Questões de Português - Adjetivos para Concurso

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Q2102059 Português
O texto seguinte servirá de base para responder a questão.

O poder da doçura

O viajante caminhava pela estrada, quando observou o pequeno rio que começava tímido por entre as pedras.

Foi seguindo-o por muito tempo. Aos poucos ele foi tomando volume e se tornando um rio maior.

O viajante continuou a segui-lo. Bem mais adiante, o que era um pequeno rio se dividiu em dezenas de cachoeiras num espetáculo de águas cantantes.

A música das águas atraiu mais o viajante que se aproximou e foi descendo pelas pedras, ao lado de uma das cachoeiras. Descobriu, finalmente, uma gruta. A natureza criara com paciência caprichosas formas na gruta. Ele a foi adentrando, admirando sempre mais as pedras gastas pelo tempo.

De repente, descobriu uma placa. Alguém estivera ali antes dele. Com a lanterna, iluminou os versos que nela estavam escritos. Eram versos do grande escritor Tagore, prêmio Nobel de literatura de 1913: "Não foi o martelo que deixou perfeitas estas pedras, mas a água, com sua doçura, sua dança, e sua canção. Onde a dureza só faz destruir, a suavidade consegue esculpir."

Assim também acontece na vida. Existem pessoas que explodem por coisa nenhuma e que desejam tudo arrumar aos gritos e pancadas.

E existem as pessoas suaves que sabem dosar a energia e tudo conseguem. São as criaturas que não falam muito, mas agem bastante. Enquanto muitos ainda se encontram à mesa das discussões para a tomada de decisões, elas já se encontram a postos, agindo. E conseguem modificar muitas coisas.

(...)

https://www.contandohistorias.com.br/html/contandohistorias.html - Adaptado
No trecho: "Ele a foi adentrando, admirando sempre MAIS as pedras gastas pelo tempo", a palavra MAIS pertence a seguinte classe gramatical:
Alternativas
Q2100091 Português

A época em que ser alegre era malvisto


Até o início do século XVIII, em lugares como Reino Unido e nas suas colônias na América do Norte, os historiadores perceberam que as pessoas tinham orgulho de serem um pouco melancólicas.

Isso tinha a ver, em parte, com a lógica cristã, de ter consciência dos seus pecados e de se manter humilde perante os olhos de Deus.

Peter Stearns, autor do livro 'História da Felicidade', cita, nas suas pesquisas, o diário escrito por um chefe de família da época, que defendia que Deus, entre aspas, "não permitia alegria nem prazer, mas sim, uma espécie de conduta melancólica e austera".

"Isso não quer dizer que as pessoas fossem infelizes - simplesmente, não temos como julgar isso de modo imparcial, a partir dos padrões atuais. Até porque a felicidade, obviamente, é algo bastante subjetivo".

O que significa que havia, entre as pessoas da época, a percepção de que era necessário se desculpar por momentos de felicidade, por considerá-los uma afronta a Deus, segundo Stearns.

Mas isso mudou radicalmente no século XVIII, a ponto de, na redação da Declaração de Independência dos Estados Unidos, em 1776, a busca pela felicidade ter sido considerada um direito humano. A Constituição da França de 1793 também explicitou a ideia de que o objetivo da sociedade é a felicidade comum.

https://www.bbc.com/portuguese/articles/ck5y8nyw1jyo. Adaptado.

Peter Stearns, autor do livro 'História da Felicidade', cita, nas suas pesquisas, o diário escrito por um chefe de família da época, que defendia que Deus, entre aspas, "não permitia alegria nem prazer.


Assinale a opção que contenha o adjetivo posposto ao seu substantivo.

Alternativas
Q2098701 Português
Andorinhas-azuis intrigam cientistas ao fazerem pequena ilha da Amazônia de casa

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(Daniel Grossman, Dado Galdieri. https://www1.folha.uol.com.br/ambiente/2022/12/andorinhas-azuis-intrigam-cientistas-ao-fazerem-pequena-ilha-da-amazonia-de-casa.shtml. 28.dez.2022)

Assinale a alternativa em que a palavra indicada, no texto, desempenhe papel adjetivo.
Alternativas
Q2098291 Português

Atenção: Considere o poema de Fernando Pessoa para responder à questão.


Às vezes, em sonho triste

Nos meus desejos existe

Longinquamente um país

Onde ser feliz consiste

Apenas em ser feliz.


Vive-se como se nasce

Sem o querer nem saber.

Nessa ilusão de viver

O tempo morre e renasce

Sem que o sintamos correr.


O sentir e o desejar

São banidos dessa terra.

O amor não é amor

Nesse país por onde erra

Meu longínquo divagar.


Nem se sonha nem se vive:

É uma infância sem fim.

Parece que se revive

Tão suave é viver assim

Nesse impossível jardim.


(PESSOA, Fernando. Obra poética. Rio de Rio de Janeiro: Editora Nova Aguilar, 1997) 

Verifica-se rima (ou seja, coincidência final de sons) entre palavras de mesma classe gramatical em
Alternativas
Q2097910 Português
Texto para questão

Texto (com adaptação)

[...]

A polarização crescente é promovida por aqueles que se favorecem dela. Políticos, partidos e grupos mais extremistas se alimentam do descontentamento e da intolerância para ganhar mais apoio a suas ideias. Afinal, medidas extremas têm maior chance de aceitação quando se vê o outro grupo como um inimigo perigoso que é preciso eliminar, ao invés de um concorrente no debate.

Além disso, quanto pior o “inimigo” parece, mais soa justificável quebrar regras. Não à toa, um estudo mostrou que a polarização favorece a ascensão de líderes populistas “iliberais”, ou seja, que têm pouco apreço às normas democráticas e às limitações de poder.

[...]

Um ambiente polarizado, sem tolerância e respeito a opiniões discordantes, reforça esse comportamento. O ambiente é criado pela propensão a sermos fiéis a grupos e, por sua vez, reforça essa propensão, como num ciclo. Nesse sentido, é possível entender por que fake news se espalham com facilidade: elas se aproveitam da nossa vontade de acreditar em notícias que corroboram nossas ideias, independentemente da sua veracidade.

[...]

ANDREASSA, Luiz. O que é polarização e por que é prejudicial à democracia? Disponível em:<politize.com.br/o-que-e-polarizacao/?>  Acesso em: 19/01/2023.
Julgue os itens a seguir, conforme sejam FALSOS ou VERDADEIROS e aponte a alternativa CORRETA.
I. O verbo TER, presente no primeiro e segundo parágrafos (“medidas extremas têm...”) e (“têm pouco apreço...”) está acentuado em ambos os casos por se referir a sujeitos plurais.
II. A expressão “ou seja” (ao final do segundo parágrafo), apresenta-se entre vírgulas por tratar-se de uma conjunção adversativa.
III. Nas frases “Não à toa” e “apreço às normas...”, ambas do segundo parágrafo, o uso das crases se impõe a partir da mesma regra gramatical.
IV. A locução “à toa”, quando ocupa função de locução adjetiva, grifa-se com hífen (à-toa). 
Alternativas
Q2096308 Português
Instrução: A questão refere-se ao texto abaixo. Os destaques ao longo do texto estão citados na questão.


Antes do dia partir...

Por Martha Medeiros





(Disponível em: http://intervox.nce.ufrj.br/~jobis/m-antes.htm – texto adaptado especialmente para esta prova). 
Considerando a palavra “melancólicas” (l. 30), analise as assertivas a seguir:

I. A palavra apresenta o mesmo número de fonemas e letras.
II. Trata-se de um adjetivo biforme.
III. Um antônimo possível para a palavra é “contentes”.

Quais estão corretas? 
Alternativas
Q2096009 Português
Os projetos de energia renováveis e a instalação de novas centrais nucleares driblam a crise energética.
Na frase mencionada, existem:
Alternativas
Q2094776 Português
A respeito do grau dos substantivos e adjetivos, assinale a alternativa correta.
Alternativas
Q2094537 Português
“Criatura que vive bem clara na minha lembrança é a tia Mariquinhas, viúva de um parente afastado de minha mãe. Morava a um quarto de légua do povoado, na Pedra Branca, o mais lindo sítio que por ali havia. A Pedra Branca tinha o condão de atrair as crianças. Era uma casa pequenina, caiadinha, muito limpa, num terreiro alvo, bem varrido, com laranjeiras plantadas em derredo”.
(CORRÊA, Viriato. Cazuza. 33ª ed. São Paulo: Editora Nacional, 1985, p. 21)
Qual a característica em comum das palavras que estão sublinhadas no trecho acima? Assinale a alternativa CORRETA.
Alternativas
Q2091063 Português
O uso do diminutivo, na Língua Portuguesa, pode expressar valores semânticos, além da noção sintática na oralidade. Em relação a estes valores semânticos do diminutivo, assinale a alternativa incorreta. 
Alternativas
Q2089494 Português

O ciclo da vida


    Recorro à minha profissão de tradutora, que exerci intensamente por longo tempo, para apresentar aqui versos da poetisa americana Edna St. Vincent Millay, falecida, sobre a morte: “Não me resigno quando depositam corações amorosos na terra dura. É assim, assim será para sempre: entram na escuridão os sábios e os encantadores. Coroados de lírios e louros, lá se vão: mas eu não me conformo. Na treva da tumba lá se vão, com seu olhar sincero, o riso, o amor; vão docemente os belos, os ternos, os bondosos; vão‐se tranquilamente os inteligentes, os engraçados, os bravos. Eu sei. Mas não aprovo. E não me conformo”.

    Conformados ou não, a morte é algo que precisaríamos aceitar, com mais ou menos dor, mais ou menos resistência, mais ou menos inconformidade. E esse processo, mais ou menos demorado, mais ou menos cruel, depende da estrutura emocional e das crenças de cada um.

     O ciclo da vida e morte é um duro aprendizado. Nós, maus alunos.

    Não escrevo sobre o tema pela morte de um ou outro, em acidentes, por doença dolorosa, ou mesmo dormindo, morte abençoada. Morrem mais pessoas aqui de morte violenta do que em guerras atuais. A banalização da morte, portanto a desvalorização da vida, é espantosa. Escrevo porque ela, a senhora Morte, é cotidiana e estranha, ao menos para a maioria de nós. Há alguns anos, menininha ainda, uma de minhas netas me perguntou com a perturbadora simplicidade das crianças: “Por que eu não tenho vovô?”. Respondi, como costumo, da maneira mais natural possível, que o vovô tinha morrido antes de ela nascer, que estava em outro lugar, e, acreditava eu, ainda sabendo da gente, sempre cuidando de nós – também dela. Continuei dizendo que a vida das pessoas é como a das plantas e dos animais. Nascem, crescem, umas morrem muito cedo, outras ficam bem velhinhas, umas morrem por acidente, ou doença, ou simplesmente se acabam como uma vela se apaga.

    Falar é fácil, eu dizia a mim mesma enquanto comentava isso com a criança. O drama da vida não se encerra com o baque da morte, mas começa, nesse instante outra grande indagação.

    Recordo a frase, atribuída a Sócrates na hora em que bebia cicuta, condenado pelos cidadãos de Atenas a se matar: “Se a morte for um sono sem sonhos, será bom; se for um reencontro com pessoas que amei e se foram, será bom também. Então, não se desesperem tanto”. Precisamos de tempo para integrar a morte na vida. Talvez os mortos vivam enquanto lembrarmos suas ações, seu rosto, a voz, o gesto, a risada, a melancolia, os belos momentos e os difíceis. Enquanto eles se repetirem no milagre genético, em filhos, e netos, ou se perpetuarem em fotografias e filmes. Enquanto alguém os retiver no pensamento, os mortos estarão de certa forma vivos? Porque morrer é natural, deveria ser simples: mas para quase todos nós, é um grande e grave enigma.

(Lya Luft. Revista Veja. Em: agosto de 2014. Adaptado.)

Possui papel adjetivo no segmento a seguir, o termo em destaque: 
Alternativas
Q2088464 Português

Aquilo por que vivi


    Três paixões, simples, mas irresistivelmente fortes, governaram-me a vida: o anseio de amor, a busca do conhecimento e a dolorosa piedade pelo sofrimento da humanidade. Tais paixões, como grandes vendavais, impeliram-me para aqui e acolá, em curso instável, por sobre profundo oceano de angústia, chegando às raias do desespero.

    Busquei, primeiro, o amor, porque ele produz êxtase – um êxtase tão grande que, não raro, eu sacrificava todo o resto da minha vida por umas poucas horas dessa alegria. Ambicionava-o, ainda, porque o amor nos liberta da solidão – essa solidão terrível através da qual a nossa trêmula percepção observa, além dos limites do mundo, esse abismo frio e exânime.

    Com paixão igual, busquei o conhecimento. Eu queria compreender o coração dos homens. Gostaria de saber por que cintilam as estrelas. E procurei apreender a força pitagórica pela qual o número permanece acima do fluxo dos acontecimentos. Um pouco disto, mas não muito, eu o consegui.

    Amor e conhecimento, até ao ponto em que são possíveis, conduzem para o alto, rumo ao céu. Mas a piedade sempre me trazia de volta a terra. Ecos de gritos de dor ecoavam em meu coração. Crianças famintas, vítimas torturadas por opressores, velhos desvalidos a constituir um fardo para seus filhos, e todo o mundo de solidão, pobreza e sofrimentos, convertem numa irrisão o que deveria de ser a vida humana. Anseio por aliviar o mal, mas não posso, e também sofro.

    Eis o que tem sido a minha vida. Tenho-a considerado digna de ser vivida e, de bom grado, tornaria a vivê-la, se me fosse dada tal oportunidade.

(Bertrand Russel. Autobiografia. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1967. Adaptado.)

Levando em consideração que o adjetivo é a classe de palavras que modifica o substantivo, atribuindo-lhe características mais precisas, NÃO se refere a tal classe gramatical: 
Alternativas
Q2088210 Português
Assinale a alternativa que não apresenta um adjetivo:
Alternativas
Q2088018 Português
Brutus e Cássio, os assassinos de Júlio César, aprenderam do jeito mais difícil que o pior lugar do inferno é ocupado por aqueles que desprezam o imperador. No Inferno de Dante, os dois senadores romanos são condenados a passar toda a eternidade no círculo mais baixo do inferno. Lá, junto de Judas Iscariotes, são mastigados cada um em uma das três bocas de Satã, para sempre sendo dilacerados, mas nunca mortos. As infelizes almas formam o triunvirato dos maiores traidores da história e constituem o pior de todos os pecados – traírem seus benfeitores. A referência de Dante aos romanos não foi feita por puro efeito literário. Ele e seus conterrâneos italianos ainda sofrem com a morte de Júlio Cesar mesmo 1300 anos depois. É suposto que caso ele não tivesse morrido, a Itália nunca teria se fracionado em pequenas cidades-estado como foi na Idade Média e talvez ainda tivesse o poder global em suas mãos. Apesar de seu sucesso, Júlio César não era um homem de carreira militar; esta só começou bem depois como um produto de sua ambição e fidelidade a Roma. No entanto, sua abordagem implacável e superioridade estratégica foram continuamente comprovadas. O Império Romano se expandiu ao norte até a Inglaterra, e ao sul até o Egito. Ao contrário de Aníbal, sua perspicácia política se equiparava a sua habilidade militar. Cesar foi capaz de transformar suas vitórias no campo de batalha em expansão política e um governo permanente que durou por séculos após a sua morte. Tal é o legado de um homem cujo poder era tão amplo que até mesmo o fundador do Cristianismo reconhecia que ele controlava os domínios políticos da Terra. (RANK, Michael. Os Maiores Generais da História. São Paulo: Lelivros, 2012, p. 66). 
A palavra “continuamente”, utilizada pelo autor do texto, possui a seguinte classificação gramatical: 
Alternativas
Q2087482 Português

Releia o trecho a seguir.

“[...] inclusive tirou uma foto enquanto a administrava, conforme revelou o veículo especializado Technology Review.”

A palavra destacada, nesse contexto, é classificada como:

Alternativas
Q2087339 Português

Festa íntima

    Nem todos têm a fortuna de comemorar o décimo aniversário de seu automóvel. Os que têm não se podem furtar ao prazer de uma festa íntima, com recordações amáveis e o elogio do aniversariante.

    O nosso encontro deu-se numa pequena e adorável cidade da Holanda. Pela avenida principal, vejo-lhe ainda as árvores, o vento que descia os degraus dourados do sol. Muitos adolescentes a caminho da escola. Um ritmo de alegria matinal, simples e comunicativo.

    O automóvel resplandecia na perfeição intacta da sua recente fabricação. O vendedor fitava-o com orgulho, amava- -o com um amor de especialista, grave e sincero. Nós o amávamos timidamente, ainda, contemplando-lhe linhas, esmaltes, metais, forro... – mas o vendedor proclamava, acima de tudo, a excelência da máquina. Era um homem sensível e engenhoso. Até nos queria vender um dispositivo especial que fazia descer uma leve cortina d’água para lavar o vidro da frente.

    Partimos emocionados. O vendedor dizia-nos adeus com bondade. Recomendava-nos certo óleo, moderação na rodagem... E quando nos voltamos, na derradeira despedida, continuava a acompanhar o carro com olhos de pai despedindo- -se de um filho.

    Ele aprendeu a rodar pela terra da Holanda, e seu padrinho foi um holandês. Entre as nuvens de bicicletas daquelas encantadoras cidades, sua presença era um pouco escandalosa.

    Em cada posto de gasolina, todos o vinham observar por dentro e por fora. Os entendidos em máquinas caíam em êxtase. Era um assombro, o que viam e o que adivinhavam.

    E assim foi ele vivendo a sua infância pelos campos floridos da Bélgica, fazendo levantar os olhos aos belos cavalos brancos que pasciam; e conheceu os castelos do Loire e a luz formosa do sul da França; e deslumbrou as donzelinhas espanholas que passavam pela tarde, abraçadas e risonhas, e deslizou pelas estradas de Portugal.

    E assim chegou ao Brasil, viu as paisagens cariocas, fluminenses, mineiras e paulistas. Talvez estranhasse, às vezes, o clima (ah! os patrões obrigam a tanto)!

     Mas logo as distâncias o seduziam e atirava-se por elas feliz e leve como se fosse voar.

    Carro tão sensato jamais houve: não cometeu nunca a menor infração e até se desvia a tempo para que os outros não as cometam. Com o tempo, tem tido suas pequenas crises: mas os mecânicos continuam a amá-lo tanto quanto seu vendedor, e tratam-no com o carinho de um médico devotado por um paciente precioso.

    E eis que agora cumpre dez anos. E jamais nos ocorreria trocá-lo por outro mais novo, fosse qual fosse a atração do modelo. Nós o amamos como a uma pessoa viva, a um amigo fiel, a um companheiro impecável. Faz parte da família. Vence todos os obstáculos das estradas e das ruas, resiste a todas as gasolinas; quando enguiça é porque as adversidades são enormes. Outros, quebravam-se. Ele para, espera que o ajudem, e logo recupera seu alento, sua coragem, sua vontade de bem servir. Mesmo entre as criaturas humanas, poucos se lhe podem comparar.

    Eis porque festejamos com ternura este aniversário. Que lhe podemos oferecer de presente? Uma boa lubrificação, um bom passeio por uma bela estrada, ao longo da qual se possa expandir seu coração trabalhador. E buzinaremos a nossa alegria por onde passarmos, celebrando as suas virtudes e proclamando-lhe a nossa gratidão.

(Cecília Meireles. Literatura Comentada. Inéditos, 1968. Editora Abril.)

Assinale a alternativa em que o termo destacado NÃO pertence à classe gramatical dos demais. 
Alternativas
Q2087077 Português
Cenoura, ovo ou café

    Uma filha se queixou a seu pai sobre sua vida e de como as coisas estavam tão difíceis para ela. Ela já não sabia mais o que fazer e queria desistir. Estava cansada de lutar e combater. Parecia que assim que um problema estava resolvido um outro surgia. 

    Seu pai, um “chef”, levou‐a até a cozinha. Encheu três panelas com água e colocou cada uma delas em fogo alto.

    Logo as panelas começaram a ferver.

    Em uma ele colocou cenouras, em outra colocou ovos e, na última, pó de café.

    Deixou que tudo fervesse, sem dizer uma palavra.

    A filha deu um suspiro e esperou impacientemente, imaginando o que ele estaria fazendo.

    Cerca de vinte minutos depois, ele apagou as bocas de gás. Pescou as cenouras e as colocou em uma tigela. Retirou os ovos e os colocou em uma tigela. Então pegou o café com uma concha e o colocou igualmente em uma tigela.

    Virando‐se para ela, perguntou “Querida, o que você está vendo?” “Cenouras, ovos e café”, ela respondeu.

    Ele a trouxe para mais perto e pediu‐lhe para experimentar as cenouras. Ela obedeceu e notou que as cenouras estavam macias.

    Ele, então, pediu‐lhe que pegasse um ovo e o quebrasse. Ela obedeceu e depois de retirar a casca verificou que o ovo endurecera com a fervura.

    Finalmente, ele lhe pediu que tomasse um gole do café.

     Ela sorriu ao provar seu aroma delicioso.

      Ela perguntou humildemente: “O que isto significa, pai?”

    Ele explicou que cada um deles havia enfrentado a mesma adversidade, água fervendo, mas que cada um reagira de maneira diferente.

     A cenoura entrara forte, firme e inflexível. Mas depois de ter sido submetida à água fervendo, ela amolecera e se tornara frágil.

    Os ovos eram frágeis. Sua casca fina havia protegido o líquido interior. Mas depois de terem sido colocados na água fervendo, seu interior se tornou mais rígido.

    O pó de café, contudo, era incomparável. Depois que fora colocado na água fervente, ele havia mudado a água. “Qual deles é você?” ele perguntou a sua filha. “– Quando a adversidade bate a sua porta, como você responde? Você é uma cenoura, um ovo ou pó de café?”

    E você?

   Você é como a cenoura que parece forte, mas com a dor e a adversidade você murcha e se torna frágil e perde sua força? 

    Será que você é como o ovo, que começa com um coração maleável? Você teria um espírito maleável, mas depois de alguma morte, uma falência, um divórcio ou uma demissão, você se tornou mais difícil e duro? Sua casca parece a mesma, mas você está mais amargo e obstinado, com o coração e o espírito inflexíveis?
 
    Ou será que você é como o pó de café? Ele muda a água fervente, a coisa que está trazendo a dor, para conseguir o máximo de seu sabor, a cem graus centígrados. Quanto mais quente estiver a água, mais gostoso se torna o café. Se você é como o pó de café, quando as coisas se tornam piores, você se torna melhor e faz com que as coisas em torno de você também se tornem melhores.

    Como você lida com a adversidade?
 
     Você é uma cenoura, um ovo ou café?

(Retirado do livro “Às vezes você ganha, às vezes você aprende” – John C. Maxwell. Disponível em: https://pensebem.blog/2020/03/30/fabulacenouras-ovos-cafe-e-adversidades/. Em: 03/2020.)
Quanto à classificação gramatical, assinale a associação INCORRETA.
Alternativas
Q2086593 Português

Como a guerra de palavras molda as notícias

“Lutar com palavras

é a luta mais vã.

Entanto lutamos

mal rompe a manhã.

São muitas, eu pouco.” 


    Assim começa o poema “O Lutador” de Carlos Drummond de Andrade, a meu ver, um dos mais belos poemas sobre o ofício de escrever. Sobre a quase que impossibilidade de definir, seja lá o que (ou quem) for, com vocábulos, o que se pretende dizer ou expressar. Do alto de sua sabedoria infantil, Marcelo, o inesquecível personagem de “Marcelo, Martelo, Marmelo” (Ed. Salamandra), de Ruth Rocha, outra das nossas grandes autoras, já definiu bem a grande dúvida que ronda a origem das palavras, sejam elas em que língua forem:

“– Papai, por que mesa chama mesa?

– Ah, Marcelo, vem do latim.

– Puxa, papai, do latim? E latim é língua de cachorro?

– Não, Marcelo, latim é uma língua muito antiga.

– E por que é que esse tal de latim não botou na mesa nome de cadeira, na cadeira nome de parede, e na parede nome de bacalhau?”

    O pai de Marcelo, é claro, não soube responder à pergunta do garoto. E nós, tal como ele, muitas vezes nos pomos a perguntar por que uma pessoa usou tal palavra e não outra (ou outras) para comunicar alguma coisa, definir um conceito, contar uma história. E se perguntarmos a ela, muito provavelmente essa pessoa usará mais tantas outras para justificar a escolha daquela e assim,nos convencer que fez o melhor uso para descrever o que desejava. Longe de mim querer dar conta de explicar um fenômeno tão complexo como a linguagem nas poucas linhas deste artigo. Minha reflexão aqui é sobre como as palavras importam para moldar e explicar a nossa realidade. Nietzsche, um dos maiores filósofos de todos os tempos, disse que as palavras são pontes iridescentes que ligam coisas separadas. Faço um complemento à sua fala: e quando elas se juntam, são capazes de produzir sentido, a chave para que sigamos vivos, em ação, transformando o mundo em que vivemos. As palavras dão sentido à nossa experiência, ao que acontece ao nosso redor e ao que se passa com e em cada um de nós.

    Há mais de 30 dias vivemos uma experiência das mais complexas em diferentes sentidos com a guerra na Ucrânia. E como ela se dá para além dos tiros, bombas, das mortes brutais, e está acontecendo “em tempo real” nas mídias, nos relatos “ao vivo” de quem filma e/ou fotografa o inenarrável sofrimento humano e posta nas redes sociais, assistimos à tão falada “guerra das narrativas” na qual desenrola-se uma escolha cuidadosa de palavras que tentam dar conta de explicar os fatos que se desenrolam, minuto a minuto. Por que uns usam o termo “invasão” e outros “guerra”? E qual a razão de outros insistirem em dizer que se trata de “exercícios militares”, ou ainda de um “conflito” ou então de uma “ocupação”? É que quando você escolhe o termo guerra versus invasão, você selecionou um ponto de vista para explicar os fatos que conseguiu perceber – e, esperamos! – verificar.

    “Entendo que para contar é necessário primeiramente construir um mundo”, dizia um dos maiores semiólogos e linguistas do nosso tempo, o escritor italiano Umberto Eco. “Que leitor modelo eu queria, quando estava escrevendo? Um cúmplice, claro, que entrasse no meu jogo. (...) Um texto quer ser uma experiência de transformação para o próprio leitor”. Estar consciente desse jogo, conhecer as regras da construção das mensagens é uma das grandes habilidades a serem conquistadas pelos cidadãos dessa Era da (Des)Informação, e um dos pilares da Educação para as Mídias. É fundamental que o leitor (re)conheça que cada notícia é composta por um conjunto de palavras, de termos, que contam uma determinada história, sob um ponto de vista específico, que interessa a um certo grupo de pessoas e/ou instituições. Faz tempo que o mito da objetividade jornalística caiu por terra, por isso, para se formar um leitor crítico, há que prepará-lo para desenvolver uma certa dose de ceticismo saudável, aliado a uma investigação constante dos muitos porquês que envolvem a construção de uma mensagem.

    A chamada grande mídia vem sendo profundamente abalada pelo advento das redes sociais, onde todos e qualquer um é jornalista. Daí a importância de se frisar que se a objetividade jornalística é uma quimera, a objetividade, em si, é um método, não um ponto de vista. E o bom jornalismo faz uso dela quando estabelece critérios claros (e bem expostos em sua política editorial) para publicar um conteúdo, pesquisando o contexto no qual ele se desenrola, conhecendo os mais diversos e diferentes pontos de vista sobre o que se está contando, analisando todas as informações coletadas, fazendo perguntas – tantas quantas forem necessárias para trazer mais clareza ao fato – e escolhendo palavras que sejam molduras o mais próximas possível do que se quer retratar. “As palavras são imprecisas. Elas nunca capturam totalmente o que está acontecendo. Há uma diferença qualitativa entre um jornalista que usa palavras de forma imprudente e um que está lutando, revisando e atualizando sua linguagem à medida que sabe mais (...) as palavras também têm um significado público quando absorvidas pela mídia. As palavras têm definições, mas também conotações e significados culturais, dependendo do contexto em que são usadas. E tudo isso está em jogo nas notícias”, afirma o jornalista e articulista do periódico digital Medium, Jeremy Littau.

    A afirmação do jornalista americano explica de maneira bastante simples porque cada um lê a notícia do jeito que lhe interessa, afinal, cada termo selecionado se encaixa na moldura que o leitor tem, aquela que lhe possibilita ver e compreender o mundo em que vive. Nesse sentido, nunca é demais lembrar que o poder está, de fato, na mão do leitor. Em uma sociedade letrada como a nossa, a leitura (e aqui me refiro a ela como a possibilidade de ler/ver/ouvir em quaisquer suportes) é um instrumento precioso para que interpretemos a realidade e então, possamos devolver a nossa percepção dela para a nossa comunidade e com isso, construirmos a nossa história. O exercício da leitura nos dá a possibilidade de questionar e elaborar as nossas perguntas e respostas a partir da nossa experiência. O leitor crítico quer acessar as notícias, mas sobretudo quer entendê-las e encontrar sentido nelas e para elas. Aquecimento global ou mudança climática? Protesto ou motim? Combate ou luta? Você escolhe como explicar ou compreender, meu caro leitor.

(ALVES, Januária Cristina. Como a guerra de palavras molda as notícias. Jornal Nexo. Disponível em: https://www.nexojornal.com.br/colunistas/ 2022/Como-a-guerra-de-palavras-molda-as-not%C3%ADcias. Acesso em: 05/04/2022. Adaptado.)

Assinale a alternativa em que a mudança de posição do termo destacado alterará sensivelmente o sentido do texto. 
Alternativas
Q2086554 Português

Aquilo por que vivi


    Três paixões, simples, mas irresistivelmente fortes, governaram-me a vida: o anseio de amor, a busca do conhecimento e a dolorosa piedade pelo sofrimento da humanidade. Tais paixões, como grandes vendavais, impeliram-me para aqui e acolá, em curso instável, por sobre profundo oceano de angústia, chegando às raias do desespero. 

     Busquei, primeiro, o amor, porque ele produz êxtase – um êxtase tão grande que, não raro, eu sacrificava todo o resto da minha vida por umas poucas horas dessa alegria. Ambicionava-o, ainda, porque o amor nos liberta da solidão – essa solidão terrível através da qual a nossa trêmula percepção observa, além dos limites do mundo, esse abismo frio e exânime.

    Com paixão igual, busquei o conhecimento. Eu queria compreender o coração dos homens. Gostaria de saber por que cintilam as estrelas. E procurei apreender a força pitagórica pela qual o número permanece acima do fluxo dos acontecimentos. Um pouco disto, mas não muito, eu o consegui. 

    Amor e conhecimento, até ao ponto em que são possíveis, conduzem para o alto, rumo ao céu. Mas a piedade sempre me trazia de volta a terra. Ecos de gritos de dor ecoavam em meu coração. Crianças famintas, vítimas torturadas por opressores, velhos desvalidos a constituir um fardo para seus filhos, e todo o mundo de solidão, pobreza e sofrimentos, convertem numa irrisão o que deveria de ser a vida humana. Anseio por aliviar o mal, mas não posso, e também sofro. 

    Eis o que tem sido a minha vida. Tenho-a considerado digna de ser vivida e, de bom grado, tornaria a vivê-la, se me fosse dada tal oportunidade.


(Bertrand Russel. Autobiografia. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1967. Adaptado.)


Levando em consideração que o adjetivo é a classe de palavras que modifica o substantivo, atribuindo-lhe características mais precisas, NÃO se refere a tal classe gramatical:
Alternativas
Q2080655 Português

O perigo das vacinas caseiras contra o coronavírus

Vários pesquisadores vinculados à Universidade Harvard promovem uma imunização sem aval para que os cidadãos a fabriquem e administrem em casa 


Um grupo de cientistas, profissionais da biotecnologia e cidadãos que nem sequer querem ser identificados está testando na própria carne uma suposta vacina contra o coronavírus que eles mesmos desenvolveram. Trata-se de um coquetel de proteínas sem eficácia comprovada, cuja primeira versão foi preparada por Preston Estep, um cientista que já esteve ligado à Universidade Harvard e cuja principal motivação é conseguir uma imunização antes que sejam lançadas as vacinas oficiais promovidas por governos e empresas farmacêuticas. Este projeto, chamado Radvac – sigla em inglês de “vacina colaborativa de implantação rápida” – se define como “um necessário ato de compaixão”.


Esta é uma das várias vacinas caseiras que estão circulando pelo mundo. Algumas não têm fins lucrativos, como a Radvac, e outras chegam a custar o equivalente a R$ 1.900. Nos EUA são conhecidas como vacinas DIY (sigla em inglês de “faça você mesmo”).


Muitos especialistas mostram preocupação com um fenômeno que pode causar danos e dinamitar a confiança nas vacinas convencionais. O mais inquietante talvez seja que, com a lei na mão, é impossível proibir alguém de obter e inocular esses preparados. Na prática pode ser muito complicado inclusive impedir que sejam distribuídas ou que seus adeptos ca


usem infecções por Covid-19, de forma deliberada ou acidental, por se julgarem imunizados.


Muitos de seus promotores iniciais estavam vinculados à prestigiosa Universidade Harvard (EUA). Um dos principais é o conhecido geneticista George Church, um dos pesquisadores mais respeitados em seu campo. Church admitiu ter usado em si mesmo a suposta vacina, e inclusive tirou uma foto enquanto a administrava, conforme revelou o veículo especializado Technology Review.


A suposta vacina defendida por Church é uma mistura de peptídeos, proteínas sintéticas que imitam as proteínas que compõem o SARS-CoV-2, como a característica espícula pontiaguda que usa para se unir às células humanas, penetrá-las e sequestrar seu maquinário biológico para se multiplicar. Em um documento de 59 páginas, Estep, Church e seus colegas explicam como misturar esses peptídeos com os outros quatro ingredientes básicos do preparado. Todos eles podem ser adquiridos de “distribuidores comerciais”, afirmam.


O produto final é um vapor inalável, administrado pelo nariz. O documento também detalha como usá-lo corretamente e recomenda fazer exames de anticorpos e linfócitos para comprovar seu efeito, como se os participantes fossem cobaias humanas. “Somos os animais”, disse Estep, ex-orientando de Church, ao The New York Times. Há 30 pessoas dos EUA, Alemanha, Reino Unido, China e Suécia que já se autoinocularam, afirma.


O próprio Estep afirma ter dado a vacina caseira a seu filho de 23 anos, e outros promotores também as administraram a familiares, segundo o jornal nova-iorquino.


O documento científico da Radvac adverte que a vacina não tem nenhuma eficácia demonstrada, não foi aprovada pelas autoridades e pode causar efeitos secundários, embora não descreva uma forma de controlar as reações adversas. Os promotores a definem como “ciência cidadã” e fornecem toda a informação sobre seu preparado com uma licença aberta. O EL PAÍS tentou contato com Estep e Church sem sucesso. “Este projeto não tem nenhuma filiação à Universidade Harvard”, declarou a instituição por sua vez. “A urgência em conseguir uma vacina efetiva para a Covid-19 é enorme, mas isso não pode acarretar um relaxamento dos padrões dos ensaios clínicos, que devem fornecer provas concludentes da eficácia dessa vacina para proteger a saúde pública”, acrescenta.


[...] Se as autoridades não frearem este tipo de experimentação caseira, “estas vacinas de efetividade e segurança duvidosa porão a saúde pública em risco”, alertam. Além disso, “pode derrubar a confiança da sociedade nas verdadeiras vacinas” contra a Covid-19, escrevem. Em sua carta, especialistas pedem que as autoridades federais dos EUA tomem as rédeas do assunto, como já fizeram para impedir a difusão de exames caseiros do novo coronavírus que não tinham aval científico. “Parte do interesse nestas vacinas caseiras surge aparentemente da crença de que a experimentação consigo mesmo não precisa respeitar as normas e os critérios éticos. É uma crença totalmente falsa”, disparam.


[...] “Promover este tipo de produto como uma possível solução sem ter provas viola o método científico, é reprovável”, ressalta Federico de Montalvo Jääskeläinen, presidente do Comitê de Bioética da Espanha. “Mesmo se funcionasse, só significaria que dispararam no ar e acertaram no prato por acaso”, acrescenta. O especialista concorda com seus colegas norte-americanos sobre o perigo que estes cientistas representam na luta contra a pior pandemia deste século. “Que a vacina demore não é o nosso maior problema. Onde arriscamos a saída desta pandemia é na confiança da população em relação às vacinas. Esta gente está minando essa confiança com uma narrativa antissistema. Se uma parte da população comprar estas mensagens, pode haver um enorme dano à saúde pública”, conclui.


Disponível em: https://bityli.com/dt36e. Acesso em: 18 set. 2020 (adaptado).

Releia o trecho a seguir.


“[...] inclusive tirou uma foto enquanto a administrava, conforme revelou o veículo especializado Technology Review.”


A palavra destacada, nesse contexto, é classificada como

Alternativas
Respostas
561: B
562: D
563: E
564: E
565: B
566: E
567: B
568: E
569: A
570: C
571: B
572: A
573: D
574: E
575: D
576: A
577: A
578: A
579: A
580: D