Questões de Sociologia - Cultura e sociedade para Concurso
Foram encontradas 705 questões
O excerto a seguir servirá de referência para responder à questão 23.
Iniciada por aqueles autores qualificados como intelectuais da diáspora negra ou migratória – fundamentalmente imigrantes oriundos de países pobres que vivem na Europa Ocidental e na América do Norte –, a perspectiva pós-colonial teve, primeiro na crítica literária, sobretudo na Inglaterra e nos Estados Unidos, a partir dos anos de 1980, suas áreas pioneiras de difusão. Depois disso, expande-se geograficamente e para outras disciplinas, fazendo dos trabalhos de autores como Homi Bhabha, Edward Said, Gayatri Chakravorty Spivak ou Stuart Hall e Paul Gilroy referências recorrentes em outros países dentro e fora da Europa. |
(FONTE: COSTA, Sérgio. Desprovincializando a sociologia: a contribuição pós -colonial. Rev. Bras. Ci. Soc., São Paulo, v. 21, n. 60, p. 117-134, fev. 2006).
Para o conjunto de autores destacados no texto, a questão central na relação entre as sociedades dos Atlânticos Norte e Sul seria a
Podemos afirmar que é uma das características marcantes da cultura popular:
A cultura popular raramente se modifica, e são aprendidas de forma simples. Um dos exemplos de cultura popular brasileira é:
"As condições sociais em que vivem as crianças são o principal fator de diversidade dentro do grupo geracional. As crianças são indivíduos com a sua especificidade biopsicológica: ao longo da sua infância percorrem diversos subgrupos etários e varia a sua capacidade de locomoção, de expressão, de autonomia de movimento e de ação etc. Mas as crianças são também seres sociais e, como tais, distribuem-se pelos diversos modos de estratificação social: a classe social, a etnia a que pertencem, a raça, o gênero, a região do globo onde vivem. Os diferentes espaços estruturais diferenciam profundamente as crianças."
SARMENTO, Manuel Jacinto. Gerações e alteridade: interrogações a partir da sociologia da infância. Educação & Sociedade, v. 26, p. 361-378, 2005, p. 370.
Considerando o trecho acima, a alteridade observada numa criança pode ser reconhecida em um
Em qualquer sociedade e/ou cultura, é possível distinguir áreas ou domínios com um certo grau de especificidade. É importante, no entanto, para o antropólogo verificar como os próprios nativos, indivíduos do universo investigado, percebem e definem tais domínios para não cairmos na armadilha muito comum de impormos nossas classificações a culturas cujos critérios e crenças possam ser inteiramente diferentes dos nossos ou que possam parecer semelhantes em certos contextos para diferirem radicalmente em outros. Isso não significa, obviamente, que o pesquisador só possa analisar uma sociedade a partir do próprio sistema classificatório nativo.
VELHO, Gilberto. Individualismo e cultura: notas para uma antropologia da sociedade contemporânea. Zahar, 1987, p. 16-17.
Quanto ao sistema classificatório nativo, para compreendêlo, é necessário que se desenvolva
Nem o imperialismo, nem o colonialismo é um simples ato de acumulação e aquisição. Ambos são sustentados e talvez impelidos por potentes formações ideológicas que incluem a noção de que certos territórios e povos precisam e imploram pela dominação, bem como formas de conhecimento filiadas à dominação: o vocabulário da cultura imperial oitocentista clássica está repleto de palavras e conceitos como “raças servis” ou “inferiores”, “povos subordinados”, “dependência”, “expansão” e “autoridade”.
SAID, Edward. Cultura e Imperialismo. São Paulo: Companhia das Letras, 1998, p. 40.
O trecho acima destaca o papel das ideologias na legitimação do imperialismo do colonialismo. Considerando a leitura pós-colonialista presente no trecho acima, tais ideologias replicam:
A sociedade brasileira enfrenta diversos problemas raciais, incluindo o racismo e as várias formas de discriminação presentes no país e suas consequências para a população negra. Uma explicação para a manutenção do racismo após a abolição da escravidão é a de que
“Cultura é o conjunto de valores comuns, frequentemente uma característica adquirida, que ajuda as pessoas em um grupo, em uma organização ou na sociedade, a entender quais ações são consideradas aceitáveis e quais são totalmente inaceitáveis. _______________________ caracteriza-se por estruturas com fortes laços sociais, em que as pessoas tendem a basear sua identidade no grupo ou na organização a que pertencem”. Assinale a alternativa que completa corretamente a afirmativa anterior.
Na perspectiva crítico-dialética, nesse estudo, os dados quantitativos e qualitativos
I Um sociólogo planeja realizar um estudo em uma comunidade indígena para entender as práticas culturais relacionadas à preservação ambiental. Ele viverá na comunidade por 12 meses e participará das atividades diárias, como a coleta de alimentos, rituais e reuniões comunitárias. Durante esse tempo, ele observará como a comunidade interage com o ambiente ao redor e como essas interações são influenciadas por suas crenças culturais. Com a aplicação desse método, o pesquisador espera obter uma visão detalhada e interna dos processos culturais que guiam a sustentabilidade ambiental na comunidade estudada.
II Um grupo de especialistas na área de adoção pretende examinar a experiência de uma família específica ao adotar um jovem adolescente de outro país. O foco do estudo é entender como a família lida com os desafios culturais e linguísticos que surgem. Os pesquisadores coletarão dados por meio de entrevistas periódicas com os pais e o adolescente, de observações das interações familiares em casa e de análises de diários escritos pelos pais sobre o processo de adaptação familiar. Espera-se que o estudo proporcione insights sobre estratégias que facilitem a integração de crianças adotivas em novos ambientes culturais de forma a ajudar profissionais e futuras famílias adotivas a se prepararem melhor para desafios similares.
III Em estudo sobre os desafios enfrentados por oficiais de justiça, um pesquisador entrevistará diversos oficiais de justiça para coletar dados detalhados sobre suas experiências individuais na execução de mandados judiciais em áreas urbanas. O pesquisador agendará sessões individuais com os oficiais, nas quais cada um discutirá suas vivências, desafios logísticos e de segurança e as estratégias empregadas para lidar com situações adversas. Por meio dessas entrevistas, o pesquisador espera produzir uma análise das condições de trabalho e dos impactos emocionais e práticos associados ao cotidiano de um oficial de justiça, e oferecer insights valiosos para melhorias nas políticas e práticas atuais.
IV Uma pesquisa deverá explorar as percepções e as dificuldades da prática de condução coercitiva de menores de idade no cotidiano de um tribunal de justiça. Os participantes, como oficiais de justiça, comissários de justiça, advogados, promotores, defensores públicos e diretores de secretaria das varas do tribunal, serão organizados e reunidos em grupos próprios. Cada sessão de grupo será estruturada para a discussão das experiências dos participantes com a condução coercitiva e exploração tanto de aspectos positivos quanto de aspectos negativos dessa prática. As discussões serão guiadas por um moderador.
Julgue o item a seguir, relacionado às situações hipotéticas apresentadas.
Na situação II, é descrito o método observação participante.
Eu propus a ideia da cultura como um direito, a ideia de cidadania cultural, significando: a) contra a tradição brasileira (mantida mesmo por uma parte da esquerda), declaramos que o Estado não é produtor de cultura, e sim a sociedade e que, por isso, a cultura é um direito dos cidadãos não só de ter acesso aos bens culturais, mas sobretudo de produzir cultura; e b) uma reformulação da própria ideia de cultura, pois a lei municipal definia como cultura apenas a prática das sete artes liberais e mais nada: tudo que você quisesse fazer que não fosse dança, música, teatro, cinema, escultura, ou pintura não era permitido pela lei. Um longo e difícil trabalho teve que ser feito para mudar essa situação. (…) Mas, ao longo de quatro anos, a ideia de que a cultura é um direito, a ideia de cidadania cultural “pegou” e os movimentos culturais fizeram a cultura acontecer, porque a função da SMC não era produzir cultura e sim criar condições para que ela fosse criada. Essa ideia se tornou nacional.
Chauí, Marilena. Cidadania cultural: o direito à cultura. São Paulo: Perseu Abramo, 2006.
Com base no trecho, é correto afirmar que a concepção de cidadania cultural proposta por Marilena Chauí