Questões de Concurso
Comentadas sobre estratificação e desigualdade social em sociologia
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“Minha definição de gênero tem duas partes e diversos subconjuntos, que estão interrelacionados (...)”
(SCOTT, 1995. p. 86).
Qual alternativa apresenta essas duas partes?
Conforme Kergoat, “[...] essa forma é historicamente adaptada a cada sociedade. Tem por características a destinação prioritária dos homens à esfera produtiva e das mulheres à esfera reprodutiva e, simultaneamente, a ocupação pelos homens das funções de forte valor social agregado (políticas, religiosas, militares etc.)” (KERGOAT, D. Divisão sexual do trabalho e relações sociais de sexo. In: HIRATA, H. et al. (orgs.). Dicionário crítico do feminismo. São Paulo: Unesp, 2009).
O trecho faz referência a qual conceito sociológico?
Quanto às teorias a respeito da expansão da pobreza no mundo ocidental e às críticas ao capitalismo, assinale a opção correta.
A respeito da questão racial e da exclusão social no Brasil, assinale a opção correta.
Em O negro no mundo dos brancos , Florestan Fernandes defende que uma das maneiras de se compreender a democracia racial no Brasil é por meio do entendimento do solapamento e da neutralização dos movimentos sociais voltados para a democratização das relações raciais e para o fortalecimento das técnicas de acefalia dos estratos raciais heteronômicos ou dependentes. Considerando-se essa concepção e as ideias do referido autor, é correto afirmar que a democracia racial no Brasil é
A desigualdade social no Brasil como identificada no relatório do IPEA, publicado no ano 2000, como possuindo forte conteúdo racial. Os dados estatísticos revelaram que negros formam a parcela da população com maior desvantagem social. O dilema da pesquisa sobre desigualdade racial foi parcialmente solucionado pela inclusão das seguintes categorias de cor da pele dos brasileiros:
O Índice de Gini, criado pelo matemático italiano Conrado Gini, é um instrumento para medir o grau de concentração de renda em determinado grupo. O índice destaca a diferença entre os rendimentos dos mais pobres e dos mais ricos. É correto afirmar sobre o índice Gini:
Em pleno século XXI existem trabalhadores submetidos a trabalho escravo, embora considerado crime pela legislação vigente e fiscalizado pelos órgãos competentes. Assinale a alternativa em que fica evidenciada uma relação de trabalho escravo.
“Quebec aprovou algumas leis na área da língua. Uma regula quem pode enviar os filhos a escolas de língua inglesa (não os francófonos nem os imigrantes); outra requer que negócios com mais de 50 empregados sejam dirigidos em francês; uma terceira põe fora da lei placas comerciais não escritas em francês. Em outras palavras, foram impostas aos habitantes do Quebec, pelo governo, restrições em nome de sua meta coletiva de sobrevivência, restrições que, em outras comunidades canadenses, poderiam facilmente não ser impostas em virtude da Carta. A questão fundamental foi: essa variação é aceitável ou não?” (TAYLOR, Charles. A Política do Reconhecimento.)
Há diversas respostas para tal questão. Alguns autores, como os teóricos do liberalismo procedimental, argumentam que os direitos individuais devem sempre ter precedência sobre metas coletivas. Nessa perspectiva, uma sociedade tipicamente liberal é aquela que não adota nenhuma visão substantiva sobre o que é bom, sobre os objetivos de vida; ela apenas adota o compromisso de tratar as pessoas com igual respeito. Por outro lado, há autores que argumentam que uma sociedade com fortes metas coletivas pode ser liberal desde que mantenha o princípio de respeitar a diversidade, e desde que possa oferecer salvaguardas adequadas aos direitos fundamentais. De acordo com essa visão, uma sociedade liberal se mede pela forma com que trata suas minorias.
Tal debate evidencia o paradoxo resultante da incompatibilidade entre:
Nos últimos anos, a Europa tem assistido a ascensão de partidos e lideranças de extrema-direita. Na Áustria, o Partido da Liberdade – que tem em Jörg Haider, acusado de negar o holocausto, um de seus principais expoentes – conseguiu 26% de votos nas eleições nacionais. Na França, o partido de Jean-Marie Le Pen obteve uma vitória histórica (25% dos votos) na última eleição para renovar a Parlamento Europeu, tornando-se a primeira força política do país. O partido Aurora Dourada possui quase 10% dos votos na Grécia e, na Hungria, o partido Jobbik réune 18% do eleitorado. Semelhante tendência de crescimento do extremismo fora observada durante a depressão que se seguiu à Primeira Guerra Mundial durante as décadas de 1920 e 1930, o que sugere que há uma correlação entre:
“A história de todas as sociedades que existiram até nossos dias tem sido a história das lutas de classes. Homem livre e escravo, patrício e plebeu, barão e servo, mestre de corporação e companheiro, numa palavra, opressores e oprimidos, em constante oposição, têm vivido numa guerra ininterrupta, ora franca, ora disfarçada; uma guerra que terminou sempre, ou por uma transformação revolucionária, da sociedade inteira, ou pela destruição das duas classes em luta. (...) Vocês se horrorizam com o fato de que queremos abolir a propriedade privada. No entanto, a propriedade privada foi abolida para nove décimos dos integrantes de sua sociedade; ela existe para vocês exatamente porque para nove décimos ela não existe. Vocês nos acusam de querer suprimir a propriedade cuja premissa é privar da propriedade a imensa maioria da sociedade.” (MARX, Karl e ENGELS, Friedrich. Manifesto Comunista.)
“Há uma luta de classes, sem dúvida. E é a minha classe, a dos ricos, que está fazendo esta luta, e vencendo”. (BUFFET, Warren, bilionário norte-americano, em 2006.)
O tema da estratificação social, e da desigualdade entre classes como motor do conflito nas sociedades, foi recentemente reconduzido ao centro do debate político nos Estados Unidos, principalmente em função:
O sociólogo Louis Wirth definiu minoria como “um grupo de pessoas que, em função de suas características físicas ou culturais, diferenciam-se pelo tratamento desigual recebido na sociedade em que vivem, e que portanto consideram a si mesmos como objeto de discriminação coletiva”. Tal definição está assentada em critérios:
A publicação do livro “O Capital no Século XXI”, do economista francês Thomas Piketty, deflagrou um grande debate no mundo acadêmico ao recolocar em pauta a questão da relação entre o modo de produção capitalista e a desigualdade. As séries históricas e estatísticas nas quais Piketty se apóia para avançar sua tese estão sob intenso escrutínio, e devem permanecer alvo de controvérsia durante algum tempo. Contudo, há outras fontes de pesquisas e dados sobre o tema da desigualdade – como por exemplo o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), e o relatórios do Credit Suisse, que apontou que 68,7% da população mundial possui apenas 3% da riqueza, ao passo que 0,7% da população acumula 41% da riqueza.
Esses relatórios, amplamente divulgados na imprensa, indicam que, nos últimos 20 anos, a desigualdade de renda está:
Paul Singer buscou, nas suas análises, observar a influência dos elementos estruturais para a formação e desenvolvimento das cidades, segundo ele “a migração interna é um processo social, deve-se supor que ele tenha causas estruturais que impelem determinados grupos a se pôr em movimento.” (1998, p. 52). O autor acrescenta que “quase sempre as causas são econômicas e tem como motor”:
A conceptualização de pobreza é dinâmica. A medida que foram incorporados novos parâmetros às suas definições, há uma complexificação na definição do que seja pobreza. Para Serge Paugam (2003):
“nas sociedades modernas, a pobreza não é somente o estado de uma pessoa que tem falta de bens materiais, corresponde igualmente a um estatuto social específico, inferior e desvalorizado que marca profundamente a identidade dos que a experimentam” (p. 23).
Paugam define esse processo como:
Ao refletir a globalização e os impacto das políticas neoliberais sobre os indivíduos, Loïc Wacquant (1999) propõe um pensamento crítico acerca das desigualdades. Para ele, o Estado contemporâneo tenta mascar sua incapacidade de prover políticas públicas e, ao não as prover, transfere para os indivíduos todas as responsabilidades, ou seja, de uma etapa de investimento em políticas de bem-estar social passa-se para uma etapa de políticas de penalização da pobreza. Essa transição, Wacquant chama de:
Jean-Jacques Rousseau considera que o homem dispõe de duas faculdades naturais e originas que os distingue dos animas: a liberdade e a perfectibilidade. Estes dois “elementos” perpassam toda a obra do autor, no seu texto sobre as “As origens da desigualdade entre os homens” (1995), utiliza o conceito de perfectibilidade para tratar:
As injustiças urbanas, as iniquidades territoriais e as dinâmicas e os arranjos de organização de agentes sociais no espaço estão diretamente relacionados com as formas de se envolver no território e o sentido de transformação social produzido coletivamente. Esta compreensão se coloca como importante na perspectiva do desenvolvimento urbano em que, de forma geral, implica, EXCETO: