Questões de Concurso
Sobre construção de estados e o absolutismo em história
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As ideias messiânicas foram apropriadas por Fernão Lopes, que construiu a imagem de D. João como uma espécie de chefe messiânico, cujas atitudes são sancionadas por Deus. As suas ações possuem proximidade com os reis do Antigo Testamento e a própria figura de do Mestre de Avis tem analogias a Cristo, sendo Nuno Álvares, seu comandante militar, associado a S. Pedro, que levaria o povo eleito, a uma terra de leite e mel. Esse messias é incondicionalmente apoiado pelo povo português, o “povo do Messias de Lisboa”. Os que são partidários do Mestre, neste discurso são os bons cristãos e considerados “bons portugueses”: a população de Lisboa e os nobres segundos. Já a nobreza tradicional e o rei de Castela, que por sua vez apoia o papa de Avignon, passam a ser apresentados no discurso do cronista como o “outro”, a representação do Mal. D. João é visto como o verdadeiro “protetor” da nacionalidade portuguesa, com apoio de Deus e do povo português.
O cronista Fernão Lopes (1385-1460) foi contratado oficialmente para escrever sobre a vida dos reis portugueses da Dinastia de Avis, especialmente a respeito de Dom João I, o Mestre de Avis.
Sobre esse tipo de discurso, considerando o contexto histórico português, é CORRETO afirmar:
A partir da segunda metade do século XVIII, alguns soberanos absolutistas ou seus ministros, baseados em princípios iluministas, particularmente os de Voltaire, empreenderam uma política de reformas, visando à modernização nacional, com o objetivo de racionalizar a administração, a taxação de impostos e o incentivo a educação.
Essa política era denominada:
I. A imprensa socialista teve papel significativo para a difusão do pensamento marxista e da construção de uma cultura política operária que contribuiu decisivamente para sua socialização política. II. O crescente envolvimento do partido social-democrata na luta política parlamentar gerou intenso debate entre os socialistas em torno da opção pela revolução ou pela reforma do sistema político. III. A cultura política socialista no final do século XIX incluiu influências não-marxistas, a exemplo do proudhonismo francês e o lassallismo na Alemanha, o que contribuiu para a constituição de uma cultura popular socialista com certo grau de ecletismo.
Assinale a alternativa correta:
"É preciso que os soberanos possam dar a lei aos súditos e anular ou revogar as leis inúteis para fazer outras; o que não pode ser feito por aquele que está submetido às leis ou por aquele que está sob o comando de outrem [...] todos os príncipes da Terra estão submetidos à lei divina e não têm poder de contrariá-la, se não querem ser culpados de crime de lesa majestade, fazendo guerra contra Deus" (BODIN, Jean. Os seis livros da república. Livro I. São Paulo, Editora Icone, pp.191-3).
Jean Bodin é um teórico típico do sistema político conhecido na história como:
(Carvalho, J.M. Cidadania do Brasil: O longo caminho. In: Civilização Brasileira. Rio de Janeiro)
De acordo com o pensamento do autor, assinale a alternativa que apresenta um exemplo relacionado à construção da cidadania:
“A única maneira de instituir um tal poder comum, capaz de os defender das invasões dos estrangeiros e das injúrias uns dos outros, garantindo-lhes assim uma segurança suficiente para que, mediante o seu próprio labor e graças aos frutos da terra, possam alimentar-se e viver satisfeitos, é conferir toda a sua força e poder a um homem, ou a uma assembleia de homens, que possa reduzir as suas diversas vontades, por pluralidade de votos, a uma só vontade. O que equivale a dizer: designar um homem ou uma assembleia de homens como representante das suas pessoas, considerando-se e reconhecendo-se cada um como autor de todos os atos que aquele que representa a sua pessoa praticar ou levar a praticar, em tudo o que disser respeito à paz e segurança comum; todos submetendo assim as suas vontades à vontade do representante, e as suas decisões à sua decisão”
(HOBBES, T. Leviatã. Os Pensadores. São Paulo: Editora Nova Cultural, 1997.p. 130).
O Antigo Regime, dentro de sua complexidade enquanto fenômeno histórico, NÃO pode ser entendido como:
(Perry Anderson. Linhagens do Estado absolutista)
Como argumento para a tese apresentada, Perry Anderson mostra que
Luis XIV ordenou a construção de um imenso palácio próximo à Paris, em Versalhes, para acolher a corte. Essa imensa construção foi projetada pelo arquiteto Le Vau para abrigar até 20.000 pessoas, entre nobres e serviçais. Para erguê-lo numa área pantanosa foram necessários mais de 35.000 trabalhadores (...).
BURKE, P. A fabricação do Rei: a construção da imagem pública de Luis XIV. Rio de Janeiro: Zahar, 1994.
O Palácio de Versalhes, na França de Luis XIV,
simboliza o apogeu do Estado Absolutista,
caracterizado pela:
De acordo com o historiador citado, as afirmações abaixo, sobre as teorias do poder monárquico, podem ser relacionadas, respectivamente, aos seguintes pensadores:
I. A educação de um príncipe só pode ser concebida se pautada em uma ética dos valores cristãos. II. Assim como a soberania divina é exercida por um só Deus, apenas o governo de um só homem é capaz de manter a unidade política.
Leia o trecho a seguir.
O que as monarquias do século XVII pretendiam não era tanto a centralização, mas o fortalecimento das suas dinastias, a imposição do princípio de autoridade sobre seus súditos considerados pouco obedientes e pouco cumpridores de suas obrigações, especialmente em matéria fiscal e na reputação na cena internacional, reputação essa considerada impossível sem um exército vitorioso e temível.
PUJOL, Xavier Gil. Centralismo e Localismo? In Penélope.
Fazer e Desfazer a História, nº 06, Lisboa, 1991.
De acordo com o trecho acima, a autoridade régia das monarquias europeias do século XVII caracterizava-se pelo(a)
A respeito do Congresso de Viena (1814-1815), a ordem internacional por ele estabelecida e eventos correlacionados a esse tema, julgue (C ou E) o item subsequente.
A Quádrupla Aliança, selada em 1815 entre a Grã-Bretanha,
o Império Austríaco, o Império Russo e o Reino da Prússia,
impediu a participação da França no Congresso de Viena e
assegurou a exclusão desse país do círculo das grandes
potências europeias até a metade do século XIX.
As reproduções acima são apenas duas das muitas que poderiam ser escolhidas para representar a fabricação – para usar
a expressão do historiador Peter Burke – de uma imagem específica para o rei Luís XIV, da França.
Sobre essas imagens e o contexto de sua produção, analise as afirmativas a seguir.
I – A primeira reprodução destaca o vínculo de Luis XIV com o conhecimento científico do período, distinguindo-o dos demais reis da época, cujas representações enfatizavam seus vínculos com a Igreja católica ou protestante.
II – Um tema recorrente dessa fabricação, não contemplado nas reproduções acima, era a identificação do monarca com personagens reais ou mitológicos da Antiguidade clássica.
III – A tolerância do rei também estava entre os atributos destacados em grande parte das representações produzidas na época, em função, sobretudo, da assinatura do Édito de Nantes.
IV – A segunda reprodução confere relevo à habilidade do rei como guerreiro, virtude ainda muito valorizada pela nobreza, símbolo de suas tradições e de sua importância nas hierarquias do Antigo Regime.
(HESPANHA, A. Caleidoscópio do Antigo Regime. São Paulo: Alameda, 2012.)
Tais conflitos eram reduzidos pela estrutura corporativa que sustenta as formações sociais modernas. Sobre os fatores que explicam essa situação de conflito, assinale a afirmativa correta.