Questões de Concurso
Sobre práticas e mediações educacionais em artes em educação artística
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Para que seus alunos conhecessem melhor o Marabaixo, o docente de artes convidou Danniela Ramos, bisneta do Mestre Julião Ramos (precursor do Marabaixo no Amapá e líder negro no bairro do Laguinho), para uma oficina sobre o processo de composição poética de “ladrões”: canções compostas ao som das caixas de Marabaixo, que se apropriam de versos de outras canções e de acontecimentos do cotidiano, sendo executadas como “repentes” improvisados. A turma observou o canto e a dança, pôde entrevistar Danniela sobre sua trajetória e experimentou compor ladrões sobre suas experiências de vida.
As afirmativas a seguir identificam objetivos pertinentes à atividade proposta, à exceção de uma. Assinale-a.
Considere-se que a professora de música de uma turma de sétimo ano do Ensino Fundamental tenha proposto o desenvolvimento de uma atividade de criação musical por meio da percussão corporal, partindo da perspectiva de que tal atividade proporcionaria o envolvimento direto dos alunos com a música em suas diferentes possibilidades de interação, conforme proposto na BNCC. Considere-se, ainda, que ela tenha pedido aos alunos que explorassem as possibilidades corporais e que, além dos aspectos rítmicos, atentassem aos aspectos timbrísticos e sonoros por meio da percussão vocal. Suponha-se também que, ao final, a professora tenha solicitado aos estudantes um registro musical por escrito, entregando folhas em branco para que eles pudessem grafar a composição por meio da construção de uma partitura não convencional, mas que um aluno tenha decidido escrever sua criação a partir da partitura convencional. Nessa situação hipotética, a professora não deverá aceitar a atividade do aluno que desejava escrever sua criação a partir da partitura convencional, pois, segundo os pressupostos pedagógico-musicais para o ensino de arte/música previstos na BNCC, o aluno deve explorar, conhecer, fruir e analisar criticamente as práticas e produções artísticas em suas relações entre as linguagens da arte e suas práticas integradas, não podendo, portanto, utilizar partitura tradicional em sala de aula.
Considere-se que o professor Carlos tenha sido convidado para compor uma equipe interdisciplinar que produziria um festival cultural em uma escola. Considere-se que os professores de artes visuais e artes cênicas dessa escola estivessem planejando compor uma oficina de criação de fantoches junto com a elaboração de uma dramatização sobre a cultura da sociedade medieval, mas que Carlos tenha resolvido ministrar, separadamente, uma master class a respeito de execução musical sobre esse tema, de modo que, apesar de não estar envolvido na proposta de criação e dramatização dos fantoches, ele contemplaria, em sua master class, durante o festival, músicas da mesma cultura em questão. É correto afirmar que, nessa situação hipotética, o professor não trabalhou no festival de forma interdisciplinar, visto que, de acordo com as metodologias e com os pressupostos pedagógicos musicais, a função da música na perspectiva interdisciplinar é combinar os conteúdos, as técnicas e as habilidades musicais com as demais áreas artísticas, devendo o professor estar diretamente envolvido com as demais disciplinas da escola em um projeto cultural.
As aulas de música, no Ensino Médio, devem contemplar múltiplas possibilidades de interação com o fazer musical. Para isso, é importante que sejam dinâmicas, envolvendo momentos de apreciação, prática, criação e teoria musical. O plano de aula precisa ser dimensionado para abranger mais de uma atividade sobre o mesmo tema, podendo o tema ser selecionado por meio de uma conversa com os alunos sobre seus interesses. Nessas escolhas, é importante considerar as características sociocognitivas dos estudantes, a complexificação do tema, a motivação para a aprendizagem e a adequação ao contexto social do projeto curricular.
Murray Schafer, compositor e educador musical canadense, pautou-se na experiência da aprendizagem musical na perspectiva da consciência sonora. Para o autor, a música deve ser ouvida a partir da relação equilibrada entre o homem, o ambiente e as diversas possibilidades criativas do fazer musical. O desenvolvimento da paisagem sonora proposta por Schafer quanto ao ensino do contexto escolar deve ser proposto a fim de despertar nos alunos a consciência da coletividade sobre um fenômeno ubíquo e a compreensão das implicações do som na qualidade de vida em todo o planeta.
A avaliação nas aulas de música é um tema recorrente entre escola e direção: algumas instituições consideram que as avaliações só podem ser realizadas por escrito, uma vez que é necessário um registro documental. Outras instituições acreditam que a avaliação pode ser realizada em outros formatos, como gravações de áudios, vídeos e apresentações musicais, como resultado do trabalho desenvolvido em sala de aula. Além do formato do processo avaliativo, ao conceber a avaliação em música, o professor deve estar atento aos seguintes critérios: objetivos propostos na atividade; entendimento dos conteúdos propostos; desenvolvimento musical dos alunos em cada atividade e ao longo da disciplina; e a reflexão crítica da proposta musical por meio do produto musical gerado.
Autores como Keith Swanwick e Paul Haack apresentaram diferentes concepções de educação musical, evidenciando valores e funções específicas. Assim, a educação musical poderia ser entendida como educação musical estética ou como educação musical utilitária. Na visão tradicional de ensino, ambas as visões são enfocadas como excludentes, o que ocasionou uma série de debates sobre o tema educação estética versus educação utilitária da educação musical a partir dos anos 1960. Atualmente, os educadores musicais têm discutido uma visão de educação musical integradora, que soma ambas as concepções.
As Tecnologias Digitais de Informação e Comunicação (TDIC) oportunizam uma série de ferramentas que possibilitam interagir pedagogicamente, criando um conjunto de possibilidades a serem exploradas em sala de aula. Contudo, elas não são suficientes para garantir inovação e uma efetiva aprendizagem. Assim, a tônica do professor de música deve estar na exploração e na compreensão de como a utilização das TDIC pode contribuir com os processos de ensino e aprendizagem musical: quais métodos, quais conteúdos, quais formas de avaliação e, principalmente, quais práticas pedagógicas o docente pode contemplar em sala de aula.
Considere-se que os alunos pré-adolescentes do primeiro ano do Ensino Médio de uma escola tenham reclamado de quase todas as atividades propostas nas aulas de música e que só quisessem cantar música sertaneja nas aulas de música. Considere-se, ainda, que, por mais que o professor tenha tentado justificar a importância de todas as atividades musicais, os estudantes tenham tido muita dificuldade em participar de outras atividades que não envolvessem a música sertaneja. Nesse caso, a fim de integrar todos os alunos, a melhor solução seria o professor de música trabalhar somente com música sertaneja, mesmo que o programa da disciplina envolva outros gêneros e outras práticas musicais, uma vez que a principal função do professor de música na escola é criar atividades que integrem todos os alunos, não sendo necessário o desenvolvimento dos conteúdos propostos pelo programa escolar.
A prática musical coletiva, seja ela vocal ou instrumental, pressupõe um processo de ensino-aprendizagem que parte essencialmente do fazer musical colaborativo. O professor, no papel de regente ou líder desse processo, deve contribuir com os seguintes aspectos: aperfeiçoar os elementos musicais de acordo com o nível de conhecimento musical de seus alunos; conduzir e dar subsídios para a interpretação do grupo, construindo a performance de acordo com o estilo/gênero e o grau de dificuldade da peça em estudo; e buscar a harmonia e a socialização entre seus integrantes, sendo que cada aluno tem compromisso com a musicalidade do todo.
As metodologias ativas no contexto da educação musical são baseadas na aprendizagem pela perspectiva e pelo protagonismo do aluno, transformando-os em agentes engajados e responsáveis pela sua própria educação. Assim, o papel central da aprendizagem está no aluno e nas relações que ele estabelece com o conhecimento e com a aprendizagem musical. Deixar o aluno ser o protagonista exime a responsabilidade do professor para com o processo formativo dos alunos e do grupo, o que reforça seu papel de observador do processo de aprendizagem, e o docente se torna um curioso das práticas musicais geradas em sala de aula. Para isso, ele se coloca à margem da responsabilidade pelo conhecimento dos alunos, que o desenvolvem por meio da pesquisa de forma autônoma e individualizada.
COLUNA 1 Personalidades artísticas
1. Marcelo Evelin
2. Berna Reale
3. Sidney Amaral
4. Arissana Pataxó
5. Augusto Boal
COLUNA 2 Produções e/ou pesquisas artísticas
( ) Grande nome da dança contemporânea brasileira; sua obra caracteriza-se pelo exercício político por meio da dança. Compreende a criação artística como forma de resistência, com criações em coletivos de forma horizontalizada.
( ) Torna-se referência do teatro brasileiro ao expandir a prática para a conceitualização teórica, além de ser a principal liderança do Teatro de Arena e criar a metodologia conhecida como teatro do oprimido.
( ) Sua extensa produção explora, em diferentes linguagens, a versatilidade poética e formal dos objetos cotidianos. Nas pinturas, problematiza questões identitárias, ampliando o debate artístico brasileiro sobre a representação do homem negro contemporâneo.
( ) Artista Paraense. Usa símbolos universais, constrói obras que questionam a condição humana diante da desigualdade e da violência. A violência é tema central de sua obra; não a brutal, mas a que se manifesta em agressões cotidianas.
( ) Desenvolve uma produção artística em diversas técnicas, abordando a temática indígena como parte do mundo contemporâneo.
Assinale a alternativa que indica a sequência CORRETA, de cima para baixo.
A partir do texto apresentado, julgue o item subsequente.
A Semana de Arte Moderna teve impacto restrito apenas às
artes visuais, limitando-se a compor novas referências em
outras linguagens e mídias artísticas.