Questões de Concurso Sobre escolas literárias em literatura

Foram encontradas 967 questões

Q912869 Literatura

Textos para a questão


Texto I

   

    A beleza de Virgília tinha agora um tom grandioso, que não possuíra antes de casar. Era dessas figuras talhadas em pentélico, de um lavor nobre, rasgado e puro, tranquilamente bela, como as estátuas, mas não apática nem fria. Ao contrário, tinha o aspecto das naturezas cálidas, e podia-se dizer que, na realidade, resumia todo o amor. Resumia-o sobretudo naquela ocasião, em que exprimia mudamente tudo quanto pode dizer a pupila humana. Mas o tempo urgia; deslacei-lhe as mãos, peguei-lhe nos pulsos, e, fito nela, perguntei-lhe se tinha coragem.

— De quê?
— De fugir.
Machado de Assis. Memórias Póstumas de Brás Cubas. LXIII Fujamos. Porto Alegre: L&PM, 2004, p.110-1.

Texto II

    Rita, essa noite, recolhera-se aflita e assustada. (...) Desde que Jerônimo propendeu para ela, fascinando-a com a sua tranquila seriedade de animal bom e forte, o sangue da mestiça reclamou os seus direitos de apuração, e Rita preferiu no europeu o macho de raça superior. O cavouqueiro, pelo seu lado, cedendo às imposições mesológicas, enfarava a esposa, sua congênere, e queria a mulata, porque a mulata era o prazer, era a volúpia, era o fruto dourado e acre destes sertões americanos, onde a alma de Jerônimo aprendeu lascívias de macaco e onde seu corpo porejou o cheiro sensual dos bodes.
Aluísio Azevedo. O cortiço. Cap. XV. São Paulo: Ática, 1990, p. 117

A partir da leitura comparativa entre os textos I e II, assinale a opção correta acerca da diferença entre a produção literária realista e a naturalista no Brasil.
Alternativas
Q912868 Literatura
Aurélia ergueu-se impetuosamente. — Então me enganei? Exclamou a moça com estranho arrebatamento. O senhor ama-me sinceramente e não se casou comigo por interesse? Seixas demorou um instante o olhar no semblante da moça, que estava suspensa de seus lábios, para beber-lhe as palavras: — Não, senhora, não enganou-se, disse afinal com o mesmo tom frio e inflexível. Vendi-me; pertenço-lhe. A senhora teve o mau gosto de comprar um marido aviltado; aqui o tem como o desejou. Podia ter feito de um caráter, talvez gasto pela educação, um homem de bem, que se enobrecesse com sua afeição; preferiu um escravo branco; estava em seu direito, pagava com seu dinheiro, e pagava generosamente. Esse escravo aqui o tem; é seu marido, porém nada mais do que seu marido! O rubor afogueou as faces de Aurélia, ouvindo essa palavra acentuada pelo sarcasmo de Seixas. — Ajustei-me por cem contos de réis; continuou Fernando; foi pouco, mas o mercado está concluído. Recebi como sinal da compra vinte contos de réis; falta-me arrecadar o resto do preço, que a senhora acaba de pagar-me. O moço curvou-se para apanhar o cheque. Leu com atenção o algarismo, e dobrando lentamente o papel, guardou-o no bolso do rico chambre de gorgorão azul. — Quer que lhe passe um recibo?... Não; confia na minha palavra. Não é seguro. Enfim estou pago. O escravo entra em serviço. Soltando estas palavras com pasmosa volubilidade, que parecia indicar o requinte da impudência, Fernando sentou-se outra vez defronte da mulher. — Espero suas ordens.
José de Alencar. Senhora. São Paulo: Ática, 1980, p. 98-9.
A partir da leitura desse fragmento de texto, assinale a opção correta em relação ao romance de José de Alencar e ao Romantismo.
Alternativas
Q912867 Literatura
Na poesia da segunda metade do século XVIII, manifestam-se as tendências didáticas e de crítica social. Sofrendo influência da Ilustração, elas constituem um esboço do que seria a consciência nacional propriamente dita. O exemplo mais brilhante é obviamente o poema Cartas Chilenas, que expõe com veemência a corrupção administrativa e os abusos do poder. Alguns escritores (encarnando tanto a visão utópica dos nativistas, transfiguradores da realidade, quanto a mentalidade crítica dos precursores do nacionalismo) chegaram a exprimir algumas reivindicações do povo brasileiro, que começava a perceber as contradições do domínio português. Os escritores que se reuniram a fim de debater e aventar soluções para esses problemas foram presos, processados, exilados, infamados socialmente, tanto na repressão da Inconfidência Mineira, de 1789, quanto na que se poderia chamar Inconfidência Carioca, de 1794. Esses poetas, eruditos e sacerdotes exprimem a maturidade da inteligência brasileira aplicada ao conhecimento e à expressão do país. A sua tomada de posição, que caro lhes custou, pode ser considerada o primeiro sinal concreto do movimento que terminaria com a independência política em 1822. E isso mostra como a literatura foi atuante na imposição dos padrões culturais [da metrópole] e, a seguir, também como fermento crítico capaz de manifestar as desarmonias da colonização.
Antonio Candido. Literatura de dois gumes. In: A educação pela noite e outros ensaios. São Paulo: Ática, 1989, p. 170-1 (com adaptações).
Considerando as informações texto acima, assinale a opção correta acerca do papel do Arcadismo brasileiro como movimento paralelo à Inconfidência Mineira.
Alternativas
Q912866 Literatura

Texto para a questão

               

             Aos Caramurus da Baía

                                    Gregório de Matos




Glossário:
aricobé: variação de cobé, tribo indígena
caramurus da baía: fidalgos mestiços
carimá: farinha ou papa de mandioca
caruru: planta de uso alimentar.
cobepá: dialeto da tribo cobé, que habitava as cercanias de salvador
marau: patife maré: ilha do recôncavo baiano
mingau de puba: papa de farinha de mandioca puba, comida típica dos indígenas brasileiros
moqueca: guisado de peixe
paí: senhor branco
paiaiá: pajé
passé: localidade na bahia
pirajá: antiga terra dos índios tupinambás
petitinga: espécie de peixes pequeninos
No que se refere ao Arcadismo brasileiro, assinale a opção correta.
Alternativas
Q912865 Literatura

Texto para a questão

               

             Aos Caramurus da Baía

                                    Gregório de Matos




Glossário:
aricobé: variação de cobé, tribo indígena
caramurus da baía: fidalgos mestiços
carimá: farinha ou papa de mandioca
caruru: planta de uso alimentar.
cobepá: dialeto da tribo cobé, que habitava as cercanias de salvador
marau: patife maré: ilha do recôncavo baiano
mingau de puba: papa de farinha de mandioca puba, comida típica dos indígenas brasileiros
moqueca: guisado de peixe
paí: senhor branco
paiaiá: pajé
passé: localidade na bahia
pirajá: antiga terra dos índios tupinambás
petitinga: espécie de peixes pequeninos
Assinale a opção correta no que se refere à associação entre o poema Aos Caramurus da Baía e as relações sociais e históricas presentes no Barroco do Brasil seiscentista.
Alternativas
Q912864 Literatura

Texto para a questão

               

             Aos Caramurus da Baía

                                    Gregório de Matos




Glossário:
aricobé: variação de cobé, tribo indígena
caramurus da baía: fidalgos mestiços
carimá: farinha ou papa de mandioca
caruru: planta de uso alimentar.
cobepá: dialeto da tribo cobé, que habitava as cercanias de salvador
marau: patife maré: ilha do recôncavo baiano
mingau de puba: papa de farinha de mandioca puba, comida típica dos indígenas brasileiros
moqueca: guisado de peixe
paí: senhor branco
paiaiá: pajé
passé: localidade na bahia
pirajá: antiga terra dos índios tupinambás
petitinga: espécie de peixes pequeninos
Considerando o poema acima apresentado, o conjunto da obra de Gregório de Matos e o Barroco brasileiro, assinale a opção correta.
Alternativas
Q399103 Literatura
Assinale abaixo a alternativa cuja frase apresenta a figura de linguagem que marca a escola literária Simbolismo.
Alternativas
Q399102 Literatura
A musicalidade, o misticismo e o onirismo são características próprias da escola literária denominada:
Alternativas
Q399100 Literatura
O hiperacúmulo de detalhes, a observação e análise social e o espírito científico são características próprias da escola literária denominada:
Alternativas
Q399098 Literatura
O Romantismo foi um movimento que apresentou uma série de características. Assinale abaixo a alternativa que apresenta uma característica que não é própria do movimento romântico.
Alternativas
Q399097 Literatura
O cultismo e o conceptismo são tendências literárias originariamente espanholas características do:
Alternativas
Ano: 2012 Banca: CETRO Órgão: SESI-DF
Q1200328 Literatura
A educação pela pedra                       Uma educação pela pedra: por lições;   para aprender da pedra, frequentá-la;   captar sua voz inenfática, impessoal   (pela de dicção ela começa as aulas).   A lição de moral, sua resistência fria   ao que flui e a fluir, a ser maleada;  a de poética, sua carnadura concreta;  a de economia, seu adensar-se compacta:   lições de pedra (de fora para dentro,   cartilha muda), para quem soletrá-la.                       Outra educação pela pedra: no Sertão  (de dentro para fora, e pré-didática).  No Sertão a pedra não sabe lecionar,   e se lecionasse não ensinaria nada;   lá não se aprende a pedra: lá a pedra,   uma pedra de nascença, entranha a alma.             Fonte: MELO NETO, João Cabral de. A educação pela pedra. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1996. p. 21.                  Quanto ao período em que foi publicado e às características desse poema, pode-se classificá-lo como   
Alternativas
Ano: 2012 Banca: CESPE / CEBRASPE Órgão: SEDU-ES
Q1194082 Literatura
Conceição passava agora quase o dia inteiro no Campo de Concentração, ajudando a tratar, vendo morrer às centenas as criancinhas lazarentas e trôpegas que as retirantes atiravam no chão, entre montes de trapos, como um lixo humano que aos poucos se integrava de todo ao imundo ambiente onde jazia. 

Dona Inácia, as vezes que podia, acompanhava a neta nessa labuta caridosa, em que a moça empregava o melhor da sua natureza. 

De vez em quando, porém, a avó tinha que repreendê-la por quase não comer, por sempre chegar à casa atrasada, por consumir todo o ordenado em alimentos e purgantes para os doentinhos do Campo; ela respondia, rindo.
Rachel de Queiroz. O quinze. 87.a. ed. Rio de Janeiro: José Olympio, 2010, p. 134 (com adaptações).

Meu avô me levava sempre em suas visitas de corregedor às terras de seu engenho. Ia ver de perto os seus moradores, dar uma visita de senhor nos seus campos. O velho José Paulino gostava de percorrer a sua propriedade, de andá-la canto por canto, entrar pelas suas matas, olhar as suas nascentes, saber das precisões de seu povo, dar os seus gritos de chefe, ouvir queixas e implantar a ordem. Andávamos muito nessas suas visitas de patriarca. Ele parava de porta em porta, batendo com a tabica de cipó-pau nas janelas fechadas. Acudia sempre uma mulher de cara de necessidade: a pobre mulher que paria os seus muitos filhos em cama de vara e criava-os até grandes com o leite de seus úberes de mochila. Elas respondiam pelos maridos.

José Lins do Rêgo. Menino de engenho. 64.a.ed. Rio de Janeiro: José Olympio, 1995, p. 25.

Com base nos fragmentos de texto acima, julgue o item, referentes ao regionalismo brasileiro.

As dificuldades encontradas pelos retirantes no Brasil são descritas em Vidas Secas, de Graciliano Ramos, obra que pertence à tradição do romance nordestino de 30.
Alternativas
Q475961 Literatura
        Num país sem tradições, é compreensível que se tenha desenvolvido a ânsia de ter raízes, de aprofundar no passado a própria realidade, a fim de demonstrar a mesma dignidade histórica dos velhos países. Nesse afã, os românticos compuseram uma literatura para o passado brasileiro, estabelecendo troncos a que se pudesse filiar (...)

                                                                                                                                       (Antonio Candido)

No trecho crítico acima, há elementos que ajudam a compreender
Alternativas
Q324681 Literatura

   Não posso dizer positivamente em que ano nasceu a crônica; mas há toda a probabilidade de crer que foi coletânea das primeiras duas vizinhas. Essas vizinhas, entre o jantar e a merenda, sentaram-se à porta, para debicar os sucessos do dia.
    Provavelmente começaram a lastimar-se do calor. Um dia que não pudera comer ao jantar, outra que tinha a camisa mais ensopando que as ervas que comera. Passar das ervas às plantações do morador fronteiro, e logo às tropelias amatórias do dito morador, e ao resto, era a coisa mais fácil, natural e possível do mundo. Eis a origem da crônica 

(ASSIS, Machado de. As Cem Melhores Crônicas Brasileiras. Objetiva Rio de Janeiro, 2007, p. 27).
Ao final, Machado de Assis diz: “Eis a origem da crônica”. Essa forma de desfecho:

Alternativas
Q605184 Literatura
Considere os textos abaixo para responder à questão.

No vidro traseiro de um carro particular, circulando pela cidade, encontram-se os seguintes dizeres:

I. Eu, Júlia, amo meu marido, o Carlos, que ama Lucas, nosso filho, que ama Laís, irmãzinha dele. Essa é a história de uma família feliz.

Logo abaixo, na lataria, encontra-se o seguinte adesivo: 

II. 

O texto I, citado, traz à memória de quem já o leu o bastante conhecido poema de Carlos Drummond de Andrade:

III. Quadrilha
João amava Teresa que amava Raimundo
que amava Maria que amava Joaquim que amava Lili
que não amava ninguém.
João foi para os Estados Unidos, Teresa para o convento,
Raimundo morreu de desastre, Maria ficou para tia,
Joaquim suicidou-se e Lili casou com J. Pinto Fernandes
que não tinha entrado na história.


A aproximação entre a fala de Júlia (I) e o poema (III) evidencia a correção do seguinte comentário:
Alternativas
Q605182 Literatura
Para responder à questão, considere o texto abaixo, de Ilka Brunhilde Laurito, publicado em Canteiro de obras (São Paulo: Edicon/Scortecci, 1985, p. 43), na unidade “Folclíricas”.

Poeminha fulminante 
Para Flávia e Lygia 
Relampa? 
Relampadeja? 
Relampeja? 
Relampagueia? 
Relampeia? 
Relampadeia? 
E, enquanto a luz 
não esclarece as letras, 
o raio que me parta 
chega. 
Considerando os efeitos de sentido produzidos pelo poema, é correto afirmar:
Alternativas
Q605181 Literatura
Para responder à questão, considere o texto abaixo, de Ilka Brunhilde Laurito, publicado em Canteiro de obras (São Paulo: Edicon/Scortecci, 1985, p. 43), na unidade “Folclíricas”.

Poeminha fulminante 
Para Flávia e Lygia 
Relampa? 
Relampadeja? 
Relampeja? 
Relampagueia? 
Relampeia? 
Relampadeia? 
E, enquanto a luz 
não esclarece as letras, 
o raio que me parta 
chega. 
Numa prática de leitura coletiva, o professor quer enfatizar que, numa unidade de sentido, toda escolha está a serviço de uma intencionalidade do autor. Levando em conta o gênero a que pertence a composição acima, é adequado que o professor chame a atenção, por exemplo, para
Alternativas
Q605180 Literatura
Considere os textos abaixo para responder à questão.

O texto abaixo transcrito constitui a unidade 57 da obra 234: ministórias, do escritor curitibano Dalton Trevisan, publicada em 1997.

– Os dois irmãos eram os piores inimigos. Bem me lembro no enterro da velhinha. Eles seguravam a alça do caixão – e não se olhavam. Pálidos, mas de fúria. Nem a cruz das almas comoveu os dois. Se odiavam tanto que a finadinha bulia sem parar entre as flores.

    Abaixo está transcrito um recorte que foi feito do texto que o escritor e crítico literário Cristovão Tezza publicou, na íntegra, no jornal O Globo, na secção Prosa & Verso, no dia 26/4/97. Título: As 1001 noites de Dalton Trevisan: violência seca colore vitral de Dalton Trevisan.


Para responder a esta questão, considere os textos de Dalton Trevisan, o de Cristovão Tezza e os que seguem.

I. Para que o objeto simbólico (texto) cumpra sua função, é necessário olhar o símbolo e enxergar o simbolizado. Por isso é importante lembrar que a compreensão/produção de textos (objetos simbólicos) mobiliza competências não só linguísticas, mas também extralinguísticas (conhecimento de mundo/saber enciclopédico, determinações socioculturais etc.).
(Caderno de orientação didática: referencial de expectativas para o desenvolvimento da competência leitora e escritora no ciclo II do ensino fundamental da área de língua portuguesa, p. 21)
II. Dalton Trevisan se autodefine como ‘arredio, ai de mim!’, e sua incurável timidez é bastante comentada. Sempre recusando a fama, e a presença de fotógrafos e jornalistas, cria uma atmosfera de suspense em torno de seu nome que o transforma numa enigmática personagem. Afastado do convívio social, enclausurado em casa, mereceu o apelido de “O vampiro de Curitiba”, título de um de seus livros.

É correto afirmar:
Alternativas
Q605179 Literatura
Considere os textos abaixo para responder à questão. 

O texto abaixo transcrito constitui a unidade 57 da obra 234: ministórias, do escritor curitibano Dalton Trevisan, publicada em 1997.

Os dois irmãos eram os piores inimigos. Bem me lembro no enterro da velhinha. Eles seguravam a alça do caixão – e não se olhavam. Pálidos, mas de fúria. Nem a cruz das almas comoveu os dois. Se odiavam tanto que a finadinha bulia sem parar entre as flores.

− Nunca me senti tão só, querida, como na tua companhia. 

    Abaixo está transcrito um recorte que foi feito do texto que o escritor e crítico literário Cristovão Tezza publicou, na íntegra, no jornal O Globo, na secção Prosa & Verso, no dia 26/4/97. Título: As 1001 noites de Dalton Trevisan: violência seca colore vitral de Dalton Trevisan. 


A leitura do texto de Cristovão Tezza, associada à das ministórias de Dalton Trevisan, NÃO abona a seguinte assertiva: em seu texto, Cristovão Tezza
Alternativas
Respostas
901: C
902: E
903: D
904: B
905: E
906: E
907: C
908: C
909: B
910: B
911: D
912: C
913: C
914: A
915: E
916: D
917: E
918: D
919: C
920: D