Questões de Concurso
Sobre acentuação gráfica: proparoxítonas, paroxítonas, oxítonas e hiatos em português
Foram encontradas 5.450 questões
( ) A grafia do nome Ju está incorreta, pois deveria levar acento agudo na letra “u”.
( ) A grafia do nome Cecília está correta, pois vocábulos terminados em ditongo oral átono são acentuados.
( ) A grafia do nome Marieta está incorreta, pois deveria levar acento circunflexo na letra “e”.
A sequência está correta em
Assinale a alternativa que apresenta equívoco de acentuação.
Responda às questões 1 a 10 com base no seguinte texto:
A letra cursiva está ligada à neurociência. Série de estudos comprovam a alteração significativa em relação à alfabetização de crianças, por exemplo. No entanto, em uma era em que a geração cresceu dominada por telas de computadores, notebooks, celulares e tablets, a escrita à mão virou raridade. Alguns países aboliram o ensinamento dessa modalidade — não no Brasil. Mas é o caso dos Estados Unidos. Até agora. Por lá, o ano letivo de 2024 começou com a retomada do manuscrito nas escolas. Transformou-se em debate, análise e, por fim, lei. Alunos de 6 a 12 anos do Ensino Fundamental da Califórnia serão obrigados a aprender a ler e escrever com o traçado à moda antiga. Mais de 20 estados seguem no ritmo. A justificativa é única: o papel fundamental desempenhado por essa habilidade no desenvolvimento cognitivo infantil, estimulando diversas áreas cerebrais essenciais da comunicação.
Adaptado de: https://istoe.com.br/california-reintroduz-ensino-da-caligrafia-cursiva/.
Acentuação tônica diz respeito à sílaba que recebe maior ênfase na pronúncia de uma palavra. Com base nisso, qual das seguintes palavras segue a mesma regra de acentuação que a palavra análise?
Impotência
Foi na última chuvarada do ano, e a noite era preta. O homem estava em casa; chegara tarde, exausto e molhado, depois de uma viagem de ônibus mortificante, e comera, sem prazer, uma comida fria. Vestiu o pijama e ligou o rádio, mas o rádio estava ruim, roncando e estalando. “Há dois meses estou querendo mandar consertar este rádio”, pensou com tédio. E pensou ainda que há muitos meses, há muitos anos, estava com muita coisa para consertar desde os dentes até a torneira da cozinha, desde seu horário no serviço até aquele caso sentimental em Botafogo. E quando começou a dormir e ouvia que batiam na porta, acordou assustado achando que era o dentista, o homem do rádio, o caixa da firma, o irmão de Honorina, ou um vago fiscal geral dos problemas da vida que lhe vinha pedir contas.
A princípio não reconheceu a negra velha Joaquina Maria, miúda, molhada, os braços magros luzindo, a cara aflita. Ela dizia coisas que ele não entendia; mandou que entrasse. Há alguns meses a velha lavava-lhe a roupa, e tudo o que sabia a seu respeito é que morava em um barraco, num morro perto da lagoa, e era doente. Sua história foi saindo aos poucos. O temporal derrubara o barraco, e o netinho, de oito anos, estava sob os escombros. Precisava de ajuda imediata, se lembrara dele.
– O menino está... morto?
Ouviu a resposta afirmativa com um suspiro de alívio. O que ela queria é que ele telefonasse para a polícia, chamasse a ambulância ou rabecão, desse um jeito para o menino não passar a noite entre os escombros, na enxurrada; ou arranjasse um automóvel e alguém para retirar o corpinho. Quis telefonar, mas o telefone não dava sinal; enguiçara. E quando meteu uma capa de gabardina e um chapéu e desceu a escada, viu que tudo enguiçara: os bondes, os ônibus, a cidade, todo esse conjunto de ferro, asfalto, fios e pedras que faz uma cidade, tudo estava paralisado, como um grande monstro débil.
(BRAGA, Rubem. Correio da Manhã. Fundação Casa de Rui Barbosa. Rio de Janeiro. Em: 17/04/1952. Fragmento.)
Em “Foi na última chuvarada do ano, e a noite era preta.” (1º§), a palavra “última” é acentuada pelo mesmo motivo que a seguinte expressão em destaque:
Texto para as questões de 1 a 15.
1 Poseidon estava sentado à sua mesa de trabalho e fazia contas. A administração de todas contas. A administração de
todas as águas dava-lhe um trabalho infinito. Poderia dispor de quantas forças auxiliares quisera, e com efeito, tinhas muitas,
mas como tomava seu emprego muito a sério, verificava novamente todas as contas, e assim as forças auxiliares lhe serviam
5 de pouco. Não se pode dizer que o trabalho lhe era agradável e na verdade o realizava unicamente porque lhe tinha sido
imposto; tinha-se ocupado, sim, com frequência, em trabalhos mais alegres, como ele dizia, mas cada vez que se lhe faziam
diferentes propostas, revelava-se sempre que, contudo, nada lhes agradava tanto como seu atual emprego. Além do mais era
muito difícil encontrar uma outra tarefa para ele. Era impossível designar-lhe um determinado mar; prescindindo de que aqui
10 o trabalho de cálculo não era menor em quantidade, porém em qualidade, o Grande Poseidon não podia ser designado para
outro cargo que não comportasse poder. E se lhe oferecia um emprego fora da água, esta única ideia lhe provocava mal-estar,
alterava-se seu divino alento e seu férreo torso oscilava. Além do mais, suas queixas não eram tomadas a sério; quando um
15 poderoso tortura, é preciso ajustar-se a ele aparentemente, mesmo na situação mais desprovida de perspectivas. Ninguém
pensava verdadeiramente em separar a Poseidon de seu cargo, já que desde as origens tinha sido destinado a ser deus dos
mares e aquilo não podia ser modificado.
O que mais o irritava — e isto era o que mais o indispunha com o cargo - era inteirar-se de que como representavam
20 com o tridente, guiando como um cocheiro, através dos mares. Entretanto, estava sentado aqui, nas profundidades do mar
do mundo e fazia contas ininterruptamente; de vez em quando uma viagem da qual além do mais, quase sempre regressava
furioso. Dai que mal havia visto os mares, isso acontecia apenas em suas fugitivas ascensões ao Olimpo, e não os teria
percorrido jamais verdadeiramente. Gostava de dizer que com isso esperava o fim do mundo, que então teria certamente
25 ainda um momento de calma, durante o qual, justo antes do fim, depois de rever a última conta, poderia fazer ainda um rápido
giro.
Franz Kafka
Assinale a alternativa cujo conjunto de palavras segue a mesma regra de acentuação que o termo “bíceps”.
Texto para as questões de 1 a 15.
1 Poseidon estava sentado à sua mesa de trabalho e fazia contas. A administração de todas contas. A administração de
todas as águas dava-lhe um trabalho infinito. Poderia dispor de quantas forças auxiliares quisera, e com efeito, tinhas muitas,
mas como tomava seu emprego muito a sério, verificava novamente todas as contas, e assim as forças auxiliares lhe serviam
5 de pouco. Não se pode dizer que o trabalho lhe era agradável e na verdade o realizava unicamente porque lhe tinha sido
imposto; tinha-se ocupado, sim, com frequência, em trabalhos mais alegres, como ele dizia, mas cada vez que se lhe faziam
diferentes propostas, revelava-se sempre que, contudo, nada lhes agradava tanto como seu atual emprego. Além do mais era
muito difícil encontrar uma outra tarefa para ele. Era impossível designar-lhe um determinado mar; prescindindo de que aqui
10 o trabalho de cálculo não era menor em quantidade, porém em qualidade, o Grande Poseidon não podia ser designado para
outro cargo que não comportasse poder. E se lhe oferecia um emprego fora da água, esta única ideia lhe provocava mal-estar,
alterava-se seu divino alento e seu férreo torso oscilava. Além do mais, suas queixas não eram tomadas a sério; quando um
15 poderoso tortura, é preciso ajustar-se a ele aparentemente, mesmo na situação mais desprovida de perspectivas. Ninguém
pensava verdadeiramente em separar a Poseidon de seu cargo, já que desde as origens tinha sido destinado a ser deus dos
mares e aquilo não podia ser modificado.
O que mais o irritava — e isto era o que mais o indispunha com o cargo - era inteirar-se de que como representavam
20 com o tridente, guiando como um cocheiro, através dos mares. Entretanto, estava sentado aqui, nas profundidades do mar
do mundo e fazia contas ininterruptamente; de vez em quando uma viagem da qual além do mais, quase sempre regressava
furioso. Dai que mal havia visto os mares, isso acontecia apenas em suas fugitivas ascensões ao Olimpo, e não os teria
percorrido jamais verdadeiramente. Gostava de dizer que com isso esperava o fim do mundo, que então teria certamente
25 ainda um momento de calma, durante o qual, justo antes do fim, depois de rever a última conta, poderia fazer ainda um rápido
giro.
Franz Kafka
Sabe-se que a sílaba tônica é aquela pronunciada com mais intensidade em uma palavra e que, de acordo com a tonicidade, elas podem ser classificadas como oxítona, paroxítona e proparoxítona. Diante do exposto, identifique a alternativa, na qual as palavras apresentadas podem ser classificadas, respectivamente, como oxítona, paroxítona e proparoxítona.
Texto para as questões de 1 a 10.
Texto de Clarice Lispector.
1 Um amigo meu, médico, assegurou-me que desde o berço a criança sente o ambiente, a criança quer: nela o ser
humano, no berço mesmo, já começou.
Tenho certeza de que no berço a minha primeira vontade foi a de pertencer. Por motivos que aqui não importam, eu de
algum modo devia estar sentindo que não pertencia a nada e a ninguém. Nasci de graça.
5 Se no berço experimentei esta fome humana, ela continua a me acompanhar pela vida afora, como se fosse um
destino. A ponto de meu coração se contrair de inveja e desejo quando vejo uma freira: ela pertence a Deus.
Exatamente porque é tão forte em mim a fome de me dar a algo ou a alguém, é que me tornei bastante arisca: tenho
medo de revelar de quanto preciso e de como sou pobre. Sou, sim. Muito pobre. Só tenho um corpo e uma alma. E preciso
de mais do que isso.
10 Com o tempo, sobretudo os últimos anos, perdi o jeito de ser gente. Não sei mais como se é. E uma espécie toda nova
de “solidão de não pertencer” começou a me invadir como heras num muro.
Se meu desejo mais antigo é o de pertencer, por que então nunca fiz parte de clubes ou de associações? Porque não
é isso que eu chamo de pertencer. O que eu queria, e não posso, é por exemplo que tudo o que me viesse de bom de dentro
15 de mim eu pudesse dar àquilo que eu pertenço. Mesmo minhas alegrias, como são solitárias às vezes. E uma alegria solitária
pode se tornar patética.
É como ficar com um presente todo embrulhado em papel enfeitado de presente nas mãos - e não ter a quem dizer:
tome, é seu, abra-o! Não querendo me ver em situações patéticas e, por uma espécie de contenção, evitando o tom de
tragédia, raramente embrulho com papel de presente os meus sentimentos.
20 Pertencer não vem apenas de ser fraca e precisar unir-se a algo ou a alguém mais forte. Muitas vezes a vontade
intensa de pertencer vem em mim de minha própria força - eu quero pertencer para que minha força não seja inútil e fortifique
uma pessoa ou uma coisa.
Quase consigo me visualizar no berço, quase consigo reproduzir em mim a vaga e no entanto premente sensação de
precisar pertencer. Por motivos que nem minha mãe nem meu pai podiam controlar, eu nasci e fiquei apenas: nascida.
25 A vida me fez de vez em quando pertencer, como se fosse para me dar a medida do que eu perco não pertencendo.
E então eu soube: pertencer é viver.
Fonte: https://www.culturagenial.com/clarice-lispector-textos-poeticos-comentados/.
Considerando as regras ortográficas da Língua Portuguesa, assinale o item em que todas as palavras estão grafadas corretamente.
Texto para as questões de 1 a 10.
Texto de Clarice Lispector.
1 Um amigo meu, médico, assegurou-me que desde o berço a criança sente o ambiente, a criança quer: nela o ser
humano, no berço mesmo, já começou.
Tenho certeza de que no berço a minha primeira vontade foi a de pertencer. Por motivos que aqui não importam, eu de
algum modo devia estar sentindo que não pertencia a nada e a ninguém. Nasci de graça.
5 Se no berço experimentei esta fome humana, ela continua a me acompanhar pela vida afora, como se fosse um
destino. A ponto de meu coração se contrair de inveja e desejo quando vejo uma freira: ela pertence a Deus.
Exatamente porque é tão forte em mim a fome de me dar a algo ou a alguém, é que me tornei bastante arisca: tenho
medo de revelar de quanto preciso e de como sou pobre. Sou, sim. Muito pobre. Só tenho um corpo e uma alma. E preciso
de mais do que isso.
10 Com o tempo, sobretudo os últimos anos, perdi o jeito de ser gente. Não sei mais como se é. E uma espécie toda nova
de “solidão de não pertencer” começou a me invadir como heras num muro.
Se meu desejo mais antigo é o de pertencer, por que então nunca fiz parte de clubes ou de associações? Porque não
é isso que eu chamo de pertencer. O que eu queria, e não posso, é por exemplo que tudo o que me viesse de bom de dentro
15 de mim eu pudesse dar àquilo que eu pertenço. Mesmo minhas alegrias, como são solitárias às vezes. E uma alegria solitária
pode se tornar patética.
É como ficar com um presente todo embrulhado em papel enfeitado de presente nas mãos - e não ter a quem dizer:
tome, é seu, abra-o! Não querendo me ver em situações patéticas e, por uma espécie de contenção, evitando o tom de
tragédia, raramente embrulho com papel de presente os meus sentimentos.
20 Pertencer não vem apenas de ser fraca e precisar unir-se a algo ou a alguém mais forte. Muitas vezes a vontade
intensa de pertencer vem em mim de minha própria força - eu quero pertencer para que minha força não seja inútil e fortifique
uma pessoa ou uma coisa.
Quase consigo me visualizar no berço, quase consigo reproduzir em mim a vaga e no entanto premente sensação de
precisar pertencer. Por motivos que nem minha mãe nem meu pai podiam controlar, eu nasci e fiquei apenas: nascida.
25 A vida me fez de vez em quando pertencer, como se fosse para me dar a medida do que eu perco não pertencendo.
E então eu soube: pertencer é viver.
Fonte: https://www.culturagenial.com/clarice-lispector-textos-poeticos-comentados/.
Considerando as regras de acentuação da Lingua Portuguesa, assinale a afirmação correta.
Texto para as questões de 1 a 10.
Texto de Clarice Lispector.
1 Um amigo meu, médico, assegurou-me que desde o berço a criança sente o ambiente, a criança quer: nela o ser
humano, no berço mesmo, já começou.
Tenho certeza de que no berço a minha primeira vontade foi a de pertencer. Por motivos que aqui não importam, eu de
algum modo devia estar sentindo que não pertencia a nada e a ninguém. Nasci de graça.
5 Se no berço experimentei esta fome humana, ela continua a me acompanhar pela vida afora, como se fosse um
destino. A ponto de meu coração se contrair de inveja e desejo quando vejo uma freira: ela pertence a Deus.
Exatamente porque é tão forte em mim a fome de me dar a algo ou a alguém, é que me tornei bastante arisca: tenho
medo de revelar de quanto preciso e de como sou pobre. Sou, sim. Muito pobre. Só tenho um corpo e uma alma. E preciso
de mais do que isso.
10 Com o tempo, sobretudo os últimos anos, perdi o jeito de ser gente. Não sei mais como se é. E uma espécie toda nova
de “solidão de não pertencer” começou a me invadir como heras num muro.
Se meu desejo mais antigo é o de pertencer, por que então nunca fiz parte de clubes ou de associações? Porque não
é isso que eu chamo de pertencer. O que eu queria, e não posso, é por exemplo que tudo o que me viesse de bom de dentro
15 de mim eu pudesse dar àquilo que eu pertenço. Mesmo minhas alegrias, como são solitárias às vezes. E uma alegria solitária
pode se tornar patética.
É como ficar com um presente todo embrulhado em papel enfeitado de presente nas mãos - e não ter a quem dizer:
tome, é seu, abra-o! Não querendo me ver em situações patéticas e, por uma espécie de contenção, evitando o tom de
tragédia, raramente embrulho com papel de presente os meus sentimentos.
20 Pertencer não vem apenas de ser fraca e precisar unir-se a algo ou a alguém mais forte. Muitas vezes a vontade
intensa de pertencer vem em mim de minha própria força - eu quero pertencer para que minha força não seja inútil e fortifique
uma pessoa ou uma coisa.
Quase consigo me visualizar no berço, quase consigo reproduzir em mim a vaga e no entanto premente sensação de
precisar pertencer. Por motivos que nem minha mãe nem meu pai podiam controlar, eu nasci e fiquei apenas: nascida.
25 A vida me fez de vez em quando pertencer, como se fosse para me dar a medida do que eu perco não pertencendo.
E então eu soube: pertencer é viver.
Fonte: https://www.culturagenial.com/clarice-lispector-textos-poeticos-comentados/.
Considerando as regras de tonicidade, assinale a alternativa correta em que todas as palavras são acentuadas pela mesma regra.
Leia o texto abaixo para responder às questões de 1 a 10.
Separados
Por Maria Romarta
A chuva brincava de sumir e aparecer, então, Luíde nem se dava ao trabalho de fechar o guarda-chuva. Lílian havia esquecido o dela, por isso se abrigava ali, junto do ex-marido. As malas, rente aos pés dos dois, também se valiam daquele abrigo.
Eles estavam a passar um final de semana na casa de campo que tinham. Tudo ia muito bem até que Luíde, do filho, se pôs a lembrar.
— Se ele tivesse sobrevivido ia gostar de brincar naquele campinho.
— Com essa chuva toda?
— Não. Nos dias de sol.
— Também gostaria que ele estivesse aqui.
— Mas bem que eu pedi a você, Lilian, não vá ao trabalho, você precisa de repouso, fique em casa! Mas você foi. E lá acabou tropeçando, caindo da escada... Se tivesse me ouvido...
Depois disso, simultaneamente cada um fez as malas, cada um tirou seu carro da garagem e saiu estrada a fora. Foi aí que se tornaram ex. Porém, não foram muito longe, a estrada tentou, até que conseguiu prender os carros ao chão.
Juntos de novo, mas separados e numa ideia conjunta, o casal caminhou até outra estrada que havia mais adiante e cada um ligou pedindo um táxi.
Sob o mesmo guarda-chuva os dois mentiam calados, sozinhos. Após uma eternidade, um táxi apontou naquela estrada, ziguezagueando pela lama. Era o que Lílian havia chamado. O taxista, eterno de simpatia, disse qualquer coisa sobre quase não ter conseguido chegar até lá. Ela não deu muita importância, foi guardando as malas, enquanto, Luíde somente observava a chuva ir abraçando o rosto dela.
— Você vem? - O taxista perguntou ao ex.
— Não, estou esperando outro táxi.
Lílian entrou naquele carro pela porta da esquerda e acenou pelo vidro, como quem dizia milhões de coisas.
Nesse momento, Luíde percebeu que despedida tem gosto, não necessariamente bom.
Aquela despedida, aliás, tinha um gosto. Gosto de quando a gente fala o que não deve.
Fonte: Romarta, Maria. Separados. Disponpivel em: https://clubedoconto.blogspot.com/search/label/Conto. Acesso em 02 de abr de 2024
No fragmento "Sob o mesmo guarda-chuva os dois mentiam calados, sozinhos", identifique a sílaba tônica da palavra destacada.
STJ na luta contra o juridiquês
Por Superior Tribunal de Justiça
- Se o idioma oficial do Brasil é o português, a língua predominante na Justiça, ao longo dos
- tempos, tem sido o "juridiquês" – uma mistura de palavreado técnico com estilo rebuscado e
- doses abundantes de termos em latim, muito .... gosto dos profissionais do direito, mas de difícil
- compreensão para o público leigo.
- No dia ___ dia dos processos, uma norma que se aplica a situações passadas tem efeito ex
- tunc; a repetição de uma situação jurídica é bis in idem; e, se for apenas para argumentar,
- pode-se dizer ad argumentandum tantum. E nem só de latim vive a complicação: denúncia virou
- exordial increpatória; inquérito policial, caderno indiciário; petição inicial, peça incoativa.
- Ciente da importância da informação para o exercício da cidadania, o Superior Tribunal de
- Justiça (STJ) tem adotado, ao longo do tempo, uma série de medidas para levar o conhecimento
- sobre as decisões judiciais para além dos profissionais especializados, tornando mais abrangente
- sua comunicação com a sociedade – o que inclui a opção por uma linguagem bem diferente
- daquela que se consagrou no cotidiano forense.
- A mais recente iniciativa da corte nessa direção foi o lançamento de uma nova ferramenta
- em seu portal na internet, destinada a facilitar a compreensão dos julgamentos pelo público não
- familiarizado com a linguagem jurídica: agora, as notícias trazem um resumo simplificado, que
- apresenta o ponto principal da matéria em termos acessíveis para o leigo e está disponível em
- um ícone logo abaixo do título de cada texto.
- A medida está alinhada com as diretrizes do Pacto Nacional do Judiciário pela Linguagem
- Simples, lançado em dezembro de 2023 pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ), mas integra
- uma política de aproximação com o cidadão que o STJ já vem seguindo há bastante tempo.
- A simplificação da linguagem é uma preocupação constante da Secretaria de Comunicação
- Social (SCO), em respeito à Política de Comunicação Institucional do STJ, especialmente ao
- disposto em seus artigos 11 e 13, que exigem clareza, precisão, qualidade e acessibilidade na
- divulgação de informações sobre as decisões, a jurisprudência, os serviços, os projetos e as
- ações da corte.
- Atenta ___ necessidades de democratização da informação, a SCO tem apresentado, em
- suas diferentes plataformas, produtos que facilitam a compreensão da atividade jurisdicional
- pelo público não especializado.
- O Pacto Nacional do Judiciário pela Linguagem Simples materializa os esforços para atender
- a Estratégia Nacional do Poder Judiciário 2021-2026, especificamente no que diz respeito à
- adoção de uma linguagem direta e compreensível pelo público leigo, tanto nas decisões judiciais
- quanto nas comunicações em geral.
- Ao anunciar o pacto durante o 17º Encontro Nacional do Poder Judiciário, em Salvador, o
- ministro Luís Roberto Barroso – presidente do Supremo Tribunal Federal (STF) e do CNJ –
- apontou a relevância de aprimorar ___ comunicação com os jurisdicionados. "A linguagem
- codificada e inacessível torna-se um instrumento de e...clusão; precisamos ser capazes de usar
- uma linguagem mais compreensível e inclusiva para todas as pessoas", declarou.
- O pacto dispõe que o uso de vocabulário técnico não deve representar uma barreira ao
- entendimento das decisões judiciais. Assim, simplificar a linguagem nas decisões, sem deixar de
- lado a precisão técnica, passa a ser mais um dos desafios da magistratura para ampliar o acesso
- à Justiça e à informação – direitos previstos na Constituição Federal de 1988.
(Disponível em: www.stj.jus.br/sites/portalp/Paginas/Comunicacao/Noticias/2024/24032024-STJ-na-luta-contra-o-juridiques-e-por-uma-comunicacao-mais-eficiente-com-a-sociedade.aspx – texto adaptado especialmente para esta prova).
Qual a palavra que, caso tivesse o acento gráfico suprimido, NÃO geraria uma palavra existente na Língua Portuguesa?
Urubus urbanos
Por mais curioso que pareça, é cada vez mais comum olhar para o alto de casas e prédios em ambientes urbanos e deparar-se com urubus acomodados nos telhados. Essas aves, frequentemente interpretadas como sinal de mau agouro, desempenham uma função ecológica nesse contexto urbano.
A primeira questão que deve ficar clara é que se deve evitar pensamentos supersticiosos em relação aos urubus. Ter um urubu sobre o telhado de sua casa não significa mau agouro, mas sim que provavelmente há algum tipo de carcaça nas proximidades.
Devido à sua natureza necrófaga, alimentando-se de materiais em decomposição, os urubus exercem uma função específica no ecossistema urbano. O aumento na produção de lixo nas grandes cidades se torna um dos principais atrativos para essas aves.
A partir da observação do crescimento da quantidade de urubus presentes nas grandes cidades, constata-se que essas aves se adaptaram ao ambiente urbano. O fenômeno começou há pouco mais de uma década, com o número de urubus nas cidades aumentando progressivamente. Até certo momento, os moradores mal percebiam esse aumento; as pessoas achavam curioso quando viam um urubu pousado no telhado do vizinho.
À medida que essas aves foram se tornando mais à vontade, os moradores passaram a se assustar. Trata-se de um animal com um bico curvo e afiado, pronto para o ataque. Contudo, a questão é que devemos entender que o planeta pertence a todas as espécies vivas que o habitam. Dessa forma, não temos o direito de questionar a presença dos urubus, apenas pensar em soluções que tornem a convivência mais tranquila.
Cultura Mix - “Significado de Urubu no Telhado”. Com adaptações.
Considerando-se as regras de acentuação gráfica, no trecho “Devido à sua natureza necrófaga [...]” (3º parágrafo), a palavra sublinhada é classificada como:
É uma palavra acentuada de forma correta:
Pegada ecológica
- É cada vez mais preocupante a situação do nosso planeta. O homem consome cada dia
- mais os recursos naturais, não se preocupando com o futuro. A poluição e o consumo exagerado
- de água, por exemplo, afetam diretamente toda a população, e nós nem nos damos conta de
- onde estamos errando.
- Com o objetivo de saber o quanto cada um de nós e as cidades estão gastando de recursos
- naturais para manter nosso estilo de vida, foi criada, em 1996, por William Rees e Mathis
- Wackernagel, a “pegada ecológica”. Essa pegada é uma espécie de medição da utilização dos
- recursos naturais e está relacionada diretamente com os hábitos de vida de uma população.
- A pegada ecológica é calculada com base nos territórios chamados de produtivos, tais
- como terra para colheita, área de pesca, terra construída e áreas de biodiversidade, e nas formas
- de consumo de uma população. Entre as formas de consumo, a pegada analisa diversos itens,
- como a alimentação, transporte, energia e bens e serviços. Podemos dizer, portanto, que a
- pegada expressa a área (em hectares) que uma população usa para conseguir seu sustento.
- Quando analisamos a pegada ecológica, é possível estabelecer uma estimativa entre a
- quantidade de consumo e o tempo que o planeta precisa para conseguir recuperar aquele recurso
- (quando é possível haver regeneração). Estima-se que atualmente nosso consumo esteja tão
- exagerado que, para conseguir manter nosso padrão de vida, necessitaríamos de
- aproximadamente um planeta e meio. Claro que a sociedade industrializada consome mais
- recursos que a com menos tecnologia. Sendo assim, dizemos que ela possui uma maior pegada
- ecológica. Como sua pegada é maior, ela afeta todo o globo, pois necessita de mais recursos
- para conseguir suprir sua necessidade de consumo e também acaba poluindo mais por gerar
- mais resíduos.
- Medidas que controlem a pegada ecológica são essenciais para verificar até que ponto
- nosso impacto está prejudicando o planeta. Se consumirmos mais do que nosso planeta é capaz
- de produzir, em breve enfrentaremos uma grande crise ambiental, com a falta de recursos e a
- diminuição acelerada da nossa biodiversidade.
- Como posso diminuir minha pegada ecológica? Você pode diminuir sua pegada ecológica
- com atitudes simples. Veja só alguns exemplos:
- • Sempre que possível, deixe seu carro em casa e procure ir a pé.
- • Só compre o que é realmente necessário. Não seja consumista!
- • Diminua o consumo de carne, uma vez que populações que se alimentam muito desse
- produto necessitam da criação de grandes pastagens.
- • Diminua o tempo de banho.
- • Separe o lixo orgânico do reciclado.
- • Não deixe as luzes acesas sem necessidade.
(Disponível em: www.mundoeducacao.uol.com.br/biologia/pegada-ecologica.htm – texto adaptado especialmente para esta prova).
A palavra “ecológica”, retirada do texto, é acentuada por: