mais amplo – atuam no campo da profilaxia, oferecendo opções de vida ao cidadão adulto e ao jovem que se forma. O sistema penal, por sua vez, visa dissuadir o indivíduo a cometer crimes, ao mesmo tempo em que regula a punição dos infratores. Desacompanhado de políticas sociais, semelhante sistema torna-se facilmente instrumento de tirania e de perpetuação da desigualdade. Em contrapartida, quando aplicadas em um ambiente de permissividade criminal e falência da justiça, as políticas sociais perdem por completo sua capacidade de prevenir o aumento da violência. Nos últimos anos, o Brasil avançou imensamente na área social, e nem por isso a crise da segurança arrefeceu. Faltou à equação o poder dissuasivo da lei. 

  http://nominimo.ig.com.br/notitia/servlet/newstorm.notitia.presentation.NavigationServlet?publicationCode=1&pageCode=15&text Code=25468&date=currentDate&contentType=html
[com adaptações
Julgue as afirmações abaixo quanto às relações de sentido:
I. A locução “em contrapartida” (linha 17) significa “em compensação; por outro lado”. II. Haverá alteração de sentido se substituirmos “antinomia” (linha 9) por “contradição”. III. “Posturas equilibradas” (linha 2) e “meio termo” (linhas 3-4) pertencem ao mesmo campo semântico. IV. A substituição do verbo “arrefecer” (linha 21) por “agravar” não prejudicaria o sentido nem a correção do texto. V. A locução “nem por isso” (linha 21) poderia ser substituída, sem prejuízo de sentido, por “nem assim”.
Está correto o que se afirma em
Alternativas
Q2045413 Português
“Madame” é uma palavra usada para se referir ou se dirigir a uma mulher, que pode ser adulta, casada ou solteira; dona de casa ou patroa. É também, em muitas situações, usada como um tratamento a mulheres de classe social mais alta. Entretanto, de acordo com o contexto e com a intenção discursiva do autor, um mesmo termo pode representar algo específico que integra o sentido do texto. Considerando o título “Madame não educa”, do Texto V, o que se pode inferir do uso do termo “Madame” nesse contexto?
Alternativas
Q2045398 Português
“– Eu já tenho tudo isso! – exclamou a princesa.” (l. 14) A palavra sublinhada indica que a princesa
Alternativas
Ano: 2018 Banca: Exército Órgão: CMRJ Prova: Exército - 2018 - CMRJ - Aluno - Português |
Q2045381 Português
A despedideira

    Há mulheres que querem que o seu homem seja o Sol. O meu quero-o nuvem. Há mulheres que falam na voz do seu homem. O meu que seja calado e eu, nele, guarde meus silêncios. Para que ele seja a minha voz quando Deus me pedir contas. [...]
    Há muito tempo, me casei, também eu. Dispensei uma vida com esse alguém. Até que ele  foi. Quando me deixou, já não me deixou a mim. Que eu já era outra, habilitada a ser ninguém. Às vezes, contudo, ainda me adoece uma saudade desse homem. Lembro o tempo em que me encantei, tudo era um princípio. Eu era nova, dezanovinha.
    Quando ele me dirigiu palavra, nesse primeiríssimo dia, dei conta de que, até então, nunca eu tinha falado com ninguém. O que havia feito era comerciar palavra, em negoceio de sentimento. Falar é outra coisa, é essa ponte sagrada em que ficamos pendentes, suspensos sobre o abismo. Falar é outra coisa, vos digo. Dessa vez, com esse homem, na palavra eu me divinizei. Como perfume em que perdesse minha própria aparência. Me solvia na fala, insubstanciada.
    Lembro desse encontro, dessa primogênita primeira vez. Como se aquele momento fosse, afinal, toda minha vida. Aconteceu aqui, neste mesmo pátio em que agora o espero. Era uma tarde boa para gente existir. O mundo cheirava a casa. O ar por ali parava. A brisa sem voar, quase nidificava. Vez voz, os olhos e os olhares. Ele, em minha frente todo chegado como se a sua única viagem tivesse sido para a minha vida.
    No entanto, algo nele aparentava distância. [...]
    Nesse mesmo pátio em que se estreava meu coração tudo iria, afinal, acabar. Porque ele anunciou tudo nesse poente. Que a paixão dele desbrilhara. Sem mais nada, nem outra mulher havendo. Só isso: a murchidão do que, antes, florescia. [...] O único intruso era o tempo, que nossa rotina deixara crescer e pesar.
    [...] Deixem-me agora evocar, aos goles de lembrança. Enquanto espero que ele volte, de novo, a este pátio. Recordar tudo, de uma só vez, me dá sofrimento. Por isso, vou lembrando aos poucos. Me debruço na varanda e a altura me tonteia. Quase vou na vertigem. Sabem o que descobri? Que minha alma é feita de água. Não posso me debruçar tanto. Senão me entorno e ainda morro vazia, sem gota.
    Porque eu não sou por mim. Existo refletida, ardível em paixão. Como a lua: o que brilho é por luz de outro. A luz desse amante, luz dançando na água. Mesmo que surja assim, agora, distante e fria. Cinza de um cigarro nunca fumado.
    Pedi-lhe que viesse uma vez mais. Para que, de novo, se despeça de mim. E passados os anos, tantos que já nem cabem na lembrança, eu ainda choro como se fosse a primeira despedida. Porque esse adeus, só esse aceno é meu, todo inteiramente meu. Um adeus à medida de meu amor.
     [...] Toda a vida acreditei: amor é os dois se duplicarem em um. Mas hoje sinto: ser um é ainda muito. De mais. Ambiciono, sim, ser o múltiplo de nada, Ninguém no plural.
    Ninguéns.

(COUTO, Mia. O fio das missangas. São Paulo: Companhia das Letras, 2009. p.51-54.) 
Tanto no poema de Adélia Prado quanto no conto de Mia Couto, a expressão “primeira vez” remete a momentos felizes:
“O silêncio de quando nos vimos a primeira vez / atravessa a cozinha como um rio profundo” (Texto II, v. 11 e 12)
“Quando ele me dirigiu palavra, nesse primeiríssimo dia, dei conta de que, até então, nunca eu tinha falado com ninguém. [...] Dessa vez, com esse homem, na palavra eu me divinizei. [...] Lembro desse encontro, dessa primogênita primeira vez”. (Texto III, l. 8-13)
O silêncio (Texto II) e a palavra (Texto III), tão marcantes no primeiro encontro de cada casal, remetem, respectivamente à ideia de
Alternativas
Respostas
66: C
67: C
68: B
69: B
70: C