Questões de Concurso Sobre acentuação gráfica: proparoxítonas, paroxítonas, oxítonas e hiatos em português

Foram encontradas 5.447 questões

Q2898523 Português

A alternativa em que todas as palavras devem ser acentuadas é

Alternativas
Q2894430 Português

TEXTO IV

Leia o texto abaixo e responda às questões 08, 09 e 10.

DA DIFÍCIL ARTE DE REDIGIR UM TELEGRAMA

Uma coisa é incontestável: a linguagem telegráfica só
surgiu depois do telegrama. Nunca ninguém escreveu
uma carta assim: "Viagem boa. Nós bem. Tempo
maravilha. Beijosfulano." O "Beijosfulano", numa
5 palavra só, é um expediente para economizar no
telegrama. Não. Quando as pessoas só escreviam
cartas e não havia crise de papel, o negócio era
escrever laudas e laudas. Quanto mais páginas tinha
uma carta, mais bonita era. Inventaram até o P.S. , que
10 é uma maneira de se escrever uma carta depois da
carta.


Depois, veio Morse, com seus traços e pontos e todo
mundo teve que se virar para escrever mais coisas em
menos palavras. Fica aqui uma pergunta: o que será
15 que Morse inventou primeiro? O telégrafo ou o código
Morse? Das duas uma: ou ele inventou a telegrafia e
depois quebrou a cabeça até achar um alfabeto que se
prestasse para sinalizar palavras, ou então criou um
dia o código, assim de brincadeira e depois ficou
20 pensando: "Como é que eu posso transformar isto
aqui num troço útil?" E aí bolou o telégrafo.


Seja como for, com ele surgiu o estilo telegráfico, muito
usado hoje em dia não só nos telegramas, mas também
nos recados e até nos lembretes que às vezes nós
25 deixamos para nós mesmos: "Dar banho no cachorro",
"Passar banco pegar dinheiro", "Cancelar dentista"
etc.

Jô Soares http://kattyrasga.07.googlepages.com/g%C3%AAnerosdodiscurso

Segundo as regras de acentuação da gramática normativa, as palavras "telégrafo", "código" e "telegráfico", que aparecem no texto, recebem acento porque são

Alternativas
Q2891570 Português
A alternativa em que as três palavras são acentuadas pela mesma razão é:
Alternativas
Q2891131 Português

São palavras acentuadas pelo mesmo motivo exceto

Alternativas
Q2887459 Português

TEXTO: Alguém paga


Trinta anos após a Declaração de Alma-Ata, aprovada na Conferência Internacional sobre Cuidados Primários de Saúde, cuja meta era levar “Saúde para Todos no Ano 2000”, um terço da população mundial continua sem acesso a serviços básicos de saúde. Em todo o mundo, centenas de milhões de pessoas sofrem com a falta de alimentos, água potável, moradia, saneamento básico e educação.

A situação persiste e desafia a liderança e a capacidade de ação de autoridades e especialistas porque lida com uma complexa conjunção de fatores políticos, sociais, econômicos e científico-tecnológicos. Problemas globais demandam soluções globais. Nesta categoria está a ampliação do acesso das populações aos medicamentos.

E o ponto central quando se aborda a questão da oferta de medicamentos a “preços acessíveis” são as fontes de financiamento para a pesquisa e o desenvolvimento (P&D) de substâncias para o tratamento de doenças de larga incidência em países pobres e ricos.

Pois os custos envolvidos nas diversas etapas de P&D de um medicamento são estimados em centenas de milhões de dólares. E o dinheiro precisa vir de algum lugar: Poder Público (isto é, a população), empresas (acionistas e investidores), etc.

Recentemente, um laboratório público anunciou a venda de um novo medicamento a “preço de custo”. Na verdade, a pesquisa do produto foi paga por um consórcio de países e organizações não-governamentais. O tal preço de custo referia-se apenas aos gastos de fabricação. Se o medicamento tivesse de ser desenvolvido integralmente – da pesquisa básica à última fase da pesquisa clínica –, seu preço seria muito maior.

Para o economista Jeffrey Sachs, assessor especial do secretário-geral da ONU para as Metas de Desenvolvimento do Milênio, doenças como a malária poderiam ser superadas por meio de investimentos coordenados mundialmente. Ele reconhece, no entanto, que faltam fundos globais para que este objetivo seja alcançado.

Enquanto a comunidade internacional não chega a um consenso sobre um grande pacto que defina fontes de financiamento, a indústria farmacêutica realiza os elevados investimentos necessários ao desenvolvimento de moléculas inovadoras, que serão mais tarde recuperados no preço de venda desses produtos.

Sem a decisiva contribuição da indústria, a mobilização para o controle da epidemia de Aids não teria tido o sucesso que alcançou, no bojo de um processo que levou à criação de 88 medicamentos e atualmente financia o teste de 92 novas substâncias.

Em 2006, a indústria farmacêutica mundial investiu mais de US$ 75 bilhões na pesquisa de moléculas para o tratamento de milhares de doenças, como tuberculose (19 substâncias), malária (20), doenças materno-infantis (219), doenças predominantes entre as mulheres (mais de 700), etc.

Para além da retórica e de projetos ainda incipientes, o fato é que os principais avanços das últimas décadas na síntese de medicamentos resultaram da iniciativa da indústria farmacêutica e não de governos, organismos internacionais ou ONGs.


(Ciro Mortella, O Globo, 25/08/2008)

Assinale a alternativa em que as palavras são acentuadas pela mesma razão, respectivamente de: conferência, potável, farmacêutica e além:


Alternativas
Ano: 2010 Banca: IESES Órgão: CRA-AC Prova: IESES - 2010 - CRA-AC - Auxiliar Operacional |
Q2876046 Português

Apenas uma das alternativas abaixo está correta quanto à acentuação gráfica. Aponte-a:

Alternativas
Q2847911 Português
No restaurante

    — Quero lasanha.
    Aquele anteprojeto de mulher — quatro anos, no máximo, desabrochando na ultraminissaia — entrou decidido no restaurante. Não precisava de menu, não precisava de mesa, não precisava de nada. Sabia perfeitamente o que queria. Queria lasanha.
    O pai, que mal acabara de estacionar o carro em uma vaga de milagre, apareceu para dirigir a operação-jantar, que é, ou era, da competência dos senhores pais.
    — Meu bem, venha cá.
    — Quero lasanha.
    — Escute aqui, querida. Primeiro, escolhe-se a mesa.
    — Não, já escolhi. Lasanha. Que parada — lia-se na cara do pai. Relutante, a garotinha condescendeu em sentar-se primeiro, e depois encomendar o prato:
    — Vou querer lasanha.
    — Filhinha, por que não pedimos camarão? Você gosta tanto de camarão.
    — Gosto, mas quero lasanha.
    — Eu sei, eu sei que você adora camarão. A gente pede uma fritada bem bacana de camarão. Tá?
    — Quero lasanha, papai. Não quero camarão.
    — Vamos fazer uma coisa. Depois do camarão a gente traça uma lasanha. Que tal?
    — Você come camarão e eu como lasanha.
    O garçom aproximou-se, e ela foi logo instruindo:
    — Quero uma lasanha.
    O pai corrigiu: — Traga uma fritada de camarão pra dois. Caprichada. A coisinha amuou. Então não podia querer? Queriam querer em nome dela? Por que é proibido comer lasanha? Essas 14 interrogações também se liam no seu rosto, pois os lábios mantinham reserva. Quando o garçom voltou com os pratos e o serviço, ela atacou:
    — Moço, tem lasanha?
    — Perfeitamente, senhorita.
    O pai, no contra-ataque:
    — O senhor providenciou a fritada?
    — Já, sim, doutor.
    — De camarões bem grandes?
    — Daqueles legais, doutor.
    — Bem, então me vê um chinite, e pra ela… O que é que você quer, meu anjo?
    — Uma lasanha.
    — Traz um suco de laranja pra ela.
    Com o chopinho e o suco de laranja, veio a famosa fritada de camarão, que, para surpresa do restaurante inteiro, interessado no desenrolar dos acontecimentos, não foi recusada pela senhorita. Ao contrário, papou-a, e bem. A silenciosa manducação atestava, ainda uma vez, no mundo, a vitória do mais forte.
    — Estava uma coisa, hem? — comentou o pai, com um sorriso bem alimentado. —Sábado que vem, a gente repete… Combinado?
    — Agora a lasanha, não é, papai?
    — Eu estou satisfeito. Uns camarões tão geniais! Mas você vai comer mesmo?
    — Eu e você, tá?
    — Meu amor, eu…
    — Tem de me acompanhar, ouviu? Pede a lasanha.
    O pai baixou a cabeça, chamou o garçom, pediu. Aí, um casal, na mesa vizinha, bateu palmas. O resto da sala acompanhou. O pai não sabia onde se meter. A garotinha, impassível. Se, na conjuntura, o poder jovem cambaleia, vem aí, com força total, o poder ultrajovem.

(ANDRADE, Carlos Drummond de. No restaurante: para aprender a gostar de ler; São Paulo: Ática, 2002.) 
O termo em destaque em “Sábado que vem, a gente repete… Combinado?” (29º§) é acentuado pelo mesmo sentido que as palavras a seguir, EXCETO: 
Alternativas
Q2847552 Português

Leia o texto para responder à questão.


                        Extraordinário


        Extraordinário é um livro tocante e profundo que aborda questões como bullying, aceitação, amor e superação e nos ensina que, acima de tudo, devemos amar a nós mesmos e lutar para construir um mundo melhor.
        Conforme avançamos na trama, visualizamos o seguinte panorama: de um lado temos Auggie, que com todas as suas complicações e empecilhos, luta para viver como um garoto normal da sua idade, e do outro, crianças e adultos, que de modo preconceituoso, o excluem do meio social apenas por ser diferente. Acompanhamos gradativamente a família e os únicos amigos que o menino possui, nos impressionamos com a bondade, pureza de seu coração que abraça e acolhe aqueles que querem fazer o bem. [...]
        Extraordinário é ao mesmo um tempo uma obra bela e triste, pois consegue nos passar de modo extremamente delicado e bonito uma realidade que muitas vezes é negligenciada, aquela que fundamenta o preconceito; mas que ensina diversos valores como respeito, compaixão e humanidade.
        A jornada do menino começa propriamente quando os pais decidem colocá-lo na escola, pois agora com 10 anos, não podem mais ficar ensinando lições apenas dentro de casa. Num primeiro momento Auggie se torna relutante e argumenta que os alunos não gostariam dele, mas com a insistência dos pais, ele logo se dá uma chance.
Infelizmente os piores medos de Auggie se tornam realidade. Não que ele já não esperasse tudo aquilo, mas os olhares tortos e a ignorância machucam mais de que podemos imaginar.
        Diversos acontecimentos permeiam a história, porém o que torna este livro realmente brilhante é o fato de que é trazido pra realidade do leitor, a valorização da vida, que muitos se queixam por razões egocêntricas e que são tão “pequenas” perante as reais dificuldades passadas por outros trazendo assim, uma espécie de autorreflexão para aquele que o está lendo.
        Extraordinário é uma obra que mescla crítica e humor de uma forma fluida e gentil, que vai te conquistar logo no primeiro parágrafo! 

https://deolhonaestante.wordpress.com/2015/08/11/resenha-do-livro-extraordinario-de-r-j-palacio/adaptado

No último parágrafo, encontramos as palavras: “extraordinário”, “é”, “crítica” e “parágrafo”, elas são acentuadas, respectivamente, por serem:
Alternativas
Q2818053 Português

Leia o texto que se segue e responda às questões de 01 a 10.


Na China, população troca garrafas PET por passe livre no metrô


01 Já pensou trocar as garrafas PET que iriam direto para o lixoreciclável, por favor – por uma viagem

02 de metrô “na faixa”? Essa é a mais nova realidade dos moradores de Pequim, na China.

03 Máquinas instaladas em duas estações da capital, Jinsong e Shaoyaoju, coletam o material reciclável e,

04 em troca, dão créditos aos usuários do metrô, que podem usá-los para comprar passagens. Cada PET

05 depositada no equipamento vale entre US$ 0,15 e US$ 0,50, de acordo com o tamanho e tipo da garrafa.

06 A ideia é estimular o uso do transporte público na capital chinesa – e, assim, diminuir os índices de

07 congestionamento e poluição – e, ainda, incentivar a prática da reciclagem entre a população. Todo o

08 material coletado nas estações do metrô é enviado para uma central de processamento, que utiliza o plástico para

09 outros fins.

10 As máquinas que trocam PETs por bilhetes de metrô ainda estão em fase de teste, mas, se a iniciativa

11 der certo, a ideia é expandi-la para toda a rede metroviária de Pequim e, também, para a rede de ônibus.


(SPITZCOVSKY, Débora. Revista Super Interessante. http://super.abril.com.br/ - Acesso em 13.08.13)

Quanto à acentuação é CORRETO afirmar que a palavra “ônibus” (linha 11) é acentuada pela mesma razão que

Alternativas
Q2816134 Português

Em relação às regras de acentuação, a palavra “deveríamos” é acentuada pela mesma regra da palavra:

Alternativas
Q2816099 Português

Analise o título da reportagem abaixo:


CLIMATEMPO

Madrugada amena em áreas do centro-sul

(Adaptado de Terra, 13/03/2017)

A palavra “áreas” é devidamente acentuada, pois segue a seguinte regra gramatical de acentuação:

Alternativas
Q2814029 Português

Nossos velhos


Pais heróis e mães rainhas do lar.

Passamos boa parte da nossa existência cultivando estes estereótipos. Até que um dia o pai herói começa a passar o tempo todo sentado, resmunga baixinho e puxa uns assuntos sem pé nem cabeça. A rainha do lar começa a ter dificuldade de concluir as frases e dá pra implicar com a empregada. O que papai e mamãe fizeram para caducar de uma hora para ou…tra? Fizeram 80 anos. Nossos pais envelhecem. Ninguém havia nos preparado pra isso. Um belo dia eles perdem o garbo, ficam mais vulneráveis e adquirem umas manias bobas.

Estão cansados de cuidar dos outros e de servir de exemplo: agora chegou a vez de eles serem cuidados e mimados por nós, nem que pra isso recorram a uma chantagenzinha emocional. Têm muita quilometragem rodada e sabem tudo, e o que não sabem eles inventam. Não fazem mais planos a longo prazo, agora dedicam-se a pequenas aventuras, como comer escondido tudo o que o médico proibiu. Estão com manchas na pele. Ficam tristes de repente. Mas não estão caducos: caducos ficam os filhos, que relutam em aceitar o ciclo da vida. É complicado aceitar que nossos heróis e rainhas já não estão no controle da situação.

Estão frágeis e um pouco esquecidos, têm este direito, mas seguimos exigindo deles a energia de uma usina. Não admitimos suas fraquezas, seu desânimo. Ficamos irritados se eles se atrapalham com o celular e ainda temos a cara-de-pau de corrigi-los quando usam expressões em desuso: calça de brim? frege? auto de praça? Em vez de aceitarmos com serenidade o fato de que as pessoas adotam um ritmo mais lento com o passar dos anos, simplesmente ficamos irritados por eles terem traído nossa confiança, a confiança de que seriam indestrutíveis como os super-heróis. Provocamos discussões inúteis e os enervamos com nossa insistência para que tudo siga como sempre foi. Essa nossa intolerância só pode ser medo. Medo de perdê-los, e medo de perdermos a nós mesmos, medo de também deixarmos de ser lúcidos e joviais. É uma enrascada essa tal de passagem do tempo.

Nos ensinam a tirar proveito de cada etapa da vida, mas é difícil aceitar as etapas dos outros, ainda mais quando os outros são papai e mamãe, nossos alicerces, aqueles para quem sempre podíamos voltar, e que agora estão dando sinais de que um dia irão partir sem nós.


(Martha Medeiros. Disponível em: http://www.viva50.com.br/nossos-velhos-cronica-de-martha-medeiros/. Acesso em: 24/06/2016. Adaptado.)

Assinale a alternativa que apresenta palavras transcritas do texto que são acentuadas pelo mesmo motivo.

Alternativas
Q2807814 Português
Assinale a alternativa em que as palavras estão acentuadas corretamente de acordo com o novo acordo ortográfico.
Alternativas
Q2802806 Português

Leia o texto abaixo e responda às próximas dez questões.


O cinema engana os olhos da gente


Faz cem anos que inventaram o cinema. E nele tudo é mentirinha. As imagens se mexendo na tela não passam de uma ilusão. O homem demorou milhares de anos para realizar o desejo de dar movimento aos desenhos. Nos tempos das cavernas, as pessoas tentavam representar as coisas em movimento. Elas desenhavam, por exemplo, os animais com oito patas. Era o jeito de mostrar o animal correndo.

A história do cinema começou com a invenção da fotografia, os homens conseguiram reproduzir imagens usando luz e produtos químicos.

Foram os irmãos Louis e Auguste Lumière que tornaram o cinema possível. Eles inventaram uma máquina que podia projetar imagens impressas (gravadas) em um filme.

A primeira sessão de cinema aconteceu em Paris, em 1895. O filme era curtinho e mostrava um trem chegando à estação.

Contam que as pessoas ficaram muito surpresas com o trem se aproximando. Teve gente que caiu da cadeira e muitas mulheres gritaram de susto.


(Medeiros, Paula. Folhinha. In: Folha de S. Paulo, 19 maio 1995, adaptado.)

Escolha a alternativa em que a palavra acentuada retirada do texto e sua justificativa, baseada nas regras de acentuação, estejam corretas.

Alternativas
Q2792236 Português

Em relação a acentuação das palavras e o novo acordo ortográfico, assinale a alternativa em que a palavra mantém o acento:

Alternativas
Q2762313 Português
A mesma regra justifica a presença de acento em todas as palavras em:
Alternativas
Q2758814 Português

A violência em Roraima é contra a imagem no espelho


Os venezuelanos encarnam o pesadelo real de que toda estabilidade é provisória e o pertencimento é sempre precário


Eliane Brum


  1. Não se compreende a violência dos brasileiros
  2. contra os venezuelanos sem entender o que é
  3. estar na fronteira e se saber à beira do mapa,
  4. a borda como o precipício que lembra a quem
  5. se agarra ao lado de cá que há uma fera
  6. rosnando no desconhecido. Com exceção dos
  7. povos indígenas, a população não indígena de
  8. Roraima é formada por migrantes recentes, a
  9. maioria da segunda metade do século XX. E
  10. sempre chegando de um outro lugar em que o
  11. chão se tornou movediço embaixo dos pés.
  12. Muitos não desembarcaram em Roraima
  13. diretamente do lugar em que nasceram, mas
  14. antes tentaram pertencer a outros pontos do
  15. mapa e não puderam se fixar por falta de
  16. trabalho ou outras faltas. Quem alcança um
  17. estado como Roraima vindo das regiões mais
  18. pobres do Brasil — ou das porções mais
  19. pobres dos estados rico s— sabe que alcançou
  20. uma espécie de território limite. Dali pra
  21. frente não há mais para onde andar. Talvez o
  22. que um brasileiro de Roraima vislumbre num
  23. venezuelano desesperado e sem lugar seja o
  24. retrato de si mesmo. Uma velha foto bem
  25. conhecida empurrada para o fundo de uma
  26. gaveta da qual ninguém quer lembrar, mas
  27. que nunca pôde ser totalmente esquecida.
  28. Diante dos venezuelanos famintos, doentes e
  29. assustados, desejando desesperadamente
  30. entrar, a imagem se materializa como um
  31. espelho que é preciso destruir. O que
  32. destroem no corpo do outro é a imagem de si
  33. mesmos cujo retorno não podem aceitar.
  34. A angústia de não pertencer rugia dentro da
  35. maioria das pessoas que entrevistei em
  36. Roraima, em diferentes momentos. Mas isso
  37. jamais era admitido. Ao contrário. Como
  38. costuma acontecer neste tipo de fenômeno,
  39. ela se expressava como uma identidade feroz,
  40. a de ser o único cidadão legítimo, o único com
  41. o direito de estar ali, o único que trabalha e
  42. quer progredir. Isso se manifestava em três
  43. comportamentos clássicos: a hostilidade
  44. contra estrangeiros de outra língua,
  45. especialmente americanos, a desconfiança
  46. com relação a brasileiros não migrantes, o
  47. desejo de apagar as populações nativas,
  48. ainda que pela assimilação ou pela supressão
  49. de direitos. (...)
  50. A identidade roraimense é fomentada na
  51. população por velhas e novas elites locais a
  52. partir da ideia de que o Brasil é contra eles
  53. (ou os ignora ou só aparece para se meter
  54. onde não devia, como na atual disputa pelo
  55. fechamento da fronteira com a Venezuela), os
  56. “gringos” querem tomar a Amazônia de seus
  57. legítimos donos e os indígenas impedem o
  58. progresso do estado e também de cada
  59. indivíduo que ali chegou com o sonho de fazer
  60. história, fortuna e, principalmente casa —
  61. lugar de pertencimento para quem tanto
  62. peregrinou pelo mapa do Brasil até finalmente
  63. alcançar a sua borda. Essa é sempre a
  64. condição de fronteira entre aqueles que as
  65. disputam. (...) A fronteira é um espaço de
  66. sobreviventes, que já conheceram o pior de
  67. vários mundos, sofreram estigmas,
  68. preconceitos e indignidades, e estão lutando
  69. por um lugar e sabem muito bem o porquê.
  70. (...)
  71. A imagem dos venezuelanos entrando e
  72. entrando, desesperados, miseráveis e
  73. famintos, é a imagem que um migrante mais
  74. teme para si mesmo. É também a prova de
  75. que a estabilidade é sempre provisória, de
  76. que é possível perder tudo mais uma vez. É a
  77. evidência viva, encarnada, de que não há
  78. lugar seguro, de que o pertencimento é
  79. sempre precário. De que do outro lado da
  80. borda, o abismo espreita com olhos injetados
  81. de sangue. Quem viveu escorregando de
  82. todos os mapas sente a dor dessa experiência
  83. no corpo.


Fonte:

https://brasil.elpais.com/brasil/2018/08/27/opinion.html

Acesso em 06/09/2018. Adaptação.

Considerando a justificativa para a acentuação da palavra “pôde” em “... mas que nunca pôde ser totalmente esquecida” (linhas 26-27), assinale a opção em que a acentuação do termo destacado é justificada pelo mesmo motivo.

Alternativas
Q2755655 Português

Em qual das palavras abaixo o acento agudo foi empregado INCORRETAMENTE:

Alternativas
Q2755651 Português

Assinale a alternativa que contém apenas palavras proparoxítonas:

Alternativas
Q2743218 Português

Quanto à acentuação das palavras paroxítonas, analisar os itens abaixo:


I - “Pólen” deve ser acentuada, mas “polens” não.

II - “Caráter” deve ser acentuada, mas “caracteres” não.

III - “Abdômen” deve ser acentuada, mas “abdomens” não.


Estão CORRETOS:

Alternativas
Respostas
381: B
382: A
383: A
384: D
385: E
386: C
387: A
388: A
389: C
390: C
391: C
392: D
393: D
394: D
395: E
396: C
397: D
398: A
399: A
400: A