Questões de Concurso Sobre acentuação gráfica: proparoxítonas, paroxítonas, oxítonas e hiatos em português

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Q2742948 Português

Texto para as questões 1 a 5:


Canção Amiga


Carlos Drummond de Andrade


Eu preparo uma canção

em que minha mãe se reconheça,

todas as mães se reconheçam,

e que fale como dois olhos.


Caminho por uma rua

que passa em muitos países.

Se não se vêem, eu vejo

e saúdo velhos amigos.


Eu distribuo um segredo

como quem anda ou sorri.

No jeito mais natural

dois carinhos se procuram.


Minha vida, nossas vidas

formam um só diamante.

Aprendi novas palavras

e tornei outras mais belas.


Eu preparo uma canção

que faça acordar os homens

e adormecer as crianças.

Considerando as palavras em destaque (negrito) na segunda estrofe do poema:


I. “Rua” é uma palavra paroxítona, não acentuada porque termina em vogal A.

II. “Países” é uma paroxítona, mas sua acentuação justifica-se pelo hiato formado no interior dessa palavra.

III. “Vêem” é uma palavra paroxítona que também concentra um hiato. Com a Reforma Ortográfica em vigor a partir de 2016, esse acento será abolido.

IV. “Saúdo” é uma palavra paroxítona, cuja acentuação está explicada pela presença do hiato.


Sobre essas afirmações, é correto dizer:

Alternativas
Q2740284 Português

Metendo a tesoura


Ganhei de minha filha uma calça jeans realmente irada. Tão irada, que já veio rasgada, esfolada, remendada. Coisa da moda. Da moda de hoje. Talvez de ontem, coisa que começou nos anos 60.

Rubem Braga dizia que ele era do tempo em que geladeira era branca e telefone era preto. Com efeito, houve um tempo, algo entre o Mesozoico e o Paleolítico superior, em que todos os automóveis eram pretos e as etiquetas sociais eram outras. Mas ganhei esse jeans iradíssimo, surradíssimo e, contraditoriamente, novo. Lembrei-me de quando fui lecionar na Califórnia nos anos 60 (ah! Os anos 60! “those were the days, my friend, I thouught they’ll never end”) (que quer dizer – aqueles foram os dias, meu amigo, pensei que eles nunca fossem terminar) e no primeiro dia de aula causou-me surpresa ver os estudantes de bermuda na aula, mas uma bermuda toda desfiada, meio rasgada. Meninos e meninas meio molambentos, até descalços, e não eram mendigos, eram jovens californianos ricos, cheios de dentes e brilho nos olhos e na pele, falando alto e achando que o mundo era deles. E quase era. Mas muitos deles foram morrer no Vietnã.

Mas eu via aqueles garotos em plena emergência da ideologia hippie, e pensava: eles brincam de pobre porque são ricos, vai ver que nunca viram um, por isto, estão se fantasiando assim. Enfim, fazia parte da revolução de costumes, inverter papeis, subverter o sistema.

Mas o fato é que ganhei aquele jeans. Não era tão degenerado como um que vi o Ronaldinho, numa foto, usando, rasgado de propósito no joelho e que ele botou para ir a uma festa, como se estivesse de fraque. Examinei o meu jeans e dentro, costurado, havia não sei quantas etiquetas dizendo que veio do México com sofisticadas instruções de como lavar o valioso traste. Quer dizer, a moda é do “trash”, mas a gente tem que, mesmo assim, ter cuidado para não estragar o estragado. Então, o experimentei. E ficou ótimo. Cintura baixa, “muderno”. Meio esfolado, com desgaste e talhos aqui e ali.

Terei coragem? Não fica ridículo num coroa? Mas há muito que aceito, aliás, obedeço sugestões de vestuários das filhas e da mulher. Me olhei no espelho e voltei a ter 27 ou 17 anos talvez.

Mas estava sobrando quatro ou cindo dedos de pano na bainha. Tem uma loja ali na esquina que faz bainha, me lembram. Mas aí, o grande paradoxo: como e por que levar para fazer bainha num jeans desmazelado? Que hipocrisia é essa? Estou tendo de ler notícias sobre o Severino*, estou tendo que enfrentar tiroteios na Linha Vermelha. Guerra é guerra, uai! Na véspera, uma amiga disse que a filha compra roupas e, quando estão meio grandes, mete a tesoura na sobrante bainha, forçando até para que o tecido desfiasse.

Houve um tempo em que o telefone e a geladeira eram pretos e quem tivesse um fiapo na roupa morria de vergonha. Agora saímos para mostrar a descostura, o avesso, a etiqueta do fabricante, o rasgão.


Ou seja, como nas bienais, o rascunho virou obra de arte.


Affonso Romano de Sant’Anna


* Severino – Político pernambucano. Foi presidente da Câmara dos Deputados entre fevereiro e setembro de 2005, quando renunciou.

Assinale a alternativa em que há SOMENTE palavras paroxítonas.

Alternativas
Q2740279 Português

Metendo a tesoura


Ganhei de minha filha uma calça jeans realmente irada. Tão irada, que já veio rasgada, esfolada, remendada. Coisa da moda. Da moda de hoje. Talvez de ontem, coisa que começou nos anos 60.

Rubem Braga dizia que ele era do tempo em que geladeira era branca e telefone era preto. Com efeito, houve um tempo, algo entre o Mesozoico e o Paleolítico superior, em que todos os automóveis eram pretos e as etiquetas sociais eram outras. Mas ganhei esse jeans iradíssimo, surradíssimo e, contraditoriamente, novo. Lembrei-me de quando fui lecionar na Califórnia nos anos 60 (ah! Os anos 60! “those were the days, my friend, I thouught they’ll never end”) (que quer dizer – aqueles foram os dias, meu amigo, pensei que eles nunca fossem terminar) e no primeiro dia de aula causou-me surpresa ver os estudantes de bermuda na aula, mas uma bermuda toda desfiada, meio rasgada. Meninos e meninas meio molambentos, até descalços, e não eram mendigos, eram jovens californianos ricos, cheios de dentes e brilho nos olhos e na pele, falando alto e achando que o mundo era deles. E quase era. Mas muitos deles foram morrer no Vietnã.

Mas eu via aqueles garotos em plena emergência da ideologia hippie, e pensava: eles brincam de pobre porque são ricos, vai ver que nunca viram um, por isto, estão se fantasiando assim. Enfim, fazia parte da revolução de costumes, inverter papeis, subverter o sistema.

Mas o fato é que ganhei aquele jeans. Não era tão degenerado como um que vi o Ronaldinho, numa foto, usando, rasgado de propósito no joelho e que ele botou para ir a uma festa, como se estivesse de fraque. Examinei o meu jeans e dentro, costurado, havia não sei quantas etiquetas dizendo que veio do México com sofisticadas instruções de como lavar o valioso traste. Quer dizer, a moda é do “trash”, mas a gente tem que, mesmo assim, ter cuidado para não estragar o estragado. Então, o experimentei. E ficou ótimo. Cintura baixa, “muderno”. Meio esfolado, com desgaste e talhos aqui e ali.

Terei coragem? Não fica ridículo num coroa? Mas há muito que aceito, aliás, obedeço sugestões de vestuários das filhas e da mulher. Me olhei no espelho e voltei a ter 27 ou 17 anos talvez.

Mas estava sobrando quatro ou cindo dedos de pano na bainha. Tem uma loja ali na esquina que faz bainha, me lembram. Mas aí, o grande paradoxo: como e por que levar para fazer bainha num jeans desmazelado? Que hipocrisia é essa? Estou tendo de ler notícias sobre o Severino*, estou tendo que enfrentar tiroteios na Linha Vermelha. Guerra é guerra, uai! Na véspera, uma amiga disse que a filha compra roupas e, quando estão meio grandes, mete a tesoura na sobrante bainha, forçando até para que o tecido desfiasse.

Houve um tempo em que o telefone e a geladeira eram pretos e quem tivesse um fiapo na roupa morria de vergonha. Agora saímos para mostrar a descostura, o avesso, a etiqueta do fabricante, o rasgão.


Ou seja, como nas bienais, o rascunho virou obra de arte.


Affonso Romano de Sant’Anna


* Severino – Político pernambucano. Foi presidente da Câmara dos Deputados entre fevereiro e setembro de 2005, quando renunciou.

“Não perca a classe”. Quanto a tonicidade, as palavras destacadas são, RESPECTIVAMENTE:

Alternativas
Q2739637 Português

Assinale a alternativa em que todas as palavras são acentuadas com base na mesma regra gramatical.

Alternativas
Q2737085 Português

Leia o texto abaixo para responder às questões de 01 a 07.


TEXTO I


O cérebro pós-moderno: como as redes sociais nos transformam


A internet não mudou somente a forma como as pessoas produzem, criam, se comunicam e se divertem. De acordo com o neurocientista Gary Small, diretor do Centro de Pesquisa em Memória e Envelhecimento da Universidade da Califórnia (UCLA), ela altera o funcionamento do cérebro.

“Sob certo aspecto, essa revolução digital nos mergulhou em um estado contínuo de atenção parcial. Estamos permanentemente ocupados, acompanhando tudo. Não nos focamos em nada. (…) As pessoas passam aexistir num ritmo de crise constante, em alerta permanente, sedentas de um novo contato ou um novo bit de informação”. Gary Small.

Essa sede por novidades, por consumir toda a informação disponível, é o que ocorre com as redes de relacionamento, segundo a pesquisa do Doutor Small. Ao nos acostumarmos a essa excitação, procuramos estar constantemente conectados. “As redes sociais são particularmente sedutoras. Elas nos permitem constantemente satisfazer nosso desejo humano por companhia e interação social”.

Um estudo que está sendo realizado na Universidade da Califórnia começou a desvendar o efeito que as redes sociais produzem no organismo. Os resultados mostraram que twittar, por exemplo, estimula a liberação de níveis de ocitocina e, consequentemente, diminui os níveis de hormônios como cortisol e ACTH, associados ao estresse. Ou seja, isso significa que o cérebro pode ter desenvolvido uma nova maneira de interpretar as conversas no Twitter. E, de acordo com Paul Zack, esta nova maneira é a seguinte: “o cérebro entende a conexão eletrônica como se fosse um contato presencial”, o que pode justificar a mudança que as redes sociais causaram na forma como nos relacionamos e fazemos amizades.


(Disponível em:http://filosofiaemvalores.blogspot.com.br/2013/03/o -cerebro-pos-moderno-como-as-redes.html Aceso em 28/04/2016)

“Ela altera o funcionamento do cérebro

Assinale a alternativa cuja palavra, retirada do texto, foi acentuada pelo mesmo motivo da palavra em destaque no trecho acima:

Alternativas
Q2736785 Português

Assinale a alternativa em que todas as palavras estão grafadas corretamente:

Alternativas
Q2727662 Português

O QUE É... DEMISSÃO

É cuidar da carreira em outra empresa e descobrir que seus amigos do trabalho não eram tão amigos assim.

(1º§) No início de maio, o São Paulo Futebol Clube dispensou o técnico Oswaldo de Oliveira. Convidados a opinar sobre os potenciais substitutos, os conselheiros do clube elaboraram uma lista de 30 técnicos renomados. E nela não constava o nome do técnico do Cruzeiro, Wanderlei Luxemburgo. Numa entrevista ao UOL, o diretor de futebol do São Paulo, o senhor Carlos Augusto Barros e Silva, explicava por quê: "Há rejeição a ele no clube. Acho ruim essa cultura dos técnicos de trocar de emprego durante a vigência de seus contratos". Traduzindo: em 2002, Luxemburgo havia pedido demissão do Palmeiras, apesar do prestígio de que gozava no clube e de um bom ambiente de trabalho. Mais adiante, na mesma entrevista, o senhor Carlos Augusto comentava a importância que qualquer técnico brasileiro daria a um possível convite para dirigir o São Paulo: "Da lista de 30 nomes, 20 estão empregados e aceitariam deixar seus clubes para vir para cá". Ou seja, nas próprias palavras do senhor diretor, a "cultura" de romper contratos em vigência não seria um empecilho para contratar um técnico que estivesse regularmente empregado em outro clube, mas seria vista como "ruim" caso um técnico resolvesse deixar o São Paulo pelo mesmo motivo. Isso é típico do futebol? Ao contrário. O senhor diretor estava verbalizando uma opinião corrente no mercado de trabalho: ainda existem empresas que reagem emocionalmente quando seus bons funcionários pedem demissão.

(2º§) Se você está bem empregado e, de repente, recebe um convite melhor, certamente começará a pensar: "Como a empresa reagirá? Qual será o efeito de médio prazo em minha carreira?" E, caso você nunca tenha passado por uma situação dessas, acredite: um dia você passará. E as respostas, como você descobrirá (ou já descobriu), são: De cada dez "amigos do peito" de sua ex-empresa, nove mandarão dizer que estão em reunião quando você telefonar.

(3º§) Quais nove você só irá descobrir depois de sair.

(4º§) Palavras que você nunca ouvira, como "ingrato" ou "mercenário", passarão a acompanhar seu nome nas conversas de corredor. Caso você vá para uma empresa concorrente, o termo usado para defini-lo será "traidor". Na melhor das hipóteses, seu nome deixará de ser mencionado, como se você nunca tivesse trabalhado ali.

(5º§) A maioria de suas realizações pessoais será atribuída a outros ou ao sistema. Suas falhas serão amplificadas. O que antes era mérito vira culpa. Empresas que solicitarem informações sobre você irão esbarrar nas reticências: "Não, ele era um funcionário até que razoável, mas..."

(6º§) Sua ex-empresa estará torcendo pelo seu fracasso. Ele será o melhor exemplo a ser usado internamente de que pedir demissão é um erro.

(7º§) Vale chorar na saída, declarar amor eterno, tentar deixar as portas abertas? Bom, se fosse numa empresa profissional, manifestações sentimentais como essas não fariam nenhum sentido. Já para empresas emocionais, declarações do tipo "Eu adoraria ficar, mas tenho de ir" soam irremediavelmente falsas, quando não ofensivas. Logo, o melhor, sempre, é sair bem quietinho. Mas há uma última dica, a mais importante: nunca, em circunstância nenhuma, fale mal de sua ex empresa. Às vezes, o mercado de trabalho pode até emudecer. Mas jamais ficará surdo.

Max Gehringer é administrador de empresas e escritor, autor de diversos livros sobre carreiras e gestão empresarial.

As questões 09 e 10 referem-se ao conteúdo do (7º§).

Analise as proposições com o código V(Verdadeiro) ou F(Falso). Em seguida, marque a sequência correta.

Em:“Logo, o melhor, sempre, é sair bem quietinho”, temos: “logo” com ideia de “assim”; “sempre”; “bem” e “quietinho” exemplificando adjuntos adverbiais.( )

A crase de “Às vezes” faz parte da expressão adverbial. ( )

Em: “soam irremediavelmente falsas, quando não ofensivas” concordam em pessoa e número com “declarações do tipo”. ( )

Em: “sentimentais” e “irremediavelmente”, temos exemplos respectivos de ditongos decrescente e crescente, ambos orais. ( )

As palavras: “circunstância e última” pertencem à mesma regra de acentuação. ( )

Alternativas
Q2727651 Português

O QUE É... DEMISSÃO

É cuidar da carreira em outra empresa e descobrir que seus amigos do trabalho não eram tão amigos assim.

(1º§) No início de maio, o São Paulo Futebol Clube dispensou o técnico Oswaldo de Oliveira. Convidados a opinar sobre os potenciais substitutos, os conselheiros do clube elaboraram uma lista de 30 técnicos renomados. E nela não constava o nome do técnico do Cruzeiro, Wanderlei Luxemburgo. Numa entrevista ao UOL, o diretor de futebol do São Paulo, o senhor Carlos Augusto Barros e Silva, explicava por quê: "Há rejeição a ele no clube. Acho ruim essa cultura dos técnicos de trocar de emprego durante a vigência de seus contratos". Traduzindo: em 2002, Luxemburgo havia pedido demissão do Palmeiras, apesar do prestígio de que gozava no clube e de um bom ambiente de trabalho. Mais adiante, na mesma entrevista, o senhor Carlos Augusto comentava a importância que qualquer técnico brasileiro daria a um possível convite para dirigir o São Paulo: "Da lista de 30 nomes, 20 estão empregados e aceitariam deixar seus clubes para vir para cá". Ou seja, nas próprias palavras do senhor diretor, a "cultura" de romper contratos em vigência não seria um empecilho para contratar um técnico que estivesse regularmente empregado em outro clube, mas seria vista como "ruim" caso um técnico resolvesse deixar o São Paulo pelo mesmo motivo. Isso é típico do futebol? Ao contrário. O senhor diretor estava verbalizando uma opinião corrente no mercado de trabalho: ainda existem empresas que reagem emocionalmente quando seus bons funcionários pedem demissão.

(2º§) Se você está bem empregado e, de repente, recebe um convite melhor, certamente começará a pensar: "Como a empresa reagirá? Qual será o efeito de médio prazo em minha carreira?" E, caso você nunca tenha passado por uma situação dessas, acredite: um dia você passará. E as respostas, como você descobrirá (ou já descobriu), são: De cada dez "amigos do peito" de sua ex-empresa, nove mandarão dizer que estão em reunião quando você telefonar.

(3º§) Quais nove você só irá descobrir depois de sair.

(4º§) Palavras que você nunca ouvira, como "ingrato" ou "mercenário", passarão a acompanhar seu nome nas conversas de corredor. Caso você vá para uma empresa concorrente, o termo usado para defini-lo será "traidor". Na melhor das hipóteses, seu nome deixará de ser mencionado, como se você nunca tivesse trabalhado ali.

(5º§) A maioria de suas realizações pessoais será atribuída a outros ou ao sistema. Suas falhas serão amplificadas. O que antes era mérito vira culpa. Empresas que solicitarem informações sobre você irão esbarrar nas reticências: "Não, ele era um funcionário até que razoável, mas..."

(6º§) Sua ex-empresa estará torcendo pelo seu fracasso. Ele será o melhor exemplo a ser usado internamente de que pedir demissão é um erro.

(7º§) Vale chorar na saída, declarar amor eterno, tentar deixar as portas abertas? Bom, se fosse numa empresa profissional, manifestações sentimentais como essas não fariam nenhum sentido. Já para empresas emocionais, declarações do tipo "Eu adoraria ficar, mas tenho de ir" soam irremediavelmente falsas, quando não ofensivas. Logo, o melhor, sempre, é sair bem quietinho. Mas há uma última dica, a mais importante: nunca, em circunstância nenhuma, fale mal de sua ex empresa. Às vezes, o mercado de trabalho pode até emudecer. Mas jamais ficará surdo.

Max Gehringer é administrador de empresas e escritor, autor de diversos livros sobre carreiras e gestão empresarial.

Marque a afirmação incorreta.

Alternativas
Q2727022 Português

Texto 1


Políticos bonitos têm vantagem nas eleições

1 “Essa eu ganho!”

2 Quem vê cara não vê plano eleitoral, mas isso pode importar menos do que

3 a gente imagina. (Ou talvez a gente já imagine mesmo.) “Será que

4 candidatos bonitos são mais propensos a serem eleitos?”, se perguntaram

5 os pesquisadores australianos Amy King e Andrew Leigh. Para descobrir,

6 eles colheram dados lá na Austrália mesmo – país onde o voto é obrigatório

7e onde os eleitores recebem cartões com fotos dos candidatos dos

8 principais partidos na hora de irem às urnas. “Selecionamos avaliadores

9 representativos do eleitorado para estimar a beleza dos candidatos dos

10 principais partidos e, então, estimamos o efeito da aparência nos votos da

11 eleição federal de 2004″, contam. “Os candidatos bonitos são, de fato, mais

12 propensos a serem eleitos, com um aumento médio de 1,5 a 2 pontos

13 percentuais nos votos recebidos”. O estudo aponta, ainda, que o efeito do

14 rostinho bonito é maior entre os candidatos homens do que entre as

15 mulheres. E também que a beleza importa mais nos eleitorados com maior

16 número de eleitores “apáticos” – aqueles que saíram de casa para votar só

17 porque foram obrigados. “Protesto”, será?


Thiago Perin


21 de outubro de 2010

Disponível em: http://super.abril.com.br/blogs/cienciamaluca/category/politica/.

Acesso em: 19 set. 2011.

Em relação às normas de ortografia, é correto afirmar que

Alternativas
Q2723647 Português

Eis a primavera

João saiu do hospital para morrer em casa - e gritou três meses antes de morrer. Para não gastar, a mulher nem uma vez chamou o médico. Não lhe deu a injeção de morfina, a receita azul na gaveta. Ele sonhava com a primavera para sarar do reumatismo, nos dedos amarelos contava os dias.

- Não fosse a umidade do ar ... - gemia para o irmão nas compridas horas da noite.

Já não tinha posição na cama: as costas uma ferida só. Paralisado da cintura para baixo, obrava-se sem querer. A filha tapava o nariz com dois dedos e fugia para o quintal:

- Ai, que fedor ... Meu Deus, que nojo!

Com a desculpa que não podiam vê-lo sofrer, mulher e filha mal entravam no quarto. O irmão Pedro é que o assistia, aliviando as dores com analgésico, aplicando a sonda, trocando o pijama e os lençóis. Afofava o travesseiro, suspendia o corpinho tão leve, sentava-o na cama:

- Assim está melhor?

Chorando no sorriso, a voz trêmula como um ramo de onde o pássaro desferiu voo:

- Agora a dor se mudou ...

Vigiava aflito a janela:

- Quantos dias faltam? Com o sol eu fico bom.

Pele e osso, pescocinho fino, olho queimando de febre lá no fundo. Na evocação do filho morto havia trinta anos:

- Muito engraçado, o camaradinha - e batia fracamente na testa com a mão fechada.

- Com um aninho fazia continência. Até hoje não me conformo.

A saudade do camaradinha acordava-lhe duas grandes lágrimas. No espelho da penteadeira surpreendia o vulto esquivo da filha.

- Essa menina nunca me deu um copo d'água.

Quando o irmão se levantava:

- Fique mais um pouco.

Ali da porta sua querida Maria:

- Um egoísta. Não deixa os outros descansar.

Ao parente que sugeriu uma injeção para os gritos:

- Não sabe que tem aquela doença? Desenganado três vezes. Nada que fazer.

Na ausência do cunhado, esqueciam-no lá no quarto, mulher e filha muito distraídas. Horas depois, quando a dona abria a porta, com o dedo no nariz:

- É que eu me apurei - ele se desculpava, envergonhado.

- Doente não merece viver.

A filha, essa, de longe sempre se abanando:

- Ai, como fede!

Terceiro mês o irmão passou a dormir no quarto. Ao lavar-lhe a dentadura, boquinha murcha, o retrato da mãe defunta? Nem podia sorver o café.

- Só de ruim é que não engole - resmungava a mulher.

Negou-lhe a morfina até o último dia: ele morre, a família fica. Tingiu de preto o vestido mais velho, o enterro seria de terceira.

Ao pé da janela, uma corruíra trinava alegrinha na boca do dia e, na doçura do canto, ele cochilava meia hora bem pequena. Batia a eterna continência, balbuciava no delírio:

- Com quem eu briguei?

- Me conte, meu velho.

- Com Deus - e agitou a mãozinha descarnada. - Tanto não devia judiar de mim.

Fechando os olhos, sentiu a folha que bulia na laranjeira, o pé furtivo do cachorro na calçada, o pingo da torneira no zinco da cozinha - e o alarido no peito de rua barulhenta às seis da tarde. Se a mulher costurava na sala, ele ouvia os furos da agulha no pano.

- Muito acabadinho, o pobre? - lá fora uma vizinha indagava da outra.

Na última noite cochichou ao irmão:

- Depois que eu ... Não deixe que ela me beije!

Ainda uma vez a continência do camaradinha, olho branco em busca da luz perdida, e o irmão enxugava-lhe na testa o suor da agonia.

Mais tarde a mulher abriu a janela para arejar o quarto.

- Eis o sol, meu velho - e o irmão bateu as pálpebras, ofuscado.

Era o primeiro dia de primavera.

(De "O Rei da Terra", Rio, Civilização Brasileira, 1972)

Fechando os olhos, sentiu a folha que bulia na laranjeira... A palavra em destaque apresenta a representação de ch com o som de x. Das opções a seguir, marque a que não apresenta erro de grafia:

Alternativas
Q2723646 Português

Eis a primavera

João saiu do hospital para morrer em casa - e gritou três meses antes de morrer. Para não gastar, a mulher nem uma vez chamou o médico. Não lhe deu a injeção de morfina, a receita azul na gaveta. Ele sonhava com a primavera para sarar do reumatismo, nos dedos amarelos contava os dias.

- Não fosse a umidade do ar ... - gemia para o irmão nas compridas horas da noite.

Já não tinha posição na cama: as costas uma ferida só. Paralisado da cintura para baixo, obrava-se sem querer. A filha tapava o nariz com dois dedos e fugia para o quintal:

- Ai, que fedor ... Meu Deus, que nojo!

Com a desculpa que não podiam vê-lo sofrer, mulher e filha mal entravam no quarto. O irmão Pedro é que o assistia, aliviando as dores com analgésico, aplicando a sonda, trocando o pijama e os lençóis. Afofava o travesseiro, suspendia o corpinho tão leve, sentava-o na cama:

- Assim está melhor?

Chorando no sorriso, a voz trêmula como um ramo de onde o pássaro desferiu voo:

- Agora a dor se mudou ...

Vigiava aflito a janela:

- Quantos dias faltam? Com o sol eu fico bom.

Pele e osso, pescocinho fino, olho queimando de febre lá no fundo. Na evocação do filho morto havia trinta anos:

- Muito engraçado, o camaradinha - e batia fracamente na testa com a mão fechada.

- Com um aninho fazia continência. Até hoje não me conformo.

A saudade do camaradinha acordava-lhe duas grandes lágrimas. No espelho da penteadeira surpreendia o vulto esquivo da filha.

- Essa menina nunca me deu um copo d'água.

Quando o irmão se levantava:

- Fique mais um pouco.

Ali da porta sua querida Maria:

- Um egoísta. Não deixa os outros descansar.

Ao parente que sugeriu uma injeção para os gritos:

- Não sabe que tem aquela doença? Desenganado três vezes. Nada que fazer.

Na ausência do cunhado, esqueciam-no lá no quarto, mulher e filha muito distraídas. Horas depois, quando a dona abria a porta, com o dedo no nariz:

- É que eu me apurei - ele se desculpava, envergonhado.

- Doente não merece viver.

A filha, essa, de longe sempre se abanando:

- Ai, como fede!

Terceiro mês o irmão passou a dormir no quarto. Ao lavar-lhe a dentadura, boquinha murcha, o retrato da mãe defunta? Nem podia sorver o café.

- Só de ruim é que não engole - resmungava a mulher.

Negou-lhe a morfina até o último dia: ele morre, a família fica. Tingiu de preto o vestido mais velho, o enterro seria de terceira.

Ao pé da janela, uma corruíra trinava alegrinha na boca do dia e, na doçura do canto, ele cochilava meia hora bem pequena. Batia a eterna continência, balbuciava no delírio:

- Com quem eu briguei?

- Me conte, meu velho.

- Com Deus - e agitou a mãozinha descarnada. - Tanto não devia judiar de mim.

Fechando os olhos, sentiu a folha que bulia na laranjeira, o pé furtivo do cachorro na calçada, o pingo da torneira no zinco da cozinha - e o alarido no peito de rua barulhenta às seis da tarde. Se a mulher costurava na sala, ele ouvia os furos da agulha no pano.

- Muito acabadinho, o pobre? - lá fora uma vizinha indagava da outra.

Na última noite cochichou ao irmão:

- Depois que eu ... Não deixe que ela me beije!

Ainda uma vez a continência do camaradinha, olho branco em busca da luz perdida, e o irmão enxugava-lhe na testa o suor da agonia.

Mais tarde a mulher abriu a janela para arejar o quarto.

- Eis o sol, meu velho - e o irmão bateu as pálpebras, ofuscado.

Era o primeiro dia de primavera.

(De "O Rei da Terra", Rio, Civilização Brasileira, 1972)

Negou-lhe a morfina até o último dia... Pertence à mesma regra de acentuação gráfica da palavra em destaque:

Alternativas
Q2722794 Português

Segundo a personal organizer, ha como ter uma ideia de quanto se perde a partir de um calculo que se baseia em horas produtivas, salario e tempo.

Foram eliminados, propositalmente, os acentos gráficos das palavras do texto acima. Que palavra, do texto, deixou de ser acentuada graficamente a partir do Novo Acordo Ortográfico?

Alternativas
Q2717435 Português

Assinale a alternativa que possui palavras com a mesma regra de acentuação.

Alternativas
Q2716542 Português

Assinale a alternativa em que todas as palavras são paroxítonas:

Alternativas
Q2715409 Português

São palavras paroxítonas:

Alternativas
Q2705866 Português
A mulher sozinha 

    Era magra, feia, encardida, sempre com o mesmo vestido preto e rasgado. Usava um paletó de lã xadrez, meias grossas e chinelos de feltro, velhíssimos. Ela própria parecia velhíssima, vista assim ao passar, embora de perto mostrasse, sob a sujeira e as rugas, um rosto que era apenas maduro, gasto pela miséria e talvez pelo delírio.
    Acostumei-me a vê-la sentada, de manhã e de tarde, naquele canto, sobre o cimento cheio de poeira do átrio. Os que entravam apressados na igreja praticamente a ignoravam, e só reparavam nela depois da missa, quando saíam devagar. Tiravam então da bolsa ou do bolso uma nota, algumas moedas e, com um gesto rápido, de vaga repugnância, deixavam cair a esmola na cestinha de vime que a mulher colocara à sua frente. Ela resmungava uma espécie de bênção, em voz surda e monótona, e eles se afastavam sem olhá-la, com a alma levemente intranquila.
    Passando diante da igreja duas vezes por dia, uma certa cumplicidade criou-se entre nós duas: a princípio nos cumprimentávamos com a cabeça, sorríamos uma para a outra; depois, quando eu tinha tempo e ela não estava agradecendo as esmolas, conversávamos. Contou-me de maneira sucinta que vivia no outro extremo da cidade, sob as colunas de um átrio em San Isidro: fazia uma longa caminhada, cedinho, até a estação, para tomar o trem, e outra até o lugar onde nos encontrávamos. Não me explicou por que escolhera um bairro tão distante para mendigar, em vez de fazê-lo no próprio pátio onde dormia, e nada lhe perguntei a respeito, receando ferirlhe a intimidade ou introduzir-me em seu segredo. Nunca me confessou como se chamava.
    Há uns dois meses encontrei-a radiante, com um pequeno vulto escuro entre os braços. Pensei de início que carregava um bebê, envolto num cobertor manchado, mas percebi, ao aproximar-me, que se tratava de um cachorrinho. Ou melhor, de uma cachorrinha recém-nascida, Maria Isabel, que a mulher ninava e acarinhava com deslumbramento. Disse-me que a recolhera na véspera de uma lata de lixo e a batizara logo. Da sacola de palha que sempre trazia consigo retirou uma garrafa d'água e uma colherinha e, com infinita delicadeza, foi entornando algumas gotas na goela da bichinha, que gania baixo, ainda de olhos fechados.
    Levei-lhe uma mamadeira de boneca e outra sacola acolchoada, que serviria de berço para o animal. O jornaleiro da banca em frente trouxe leite e pedacinhos de pão; as senhoras da vizinhança deram-lhe uma colcha de criança e retalhos de flanela.
    Maria Isabel começou a crescer, a criar pelos e forma, a pular, cheia de graça. A mulher não desgrudava os olhos dela e, remoçada pela alegria e atenção que a cachorrinha ofertava e exigia, deu até para cantar uma toada confusa e antiga. Era bom vê-las juntas, íntimas, companheiras, mãe e filha. Chegavam sobras de comida, brinquedos velhos de borracha; até um osso de couro apareceu por ali. O canto do átrio ficou menos cinzento, mais bonito. As pessoas se detinham, antes de entrar na igreja, para brincar com o animalzinho preto ou para jogar-lhe um punhadinho de carne moída, um resto do bife do almoço. O sentimento de repulsa que a sua dona provocara foi substituído por outro, feito de emoção, prazer e aconchego. A cestinha de vime estava sempre com dinheiro, e a mulher, suja e despenteada como sempre, adquirira um jeito novo, diferente, mais humano. Ao seu lado, Maria Isabel pulava e perseguia o próprio rabo.
    As duas não apareceram na última semana. Estranhei e fui atrás do jornaleiro, que também se mostrou surpreendido: desde que se instalara ali, há mais de três anos, a mulher nunca deixara de vir, nunca se atrasara, nem sequer quando chovia. E parece que fora assim desde o primeiro dia, embora ninguém soubesse dizer com exatidão quando é que ela começara a se sentar naquele canto do pátio. Senti apreensão e uma estranha nostalgia: o átrio estava maior, mais escuro e impessoal.
    Até que ontem o jornaleiro, compungido, contou-me uma das histórias mais tristes que já ouvi. Maria Isabel se transformara numa vira-lata peluda, encantadora, de focinho redondo e olhos de açúcar. Tão linda, que um malvado achou de roubá-la. Foi na estação, quando a mulher soltou-a no chão, para ir comprar o sanduíche de pão francês que costumavam dividir. Um segundo, e o bichinho sumiu, sem latir. Alguém viu um rapaz de tênis sair correndo com o animal nos braços. A mulher passou a noite atrás da cadela, de um lado para o outro da estação, chorando, gemendo, chamando-a por nomes doces e implorantes. Depois sentou-se num banco e ali ficou imóvel, em silêncio, até o dia clarear. Quando o primeiro trem vinha entrando, ela, de um bote, atirou-se debaixo da locomotiva. A velocidade era pequena e o maquinista conseguiu frear. A mulher arranhou-se um pouco, feriu ligeiramente a testa, e ficou mais desgrenhada, com o rosto imundo de lágrimas e fuligem. Não tinha nenhum documento e negou-se terminantemente a comentar o sucedido ou a defender-se diante dos que a acusavam de irresponsável e perigosa. A polícia levou-a no camburão para a delegacia.
    Segundo a última notícia, ainda não confirmada, a mulher está num hospício do subúrbio.

(Coleção Melhores Crônicas: Maria Julieta Drummond de Andrade. Seleção e prefácio de Marcos Pasche, Global, 2012, pp. 82-84. Publicada no livro O valor da vida, 1982.)
Considere o termo sublinhado no trecho “[...] um rosto que era apenas maduro, gasto pela miséria e talvez pelo delírio.” (1º§). É correto afirmar que sua acentuação se deu pela mesma razão que a acentuação do termo sublinhado em:
Alternativas
Q2705469 Português
Assinale a alternativa em que todas as palavras devem ser acentuadas pela mesma regra.
Alternativas
Q2698135 Português

O par de vocábulos do texto acentuado pela mesma razão é:

Alternativas
Q2696570 Português

(https://www.google.com/search?q=tirinhas&safe=active&sour ce=lnms&tbm=isch&sa=X&ved=0ahUKEwjmmbre9o)

Sobre a acentuação das palavras na tirinha acima, assinale a alternativa correta:

Alternativas
Q2696407 Português

Com o tema “Compadrio – São João Dormiu” a Lumiar, do Pina, Zona Sul do Recife, foi a vencedora da 35º edição do Concurso de Quadrilhas Juninas Adultas. O resultado, divulgado pela Prefeitura do Recife, por meio da Secretaria de Cultura e da Fundação de Cultura Cidade, consagrou o grupo que na edição de 2018 também foi campeão. Os integrantes receberão o prêmio de R$ 13 mil + R$ 3 mil pela classificação nas eliminatórias – valor que será concedido a todas as 12 finalistas.

O júri, responsável pelas notas, foi composto por 18 jurados, sendo três para cada critério avaliado: casamento, marcador, coreografia, figurino, trilha sonora e desenvolvimento do tema.


(https://www.folhape.com.br/noticias/noticias/sao-joao-2019/2019/07/01/ NWS,109294,70,1457,NOTICIAS,2190-LUMIAR-BICAMPEA-CONCURSOQUADRILHAS-JUNINAS-RECIFE.aspx

Quais palavras, retiradas do texto, são acentuadas pela mesma regra?

Alternativas
Respostas
401: E
402: A
403: C
404: B
405: E
406: C
407: C
408: C
409: B
410: A
411: B
412: C
413: A
414: A
415: A
416: D
417: D
418: C
419: A
420: C