Questões de Concurso
Sobre cultura de massa e indústria cultural em sociologia
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I.
Nós somos mulheres de todas as cores De várias idades, de muitos amores Lembro de Elza Soares, mulher fora da lei Lembro Marielle, valente e guerreira De Chica Da Silva, Toda Mulher Brasileira Crescendo oprimida pelo patriarcado Meu corpo, minhas regras, agora mudou o quadro Mulheres cabeça e muito equilibradas Ninguém está confusa, não te perguntei nada São elas por elas Escute este samba que eu vou te cantar Eu não sei por que eu tenho que ser a sua felicidade Não sou a sua projeção, você é que se baste Meu bem, amor assim eu quero longe de mim Sou Mulher, sou dona do meu corpo e da minha vontade Fui eu que descobri poder e liberdade
Adaptado de: Música “Nós somos mulheres. Samba que elas querem” de Doralyce Ferreira e Silvia Duffrayer.
II.
Já tive mulheres de todas as cores De várias idades, de muitos amores Com umas até certo tempo fiquei Pra outras apenas um pouco me dei Já tive mulheres do tipo atrevida Do tipo acanhada, do tipo vivida Casada carente, solteira feliz Já tive donzela e até meretriz Mulheres cabeça e desequilibradas Mulheres confusas, de guerra e de paz Mas nenhuma delas me fez tão feliz Como você me faz Procurei em todas as mulheres a felicidade Mas eu não encontrei e fiquei na saudade
Adaptado de: Música “Mulheres” de Toninho Geraes
Analise as afirmativas a seguir relacionadas ao procedimento de adaptação da versão original do samba.
I. Apropria-se de um elemento cultural que reforça papéis de gênero com o objetivo de questioná-lo e reformulá-lo de acordo com os interesses e os desejos de um grupo social.
II. Plagia uma expressão cultural ao reproduzir fielmente seu conteúdo sem fazer a devida atribuição de autoria.
III. Rejeita o estilo musical do samba que frequentemente perpetua a sexualização da mulher, representando-a como objeto de desejo masculino.
Está correto o que se afirma em
Embora os rolos – no qual os filmes residem enquanto potência fílmica – sejam palpáveis, o filme em si não é. Não pode ser tocado, tampouco visto sem que seja projetado. À medida que o projetor roda, dando às gravações velocidade suficiente para gerar a ilusão do movimento, cabe aos espectadores, sem tempo para fixar o olhar e o entendimento em um ou outro aspecto determinado da sequência de imagens que lhe é mostrada, juntar algumas impressões do que acaba de ser visto para formatar um ponto de vista ou uma interpretação. Tanto o que faz “eleger” alguns dentre os incontáveis sinais possíveis como os mais significativos de um filme quanto o modo como os interpreta não pode ser desvinculado de seus desejos e conhecimentos prévios. Em outras palavras, o processo não é desvinculado das particularidades daquele que o vê, de sua memória e de seu saber.
Adaptado de: NASCIMENTO, Nayara. Amor em telas – amor e tecnologia digital em filmes dos anos 2010. Tese de doutorado em Sociologia da Universidade de São Paulo, 2022, p. 21.
Com base na leitura do trecho, assinale a afirmativa que descreve corretamente a compreensão sociológica da autora sobre o ato de consumir produções audiovisuais.
Se até a década de 1950, as produções eram restritas e atingiam um número reduzido de pessoas, hoje elas tendem a ser cada vez mais diferenciadas e cobrem uma massa consumidora. Durante o período que estamos considerando, ocorre uma formidável expansão, ao nível de produção, de distribuição e de consumo da cultura; é nesta fase que se consolidam os grandes conglomerados que controlam os meios de comunicação da cultura popular de massa.
ORTIZ, Renato. A moderna tradição brasileira. São Paulo: Brasiliense, 1988, p. 121.
Segundo o debate apresentado, o principal processo que impulsionou o desenvolvimento da indústria cultural no Brasil foi a(o)
A indústria cultural, os meios de comunicação de massa e a cultura de massa surgem como funções do fenômeno da industrialização. [...] A cultura feita em série, industrialmente, para o grande número, passa a ser vista não como instrumento de crítica e de conhecimento, mas como produto trocável, que deve ser consumido como se consome qualquer outra coisa. [...] Uma cultura perecível [...]. Uma cultura que não vale mais como algo a ser usado pelo indivíduo ou grupo que a produziu.
COELHO, Teixeira. O que é indústria cultural. São Paulo: Brasiliense, 1980, p. 10-11.
As dimensões apresentadas no texto funcionam como reforço das normas sociais, que se repetem para que a reprodução dessas formas de organização seja vivenciada sem discussão, consolidando assim o(a)
A técnica da indústria cultural levou apenas à padronização e à produção em série, sacrificando o que fazia a diferença entre a lógica da obra e a do sistema social. Isso, porém, não deve ser atribuído a uma lei evolutiva da técnica, enquanto tal, mas à sua função na economia atual.
A função que o esquematismo kantiano ainda atribuía ao sujeito, a saber, referir de antemão a multiplicidade sensível aos conceitos fundamentais, é tomada ao sujeito pela indústria.
Adaptado de Adorno, T. W. e Horkheimer, M. Dialética do Esclarecimento: Fragmentos Filosóficos. Rio de Janeiro: Zahar, 2006.
Com base nos trechos, avalie se as afirmativas a seguir interpretam corretamente as duas teses:
I. O desenvolvimento da técnica na sociedade capitalista contemporânea, incorporou a cultura nesse processo, impondo-lhe transformações significativas na forma, mas, principalmente, em sua essência.
II. Em decorrência do novo modo de produção cultural, submetido às leis mercantis, a cultura foi padronizada e reduzida a mercadoria de consumo.
III. A interpretação dos fatos da realidade interna ao sujeito e seus sentidos, própria da experiência iluminista descrita por Kant, cede lugar a um mecanismo que lhe é exterior, a indústria cultural.
IV. A obra de arte perde a sua singularidade, sua “aura”, tornando-se um produto do modo de produção industrial, motivo pelo qual perde sua capacidade de ser imprevista e singular e torna-se instrumento de conformidade com o status quo.
As teses foram interpretadas de acordo com a teoria crítica dos autores em:
A partir dessa citação, Ana Carla Fonseca, no livro “Economia da cultura e desenvolvimento sustentável: o caleidoscópio da cultura” (2006) desenvolve o conceito de Economia da Cultura.
Esse conceito pode ser entendido como:
A concepção de cultura implícita nessa afirmação é a de cultura
Em “Dialética do esclarecimento”, Theodor Adorno e Max Horkheimer (1985, p. 101-102) afirmam que as “distinções enfáticas que se fazem entre os filmes das categorias A e B, ou entre as histórias publicadas em revistas de diferentes preços, têm menos a ver com seu conteúdo do que com sua utilidade para a classificação, organização e computação estatística dos consumidores. Para todos algo está previsto; para que ninguém escape, as distinções são acentuadas e difundidas”. Qual o conceito principal que os autores criam para analisar esse fenômeno social?
A participação de milhões em tal indústria [cultural] imporia métodos de reprodução que, por seu turno, fazem com que inevitavelmente, em numerosos locais, necessidades iguais sejam satisfeitas com produtos estandardizados.
ADORNO, Theodor. Indústria cultural e sociedade. 10. ed. São Paulo: Paz e Terra, 2016.
Levando em consideração a perspectiva conceitual de Theodor Adorno, assinale a alternativa correta.