Questões de Concurso Sobre etnografia. radcliffe-brown e lévi-strauss - estruturalismo. linguagem e cultura. etnolinguística em antropologia

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Q3326006 Antropologia
Ao longo das últimas décadas, estudos voltados às comunidades surdas e às línguas de sinais têm promovido avanços significativos no campo da Linguística, da Antropologia e da Educação. Tais investigações não apenas abordaram a estrutura formal das línguas de sinais, como também revisitaram concepções históricas que marginalizavam as identidades surdas. Com base nesse panorama, analise as assertivas a seguir:

I. Pesquisas demonstraram que as línguas de sinais constituem sistemas linguísticos legítimos, dotados de gramática própria e independência em relação às línguas orais majoritárias.
II. Estudos contemporâneos têm contribuído para o reconhecimento dos surdos como integrantes de comunidades linguísticas e culturais, questionando paradigmas biomédicos centrados na patologia.
III. Em diálogo com correntes pós-coloniais e estudos surdos, foi adotado o conceito de deafhood como forma de reafirmação da identidade surda e resistência à opressão histórica.

Quais estão corretas?
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Q3221439 Antropologia
Assinale a alternativa que apresenta a melhor descrição da visão de Claude Lévi-Strauss sobre o pensamento mágico e sua relação com o pensamento científico. 
Alternativas
Ano: 2025 Banca: FGV Órgão: IPHAN Prova: FGV - 2025 - IPHAN - Antropologia |
Q3217760 Antropologia
Leia o trecho a seguir.

Certo, é verdade que a expressão “arte por arte” é vazia de sentido nas sociedades tradicionais da África negra. Toda produção artística era antes funcional, isto é, chamada a desempenhar um papel utilitário, exceto a aspiração do artista. Uma estatueta que para um europeu satisfaria o gosto por suas formas harmoniosas, um pingente que lhe serviria para sublinhar uma parte do corpo, tudo isso era destinado a cumprir uma certa função.

MUNANGA, Kabengele. “A dimensão estética na arte negro-africana tradicional”. In: Arte afro-brasileira: o que é afinal? Lisboa: Oca Editorial, 2020.

No Ocidente, a noção de “arte por arte” consolidou-se como uma valorização da experiência estética autônoma.

Com base na perspectiva apresentada pelo autor, assinale a afirmativa correta. 
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Ano: 2025 Banca: FGV Órgão: IPHAN Prova: FGV - 2025 - IPHAN - Antropologia |
Q3217739 Antropologia
Pensava-se que o ônibus espacial Columbia era um objeto pronto para voar pelo céu, e então, de repente, após a dramática explosão de 2002, percebeu-se que ele precisava da NASA e de seu complexo corpo organizacional para voar com segurança pelo céu. Para a ação de pilotar um objeto técnico, rotinas burocráticas são tão importantes quanto equações e resistência material.

LATOUR, Bruno. Networks, Societies, Spheres: Reflections of an Actor-Network Theorist. International Journal of Communication, v. 5, 2011. (Adaptado)

O trecho acima expõe uma leitura baseada na Teoria Ator-Rede (TAR), a qual modifica o entendimento comum a respeito do modo de existência dos objetos.

Segundo esse tipo de visada, ao investigar um objeto, é preciso levar em conta
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Ano: 2025 Banca: FGV Órgão: IPHAN Prova: FGV - 2025 - IPHAN - Antropologia |
Q3217734 Antropologia
Leia o texto a seguir.

[É] nosso modesto parecer que o futuro da noção-mestra da antropologia, a noção de relação, depende da atenção que a disciplina souber prestar aos conceitos de diferença e de multiplicidade, de devir e de síntese disjuntiva. Uma teoria pósestruturalista da relacionalidade, isto é, uma teoria que mantenha o compromisso “infundamental” do estruturalismo com uma ontologia relacional, não pode ignorar (...) as ideias de perspectiva, força, afeto, hábito, evento, processo, preensão, transversalidade, devir e diferença.

VIVEIROS DE CASTRO, E. Metafísicas canibais. São Paulo: Cosac Naify, 2015.

O pensamento pós-estruturalista busca um afastamento crítico de características fundamentais do modelo estruturalista.

Uma dessas características é
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Q3177378 Antropologia
Considerando principalmente os textos “A indústria cultural: o iluminismo como mistificação das massas”, de 1947, co-escrito com Max Horkheimer, e “Crítica cultural e sociedade”, de 1949, qual é a principal crítica de Theodor W. Adorno no livro “Indústria Cultural e Sociedade” em relação ao impacto da cultura de massa na sociedade?
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Q3313048 Antropologia
Hoje, a cultura popular brasileira é diversificada e dinâmica, incorporando uma variedade de expressões artísticas, tradições regionais e influências contemporâneas. A identidade cultural do Brasil é profundamente enraizada na diversidade e na interação de suas diferentes raízes históricas.
Identifique abaixo as afirmativas verdadeiras ( V ) e as falsas ( F ) com relação específica à cultura indígena.

( ) O Brasil abriga uma grande diversidade de línguas indígenas, muitas das quais pertencem a diferentes famílias linguísticas. Infelizmente, muitas dessas línguas estão em perigo de extinção devido à pressão externa e à perda de território.

( ) As artes indígenas incluem uma variedade de expressões, como pintura corporal, cestaria, cerâmica, entalhe em madeira, tecelagem e plumagem. Cada grupo étnico desenvolveu técnicas específicas que são transmitidas de geração em geração.

( ) A arte indígena contemporânea reforça a dimensão coletiva sobre uma arte e atividade compartilhada, partilhada. As produções são ligadas à vida em comunidade e às necessidades diárias, alicerçadas nas tradições. Da mesma maneira, trazem ruptura, reflexão e se manifestam como intervenção cultural.

( ) A culinária indígena é evidente em pratos como o churrasco (costela fogo de chão), o carreteiro (arroz com carne de charque) e a famosa “cuca”, um tipo de bolo de origem guarani.


Assinale a alternativa que indica a sequência correta, de cima para baixo.
Alternativas
Q3192579 Antropologia
De acordo com a lei que institui o Registro de Bens Culturais de Natureza Imaterial que constituem patrimônio cultural brasileiro (Decreto nº 3.551/2000), em seu art. 1º, §1º, tal registro será feito em quatros livros distintos conforme a natureza do item a ser registrado. Ciente dessa particularidade, enumere a segunda coluna de acordo com a primeira, correlacionando cada um desses bens imateriais a seu respectivo livro de inscrição: 
COLUNA 1

1. Livro de Registro dos Saberes. 2. Livro de Registro das Celebrações. 3. Livro de Registro das Formas de Expressão. 4. Livro de Registro dos Lugares.

COLUNA 2

( ) Mercados, feiras, santuários, praças e demais espaços onde se concentram e reproduzem práticas culturais coletivas.
( ) Manifestações literárias, musicais, plásticas, cênicas e lúdicas.
( ) Conhecimentos e modos de fazer enraizados no cotidiano das comunidades.
( ) Rituais e festas que marcam a vivência coletiva do trabalho, de musicais, plásticas, cênicas e lúdicas.
( ) Conhecimentos e modos de fazer enraizados no cotidiano das comunidades.
( ) Rituais e festas que marcam a vivência coletiva do trabalho, da religiosidade, do entretenimento e de outras práticas da vida social.

A ordem correta de preenchimento dos parênteses, de cima para baixo, é: 
Alternativas
Q3029001 Antropologia
A compreensão da etnografia é central para James Clifford, para quem a etnografia não deve representar “outros” abstratos e a-históricos. Para o autor, o desenvolvimento da ciência etnográfica não pode ser compreendido longe de um debate político-epistemológico geral sobre a escrita e a representação da alteridade. 
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Ano: 2024 Banca: IV - UFG Órgão: UFG Prova: IV - UFG - 2024 - UFG - Antropólogo |
Q3017661 Antropologia
O que apontam os estudos etmológicos sobre as Ritxoko, bonecas de barro Iny-Karajá? 
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Q2494477 Antropologia
Em seu artigo "História e Etnologia. Lévi-Strauss e os embates em região de fronteira”, publicado em 1999, a antropóloga Lilia Schwarcz comenta:

“Tendo como objetivo chegar às estruturas inconscientes e universais, que impõem formas a diferentes conteúdos, Lévi Strauss escolhia aliados e falava de seus trunfos: ‘Na linguística e na etnologia não é a comparação que fundamenta a generalização, mas sim o contrário.’”

Levi-Strauss elaborou suas reflexões sobre as relações entre linguística e etnologia a partir do material dos(da):
Alternativas
Q2494476 Antropologia
Em seu texto “A vingança de Capitu: DNA, escolha e destino na família brasileira contemporânea”, publicado em 2014, a antropóloga Claudia Fonseca afirma:

“No final dos anos 1980, os testes de DNA para a verificação de laços de paternidade passaram do mundo da fantasia ao dos fatos, trazendo consigo o potencial de uma nova ‘mudança profunda’ em nossa conceituação de família, relações de gênero e parentesco. Embora essa forma de tecnologia ainda não tenha recebido muita atenção acadêmica, estou convencida – baseada em experiência etnográfica em favelas brasileiras – que suas consequências são mais instantâneas e abrangentes do que as rupturas e transições anteriores marcadas pela ciência. Em apenas quinze anos desde a sua primeira descoberta no outro lado do mundo, tanto membros da elite como homens e mulheres da classe trabalhadora incorporaram testes de DNA em seu modo de ver laços e responsabilidades familiares.”


Segundo a autora, a popularização da tecnologia de DNA para rastrear vínculos sanguíneos produziu efeitos nas relações:
Alternativas
Q2494473 Antropologia
Leia o trecho abaixo, extraído de um artigo de Maria Eunice Maciel e Regina Abreu, publicado em 2019:

“A cultura material tem sido um dos focos da antropologia desde os primórdios. No contexto dos pioneiros, coletar objetos em pesquisa de campo configurava uma maneira de atestar ou de exibir a prova material viva dos grupos estudados e de suas diferentes culturas. Muitos museus antropológicos ou etnográficos tornaram-se repositórios de práticas de colecionamento em grande escala e voltadas para esse fim no contexto de uma lógica positivista do conhecimento. O estranhamento com as diferentes alteridades pesquisadas implicou essa grande empreitada de juntar coisas que representassem ou expressassem as primeiras pesquisas antropológicas.”

A prática de colecionar e expor em museus objetos coletados durante expedições etnográficas está relacionada ao processo histórico-político denominado:
Alternativas
Q2494465 Antropologia
Leia o trecho abaixo, escrito em 1978 por Roberto da Matta, em “O ofício de etnólogo, ou como ter anthropological blues”:

“Por anthropological blues se quer cobrir e descobrir, de um modo mais sistemático, os aspectos interpretativos do ofício do etnólogo. Trata-se de incorporar no campo mesmo das rotinas oficiais, já legitimadas como parte do treinamento do antropólogo, aqueles aspectos extraordinários ou carismáticos, sempre prontos a emergir em todo relacionamento humano. De fato, só se tem antropologia social quando se tem de algum modo o exótico, e o exótico depende invariavelmente da distância social, e a distância social tem como componente a marginalidade (relativa ou absoluta), e a marginalidade se alimenta de um sentimento de segregação e a segregação implica estar só e tudo desemboca ̶ para comutar rapidamente essa longa cadeia ̶ na liminaridade e no estranhamento.”

Nesse texto, Roberto da Matta faz referência ao princípio de:
Alternativas
Q2494462 Antropologia
Em seu livro “A interpretação da cultura”, o antropólogo Clifford Geertz diz:

“Os textos antropológicos são eles mesmos interpretações e, na verdade, de segunda e terceira mão. Trata-se, portanto, de ficções; ficções no sentido de que são ‘algo construído’, ‘algo modelado’, não que sejam falsas, não fatuais, ou apenas experimentos do pensamento.”

O autor se refere ao estilo narrativo antropológico denominado:
Alternativas
Q2494461 Antropologia
As relações entre antropologia e instituições museais são de longa data. Nas últimas décadas, debates críticos feitos por antropólogos e também por grupos que usualmente são objeto de museus etnográficos culminaram em um movimento renovador. Como bem descreveu a antropóloga Regina Abreu:

“Um movimento de entrada em cena de representantes indígenas em museus etnográficos em todo o mundo se afirmou como resultado de movimentos e reivindicações indígenas. Os povos indígenas descobriram os museus e as práticas museológicas, o que abriu espaço para a dinamização dos acervos com novas informações e a atualização das pesquisas sobre os objetos. Além disso, foi também em virtude da descoberta dos museus pelos índios que eles próprios começam a 'reaprender’ ofícios e práticas já desaparecidos em seus territórios. Os museus etnográficos com seus acervos e o acúmulo de suas pesquisas passaram a ser vistos como fontes de pesquisa e estudo para os próprios povos indígenas.”

A perspectiva teórica contemporânea que tem contribuído para a renovação do debate sobre a atuação de grupos indígenas em museus é o: 
Alternativas
Q2333587 Antropologia

Julgue o item subsequente. 


As fronteiras entre o normal-patológico e saúde-doença são estabelecidas pelas experiências de enfermidade em diferentes culturas, pelos modos como elas são narradas e pelos rituais empregados para reconstruir o mundo que o sofrimento destrói [...], a enfermidade situa-se no domínio da linguagem e do significado e, por isso, constitui-se em uma experiência humana.

Alternativas
Q2311180 Antropologia
Raça não é raça
(...)
raça não é carreira
fechem o mercado George Floyd”.

Esses versos acima, trecho do poema “Raça não é Raça”, da poeta e tradutora Nina Rizzi (Revista Piauí, n.174, 2021) interroga o racismo e o conceito de raça, na medida em que estes
Alternativas
Q2311172 Antropologia
Ao questionar a noção de “raça” a partir de parâmetros essencialmente biológicos, Anthony Giddens apresenta o conceito de etnicidade, a partir de uma leitura fundamentalmente social, referindo-se “às práticas e às visões culturais de determinada comunidade de pessoas e que as distingue das outras”. (GIDDENS, Anthony. Sociologia. Porto Alegre: Artmed, 2005, p.206). Com isso, mostra que
Alternativas
Q2311163 Antropologia
“O que diferencia verdadeiramente o mundo humano do mundo animal é que, na humanidade, uma família não poderia existir sem existir a sociedade, isto é, uma pluralidade de famílias dispostas a reconhecer que existem outros laços para além dos consanguíneos e que o processo natural de descendência só pode levar-se a cabo através do processo social da afinidade".
(LÉVI-STRAUSS, Claude. As Estruturas elementares do parentesco. Petrópolis: Vozes. 1982, p. 34).
Esta tese do antropólogo francês, elaborada em meados do século XX, abriu um novo caminho para os estudos das relações de parentesco na Antropologia Social. O seu pressuposto fundamental é
Alternativas
Respostas
1: E
2: B
3: D
4: E
5: C
6: A
7: A
8: C
9: C
10: B
11: A
12: A
13: A
14: D
15: B
16: E
17: C
18: C
19: B
20: C