Questões de Concurso
Sobre romantismo em literatura
Foram encontradas 231 questões
( ) O poeta compartilhava com os intelectuais de sua época um sentimento humanitário em relação aos negros escravizados, tema que abordou em poemas célebres. ( ) A sua poesia lírico-amorosa, outra vertente de sua obra, propunha uma concepção de amor diferente daquela defendida pelos românticos das fases anteriores, já que os poemas de Castro Alves apresentam mulheres sensuais, dotadas de erotismo e de sentimentos intensos. ( ) O tom grandiloquente dos versos de Castro Alves é marcado por figuras de linguagem que remetem a uma natureza impressionante: astros, oceano, tufão, condor, águia, etc. ( ) Castro Alves usa uma grande dramaticidade em Navio negreiro, a fim de expressar o horror do eu-lírico diante da crueldade humana: “Senhor Deus dos desgraçados! //Dizei-me vós, Senhor Deus! //Se é loucura... se é verdade //Tanto horror perante os céus?!”
A ordem correta de preenchimento dos parênteses, de cima para baixo, é
Estas são algumas características do:
Leia, a seguir, o trecho da obra Triste fim de Policarpo Quaresma, de Lima Barreto.
“O que mais a impressionou no passeio foi a
miséria geral, a falta de cultivo, a pobreza das
casas, o ar triste, abatido da gente pobre.
Educada na cidade, ela tinha dos roceiros ideia
de que eram felizes, saudáveis e alegres.
Havendo tanto barro, tanta água, por que as
casas não eram de tijolos e não tinham telhas?
Era sempre aquele sapê sinistro e aquele
"sopapo" que deixava ver a trama de varas,
como o esqueleto de um doente. Por que, ao
redor dessas casas, não havia culturas, uma
horta, um pomar? Não seria tão fácil, trabalho de
horas? E não havia gado, nem grande nem
pequeno. Era raro uma cabra, um carneiro. Por
quê? Mesmo nas fazendas, o espetáculo não era
mais animador. Todas soturnas, baixas, quase
sem o pomar olente e a horta suculenta. A não
ser o café e um milharal, aqui e ali, ela não pôde
ver outra lavoura, outra indústria agrícola. Não
podia ser preguiça só ou indolência. Para o seu
gasto, para uso próprio, o homem tem sempre
energia para trabalhar. As populações mais
acusadas de preguiça, trabalham relativamente.
Na África, na Índia, na Cochinchina, em toda parte, os casais, as famílias, as tribos, plantam
um pouco, algumas coisas para eles. Seria a
terra? Que seria? E todas essas questões
desafiavam a sua curiosidade, o seu desejo de
saber, e também a sua piedade e simpatia por
aqueles párias, maltrapilhos, mal alojados, talvez
com fome, sorumbáticos!…” (BARRETO, Lima, 1983
[1915], p. 61 e 62).
Texto para a questão:
CAÇADA
Em pé, no meio do espaço que formava a grande abóbada de árvores, encostado a um velho tronco decepado pelo raio, via-se um índio na flor da idade. Uma simples túnica de algodão, a que os indígenas chamavam aimará, apertada à cintura por uma faixa de penas escarlates, caía-lhe dos ombros até ao meio da perna, e desenhava o talhe delgado e esbelto como um junco selvagem. Sobre a alvura diáfana do algodão, a sua pele, cor de cobre, brilhava com reflexos dourados; os cabelos pretos cortados rentes, a tez lisa, os olhos grandes com os cantos exteriores erguidos para a fronte; a pupila negra, móbil, cintilante; a boca forte mas bem modelada e guarnecida de dentes alvos, davam ao rosto pouco oval a beleza inculta da graça, da força e da inteligência.
Tinha a cabeça cingida por uma fita de couro, à qual se prendiam do lado esquerdo duas plumas matizadas, que descrevendo uma longa espiral, vinham roçar com as pontas negras o pescoço flexível.
Era de alta estatura; tinha as mãos delicadas; a perna ágil e nervosa, ornada com uma axorca de frutos amarelos, apoiava-se sobre um pé pequeno, mas firme no andar e veloz na corrida. Segurava o arco e as flechas com a mão direita calda, e com a esquerda mantinha verticalmente diante de si um longo forcado de pau enegrecido pelo fogo.
[...]
Ali por entre a folhagem, distinguiam-se as ondulações felinas de um dorso negro, brilhante, marchetado de pardo; às vezes viam-se brilhar na sombra dois raios vítreos e pálidos, que semelhavam os reflexos de alguma cristalização de rocha, ferida pela luz do sol.
Era uma onça enorme; de garras apoiadas sobre um grosso ramo de árvore, e pés suspensos no galho superior, encolhia o corpo, preparando o salto gigantesco.
Batia os flancos com a larga cauda, e movia a cabeça monstruosa, como procurando uma aberta entre a folhagem para arremessar o pulo; uma espécie de riso sardônico e feroz contraía-lhe as negras mandíbulas, e mostrava a linha de dentes amarelos; as ventas dilatadas aspiravam fortemente e pareciam deleitar-se já com o odor do sangue da vítima.
O índio, sorrindo e indolentemente encostado ao tronco seco, não perdia um só desses movimentos, e esperava o inimigo com a calma e serenidade do homem que contempla uma cena agradável: apenas a fixidade do olhar revelava um pensamento de defesa.
Assim, durante um curto instante, a fera e o selvagem mediram-se mutuamente, com os olhos nos olhos um do outro; depois o tigre agachou-se, e ia formar o salto, quando a cavalgata apareceu na entrada da clareira.
Então o animal, lançando ao redor um olhar injetado de sangue, eriçou o pelo, e ficou imóvel no mesmo lugar, hesitando se devia arriscar o ataque. O guarani. São Paulo: Ática, 1995.
Texto para a questão:
CAÇADA
Em pé, no meio do espaço que formava a grande abóbada de árvores, encostado a um velho tronco decepado pelo raio, via-se um índio na flor da idade. Uma simples túnica de algodão, a que os indígenas chamavam aimará, apertada à cintura por uma faixa de penas escarlates, caía-lhe dos ombros até ao meio da perna, e desenhava o talhe delgado e esbelto como um junco selvagem. Sobre a alvura diáfana do algodão, a sua pele, cor de cobre, brilhava com reflexos dourados; os cabelos pretos cortados rentes, a tez lisa, os olhos grandes com os cantos exteriores erguidos para a fronte; a pupila negra, móbil, cintilante; a boca forte mas bem modelada e guarnecida de dentes alvos, davam ao rosto pouco oval a beleza inculta da graça, da força e da inteligência.
Tinha a cabeça cingida por uma fita de couro, à qual se prendiam do lado esquerdo duas plumas matizadas, que descrevendo uma longa espiral, vinham roçar com as pontas negras o pescoço flexível.
Era de alta estatura; tinha as mãos delicadas; a perna ágil e nervosa, ornada com uma axorca de frutos amarelos, apoiava-se sobre um pé pequeno, mas firme no andar e veloz na corrida. Segurava o arco e as flechas com a mão direita calda, e com a esquerda mantinha verticalmente diante de si um longo forcado de pau enegrecido pelo fogo.
[...]
Ali por entre a folhagem, distinguiam-se as ondulações felinas de um dorso negro, brilhante, marchetado de pardo; às vezes viam-se brilhar na sombra dois raios vítreos e pálidos, que semelhavam os reflexos de alguma cristalização de rocha, ferida pela luz do sol.
Era uma onça enorme; de garras apoiadas sobre um grosso ramo de árvore, e pés suspensos no galho superior, encolhia o corpo, preparando o salto gigantesco.
Batia os flancos com a larga cauda, e movia a cabeça monstruosa, como procurando uma aberta entre a folhagem para arremessar o pulo; uma espécie de riso sardônico e feroz contraía-lhe as negras mandíbulas, e mostrava a linha de dentes amarelos; as ventas dilatadas aspiravam fortemente e pareciam deleitar-se já com o odor do sangue da vítima.
O índio, sorrindo e indolentemente encostado ao tronco seco, não perdia um só desses movimentos, e esperava o inimigo com a calma e serenidade do homem que contempla uma cena agradável: apenas a fixidade do olhar revelava um pensamento de defesa.
Assim, durante um curto instante, a fera e o selvagem mediram-se mutuamente, com os olhos nos olhos um do outro; depois o tigre agachou-se, e ia formar o salto, quando a cavalgata apareceu na entrada da clareira.
Então o animal, lançando ao redor um olhar injetado de sangue, eriçou o pelo, e ficou imóvel no mesmo lugar, hesitando se devia arriscar o ataque. O guarani. São Paulo: Ática, 1995.
Minha terra tem palmeiras, Onde canta o Sabiá; As aves, que aqui gorjeiam, Não gorjeiam como lá.
Nosso céu tem mais estrelas, Nossas várzeas têm mais flores, Nossos bosques têm mais vida, Nossa vida mais amores.
Em cismar, sozinho, à noite, Mais prazer encontro eu lá; Minha terra tem palmeiras, Onde canta o Sabiá.
Minha terra tem primores, Que tais não encontro eu cá; Em cismar — sozinho, à noite — Mais prazer encontro eu lá; Minha terra tem palmeiras, Onde canta o Sabiá.
Não permita Deus que eu morra, Sem que eu volte para lá; Sem que desfrute os primores Que não encontro por cá; Sem qu'inda aviste as palmeiras, Onde canta o Sabiá. (“Canção do exílio”, Gonçalves Dias)
SE EU MORRESSE AMANHÃ!
Se eu morresse amanhã, viria ao menos Fechar meus olhos minha triste irmã; Minha mãe de saudades morreria Se eu morresse amanhã!
Quanta glória pressinto em meu futuro! Que aurora de porvir e que manhã! Eu perdera chorando essas coroas Se eu morresse amanhã!
Que sol! que céu azul! que doce n'alva Acorda a natureza mais louçã! Não me batera tanto amor no peito Se eu morresse amanhã!
Mas essa dor da vida que devora A ânsia de glória, o dolorido afã... A dor no peito emudecera ao menos Se eu morresse amanhã! (Álvares de Azevedo)
De acordo com o poema e seu contexto, assinale a alternativa correta:
O navio negreiro V Senhor Deus dos desgraçados! Dizei-me vós, Senhor Deus! Se é loucura... se é verdade Tanto horror perante os céus?! Ó mar, por que não apagas Co'a esponja de tuas vagas De teu manto este borrão?... Astros! noites! tempestades! Rolai das imensidades! Varrei os mares, tufão!
Esse trecho do poema épico-dramático O navio negreiro integra o seguinte movimento literário:
NÃO: JÁ NÃO FALO DE TI. (Cecília Meireles).
Não: já não falo de ti, já não sei de saudades.
Feche-se o coração como um livro, cheio de imagens,
de palavras adormecidas, em altas prateleiras,
até que o pó desfaça o pobre desespero sem força,
que um dia, pode ser, parece tão terrível.
A aranha dorme em sua teia, lá fora, entre a roseira e o muro.
Resplandecem os azulejos e tudo quanto posso ver.
O resto é imaginado, e não coincide, e é temerário
cismar. Talvez se as pálpebras pudessem
inventar outros sonhos, não de vida...
Ah! rompem-se na noite ardentes violas,
pelo ar e pelo frio subitamente roçadas.
Por onde pascerão, nestes céus invioláveis,
nossas perguntas com suas crinas de séculos arrastando-se...
Não só de amor a noite transborda mas de terríveis
crueldades, loucuras, de homicídios mais verdadeiros.
Os homens de sangue estão nas esquinas resfolegando,
e os homens da lei sonolentos movem letras
sobre imensos papéis que eles mesmos não entendem...
Ah! que rosto amaríamos ver inclinar-se na aérea varanda?
Nem os santos podem mais nada. Talvez os anjos abstratos
da álgebra e da geometria.
Estas são algumas características do:
A produção literária era constituída essencialmente de informação e formação, principais características. Essa manifestação literária está associada ao período de exploração do território. Ela se divide, basicamente, em duas estruturas: Literatura – As cartas e documentos são exemplos de literatura de informação. Nesse modelo textual, há um predomínio da descrição, os autores precisavam detalhar as dificuldades da navegação, os aspectos climáticos, as espécies de animais e plantas, a paisagem, os hábitos da população que já vivia aqui. O objetivo da literatura de informação era o de descrever o território que seria colonizado por Portugal. O autor mais importante dessa escola literária é Pero Vaz de Caminha. A “Carta de Pero Vaz de Caminha,” é um dos documentos mais importantes da História do Brasil, o primeiro; nela, o escrivão narra em primeira pessoa todos os detalhes do “Novo Mundo” e do encontro com os povos nativos. Outros escritores foram importantes para o desenvolvimento da literatura informativa, exemplos de Pero de Magalhães Gândavo, Pero Lopes de Souza e Ambrósio Fernandes Brandão. Literatura de formação, Literatura jesuítica: constituída, basicamente, de literatura religiosa e pedagógica. Características que tinham como objetivo a catequização dos indígenas. Na Literatura de Catequese, os padres escreviam poemas, sermões e peças teatrais para mostrar aos nativos qual seria a forma correta de se vestir e se comportar (de acordo com os padrões europeus) e principalmente, abandonar as práticas religiosas que eles consideravam pagãs. A produção é representada pelos escritos dos padres da Companhia de Jesus. O Padre José de Anchieta foi o principal escritor da Literatura jesuítica. Além disso, Anchieta conseguiu uma aproximação com os índios do grupo tupi, e produziu uma gramática da língua falada por esse povo, a “Arte da Gramática da Língua mais usada na Costa do Brasil”. Outros autores também foram importantes para esse movimento literário, como Padre Fernão Cardim e Padre Manoel da Nóbrega.
Em se tratando de período literário, leia as características e assinale a alternativa correspondente.
Nacionalismo, historicismo, exaltação dos valores e os heróis nacionais, ambientando seu passado histórico, principalmente o período medieval. Valorização das fontes populares – o folclore. Escapismo, confessionalismo, pessimismo, crítica social, liberdade de criação e de expressão, individualismo, egocentrismo: (o indivíduo é encarado como o centro do mundo). Sentimentalismo exacerbado, idealização do amor e da mulher, tom depressivo (típico de diversos autores, sendo facilmente encontrável, entre eles, um discurso que exalta a fuga da realidade, seja pela morte, seja pelo sonho, ou ainda pela própria arte.