Questões de Concurso
Sobre romantismo em literatura
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O Zé Pereira chegou de caravela
E preguntou pro guarani da mata virgem
— Sois cristão?
— Não. Sou bravo, sou forte, sou filho da MorteTeterê
tetê Quizá Quizá Quecê!
Lá longe a onça resmungava Uu! ua! uu!
O negro zonzo saído da fornalha
Tomou a palavra e respondeu
— Sim pela graça de Deus
Canhem Babá Canhem Babá Cum Cum!
E fizeram o Carnaval.
Oswald de Andrade. Brasil. In: Primeiro caderno do aluno de poesia Oswald. São Paulo, Círculo do Livro.
Acerca do poema precedente e de aspectos da literatura brasileira a ele relacionados, julgue o item subsecutivo.
O poema estabelece explícita intertextualidade com a obra
I-Juca Pirama, de Gonçalves Dias, poeta do Romantismo
brasileiro.
Considerando as ideias do texto precedente e a relação que ele estabelece com aspectos da historiografia literária brasileira, julgue o item subsequente.
Por se tratar de “Romance da zona pastoril” (ℓ.23), Vidas Secas apresenta um realismo social ininteligível a regiões urbanas do país.
Considerando as ideias do texto precedente e a relação que ele estabelece com aspectos da historiografia literária brasileira, julgue o item subsequente.
Além de José Lins do Rego e Graciliano Ramos, mencionados
no texto, Rachel de Queiroz também compôs a chamada
geração de 1930, a qual guarda estreita relação com
o regionalismo romântico do século XIX.
Julgue o próximo item, com relação ao fragmento de texto apresentado, ao contexto histórico-literário em que foi produzido e à produção literária machadiana.
Para compor um panorama da sociedade carioca do
século XIX, Machado de Assis elege, principalmente nos
romances da segunda fase de sua produção, protagonistas
pertencentes às classes populares, como é o caso de Bento
Santiago, narrador de Dom Casmurro.
Julgue o próximo item, com relação ao fragmento de texto apresentado, ao contexto histórico-literário em que foi produzido e à produção literária machadiana.
A crueldade e a rebeldia que caracterizam o menino Brás
Cubas se contrapõem à imagem idealizada de infância,
própria de autores românticos.
Considerando o poema apresentado, julgue o item a seguir, a respeito do Romantismo brasileiro.
O Romantismo no Brasil apresentou postura de combate a
conjunturas adversas, como na luta em favor do abolicionismo,
representada tanto no poema de Castro Alves como no
romance Inocência, de Visconde de Taunay.
Considerando o poema apresentado, julgue o item a seguir, a respeito do Romantismo brasileiro.
Diferentemente da segunda geração romântica, marcada
pelo sentimentalismo exacerbado, a poesia de Castro Alves
afirma-se como instrumento de luta e de reformas sociais.
Considerando o poema apresentado, julgue o item a seguir, a respeito do Romantismo brasileiro.
O uso de vocativo e de pontuação expressiva constitui recurso
textual que colabora para atribuir ao texto tom característico da
oratória, próprio da poesia condoreira.
Considerando o poema apresentado, julgue o item a seguir, a respeito do Romantismo brasileiro.
Esse poema de Castro Alves é representativo da poesia da
primeira geração romântica, cujo projeto era fundado na
perspectiva nacionalista e buscava libertar a literatura
brasileira das influências literárias portuguesas.
Considere os comentários:
(I)
Obra inovadora, uma narrativa poética, na qual plantas, pássaros e insetos são apresentados de forma afetiva. Constitui um romance de costumes que traz a vida e a morte de pequenos animais. Esses vivem em uma chácara urbana, onde a batalha pela vida pode significar a luta pela sobrevivência humana.
(II)
Currais Novos e o Seridó são o ambiente dessa narrativa em primeira pessoa. O narrador é um menino do sertão que vem morar na cidade para estudar. A linguagem apresenta-se duramente poética, sem rodeios, confrontando o rural e o urbano.
(III)
A narrativa desenvolve-se na Natal do início do século XX, período em que a cidade sofreu grandes transformações impulsionadas pelos ecos de uma modernidade que acontecia nas grandes metrópoles. A personagem principal, de comportamento, supostamente, transgressor, acaba se rendendo às imposições sociais e abdicando de seus desejos.
(IV)
A transformação da personagem principal, um sertanejo submisso e libidinoso da região do Seridó, é motivo para tornar visíveis elementos tradicionais dessa região norte-rio-grandense. A narrativa, construída à semelhança das narrativas de cordel, evidencia mitos, lendas e diversas figuras que compõem a cultura popular.
Fonte: FUNCERN, 2017.
Considerando o percurso da prosa da literatura do Rio Grande do Norte, os comentários referem-se,
respectivamente, aos seguintes romances:
Considere o excerto:
Romantismo, indianismo, nativismo e paixão pela cultura popular vingaram no mesmo clima de emancipação do Antigo Regime. O processo atravessou duas ou três gerações e, embora tenha sido mais agudo no período das independências, persistiu até o século seguinte, resistindo bravamente às ondas cosmopolitas do pensamento evolucionista, aqui ajustadas e filtradas de tal modo que se misturaram generosamente com o folclorismo romântico.No Brasil, trabalhos de levantamento e transcrição dos materiais de base foram empreendidos por José de Alencar, Juvenal Galeno, Celso de Magalhães, Couto de Magalhães, Sílvio Romero, João Ribeiro e, no século XX, por Amadeu Amaral, Mário de Andrade, Renato Almeida, Lindolfo Gomes, Augusto Meyer, Câmara Cascudo, Gustavo Barroso, Cavalcanti Proença, Oswaldo Elias Xidieh, Theo Brandão, Ariano Suassuna e tantos outros. Colheram todos a relação entre os agentes da cultura não letrada, quase sempre anônimos, e a palavra oral, pois o imaginário popular se exprimiu, durante séculos, abaixo do limiar da escrita.
No conjunto, o que aconteceu foi uma verdadeira operação de passagem, pela qual o letrado brasileiro foi incorporando ao repertório do leitor culto os signos e as imagens de um estilo de vida interiorano, rústico e pobre. Valorizando estética e moralmente as tradições populares, carreava-se a água para o moinho das identidades regionais e, no limite, da identidade nacional.
Fonte: BOSI, A. Literatura e resistência. São Paulo: Companhia das Letras, 2002. p. 259-260.
O personagem da literatura brasileira que melhor ilustra essa operação de passagem, contribuindo,
significativamente, para a construção da identidade regional e nacional configura-se em
Considere os excertos de poemas da literatura brasileira:
(I)
Lembro-me bem. A ponte era comprida,
E a minha sombra enorme enchia a ponte,
Como uma pele de rinoceronte
Estendida por toda a minha vida!
(II)
Se se pudesse o espírito que chora
Ver através da máscara da face,
Quanta gente, talvez, que inveja agora
Nos causa, então piedade nos causasse!
(III)
O Eden alli vai n’aquella errante
Ilhinha verde – portos venturosos
Cantando à tona d’água, os tão mimosos
Simplices corações, o amado, o amante.
(IV)
Existe um povo que a bandeira empresta
Para cobrir tanta infâmia e cobardia!...
E deixa-a transformar-se nesta festa
Em manto impuro de bacante fria!...
Em relação aos excertos, é correto afirmar:
Transpuseram a prosa formal, inovaram a ficção, dominaram a força dos gêneros, reformularam a sintaxe e poetizaram o romance brasileiro.
Trata-se dos escritores
Considere os excertos:
(I)
[...] no Brasil, contribuiu de maneira importante pelo fato de ter dado posição privilegiada ao meio e à raça como forças determinantes. Ora, meio e raça eram conceitos que correspondiam a problemas reais e a obsessões profundas, pesando nas concepções dos intelectuais e constituindo uma força impositiva em virtude das teorias científicas do momento [...].
Fonte: CANDIDO, A. O discurso e a cidade. São Paulo: Duas Cidades, 1993. p. 152.
(II)
[...] o homem ocidental não mais se conformava em abrir mão das virtualidades da vida terrena que o humanismo [...] e o alargamento espacial da Terra lhe revelaram. Por isso, o conflito entre o ideal de fuga e renúncia do mundo e as atrações e solicitações terrenas. Diante do dilema, em vez da impossível destruição, tentou a conciliação, a incorporação, a absorção.
Fonte: COUTINHO, A. Introdução à literatura no Brasil. Rio de Janeiro: Editora Bertrand Brasil, 1990. p. 99.
(III)
[...] A interação familiar, a educação da infância, as relações homem-mulher e homem-paisagem, a vida em sociedade, as instituições políticas e religiosas, tudo vai mudando de imagem e de significado no nível da consciência. Estilhaça-se o espelho em que esta reflete e prolonga a cultura recebida. E os cacos, ainda não rejuntados por uma nova ideologia explícita, vão-se dispondo em mosaico quando os apanha o andamento de uma prosa solta, rápida, impressionista.
Fonte: BOSI, A. Céu, inferno. São Paulo: Duas Cidades, 2010. p. 212-213.
(IV)
A fluência ardorosa do tempo, o gosto pelo nebuloso e antigo, a busca de consolidação da identidade nacional, o rosto pátrio, a afirmação de seus primeiros habitantes, [...], o uso da canção de verso breve, o folhetim, a comédia, certa tendência declamatória e a exploração fremente do sentimento sobre a razão.
Fonte: NEJAR, C. História da literatura brasileira: da carta de Caminha aos contemporâneos. São Paulo: Leya, 2011. p. 93.
Tendo em vista os estilos de época da literatura brasileira, os excertos destacados abordam,
respectivamente,
Texto 10A2CCC
Canção do Tamoio
(Natalícia)
Não chores, meu filho;
Não chores, que a vida
É luta renhida:
Viver é lutar.
A vida é combate,
Que os fracos abate,
Que os fortes, os bravos
Só pode exaltar.
Um dia vivemos!
O homem que é forte
Não teme da morte;
Só teme fugir;
No arco que entesa
Tem certa uma presa,
Quer seja tapuia,
Condor ou tapir.
E pois que és meu filho,
Meus brios reveste;
Tamoio nasceste,
Valente serás.
Sê duro guerreiro,
Robusto, fragueiro,
Brasão dos tamoios
Na guerra e na paz.
Teu grito de guerra
Retumbe aos ouvidos
D’imigos transidos
Por vil comoção;
E tremam d’ouvi-lo
Pior que o sibilo
Das setas ligeiras,
Pior que o trovão.
Porém se a fortuna,
Traindo teus passos,
Te arroja nos laços
Do inimigo falaz!
Na última hora
Teus feitos memora,
Tranquilo nos gestos,
Impávido, audaz.
E cai como o tronco
Do raio tocado,
Partido, rojado
Por larga extensão;
Assim morre o forte!
No passo da morte
Triunfa, conquista
Mais alto brasão.
As armas ensaia,
Penetra na vida:
Pesada ou querida,
Viver é lutar.
Se o duro combate
Os fracos abate,
Aos fortes, aos bravos,
Só pode exaltar.
Gonçalves Dias. Canção do Tamoio. Internet: <www.dominiopublico.gov.br>
Leia os itens e, quanto aos autores - obras, assinale a alternativa correta.
I - Marília de Dirceu (Tomás Antônio Gonzaga)
II - A Moreninha (Joaquim Manuel de Macedo)
III - O Ateneu (Raul Pompeia)
IV - Broquéis (Cruz e Sousa)
V - Sagarana (João Cabral de Melo Neto)
Analisando a veracidade das informações a partir do que registra Bosi (2013), é CORRETO afirmar que: